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Dia Mundial da Pneumonia: o que precisamos saber?

A pneumonia é uma infecção de vias aéreas inferiores. Quando adquirida na comunidade (PAC), é causada na maioria das vezes pela bactéria Streptococcus pneumoniae (pneumococo), que se instala nos pulmões quando há situações de baixa imunidade.

“O pneumococo faz parte da flora bacteriana usual das nossas vias aéreas superiores. Porém, esses microrganismos acabam invadindo os pulmões e levando à pneumonia quando há fatores que causam diminuição da imunidade, como uma gripe forte, por exemplo”, explica o dr. José Tadeu Colares Monteiro, pneumologista da Comissão Científica de Infecções Respiratórias e Micoses da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).

A pneumonia também pode ser causada por vírus ou fungos. Neste último caso, mais raro e específico em pessoas com imunossupressão ou ligado às condições do ambiente.

A infecção por H1N1, H2N3 (Influenza) ou SARS-CoV-2 (COVID-19) também podem favorecer infecções respiratórias bacterianas secundárias. Portanto, vacinar-se contra a Influenza, a COVID-19 e o pneumococo, quando indicada pelo médico, é essencial para a prevenção da pneumonia¹.

A pneumonia leva à inflamação dos alvéolos pulmonares, os “sacos” que realizam a troca gasosa dos pulmões com o meio ambiente. Foto: Wikipedia

Os sintomas mais comuns da pneumonia são tosse, febre e dor torácica. Nos casos mais severos, pode haver falta de ar.

A tosse da pneumonia bacteriana costuma ter expectoração, catarro espesso. Enquanto a pneumonia viral (H1N1, H2N3, SARS-CoV-2) causa tosse mais seca.

A febre costuma ser mais baixa no caso das pneumonias virais. Nos idosos, pode haver pneumonia sem febre.

É importante ficar atento aos sintomas e procurar atendimento médico. De acordo com o Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), do Ministério da Saúde, foram registradas 25.917 internações e 3.596 óbitos por pneumonia no Brasil em agosto de 2021².

Em novembro é o Dia Mundial da Pneumonia (12/11), por isso, a SBPT reforça a importância de proteger os grupos de maior risco para a infecção:

  • Crianças, especialmente abaixo dos 2 anos.
  • Idosos acima de 65 anos.
  • Pessoas com doenças crônicas, respiratórias, cardíacas, hepáticas e que causam imunossupressão, como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma, bronquiectasias, fibrose pulmonar, fibrose cística, Covid-19, diabetes mellitus, insuficiência cardíaca, HIV/AIDS e câncer.
  • Pacientes em tratamento com imunossupressores.
  • Alcoolistas e tabagistas.

O diagnóstico da pneumonia é essencialmente clínico. O médico vai conversar com o paciente (anamnese), fazer um exame físico para verificar alterações na ausculta pulmonar e, para ratificar o diagnóstico, é feito um raio-x de tórax.

Os exames laboratoriais podem ser necessários em casos de germes atípicos, casos graves, para pacientes que não respondam ao tratamento inicial ou que estejam internados em UTI e em caso de mais de uma infecção associada, como COVID-19 ou Influenza.

Se confirmada a infecção, inicia-se o tratamento com antibióticos, conforme o patógeno mais provável no local de aquisição da doença, a presença de fatores de risco individuais e doenças associadas, relação custo-eficácia e fatores epidemiológicos, como viagens recentes e alergias, de acordo com as “Recomendações de Manejo da Pneumonia Adquirida na Comunidade”, editadas pela SBPT em 2018³.

“No cenário de uma pandemia, os sintomas da pneumonia e da COVID-19 podem se sobrepor. Então, é mandatório fazer a pesquisa do antígeno nos pacientes que dão entrada nos hospitais com quadro sintomático respiratório, sintomas gripais ou de pneumonia. Na maioria dos locais, o protocolo é fazer o exame RT-PCR. Se for COVID-19, o tratamento é de suporte clínico e os pacientes que evoluem com sinais de gravidade são internados4”, lembra o dr. José Tadeu.

“No caso da COVID-19, existem as particularidades. Então, a gente viu na primeira onda pacientes com muita dor torácica, muito sintoma de via aérea superior, como dor de garganta, febre, perda do paladar e olfato e sensação de fadiga, que é aquele cansaço físico, extenuante, diferente da falta de ar da pneumonia grave”, complementa o especialista.

Referências

¹Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e Sociedade Brasileira de Imunizações. Pneumologia – Guia de Imunização SBPT/SBIm 2018-2019.

²Ministério da Saúde. DATASUS. Acesso em nov 2021.

³Corrêa RA, a, Costa AN, b, Lundgren.c F, Michelim L, et al. 2018 recommendations for the management of community acquired pneumonia. J Bras Pneumol. 2018;44(5):405-423

Ministério da Saúde. Orientações sobre o tratamento farmacológico do paciente adulto hospitalizado com COVID-19. Acesso em nov 2021.