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Por decisão unânime, Anvisa mantém proibição dos Dispositivos Eletrônicos Para Fumar (DEF)

Na quarta-feira (6/7), a Diretoria Colegiada da Anvisa aprovou por unanimidade o Relatório de Análise de Impacto Regulatório (AIR) sobre os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF).

A decisão mantém a proibição dos DEFs (RDC Nº 46/2009), com a adoção de medidas não normativas para combater o mercado ilegal e informar melhor a população sobre os riscos desses produtos.

Os pneumologistas comemoraram a deliberação, após um intenso trabalho de informação da população e representação junto à Anvisa, em conjunto com 40 entidades, incluindo a AMB.

A Comissão de Tabagismo da SBPT vêm reforçando que os cigarros eletrônicos são produtos que causam dependência e que podem provocar diversas doenças, especialmente respiratórias, cardiovasculares e câncer, além de EVALI, síndrome respiratória aguda grave específica do uso desses dispositivos.

De acordo com uma pesquisa recente da Johns Hopkins University, os aerossóis produzidos pelos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) contêm mais de 2 mil substâncias e milhares delas ainda são desconhecidas e não divulgadas pelos fabricantes. (Chem. Res. Toxicol. 2021, 34, 2216-2226)

“O estudo, liderado pela engenheira Carsten Prasse, identificou produtos químicos industriais e até cafeína nos DEFs analisados. Ainda não se sabe quais são as consequências da inalação desses produtos”, alertou o Dr. Paulo Corrêa, coordenador da Comissão de Tabagismo da SBPT.

Segundo a Anvisa, os próximos passos do processo serão a elaboração de proposta de texto normativo pela área técnica, apresentação da proposta de norma para a deliberação da Diretoria Colegiada e a decisão sobre abertura ou não de Consulta Pública.

Dispositivos Eletrônicos Para Fumar (DEFs) são pauta da Reunião Ordinária Pública da Anvisa. Público pode contribuir com manifestação oral sobre o assunto

Na próxima terça-feira (22/06), às 9h30, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai discutir a revisão da RDC nº 46/2009 sobre os cigarros eletrônicos, em reunião on-line.

O público pode contribuir solicitando manifestação oral para a Secretaria-Geral da Diretoria Colegiada – SGCOL, pelo e-mail: dicolpublica@anvisa.gov.br até esta sexta-feira (17/06), às 23h59.

A SBPT recomenda às pessoas que compartilhem suas experiências e que se manifestem em defesa da manutenção da proibição da comercialização, importação e propagandas de Dispositivos Eletrônicos Para Fumar no Brasil, além de mais medidas para que a norma seja cumprida, como o aumento da fiscalização e a divulgação de campanhas contrárias ao uso.

A contribuição deve ressaltar que o único caminho admissível a seguir é a alternativa 2 do relatório da GGTAB: proibição definitiva dos cigarros eletrônicos no Brasil.

A inscrição deve informar o item da pauta ao qual se refere e o nome do responsável pelo uso da palavra. O proponente também deve anexar ao e-mail um vídeo gravado de até três minutos, com tamanho máximo de 25MB, e em formato MP4.

Os vídeos deverão ser anexados diretamente no e-mail e não hospedados em nuvem (Google Drive, Dropbox, iCloud, WeTransfer e semelhantes).

A reunião do dia 22/06 será transmitida on-line em link a ser divulgado no portal da Anvisa.

As gravações da reunião ficarão disponíveis no Portal da Anvisa > Composição > Diretoria Colegiada > Reuniões da Diretoria > Vídeos.

Dia Mundial Sem Tabaco: SBPT realiza evento ao vivo no YouTube

Todos os anos, em 31 de maio, as instituições de saúde chamam a atenção para os danos à saúde, riscos sociais e econômicos do tabagismo. Em 2022, a campanha da Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta também para o impacto ambiental causado pelos cigarros e cigarros eletrônicos.

Por isso, neste Dia Mundial Sem Tabaco 2022 (31/05), a SBPT realizou o evento Cigarros eletrônicos e produtos do tabaco: poluindo o ambiente interno e externo, ao vivo no YouTube, às 19h, com os pneumologistas da Comissão Científica de Tabagismo da Sociedade.

Assista aqui:

 

Cigarros eletrônicos: o que se sabe até agora sobre os “vapes”

A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) lembra que os dispositivos eletrônicos de fumar (DEFs) são produtos da mesma indústria que já causa mais de 8 milhões de mortes por ano no mundo, muitas delas, evitáveis.

No podcast Direto ao Ponto SBPT sobre o Dia Mundial Sem Tabaco, o coordenador da Comissão Científica de Tabagismo da SBPT, Dr. Paulo Corrêa, explicou que os novos produtos da velha indústria contêm pelo menos 80 substâncias químicas, entre elas, a nicotina, que causa dependência, além propilenoglicol e glicerina vegetal, que produzem acetaldeído, substância associada ao reforço do poder de dependência da nicotina.

Além disso, o especialista esclarece que o filamento aquecido dentro desses dispositivos é feito com metais, como níquel, latão, cobre e cromo, que são inalados conforme o líquido aquece e gera vapor. Portanto, fumantes de cigarro eletrônico têm níveis maiores de concentração de níquel no organismo, por exemplo, um carcinogênico grau 1, segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC).

Em uma revisão sistemática publicada recentemente pelo Centro Nacional de Epidemiologia e Saúde da Austrália, a análise toxicológica do cigarro eletrônico identificou 243 substâncias químicas, sendo 38 venenosas, uma proibida nos líquidos desses dispositivos e três em quantidade acima do permitido.

No Brasil, os especialistas de saúde solicitaram à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que mantenha a proibição de comercialização, importação e propaganda de dispositivos eletrônicos de fumar (RDC nº 46/2009), que fortaleça a fiscalização para que a resolução seja cumprida, que realize campanhas para desmentir o mito de que cigarro eletrônico “é só vapor” e que mantenha um registro compulsório de casos de síndrome respiratória causada pelo produto no Brasil – doença conhecida como EVALI (E-cigarette or vaping use-associated lung injury).

