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Dia Mundial da DPOC: campanha de conscientização é em 16 de novembro

Na 3ª quarta-feira do mês de novembro, a Global Initiative For Chronic Obstructive Pulmonary Disease (GOLD COPD) propõe compartilharmos informações sobre a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).

Entre os desafios dos pneumologistas estão o diagnóstico tardio da doença, que pode não manifestar sintomas até os graus mais avançados, e a alta taxa de mortalidade. A DPOC é classificada como 3ª causa de morte, globalmente.

A principal conduta para evitar a DPOC é não fumar qualquer tipo de cigarro e apostar no controle de todos os produtos fumígenos no Brasil.

O diagnóstico precoce da doença é fundamental para preservar os pulmões por mais tempo, evitando a perda acelerada da função pulmonar.

Na campanha, a SBPT orienta a procurar um médico e realizar a espirometria caso tenha sintomas de tosse e expectoração, principalmente se fuma ou já fumou um dia ou se tem histórico de exposição ao ar poluído, poeira e fumaça. Baixe as imagens de campanha:

DPOC no Brasil

“Apenas 2% da população brasileira com mais de 40 anos de idade recebeu diagnóstico de DPOC, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde realizada em 2013 e 2019. Entretanto, ao realizarmos espirometria em uma amostra da população brasileira, chegamos à conclusão que a prevalência dessa doença pode atingir até 15%”, explica a Dra. Ana Menezes, que ministrou a conferência nacional “O que sabemos sobre a DPOC no Brasil?”, em 14/10/2022, no 40º Congresso Brasileiro de Pneumologia e Tisiologia.

“Além disso, entre os que têm a doença diagnosticada, cerca de metade, apenas, relatou estar recebendo algum tipo de tratamento”, relatou a pneumologista e epidemiologista.

A pesquisadora destacou que é preciso considerar as profundas desigualdades do país. “Observa-se que, enquanto o uso dos inaladores (principal medicação para DPOC), é de cerca de 60% nos indivíduos de nível socioeconômico mais alto, o índice é de apenas 40% entre a população mais pobre”.

Imagem: GOLD COPD.

Assuntos relacionados:

SBPT publica Recomendações Para Oxigenoterapia Domiciliar Prolongada 2022

Em artigo especial publicado no Jornal Brasileiro de Pneumologia vol. 48, n. 5 / 2022, os pneumologistas da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia atualizaram o consenso sobre oxigenoterapia domiciliar prolongada (ODP), abordando aspectos como as particularidades do uso de oxigênio em diversas doenças e situações, como o uso em pediatria, exercícios físicos, sono, cuidados paliativos, viagens aéreas, entre outras.

No podcast Direto ao Ponto SBPT, a Dra. Maria Vera Castellano comentou sobre a relação da ODP com o aumento de sobrevida; a insuficiência respiratória e a hipoxemia silenciosa na Covid-19; diferenças na indicação de oxigênio na Pediatria; o que deve ser orientado na prescrição; entre outros assuntos. Ouça aqui.

“O paciente que faz uso contínuo de oxigênio deve ser avaliado periodicamente sobre a manutenção do tratamento e adaptação em diferentes situações do dia a dia. Nestas recomendações, também apresentamos diversos quadros com informações práticas, que destacam desde a determinação de real necessidade deste tratamento, como fazer a prescrição e encaminhamento para o SUS, até aspectos de educação dos pacientes, familiares e cuidadores”, ressalta a Dra. Maria Vera Castellano, primeira autora do artigo.

O consenso anterior a este foi publicado pela SBPT em 2000. Este novo documento é uma revisão não sistemática da literatura, realizada por pneumologistas brasileiros com base nas recomendações da British Thoracic Society (BTS), American Thoracic Society (ATS) e Sociedad Española de Neumología y Cirugía Torácica (SEPAR), adaptadas à realidade nacional.

A oxigenoterapia domiciliar é utilizada há mais de 70 anos para melhorar a qualidade e expectativa de vida dos pacientes. A prescrição é mais frequente para Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), Hipertensão Pulmonar (HP), Doenças Pulmonares Intersticiais (DPI) e outras que evoluem com hipoxemia grave em repouso.

Leia o artigo completo.

Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC): 21 de novembro

O Dia Mundial da DPOC é uma campanha anual conduzida pela Iniciativa Global Para Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (GOLD), sempre na 3ª quarta-feira do mês de novembro, com o objetivo de aumentar o conhecimento público sobre a doença.

A DPOC é uma síndrome clínica que compreende a bronquite crônica e o enfisema pulmonar. Os sintomas mais comuns são falta de ar aos esforços, tosse, expectoração e cansaço, que aparecem quando a inflamação dos brônquios e o excesso de muco (característicos da bronquite crônica) dificultam a passagem do ar, causando perda progressiva da função pulmonar.

O enfisema, alteração caracterizada pela dilatação dos alvéolos (espaços aéreos microscópicos onde ocorre a troca de gases entre o ar e o sangue dos capilares) e destruição de suas paredes, também agrava a falta de ar por reduzir a capacidade dos pulmões oxigenarem o sangue.

