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Dr. Bartô: aconselhamento breve sobre drogas e álcool

Na edição n. 26 do projeto de aconselhamento breve sobre álcool e drogas, o pediatra Dr. João Paulo Lotufo (Dr. Bartô) fala da importância de conversar com as crianças sobre tabagismo.

O médico conta que a criança já reconhece o que é a dependência e é capaz de assimilar informações que evitam a adicção no futuro.

Assista aqui:

Conheça todo o conteúdo de aconselhamento breve do Dr. Bartô.

Mês de atenção à DPOC: uma das doenças pulmonares mais prevalentes em adultos

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é caracterizada por enfisema pulmonar e bronquite crônica e está presente em cerca de 10,1% da população¹ e aproximadamente 15,8% dos adultos com mais de 40 anos de idade da cidade de São Paulo².

A doença é mais comum em pessoas com mais de 50 anos de idade e está associada, principalmente, à exposição ao fumo, poluição, poeira e produtos químicos.

“A prematuridade e a baixa função pulmonar no início da vida adulta também são fatores de risco para DPOC. Assim, temos que prevenir a doença evitando as exposições intraútero, na infância e adolescência”, orienta a pneumologista dra. Marli Knorst, coordenadora da Comissão Científica de DPOC da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).

Os sintomas mais comuns da DPOC são dispneia (falta de ar), tosse crônica e produção de muco (expectoração). Se tiver algum desses sintomas, é recomendado procurar um pneumologista e fazer o exame de espirometria para confirmar o diagnóstico, especialmente se for fumante ou ex-fumante. A doença é progressiva e pode ser incapacitante, levando à falta de ar e cansaço ao realizar atividades simples do dia a dia.

Com o objetivo de chamar a atenção para a complexidade da DPOC, alta prevalência e subdiagnóstico da doença, em novembro (17/11), a Global Initiative For Chronic Obstructive Pulmonary Disease (GOLD) realiza uma campanha para disseminar informações sobre a DPOC.

O tema de 2021, “Pulmões saudáveis: mais importante do que nunca”, chama a atenção para cuidar da saúde pulmonar, principalmente diante da COVID-19. Uma meta-análise mostrou que pacientes com DPOC tem um risco mais alto de ter COVID-19 grave que indivíduos sem DPOC e podem ter um desfecho mais desfavorável, associado a maior mortalidade (60%)³.

“Uma das medidas mais importantes é cessar a exposição que está causando a DPOC. Na maioria dos casos é o tabagismo. Se parar de fumar, o portador de DPOC vai viver mais tempo. Também é importante tomar as vacinas recomendadas para quem tem DPOC, como a vacina da Influenza (gripe), contra pneumococo (pneumonia), contra COVID-19 e, recentemente, está sendo recomendada a vacina contra coqueluche (DTP)”, explica a dra. Marli.

A doença não tem cura, mas pode ser controlada. O tratamento prescrito pelo médico geralmente prevê o uso de um dispositivo inalatório (spray, equipamento de névoa ou pó seco). É muito importante utilizar a técnica adequada para cada dispositivo para garantir um melhor aproveitamento da medicação.

Além de manter o tratamento com o broncodilatador prescrito, os pacientes com DPOC devem participar de programas de reabilitação com fisioterapia respiratória e praticar atividade física para melhorar a qualidade de vida.

“Se permanecer muito tempo sentado ou deitado, o portador de DPOC pode começar a sentir falta de ar com atividades cada vez menos intensas. É importante romper esse ciclo e tentar ficar o mais ativo possível”, recomenda a pneumologista.

DPOC – Prevenção de exacerbações. Fonte: II Congresso SBPT Virtual – Asma, DPOC e Tabagismo

Em setembro de 2021, a DPOC causou 5.010 internações nos hospitais do SUS (DATASUS), em todo o Brasil. Por isso, é importante conscientizar a população e capacitar as equipes da atenção básica de saúde, a fim de evitar exacerbações pela doença (piora da tosse, expectoração ou falta de ar). Essas crises podem acelerar o declínio da função pulmonar e estão associadas com aumento de mortalidade.

Atualmente, a DPOC é quarta causa de óbitos, globalmente. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 90% dessas mortes acontecem em países de renda média a baixa, porque as estratégias de prevenção não são eficazes e os tratamentos não estão disponíveis ou não são acessíveis para todos.

No Brasil, um dos desafios é aumentar a conscientização sobre a importância da reabilitação e oferecer programas de recuperação bem consolidados para os pacientes. Um avanço importante no país foi a incorporação de Broncodilatadores Antagonistas Muscarínicos de Longa Ação (LAMA) associados a Agonistas Beta2-Adrenérgicos de Longa Ação (LABA) para pacientes com DPOC grave, muito grave e com alto risco. “A disponibilidade de dois broncodilatadores de classes diferentes, tendo efeito de ação potencializado e sendo administrados no mesmo dispositivo, amplia as possibilidades terapêuticas e aumenta o conforto para o paciente”, salienta a dra. Marli.