Além da EVALI, o cigarro eletrônico pode causar as mesmas doenças do cigarro convencional, tais como, angina, infarto, DPOC, alterações vasculares, crises de asma, etc.

Até 10/06/2022, a Anvisa está recebendo contribuições sobre a regularização de produtos fumígenos no Brasil. A SBPT encoraja o público a responder a favor da saúde e contra a liberação desses produtos no país. Acesse aqui a Tomada Pública de Subsídios – TPS nº 6/2022.

Cigarros eletrônicos e produtos de tabaco: poluindo o meio ambiente interno e externo

Além de comprometer a vida humana, a indústria do tabaco compromete os recursos naturais do planeta. De acordo com a OMS, a produção de cigarros causa:

– O desmatamento de 600 milhões de árvores para liberação de mais de 200 mil hectares para produção de tabaco.

– A poluição do ar, com 84 milhões de toneladas de CO2 liberadas na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global

– O uso indiscriminado de recursos minerais, já que são necessários 3,7 l de água para produzir um cigarro.

– A geração de lixo. São 4,5 trilhões de “bitucas” de cigarro poluindo o meio ambiente, sem falar no lixo eletrônico dos “pods” descartáveis.

Referências

Banks E, Yazidjoglou A, Brown S, Nguyen M, Martin M, Beckwith K, Daluwatta A, Campbell S, Joshy G. Electronic cigarettes and health outcomes: systematic review of global evidence. Report for the Australian Department of Health. National Centre for Epidemiology and Population Health, Canberra: April 2022.

Organização Mundial da Saúde. World No Tobacco Day. Disponível em: https://www.who.int/campaigns/world-no-tobacco-day/2022. Acesso em 29 abr 2022.

Sociedade Brasileira de Pneumologia. SBPT, AMB, CFM e Sociedades Médicas alertam sobre as consequências do uso de Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs). 9 mai 2022. Disponível em: https://sbpt.org.br/portal/sociedades-medicas-alertam-sobre-cigarro-eletronico/

Sociedade Brasileira de Pneumologia. Comissão de Tabagismo da SBPT vai à mídia orientar sobre os riscos do cigarro eletrônico para a saúde. 14 abr 2022. Disponível em: https://sbpt.org.br/portal/cigarro-eletronico-midia-abril-2022/

Sociedade Brasileira de Pneumologia. Posicionamento da SBPT sobre os Dispositivos Eletrônicos Para Fumar (DEFs). 7 abr 2022. Disponível em: https://sbpt.org.br/portal/dispositivos-eletronicos-para-fumar/

Comissão de Tabagismo da SBPT vai à mídia orientar sobre os riscos do cigarro eletrônico para a saúde

Nos meses de abril e maio de 2022, a Comissão Científica de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) intensificou a luta contrária aos Dispositivos Eletrônicos Para Fumar (DEFs).

Cientes de que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) tem sofrido pressão por parte da indústria do tabaco para liberar esses produtos no Brasil, os pneumologistas enviaram uma carta à ANVISA solicitando a notificação compulsória de casos de doenças pulmonares associadas ao uso dos DEFs, reforçando a posição a favor da manutenção da RDC nº 46/2019 e solicitando mais fiscalização para cumprir a proibição de importação, comercialização e propaganda de DEFs no Brasil.

A SBPT também divulgou seu posicionamento contra os cigarros eletrônicos no site, rede social e nos veículos de mídia, com o objetivo de instruir a população e desencorajar o uso desses dispositivos.

Confira e compartilhe as entrevistas sobre o cigarro eletrônico:

13/06/2022 – Vape, cigarro eletrônico – ABC da Notícia – Rádio BandNews.

31/05/2022 – Dia Mundial Sem Tabaco – Repórter São Paulo – TV Brasil.

31/05/2022 – Tabagismo tem tratamento e parar de fumar é processo contínuo – Agência Radioweb.

26/05/2022 – Diga não ao cigarro eletrônico – Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte.

16/05/2022 – 98 Live Rocknews.

09/05/2022 – Entidades médicas fazem apelo à Anvisa contra cigarro eletrônico – O Tempo, Mix Vale, Sinal News, Gazeta Web, Aconteceu em Joinville, RMix, Portal Carlos Baía, Portal Dinheiro Rural, Agora MT, Jornal da Cidade de Bauru, Mix Vale, R7, Jornal Contábil, O Bom da Notícia, Em Tempo, BolaVip.

23/04/2022 – PneumoImagem.

22/04/2022 – Terra – “Doença pulmonar e câncer: conheça os efeitos do cigarro eletrônico“.

20/04/2022 – Jornal O Globo – “Vapor proibido: enquanto país debate regulação de ‘vapes’, uso segue livre nas redes”.

19/04/2022 – TV Cultura – Jornal da Tarde – Anvisa abre consulta pública sobre cigarro eletrônico.

18/04/2022 – Rádio Independente – Programa Panorama

Customizados, “vapes” foram produzidos para causar dependência química nos jovens, afirma especialista – Acesse a notícia no site da Independente FM

15/04/2022 – Rádio 98 Live – A partir de 49’20”:

14/04/2022 – Bom Dia Brasil:

14/04/2022 – TV Ponta Negra – “Cigarro eletrônicos: especialistas alertam para os riscos à saúde” – aos 8′.

12/04/2022 – Rádio Princesa FM – Programa Altos Papos.

12/04/2022 – Rádio Nacional EBC – “Cigarro eletrônico: Anvisa começa a receber informações sobre o produto”.

12/04/2022 – Programa Viver Bem – “Cigarro eletrônico faz mesmo mal à saúde?”.

10/04/2022 – Jornal da Cidade – Bauru (SP) – “Fumaça volta aos ambientes fechados com a moda do cigarro eletrônico”.

07/04/2022 – Rádio Alpha FM – Brasília (DF).

27/03/2022 – O Estado de S. Paulo – “Consumido por jovens, cigarro eletrônico é proibido no Brasil e apresenta riscos à saúde”.

A Comissão Científica de Tabagismo da SBPT continuará defendendo a saúde dos brasileiros e a proibição de quaisquer Dispositivos Eletrônicos de Fumar (DEFs), por todos os riscos que eles oferecem aos usuários.

