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Poluição do ar faz o pulmão envelhecer mais rápido e aumenta o risco de DPOC

De acordo com um novo estudo publicado no European Respiratory Journal, a poluição atmosférica faz os pulmões envelhecerem de forma mais rápida e aumenta os riscos de se desenvolver Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).

Os autores da pesquisa utilizaram o UK Biobank, banco que reúne informações de 303 .887 indivíduos que têm entre 40 e 69 anos de idade, com dados completos de covariáveis e medidas das funções pulmonares registrados entre 2006 e 2010.

A função pulmonar diminui naturalmente conforme envelhecemos, porém, a pesquisa demonstrou que a inalação de material particulado acelera esse processo. 

Material particulado é um composto de gotículas no ar, derivado de sujeira, poeira, fuligem ou fumaça, proveniente de usinas a carvão e gás natural, carros, queimadas, estradas não pavimentadas e canteiros de obras, de acordo com a US Environmental Protection Agency.

De acordo com os achados, inalar um adicional de 5 microgramas por m³ de material particulado por ano é o suficiente para causar um envelhecimento precoce de dois anos dos pulmões e uma redução significativa da função pulmonar.

Além disso, nas áreas de maior poluição, onde as pessoas estão expostas a mais de 10 microgramas por m³ anualmente, o índice de DPOC é quatro vezes maior se comparado ao de indivíduos que convivem com fumantes.

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é o termo usado para descrever as doenças que causam bloqueio da passagem do ar pelos pulmões e dificuldade de respirar. Atualmente, é a 3ª causa de morte em todo o mundo. 

A maioria das pessoas que tem DPOC fumaram em algum momento da vida, mas a doença também tem fator genético e pode ter causa ocupacional ou ambiental.

Segundo os cientistas, a poluição do ar provoca inflamações nos pulmões, o que estreita as vias aéreas e dificulta a respiração. A exposição à poluição atmosférica também aumenta o risco de ter doenças cardiovasculares, infarto e câncer de pulmão.

Os pesquisadores constataram, ainda, que a população de baixa renda está mais sujeita a sofrer os impactos da inalação de ar poluído.

“Nos participantes de renda mais baixa, a poluição do ar teve, aproximadamente, duas vezes o impacto no declínio da função pulmonar e três vezes o aumento do risco de DPOC, na comparação com os indivíduos de renda mais alta que tiveram a mesma exposição”, disse Anna Hansell, professora de epidemiologia ambiental na Universidade de Leicester.

Os casos de DPOC devem aumentar dramaticamente nos próximos dez anos, impulsionados pelas mudanças climáticas e o aumento dos níveis de poluição.

Fonte: Jen Christensen – CNN.