Veja mais

Referências

¹ Lamprecht B, et al. COPD in never smokers: Results from the population-based burden of obstructive lung disease study. Chest 2011.

² Menezes AMB, et al. Chronic obstructive pulmonary disease in five latin american cities (the PLATINO study): a prevalence study. Lancet 2005; 366:1875-81.

³ Alqahtani JS, Oyelade T, Aldhahir AM, Alghamdi SM, Almehmadi M, Alqahtani AS, Quaderi S, Mandal S, Hurst JR. Prevalence, Severity and Mortality associated with COPD and Smoking in patients with COVID-19: A Rapid Systematic Review and Meta-Analysis. PLoS One. 2020 May 11;15(5):e0233147. doi: 10.1371/journal.pone.0233147. eCollection 2020.

Conitec abre Consulta Pública para incorporação de medicamento para HPTEC

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) abriu uma Consulta Pública sobre a incorporação do medicamento de via oral riociguate para o tratamento da Hipertensão Pulmonar Tromboembólica Crônica (HPTEC) inoperável, persistente ou recorrente após tratamento cirúrgico.

O prazo para contribuir é 23/11/2021.

Clique aqui para preencher o formulário com a sua opinião.

Leia o Relatório Técnico.

Leia o Relatório para a Sociedade.

Diretrizes Brasileiras para Tratamento Medicamentoso Ambulatorial do Paciente com Covid-19

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) abrirá na terça feira (16/11) a Consulta Pública nº 90 sobre as Diretrizes Brasileiras para Tratamento Medicamentoso Ambulatorial do Paciente com Covid-19.

O prazo para enviar contribuições é 25/11/2021.

Clique aqui para contribuir.

No Protocolo Clínico e de Diretrizes Terapêuticas, as instituições de saúde não recomendam ou sugerem o uso de nenhum dos fármacos avaliados em pacientes ambulatoriais com suspeita ou diagnóstico de Covid-19.

O conteúdo tem base nas evidências disponíveis na literatura científica e está alinhado com a Organização Mundial de Saúde (OMS), National Institutes of Health (NIH) e Infectious Diseases Society of America (IDSA).

A SBPT participou da elaboração do conteúdo, por intermédio do Coordenador da Comissão de Infecções da SBPT, Prof. Tadeu Monteiro, e da Ex-coordenadora e atual membro da Comissão, Profa. Rosemeri Maurici. Portanto, o documento é chancelado pelos representantes da Comissão e pela Presidência da SBPT e sua Diretoria.

Por que é importante contribuir?

As conclusões apresentadas foram pautadas em metodologia robusta e que utilizou as melhores evidências científicas disponíveis até o presente momento.

Diante da relevância do tema e necessidade de controle da pandemia, os serviços e profissionais de saúde devem estar alinhados para garantir que os pacientes sejam acompanhados da melhor forma.

Apesar do cenário de incertezas, é importante descartar terapias ineficazes e alocar recursos para tecnologias com benefício comprovado, como equipamentos de proteção individual, vacinas, intervenções para o suporte ventilatório dos pacientes e terapias medicamentosas com efetividade comprovada.

Se você é profissional da saúde, acesse no site da Conitec, preencha o formulário com seus dados pessoais e profissionais e insira a sua opinião sobre o assunto com as referências científicas.

Recomendações para o manejo da asma grave da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia 2021

O Jornal Brasileiro de Pneumologia vol. 47, n. 6 (nov/dez 2021) publicou as Recomendações para o manejo da asma grave da SBPT 2021.

Com base em evidências recentes, um painel de 17 pneumologistas brasileiros elaborou o documento para destacar a importância do diagnóstico correto e revisar os avanços referentes à fenotipagem, uso de biomarcadores e novos tratamentos para a asma grave.

“As recomendações são adaptadas à realidade brasileira e publicadas em uma época especialmente promissora para a doença, visto que ocorreram avanços importantes na incorporação de medicações voltadas para o tratamento da asma grave, tanto no Sistema Único de Saúde quanto na Saúde Suplementar, fatos que refletem diretamente na prática diária do manejo desses pacientes”, observa a dra. Regina Carvalho, uma das autoras do artigo.

O conteúdo inclui a definição diagnóstica da asma de difícil controle e asma grave em adultos; a importância da avaliação da adesão ao tratamento e da técnica inalatória; a investigação da exposição aos alergenos e das comorbidades; os biomarcadores; a fenotipagem; o tratamento farmacológico e não farmacológico; a avaliação da resposta ao tratamento, entre outros aspectos.

Leia o artigo completo no JBP.