SBPT, AMB, CFM e Sociedades Médicas alertam sobre as consequências do uso de Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs)

A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a Associação Médica Brasileira (AMB), Conselho Federal de Medicina (CFM) e as principais Sociedades Médicas ligadas à cessação do tabagismo realizaram uma coletiva de imprensa online hoje, dia 09/05/2022, alertando sobre as consequências à saúde do uso de Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs).

Foram apresentados à imprensa os dados mais recentes sobre o assunto, demonstrando a importância da Tomada Pública de Subsídios nº 06, de 11/04/2022, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que pretende receber informações técnicas sobre os cigarros eletrônicos até o dia 10 de junho e que poderá até subsidiar a liberação da venda destes dispositivos, hoje proibida no país.

O evento foi 100% online, que contou com a presença de representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM), Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (ABEAD) e Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), apresentou publicamente o Posicionamento sobre os Dispositivos Eletrônicos para Fumar, assinado por 45 Instituições ligadas à saúde, entre Sociedades Médicas e Federadas da AMB.

 BAIXE AQUI O DOCUMENTO NA ÍNTEGRA 

Fiocruz lança abaixo-assinado contra a liberação dos cigarros eletrônicos no Brasil

O Centro de Estudos Sobre Tabaco e Saúde (CETAB) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançou um abaixo-assinado contra a liberação dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) no Brasil.

Clique aqui para assinar.

“A campanha que estamos lançando esclarece que não precisamos de mais nenhum produto de tabaco no mercado brasileiro. A indústria do tabaco e seus grupos de fachada estão tentando interferir na política de controle do tabaco do Brasil”, afirma Silvana Rubano Turci, Coordenadora do CETAB.

“A Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (RDC – ANVISA) Nº 46 de 28/08/2009 proíbe a comercialização, importação e propaganda de quaisquer Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) no país, como cigarros eletrônicos e outros dispositivos desde 2009 e precisa permanecer válida.

Apesar disso, a indústria do tabaco tem pressionado a Anvisa para rever essa decisão com a única intenção de abrir um novo mercado e gerar lucros. Sempre às custas de vidas humanas. O debate foi então reaberto em 2019 e há expectativa por parte das empresas de que o processo seja concluído favoravelmente a elas em 2022.

O site da Anvisa informa que o processo está em fase de análise de impacto regulatório. O Brasil tem sido muito exitoso na implantação de medidas para a redução da demanda e do consumo de cigarros convencionais e, na verdade, os dispositivos eletrônicos para fumar, nada mais são do que velhos produtos de tabaco com novas roupagens.

A campanha mostra de maneira simples e objetiva que esses produtos são prejudiciais a saúde e ao meio ambiente e que tem levado um grande número de jovens a se tornarem dependentes em países onde são permitidos! Vamos dizer não! Não é preciso mudar a lei! Temos que apoiar a Anvisa para a manutenção da RDC 46/2009 que proíbe a fabricação e comercialização de produtos eletrônicos no Brasil”, complementa a Coordenadora do CETAB.

Leia também o posicionamento da SBPT enviado à Anvisa.

Posicionamento da SBPT sobre os Dispositivos Eletrônicos Para Fumar (DEFs)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) está na fase final de elaboração de seu posicionamento quanto à liberação do uso dos DEFs e, neste oportuno momento (abril de 2022), ciente da forte pressão da indústria do tabaco, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia se posiciona veemente contra a liberação da comercialização, importação e propagandas de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar, se mantendo a favor da manutenção da RDC 46/2009.  Além disso, exigimos medidas mais rigorosas para fiscalização e punição de violadores desta resolução. Vemos com preocupação o aumento do uso desenfreado desses dispositivos, em especial entre os nossos jovens.

Os cigarros eletrônicos são conhecidos no Brasil pelo termo Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs). São chamados também de “vapes”, e-cigarros, e-cigs, e-cigarettes ou “pen drive”. Os DEFs são uma ameaça à saúde pública, porque representam uma combinação de riscos: os já conhecidos efeitos danosos à saúde e o aumento progressivo do seu uso no país. Em especial, esses dispositivos atraem pessoas que nunca fumaram, persuadidas pelos aromas agradáveis, sabores variados, “inovação tecnológica” e estigmas de liberdade.

A edição 2019 da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE, 2019) entrevistou estudantes do 7º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio das redes pública e privada. Os maiores índices de experimentação de cigarro eletrônico foram observados entre os escolares de 13 a 17 anos da rede privada de ensino em todas as Grandes Regiões do Brasil em 2019. Os maiores percentuais de experimentação de DEFs ocorreram na Região Centro-Oeste (23,6% na rede pública e 24,3% na rede privada de ensino).

Sabemos que os cigarros eletrônicos contêm nicotina e várias dezenas de substâncias químicas, incluindo cancerígenos comprovados para pulmão, bexiga, esôfago e estômago. Há, ainda, o risco de explosões do aparelho e intoxicação. Infelizmente, a nicotina persiste como uma das drogas mais utilizadas no mundo e o tabagismo, que matou mais de 100 milhões de pessoas no século XX, poderá matar um bilhão no século XXI, com grande participação dos DEFs.

De forma sorrateira, a indústria do tabaco lançou esses produtos no mercado usando duas estratégias principais: o discurso de redução de danos em relação ao tabagismo convencional e como opção de tratamento para cessação dos cigarros combustíveis. Outra jogada foi propalar que os produtos não contêm monóxido de carbono e, assim, tentar normalizar novamente o seu uso, inclusive em ambientes fechados. Apresentados como “saudáveis”, os DEFs seriam a “solução tecnológica” para o anseio de uma importante fração de tabagistas: a ideia de poder fumar sem culpa, já que o produto “se trataria apenas de vapor de água” e não conteria substâncias tóxicas e perigosas. Entretanto, não é essa a realidade sobre esses dispositivos.

Estudos científicos mostram que o uso dos DEFs, tanto agudo como crônico, está diretamente ligado ao surgimento de várias doenças respiratórias, gastrointestinais, orais, entre outras, além de causar dependência e estimular o uso dos cigarros convencionais. Em contrapartida, o conhecimento sobre esses malefícios ainda é pouco difundido entre seus usuários.