A DPOC é uma doença tratável com medicamentos (broncodilatadores, anti-inflamatórios e outros, especificados pelo médico), além da reabilitação pulmonar e suplementação de oxigênio, dependendo da gravidade.

Atualmente, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica representa a 3ª causa de morte no mundo (251 milhões/ano). Trata-se de um dado alarmante, já que é possível evitá-la. A melhor forma de prevenção é a cessação do tabagismo, responsável por cerca de 80% dos casos.

O slogan da campanha de 2018 “never too early, never too late” (“nunca é cedo demais, nunca é tarde demais”) reafirma a importância de prestar a atenção na respiração cotidianamente e enfatiza que a DPOC tem tratamento efetivo, especialmente quando o diagnóstico é feito no início.

Aos pacientes que apresentem sintomas suspeitos, é recomendado consultar o médico, a fim de confirmar o diagnóstico e iniciar precocemente o tratamento, que visa, entre outras coisas, controlar os sintomas, reduzir o impacto da doença no dia a dia, prevenir as exacerbações e retardar a progressão da DPOC.

Pessoas que passaram a perder o fôlego e ficar ofegante durante a atividade física, por exemplo, ou que têm tosse repetitiva ou, ainda, com histórico de exposição à fumaça, devem fazer a espirometria, exame rápido, indolor e não invasivo.

Clique na imagem para ler a cartilha da Espirometria (em português) – European Respiratory Society e European Lung Foundation.

Tratamento

Por ser uma doença crônica, a DPOC deve ser controlada e tratada a longo prazo, com medicações de controle, definidas pelo médico conforme a gravidade da doença. A maioria dos pacientes toma remédios para ajudar na limpeza das vias aéreas, facilitar a respiração, reduzir a inflamação ou aumentar o crescimento e a reparação tecidual.

A reabilitação pulmonar consiste em um programa de treinamento físico e medidas educacionais para mudança de comportamento, manejo de sintomas e ganho de tolerância após os esforços físicos¹ do paciente com DPOC. Os exercícios podem ser feitos em casa ou no hospital. Diversos estudos² demonstraram o papel da reabilitação na redução da dispneia (falta de ar), no aumento do desempenho no exercício, na redução na frequência de crises e melhora da qualidade de vida, independente do estágio clínico da doença.

No entanto, a terapia ainda é pouco difundida. Apenas 1,9% dos pacientes internados com DPOC nos EUA (4.225 de 223.832 indivíduos incluídos na pesquisa²) aderiram aos programas de reabilitação nos 6 primeiros meses.

Exacerbações

Os eventos de piora da tosse, catarro no peito e falta de ar são as chamadas “exacerbações” da DPOC, que podem ocorrer sem causa aparente ou por estímulo de uma infecção respiratória, exposição à poluição, exposição ao tabaco ou descompensação de outras doenças, como eventos cardiovasculares e tromboembólicos. A vacinação para a influenza e para o pneumococo e a cessação do tabagismo são medidas reconhecidas para evitar esses episódios.

No dia a dia, há uma série de estratégias (medicamentosas e não medicamentosas) orientadas pelo médico para os casos de piora das queixas respiratórias. Ainda assim, é importante estar atento e procurar ajuda caso os sintomas não melhorem.

Oxigenoterapia em casa: recomendada para casos específicos de DPOC³

A oxigenoterapia domiciliar prolongada (ODP) é a suplementação de oxigênio por um cateter nasal, indicada para pacientes com DPOC grave que preencham critérios bastante específicos. O médico se baseia no valor da medida do oxigênio no sangue, aferida através de um exame chamado gasometria arterial. O uso do oxigênio está associado a um melhor desempenho nas atividades da vida diária, ao aumento da tolerância ao exercício e também ao aumento da sobrevida.

Acesse aqui a cartilha elaborada pelo Ambulatório de Oxigenoterapia da Faculdade de Medicina da Unesp.

É bom lembrar que a utilização do O2 não deve se restringir aos momentos de “falta de ar”, mas ao maior tempo possível (idealmente 18 a 24h/dia).

Em setembro de 2018, foram gastos mais de 8 milhões com serviços hospitalares para tratar a bronquite, enfisema e outras doenças pulmonares obstrutivas crônicas, segundo o Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), do Ministério da Saúde.


Mais informações e referências:

¹ Singh SJ, Garvey C, ZuWallack R, Nici L, Rochester C et al. An official American Thoracic Society/European Respiratory Society statement: key concepts and advances in pulmonary rehabilitation. Am J Respir Crit Care Med 2013;188:e13-64.

² Spitzer KA, Stephan MS, Priya A, Pack QR, Pekow PS, Lagu T et al. Participation in Pulmonary Rehabilitation Following Hospitalization for COPD among Medicare Beneficiaries. Ann Am Thorac Soc. 2018 Nov 12. doi: 10.1513/AnnalsATS.201805-332OC. [Epub ahead of print]

³ Mesquita1 CB, A , Knaut1 C, B , Caram1 LMO, C , et al. Impacto da adesão à oxigenoterapia de longa duração em pacientes com DPOC e hipoxemia decorrente do esforço acompanhados durante um ano. J Bras Pneumol. 2018;44(5):390-397.

Forum of International Respiratory Societies. World COPD Day 2018 Fact Sheet.