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Cristo Redentor é iluminado em campanha da SBPT contra os cigarros eletrônicos

Neste domingo, 10 de março, o icônico monumento ao Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, recebeu iluminação especial em tons de verde não apenas para cativar os olhos dos espectadores, mas para conscientizar a população quanto aos males associados ao uso de cigarros eletrônicos, destacando a importância de mantê-los proibidos no Brasil.

A iniciativa, que é parte da campanha da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), em parceria com o Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, reuniu mais de 50 representantes de sociedades médicas brasileiras, instituições públicas e da sociedade civil.

“O impacto do Brasil ter conseguido reduzir uma população de 40% de fumantes para pouco mais de 10% é inquestionável. Temos aqui, no final deste domingo, um vento puro que é tão simbólico que não podemos deixar de fazer outra coisa senão poesia deste momento.”, destacou a presidente da SBPT, Dra. Margareth Dalcolmo, durante a cerimônia de abertura.

“E, por isso, nos preocupa que, agora, nossos jovens estejam sendo instados e tentados por esses dispositivos, de apresentação um tanto glamourosa, em certo sentido, a ficarem adictos e profundamente adoecidos.”, advertiu.

Desde 2009, o comércio dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) são proibidos pela Anvisa, por meio da Resolução n°46. No entanto, a falta de fiscalização no país permite que qualquer pessoa tenha fácil acesso aos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), sendo crianças e adolescentes, as novas vítimas da dependência de nicotina e pacientes de graves quadros respiratórios, cada vez mais frequentes.

O presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Dr. Mario Moreira, lembrou que sempre que política pública é produzida sem embasamento científico, a sociedade é quem paga e o sistema de saúde é que fica sobrecarregado.

“Então, nós estamos aqui, ombreados com todas essas entidades de saúde para reafirmar que é preciso escutar a ciência. E a ciência tem produzido evidências que demonstram que esses dispositivos eletrônicos fazem mal à saúde dos nossos jovens.”, enfatizou Moreira.

A presidente da SBPT agradeceu o apoio incontestável do santuário, na figura do padre Omar, e de todos os demais parceiros que tem acompanhado de perto, em suas rotinas profissionais, os danos que o uso desses dispositivos tem ocasionado nos pulmões da população mais jovem.

“Nosso desejo é que isso repercuta, não como uma mera visita ao Cristo Redentor, mas como algo de muita força simbólica, especialmente neste momento em que estamos a poucos dias da Anvisa convocar uma nova reunião da diretoria colegiada, que nós esperamos, com muita expectativa e com muita fé, se me permite assim dizer, que ratifique a nossa posição que o Brasil tem de regulamentação desde 2009, que não permite nem a comercialização e nem a distribuição de dispositivos eletrônicos de fumar. Evidentemente que, ao dizer isso, não estamos de acordo com a punição ou exposição de usuários, uma vez que o nosso papel é conscientizá-los.”, complementou Margareth Dalcolmo.

Além dos respectivos líderes das entidades supracitadas à frente desta ação, cabe destacar a participação da presidente da Academia Nacional de Medicina (ANM), Prfa. Eliete Bouskela; do Dr. Carlos Alberto de Barros Franco; da secretária de Ciência e Tecnologia do município do Rio de Janeiro, Dra. Tatiana Roque; do médico e ativista do Centro de Apoio ao Tabagista (CAT), Dr. Alexandre Milagres; do representante da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Victor Pimentel Diogo; da representante da Aliança contra o Câncer de Pulmão; Dra. Paula Werneck; do presidente da SOPTERJ, Dr. Carlos Leonardo Carvalho Pessoa; do presidente da Sociedade de Pediatria do Rio de Janeiro, Dr. Claudio Hoineff; ​​da representante da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Dra. Andrea Brandão; do presidente eleito da SBPT (Biênio 2025-2026), Dr. Ricardo Amorim Corrêa e dos diretores da atual gestão da SBPT, Dr. Ricardo Luiz de Melo Martins; Dr. Octavio Henrique Coelho Messeder e Dra. Enedina Scuarcialupi.

“É uma coisa triste, a possibilidade de glamourização de algo que faz tão mal à saúde. Todas as instituições e associações médicas precisam se unir nesta luta, pois vimos muito bem o problema que se traz quando trilhamos caminhos contrários à ciência. Então, temos que ter consciência do que estamos falando. A Academia já protocolou documento contra e recomendamos que todas as demais instituições se manifestem da mesma forma. Nós estamos às ordens para discutir esse assunto como qualquer outro assunto que interessa à saúde”, reiterou Eliete Bouskela.

O iluminar do monumento ao Cristo Redentor neste domingo foi mais do que um espetáculo visual: foi um lembrete vívido dos desafios enfrentados pela sociedade na luta contra o tabagismo.

Por isso, atenda você também a este chamado de ação para proteger a juventude brasileira dos perigos associados ao uso desses dispositivos!