A EVALI, sigla em inglês para lesão pulmonar induzida pelo cigarro eletrônico, é uma doença pulmonar relacionada ao uso dos DEFs, descrita pela primeira vez no ano de 2019, nos Estados Unidos. Essa lesão pulmonar foi atribuída, inicialmente, a alguns solventes e aditivos utilizados nesses dispositivos, provocando um tipo de reação inflamatória no órgão, podendo causar fibrose pulmonar, pneumonia e chegar à insuficiência respiratória. Até janeiro de 2020, o CDC, nos Estados Unidos, registrou 2.711 casos de EVALI hospitalizados e até fevereiro do mesmo ano 68 mortes foram confirmadas. A faixa etária média era de 24 anos, 66% dos acometidos pertenciam ao sexo masculino e o tempo médio de utilização foi de 12 meses.

No Brasil, em agosto de 2020, de acordo com dados obtidos pelo The Intercept, por meio da Lei de Acesso à Informação, a ANVISA havia notificado sete casos de EVALI (enviamos uma carta à agência, que não atualizou esses dados). Ainda não temos estudos de base populacional que mostrem a real prevalência de uso dos DEFs em nosso país, mas a Associação Médica Brasileira, em um de seus artigos, relata a estimativa de 650 mil usuários.

Em 2009, a ANVISA estabeleceu a regulamentação que proibiu venda, importação e propaganda desses produtos (RDC 46/2009). Contudo, a comercialização online dos DEFs é comum e, apesar da proibição, até mesmo grandes lojas de departamento vendem dispositivos eletrônicos para fumar, livremente, para crianças e adolescentes. Mesmo as ações e multas da ANVISA parecem não inibir esse comércio.

Dados apontam que a redução dos números de fumantes no Brasil está estagnada e, o mais grave, é que a prevalência de fumantes entre jovens de 18 a 24 anos residentes nas capitais brasileiras aumentou de 7,4% para 8,5% entre 2016 e 2017. Vários fatores têm contribuído para o aumento do número de fumantes jovens, como a ausência de fiscalização pela ANVISA da comercialização dos DEFs pela Internet e o modelamento dos jovens por influencers.

Desta forma, a ampla utilização dos DEFs pode reverter, em pouco tempo, o sucesso das políticas de controle do tabaco obtido em décadas de esforços do Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT). A comunidade científica e de saúde pública brasileira só espera uma coisa da ANVISA: que NÃO libere sua comercialização no Brasil. Que exerça seu papel de proteger a saúde da população brasileira.

Além da manutenção da proibição definitiva desses dispositivos no Brasil, é necessário iniciar uma rotineira e efetiva fiscalização da venda desses produtos, assim como buscar meios de impedir que os grandes conglomerados de comércio varejista continuem a desafiar as autoridades de saúde. Os cigarros eletrônicos não podem reverter décadas de esforços da política de controle do tabaco no Brasil.

Laura Queiroz e Paulo Corrêa – Comissão de Tabagismo da SBPT

Irma de Godoy – Presidente da SBPT

Referências

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Observatório SBPT de Políticas de Controle do Tabagismo Alberto Araújo

Apresentação do espaço

Um dos privilégios do meio universitário em geral e da SBPT especificamente é a possibilidade de trocas intelectuais com interlocutores qualificados. Em uma das incontáveis sessões de brainstorming com Alberto Araújo surgiu a idéia da criação desse espaço, para permitir uma maior ventilação de temas de controle do tabagismo entre os pneumologistas e tisiologistas brasileiros. Com a precoce ida de Alberto em 07/09/2021 nada mais natural que ao criarmos de fato esse lócus o batizássemos com o seu nome.

Aqui apresentaremos os diversos artigos que compõem a Convenção Quadro para Controle do Tabagismo (CQCT): é a convenção quadro a quadro!

Sejam todos muito bem-vindos ao Observatório SBPT de Políticas de Controle do Tabagismo Alberto Araújo! Que ele seja vivo, pulsante, atento e atuante, tal qual o seu nome de batismo! Inspira-nos mais uma vez Alberto!

Paulo César R P Corrêa
Coordenador da Comissão de Tabagismo da SBPT


Tópicos
29/09/2023 – Em nota pública, a ACT aponta forte pressão em favor da liberação dos dispositivos eletrônicos para fumar na audiência pública na última quinta-feira (28) no Senado. Defendemos que os debates no Congresso sejam democráticos, equilibrados e baseados em evidências. “A declaração de conflito de interesses é fundamental para a transparência, seja por parte de quem mantém vínculo com o setor regulado, ou apresenta estudos e análises por ele financiado, sob risco de que os ouvintes não estejam alertados sobre o fato”, diz a nota. Leia aqui.
30/08/2023 – DECRETO Nº 11.672, DE 30 DE AGOSTO DE 2023 – Institui a Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro sobre Controle do Uso do Tabaco e de seus Protocolos. Leia aqui.
26/05/2023 – Cigarro eletrônico explode durante voo e faz bagagens de mão pegarem fogo. Leia aqui.
08/05/2023 – Comissão Científica de Tabagismo da SBPT cumpre agenda de advocacy pelo controle do tabaco. Leia aqui.
26/04/2023 – Entrevista para o Jornal da Band – “Anvisa discute liberação do cigarro eletrônico no Brasil”. Assista aqui.
26/04/2023 – Entrevista para a Record TV – “Fumantes trocam cigarros tradicionais pelos eletrônicos, que são proibidos no Brasil”. Veja aqui.
24/04/2023 – Entrevista para o R7 – “Consumo de cigarro eletrônico cresce no Brasil, enquanto o do tradicional perde espaço”. Leia aqui.
15/04/2023 – Entrevista para o R7 – “Vendido como opção ao cigarro, tabaco aquecido também tem substâncias tóxicas e cancerígenas”. Veja aqui.
14/04/2023 – Entrevista para a Rádio CBN – “Política britânica de combater tabagismo com vape ‘é trocar seis por meia dúzia'”. Ouça aqui.
12/04/2023 – Trocar cigarro por cigarro eletrônico ou cigarro de tabaco aquecido não é estratégia de saúde pública comprovada ou segura para parar de fumar, dizem SBPT e SPP. Leia aqui.
26/03/2023 – Preocupante declaração de Barra Torres no Canal Livre da Band. Veja aqui.
14/03/2023 – Uso de cigarro eletrônico e narguilé no Brasil: um cenário novo e emergente. O estudo Covitel, 2022. Saiba mais.
13/03/2023 – Anvisa protegeu a saúde dos brasileiros ao indeferir pedidos de liberação do Vuse no Brasil. Leia aqui.
06/03/2023 – Dia Internacional da Mulher: artigo abordará os desafios do tabagismo entre o público feminino. Saiba mais.
23/02/2023 – SBPT alerta para os riscos dos cigarros eletrônicos em artigo no jornal O Globo. Leia aqui.
10/02/2023 – Entrevista para a Istoé – “Vape de vitaminas é uma opção de cigarro saudável? Especialista explica a novidade”. Leia aqui.
08/02/2023 – Entrevista para a CBN Brasília – “‘Não há provas de que inalação de vitaminas tenha efeito prometido’, destaca pneumologista”. Leia aqui.
08/02/2023 – Entrevista para o Estadão – “‘Vape de vitamina’? Entenda os riscos do cigarro eletrônico, proibido pela Anvisa”. Leia aqui.
02/02/2023 – Entrevista para o Zero Hora – “Pneumologistas alertam que cigarros eletrônicos que conteriam vitaminas não têm benefícios para a saúde”. Leia aqui.
31/01/2023 – Entrevista para o UOL – “Empresa anuncia cigarro eletrônico ‘sem danos à saúde’; veja riscos”. Leia aqui.
31/01/2023 – Entrevista para o G1 – “Proibido pela Anvisa, ‘vape com vitaminas’ para exercícios é criticado por ineficácia e risco de lesão”. Leia aqui.
27/01/2023 – Do que é composta a fumaça dos cigarros eletrônicos? Por que não é apenas “vapor de água”? Baixe as imagens.
23/01/2023 – Entrevista para o “Eu, Atleta”, globo.com: “Fumo passivo: entenda riscos da exposição à fumaça do cigarro”. Leia aqui.
20/01/2023 – SBPT se une à Sociedade Portuguesa de Pneumologia na promoção de ambientes livres de tabaco. Leia a nota oficial.
13/01/2023 – SBPT e SPP firmam acordo de cooperação para prevenção e controle do tabagismo. Saiba mais.
04/01/2023 – Entrevista para a TV Ponta Negra – “Proibição do uso de cigarros eletrônicos em ambientes fechados, determinada pelo governo do estado do RN, foi recebida com aprovação por especialistas, que alertam que o aparelho é muito popular entre os jovens e tão prejudicial à saúde quanto os cigarros comuns”. Assista aqui.
02/01/2023 – SBPT e SPP firmam acordo de cooperação para prevenção e controle do tabagismo. Leia aqui.
09/12/2022 – Pneumologistas apontam falhas graves nos estudos que defendem o cigarro eletrônico como terapia para parar de fumar. Leia aqui.
31/10/2022 – Entrevista para a Rádio Nova Morada AM 1260 (São Paulo – SP) – Estudo aponta desequilíbrios hormonais que causam mais dificuldades de cessação do tabagismo entre as mulheres. Ouça aqui.
20/10/2022 Após diversas tentativas de contato com as equipes de campanha dos dois candidatos que disputarão o 2º turno das Eleições 2022 – Lula (PT) e Bolsonaro (PL) – para que respondessem à carta sobre as necessidades de retomada das ações de controle do tabagismo no país, entendemos que a dificuldade de comunicação parece ser uma estratégia para isentá-los de qualquer compromisso com o assunto.

As tentativas de contato por e-mail e telefone foram feitas nos dias 10, 11, 12, 19 e 20/10. Não obtivemos resposta nos e-mails que nos foram indicados, presidencia@pt.org.br e agenda@partidoliberal.org.br. Por telefone, houve uma transferência de responsabilidade e indicação de outros números, sem sucesso.

Lamentavelmente, informamos aos sócios que o controle do tabagismo foi um assunto sumariamente negligenciado por ambos os candidatos.

23/09/2022 – A Comissão de Tabagismo da SBPT enviou uma carta aos presidenciáveis das Eleições 2022 cobrando projetos voltados para a retomada da Conicq e o controle do tabagismo no país. Leia a carta na íntegra. Porém, infelizmente, nenhuma das equipes de campanha deu a atenção necessária ao assunto, conforme descrito abaixo.

  • O candidato do PTB, Padre Kelmon, enviou esta nota como resposta.
  • A candidata do MDB, Simone Tebet, escreveu: “Prezado Sr Paulo Corrêa bom dia! Ficamos muito agradecidos pela confiança em nossa equipe e no compartilhamento da Proposta para o controle do tabagismo no país.Deixamos este canal aberto para que continuemos essa troca.Um Brasil melhor é responsabilidade de todos nós!Com amor e coragem.
    Atenciosamente,

    Equipe Simone Tebet.”

Pelo whatsapp, a assessora da candidata informou que a carta havia sido destinada à equipe de Marketing, mas não recebemos resposta.

  • A candidata do União, Soraya Thronicke, respondeu ao e-mail informando o contato direto para o assunto. Pelo whatsapp, a assessora informou que responderia posteriormente, alegando “dias muito difíceis”, mas não retornou.
  • O candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, não respondeu ao e-mail. Pelo telefone, a secretária de Brasília nos informou outros cinco números de São Paulo. Um não atendia, mesmo acionado em dias e horários diferentes, e os outros não completavam chamada.
  • O candidato do PL, Jair Bolsonaro, não respondeu ao e-mail. Pelo telefone, a secretária de Brasília informou que logo nos encaminharia resposta, o que não aconteceu.
  • O candidato do PDT, Ciro Gomes, não respondeu ao e-mail. Pelo telefone, o secretário de Brasília solicitou (de maneira rude) que enviássemos novamente o e-mail para que ele pudesse retornar, o que não aconteceu.
  • O candidato do DC, Eymael, não respondeu ao e-mail. Pelo whatsapp, o assessor recebeu novamente a carta, mas nunca retornou.
  • O candidato do Partido Novo, Felipe D’Ávila, não respondeu ao e-mail. O telefone informado no site do TSE encontrava-se ocupado ou não completava chamada, mesmo ligando em dias e horários diferentes.
  • O candidato da Unidade Popular, Leonardo Péricles, não respondeu ao e-mail. No contato pelo whatsapp, a mensagem foi visualizada, mas não respondida. Pelas redes sociais, foi informado o contato da jornalista da campanha e retomamos a conversa no dia 30/09.
  • A candidata do PCB, Sofia Manzano, não respondeu ao e-mail. Pelas redes sociais, foi informado o contato direto da assessoria. Retomamos a conversa no dia 30/09.
  • A candidata do PSTU, Vera Lúcia Salgado, não respondeu ao e-mail. O telefone informado no site do TSE não funcionou. Tentamos contato pelas redes sociais, sem sucesso.

Seguiremos acompanhando e compartilharemos as respostas que, eventualmente, ainda possam chegar.

22/09/2022 OMS realiza o Quarto Congresso Internacional sobre Narguilé; Coordenador da Comissão de Tabagismo da SBPT é um dos palestrantes.
19/07/2022 Anvisa acertou ao proibir cigarro eletrônico – artigo de resposta ao editorial da Folha de S. Paulo.
06/07/2022 Coordenador da Comissão de Tabagismo Paulo Corrêa comenta proibição definitiva dos cigarros eletrônicos pela Anvisa em 06/07/22
17/06/2022 Dispositivos Eletrônicos Para Fumar (DEFs) são pauta da Reunião Ordinária Pública da Anvisa. Público pode contribuir com manifestação oral sobre o assunto.
13/06/2022 Dr. Mauro Gomes fala sobre cigarro eletrônico à Rádio BandNews.
03/06/2022  – A Sociedade Paulista de Pneumologia fez um golaço! Dr Aldo Agra convidou alguns famosos cartunistas para participar da campanha da SPPT. Vejam que fantástica comunicação de André Dahmer: simples, elegante e certeira! Direta ao ponto! Sensacional! Parabéns SPPT! Parabéns André Dahmer!
27/05/2022 SBPT assina declaração de entidades da América Latina.

OBS: A Declaração Regional ficará aberta até 31.05.22, para conseguir mais adesões.

16/05/2022 Abuso de autoridade no Ministério da Saúde: caso Anvisa.

Diretora da Anvisa: “fico assustada como as coisas acontecem lá dentro”.

02/05/2022 Covitel: conhecer para agir – Impactos da pandemia na saúde da população brasileira
28/04/2022 Proteger do tabagismo as novas gerações.
28/04/2022  – Plataforma de Pesquisa sobre o Impacto das DNCT na Pandemia em Diferentes Regiões
28/04/2022 Pesquisa Covitel: 1 a 5 jovens de 18 a 24 anos usam cigarros eletrônicos no Brasil
27/04/2022 Diretora da Anvisa muita preocupada sobre a possibilidade de liberação dos cigarros eletrônicos no Brasil: diz suspeitar de má-fé e ação política em fim de mandato.
19/04/2022 Comissão de Tabagismo da SBPT vai à mídia orientar sobre os riscos do cigarro eletrônico para a saúde.
05/04/2022 Posicionamento da SBPT sobre os Dispositivos Eletrônicos Para Fumar (DEFs).
01/04/2022  – Carta da SBPT à Anvisa solicitando fazer a notificação de casos de EVALI compulsória e cobrando a fiscalização da Resolução 46 da própria Anvisa.
14/02/2022  – O STF vai começar a julgar, no dia 25/02 até dia 09/03, o caso dos aditivos (ADI 4874) em julgamento virtual.
22/12/2021  – Artigo da Maíra Mathias sobre o intenso lobby que a Anvisa vem sofrendo.
15/12/2021 Cigarro eletrônico não é redução de danos, é produção de danos!
13/12/2021 Anvisa faça a coisa certa: NÂO libere os DEFs! Proteja nossa população!
23/11/2021 Apoiem a proposta da Defensoria Pública de SP atuar em relação aos cigarros eletrônicos
17/11/2021  – Entrevista Dra Irma e Dr Paulo Corrêa ao SBT Brasília sobre os riscos dos cigarros eletrônicos
08/11/2021 – Homenagem da SEPAR ao Dr. Alberto Araújo
03/11/2021 – Manifesto da SBPT e de instituições parceiras no controle do tabaco/nicotina no Brasil em desagravo à proposta de lei pelo Deputado Federal por São Paulo, Kim Kataguiri, que defende interesses de empresas transnacionais de produtos fumados
14/10/2021 Imposto seletivo para tabaco já! Carta aos Senadores brasileiros
11/10/2021 – Onde há fumaça há fogo
24/09/2021 – Manifesto sobre a Conicq e sua importância
23/09/2021 – A Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT)
10/09/2021 – O artigo 5.3

Pesquisa avalia conhecimento e uso de cigarro eletrônico e narguilé entre estudantes de Medicina e residentes

Estudo coordenado por pesquisadores do Hospital Israelita Albert Einstein (CEP/Einstein) visa mapear o padrão de consumo de cigarros eletrônicos e narguilé entre estudantes de Medicina e residentes médicos.

Além disso, os cientistas buscam avaliar o grau de conhecimento, atitudes e percepções sobre o uso desses dispositivos pelos estudantes e residentes do Brasil, Estados Unidos, Colômbia, Reino Unido, Índia e Canadá.

Trata-se de um estudo transversal quantitativo multicêntrico internacional cujos resultados serão baseados nas respostas a um questionário pré-estabelecido, enviado aos estudantes de Medicina e residentes.

Se você é estudante de Medicina e residente com matrícula ativa, acesse o questionário e contribua.

ACT e AMB realizam campanha para impedir a liberação de dispositivos eletrônicos de fumar no Brasil

A SBPT apoia a campanha contra vaporizadores e cigarros eletrônicos da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT – Promoção da Saúde) e Associação Médica Brasileira (AMB).

As instituições de saúde pedem que todos compartilhem as imagens da campanha nas redes sociais e que marquem à Anvisa para não deixar que esses produtos sejam liberados no Brasil. Clique aqui para salvar e compartilhar as imagens.

“A indústria do tabaco quer falar sobre cigarro eletrônico no Brasil. Ótimo, então vamos começar falando a verdade. A principal verdade é que a indústria do tabaco percebeu que pode usar vaporizadores para fazer crianças e adolescentes experimentarem a nicotina – e se viciarem”, enfatiza o texto da campanha.

Os órgãos de saúde também alertam para a Lesão Pulmonar Associada a Produto de Vaping ou Cigarro Eletrônico, conhecida como Evali (E-cigarette or Vaping product use-Associated Lung Injury) e lembram que os cigarros convencionais, narguilés e dispositivos eletrônicos para fumar também aumentam os riscos para a Covid-19.

Leia o texto completo e baixe as imagens em: http://vapevicia.org.br/.

 

Estudo mede a popularidade do cigarro eletrônico no Instagram

De acordo com uma pesquisa publicada no Frontiers in Communication, a popularidade do cigarro eletrônico no Instagram cresceu nos Estados Unidos, apesar da campanha anti-vaporização lançada pelo Food and Drugs Administration (FDA) em 2018.

O artigo “#Vape: Measuring E-Cigarette Influence on Instagram With Deep Learning and Text Analysis” revela que, para cada post contra a vaporização, há 10.000 a favor. Atualmente, cerca de um terço dos adolescentes norte-americanos fumam e-cigs.

A pesquisa tem o objetivo de analisar a estratégia da FDA na campanha “The Real Cost” e, ao mesmo tempo, entender quais são as táticas de marketing adotadas pelas fabricantes dos vaporizadores.

“A saúde pública dos EUA chamou a vaporização de ‘epidemia’ e está investindo recursos para acabar com ela, por meio da campanha anti-vaping #TheRealCost. Mas esse desequilíbrio no volume de postagens sufocou a campanha da FDA diante do marketing pró-vaporização”, explica a cientista da Universidade da Califórnia, Julia Vassey.

Muitos adolescentes continuam acreditando que o cigarro eletrônico é mais saudável que o convencional, apesar de a vaporização estar associada a inflamações, redução das respostas autoimunes e problemas respiratórios.

Para entender melhor como o vaper é tratado nas redes sociais, Vassey e seus colaboradores do UC Berkeley Center for Integrative Research on Childhood Leukemia and the Environment (CIRCLE) coletaram 245.894 postagens do Instagram de antes e depois da campanha #TheRealCost. O grupo também entrevistou cinco influenciadores sobre vaporização e oito usuários de redes sociais do ensino médio.

“Nós focamos no Instagram porque os produtores de conteúdo influentes sobre vaporização entrevistados no estudo identificaram a rede como a mais importante para o marketing”, explica Vassey. “Com base nos resultados, a campanha da FDA não é muito popular. Muitas pessoas questionaram as informações da FDA sobre os riscos da nicotina para a saúde nos comentários e chamaram a campanha de propaganda”.

De acordo com a pesquisa, os posts a favor da vaporização receberam três vezes mais “curtidas” após o lançamento da campanha. Além disso, há seis vezes mais postagens a favor da vaporização com 100 curtidas do que posts contra vapers com esse engajamento.

Segundo o grupo de cientistas, as estratégias da campanha contra a vaporização foi gerar medo nas pessoas, em vez de divulgar métodos práticos de como largar o vaper.

Analisando as imagens do Instagram por temas comuns, os pesquisadores constataram que mais de 70% dos produtos continham saborizantes ou aparência de dispositivos tecnológicos, que contém alta concentração de nicotina e são populares entre os mais jovens. Os dados fornecidos pelos influenciadores pró-vaporização mostraram que muitos seguidores têm idade entre 13 e 17 anos.  

Os estudiosos pretendem estender a pesquisa para outras redes sociais. “Esperamos que os achados informem os reguladores da saúde pública a criarem conteúdo para crianças e jovens para ajudar a conter o marketing a favor do cigarro eletrônico e a proliferação dos vapers entre a juventude”, disse Vassey. “O estudo também pode contribuir para nortear futuras campanhas contra a vaporização”.


Referência

COAN, Kristin. E-cigarette popularity On Instagram Is Still Growing Despite An FDA Anti-Vaping Campaign. Frontiers Science. 30 jan 2020.

Por que a redução de danos não é indicada para o controle do tabagismo?

Diante do contexto alarmante de casos fatais nos EUA devido à doença pulmonar grave relacionada com os dispositivos eletrônicos para fumar (EVALI), a European Respiratory Society (ERS) elaborou um documento que apresenta sete argumentos sobre por que a redução de danos não deve ser usada como estratégia para o tabagismo.

Com base na revisão da literatura e em concordância com a Convenção Quadro de Controle do Tabaco, da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Comitê do Controle do Tabaco da ERS divulgou o artigo “ERS and tobacco harm reduction”, que propõe explicar o conceito de redução de danos e expor suas falhas.

Uma estratégia de redução de danos para fumantes inclui a recomendação do uso de produtos alternativos para a liberação de nicotina, como dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), tabaco sem fumaça ou novos produtos de tabaco aquecido para fumantes, em vez de cigarros convencionais, substituindo um produto muito prejudicial por um produto menos, mas ainda prejudicial. O conceito é intuitivo e, portanto, pode ser muito tentador para fumantes, profissionais de saúde e políticos. Mas, infelizmente, o contexto é muito mais complexo.

De acordo com a ERS, “os pulmões humanos são criados para respirar ar puro, não níveis reduzidos de toxinas e substâncias cancerígena e o corpo humano não deve ser dependente de drogas viciantes. A ERS não pode recomendar nenhum produto prejudicial aos pulmões e à saúde humana como estratégia de base populacional”.

Veja os principais conceitos de redução de danos e porque eles não são válidos:

Argumento 1 – A redução de danos parte da ideia incorreta de que os fumantes não querem parar de fumar ou são incapazes de largar o vício.

De acordo com estudos referenciados pela ERS, a maioria dos fumantes quer parar de fumar e grande parte deles não gosta de ser dependente de nicotina. Hoje, os fumantes consumem menos cigarros por dia, são mais motivados e relatam ser menos dependentes. O tratamento para o tabagismo é eficiente e tem base em evidências científicas.

Argumento 2 – Os defensores da redução de danos se baseiam em estratégias não documentadas de que outras formas alternativas de consumo de nicotina são eficientes para parar de fumar.

Nenhum produto supostamente utilizado para redução de danos foi considerado eficaz na cessação do tabagismo devido à falta de evidências científicas. Um ensaio clínico randomizado de cessação do tabagismo concluiu que o cigarro eletrônico foi duas vezes mais eficiente do que a terapia de reposição de nicotina após um ano de uso. No entanto, 80% das pessoas continuaram usando DEFs e permaneceram dependentes de nicotina.

Por outro lado, 14 dos 15 estudos longitudinais da vida real mostraram que o uso de cigarros eletrônicos minava significativamente a abstinência. Enquanto pesquisas sobre a adoção do cigarro eletrônico como estratégia para parar de fumar não demonstraram efeito.

Argumento 3- A estratégia de redução de danos é baseada no pressuposto incorreto de que os fumantes vão substituir o cigarro convencional por formas alternativas de consumo da nicotina.

Entre 60 a 80% dos usuários dos DEFs continuam fumando. Tampouco foi constatada redução significativa de consumo do cigarro convencional. O uso de ambos ao mesmo tempo também é comum, o que não traz nenhum benefício para a saúde.

Argumento 4: A estratégia de redução de danos erroneamente considera que os DEFs não apresentam malefícios.

Quase todas as pesquisas independentes demonstraram riscos potenciais com o uso dos DEFs. Ainda não há evidências dos danos do uso a longo prazo. Conforme estudos realizados em animais, os aerossóis dos DEFs podem induzir à disfunção celular endotelial aguda e formação de estresse oxidativo.

Experimentos em humanos demonstraram obstrução e desregulação das vias aéreas desregulação da homeostase dos pulmões após uma inalação de curto prazo. Além disso, há evidências moderadas de estudos de base populacional que indicam que o uso desses dispositivos pode aumentar a incidência de tosse, espirro e exacerbações de asma entre adolescentes, ainda que seja inalado de forma passiva.

O tabaco sem fumaça é responsável por grande número de mortes por câncer no mundo. Ainda há poucas informações sobre os efeitos nocivos do uso dos dispositivos de tabaco aquecido (IQOS).  Estudos indicam que o IQOS pode causar alterações nas vias aéreas relacionadas à doença pulmonar crônica.

Argumento 5 – As formas alternativas de liberação de nicotina podem ter um impacto negativo na saúde pública, ainda que isoladamente elas possam ser menos prejudiciais que o cigarro tradicional.

Quando analisamos os prós e contras dos novos DEFs devemos considerar seus impactos para a saúde de toda a população, e não somente para os fumantes. Do ponto de vista de saúde pública, esses produtos podem ter efeito desfavorável, especialmente por causa do aumento do uso de DEFs por pessoas que nunca fumaram e muitas delas vão começar a fumar cigarro convencional. Os produtos com aromas e sabores têm um forte apelo entre crianças e adolescentes. Nos EUA e em alguns países da Europa, o uso dos DEFs já atingiu níveis de epidemia. Por esses motivos, recentemente nos EUA foram instituídas medidas para banir o uso dos saborizantes nos DEFs.

Argumento 6 – Os fumantes veem os DEFs como uma alternativa viável ao uso de serviços de cessação do tabagismo com base em evidências e à farmacoterapia para cessação do tabagismo.

Em paralelo com o aumento do uso de DEFs, foi observada uma diminuição no uso dos serviços de cessação do tabagismo e da farmacoterapia clinicamente testada, indicando que produtos alternativos contendo nicotina podem estar substituindo os tratamentos eficazes de cessação do tabagismo baseados em evidências.

Argumento 7- Uma estratégia de redução de danos pode sugerir, incorretamente, que não somos capazes de vencer a epidemia do tabagismo.  

As medidas em prol do controle do tabaco são consideradas ações de maior sucesso de saúde pública. Países proativos no controle do tabaco observaram queda brusca no número de fumantes. Portanto, sabemos o que funciona. É necessário que haja líderes compromissados em implementar medidas de controle efetivas.

É importante observar que muitos dos profissionais de saúde, especialistas em controle do tabaco e tomadores de decisão têm boas intenções ao sugerirem estratégias de redução de danos. Eles pensam em uma maneira pragmática de aliviar os efeitos devastadores do tabaco para a saúde. No entanto, as boas intenções sempre devem ser acompanhadas de sólidas evidências científicas ao adotar uma estratégia em larga escala.

A redução de danos no tabagismo pode ser reservada para uma minoria de fumantes de alto risco, e não utilizada como uma estratégia de base populacional.

Outro fato que não pode ser ignorado é que os produtos alternativos de fumar são fabricados pela mesma indústria que produz o cigarro convencional. Portanto, há interesse econômico em vender para o máximo de indivíduos possível: fumantes ou não.

Desde a década de 1950, a indústria lança produtos com a promessa de mais segurança para os fumantes: filtros, cigarros light, baixo teor de alcatrão, etc. Nenhum desses adicionais melhorou de fato a saúde dos fumantes.

Quando um fumante para completamente de fumar, ele experimenta muitos benefícios à saúde, pois não há mais exposição a substâncias nocivas. Os fumantes que mudam para produtos alternativos ainda terão uma exposição prolongada a substâncias tóxicas e cancerígenas. Embora reduzida, essa exposição contínua a substâncias tóxicas é uma péssima alternativa para deixar de fumar.


Referência

Pisinger C, Dagli E, Filippidis F, Hedman L, Janson C, Loukides S, Ravara S, Saraiva I, Vestbo J, the ERS Tobacco Control Committee, on behalf of the ERS. ERS and tobacco harm reduction. Eur Respir Journal 2019; 54: 1902009; DOI: 10.1183/13993003.02009-2019.