Carvalho-Pinto RM, Cançado JED, Pizzichini MMM, Fiterman J, Rubin AS, Cerci Neto A, et al. 2021 Brazilian Thoracic Association recommendations for the management of severe asthma. J Bras Pneumol. 2021;47(6):e20210273

Dia Mundial da Pneumonia: o que precisamos saber?

A pneumonia é uma infecção de vias aéreas inferiores. Quando adquirida na comunidade (PAC), é causada na maioria das vezes pela bactéria Streptococcus pneumoniae (pneumococo), que se instala nos pulmões quando há situações de baixa imunidade.

“O pneumococo faz parte da flora bacteriana usual das nossas vias aéreas superiores. Porém, esses microrganismos acabam invadindo os pulmões e levando à pneumonia quando há fatores que causam diminuição da imunidade, como uma gripe forte, por exemplo”, explica o dr. José Tadeu Colares Monteiro, pneumologista da Comissão Científica de Infecções Respiratórias e Micoses da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).

A pneumonia também pode ser causada por vírus ou fungos. Neste último caso, mais raro e específico em pessoas com imunossupressão ou ligado às condições do ambiente.

A infecção por H1N1, H2N3 (Influenza) ou SARS-CoV-2 (COVID-19) também podem favorecer infecções respiratórias bacterianas secundárias. Portanto, vacinar-se contra a Influenza, a COVID-19 e o pneumococo, quando indicada pelo médico, é essencial para a prevenção da pneumonia¹.

A pneumonia leva à inflamação dos alvéolos pulmonares, os “sacos” que realizam a troca gasosa dos pulmões com o meio ambiente. Foto: Wikipedia

Os sintomas mais comuns da pneumonia são tosse, febre e dor torácica. Nos casos mais severos, pode haver falta de ar.

A tosse da pneumonia bacteriana costuma ter expectoração, catarro espesso. Enquanto a pneumonia viral (H1N1, H2N3, SARS-CoV-2) causa tosse mais seca.

A febre costuma ser mais baixa no caso das pneumonias virais. Nos idosos, pode haver pneumonia sem febre.

É importante ficar atento aos sintomas e procurar atendimento médico. De acordo com o Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), do Ministério da Saúde, foram registradas 25.917 internações e 3.596 óbitos por pneumonia no Brasil em agosto de 2021².

Em novembro é o Dia Mundial da Pneumonia (12/11), por isso, a SBPT reforça a importância de proteger os grupos de maior risco para a infecção:

  • Crianças, especialmente abaixo dos 2 anos.
  • Idosos acima de 65 anos.
  • Pessoas com doenças crônicas, respiratórias, cardíacas, hepáticas e que causam imunossupressão, como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma, bronquiectasias, fibrose pulmonar, fibrose cística, Covid-19, diabetes mellitus, insuficiência cardíaca, HIV/AIDS e câncer.
  • Pacientes em tratamento com imunossupressores.
  • Alcoolistas e tabagistas.

O diagnóstico da pneumonia é essencialmente clínico. O médico vai conversar com o paciente (anamnese), fazer um exame físico para verificar alterações na ausculta pulmonar e, para ratificar o diagnóstico, é feito um raio-x de tórax.

Os exames laboratoriais podem ser necessários em casos de germes atípicos, casos graves, para pacientes que não respondam ao tratamento inicial ou que estejam internados em UTI e em caso de mais de uma infecção associada, como COVID-19 ou Influenza.

Se confirmada a infecção, inicia-se o tratamento com antibióticos, conforme o patógeno mais provável no local de aquisição da doença, a presença de fatores de risco individuais e doenças associadas, relação custo-eficácia e fatores epidemiológicos, como viagens recentes e alergias, de acordo com as “Recomendações de Manejo da Pneumonia Adquirida na Comunidade”, editadas pela SBPT em 2018³.

“No cenário de uma pandemia, os sintomas da pneumonia e da COVID-19 podem se sobrepor. Então, é mandatório fazer a pesquisa do antígeno nos pacientes que dão entrada nos hospitais com quadro sintomático respiratório, sintomas gripais ou de pneumonia. Na maioria dos locais, o protocolo é fazer o exame RT-PCR. Se for COVID-19, o tratamento é de suporte clínico e os pacientes que evoluem com sinais de gravidade são internados4”, lembra o dr. José Tadeu.

“No caso da COVID-19, existem as particularidades. Então, a gente viu na primeira onda pacientes com muita dor torácica, muito sintoma de via aérea superior, como dor de garganta, febre, perda do paladar e olfato e sensação de fadiga, que é aquele cansaço físico, extenuante, diferente da falta de ar da pneumonia grave”, complementa o especialista.

Referências

¹Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e Sociedade Brasileira de Imunizações. Pneumologia – Guia de Imunização SBPT/SBIm 2018-2019.

²Ministério da Saúde. DATASUS. Acesso em nov 2021.

³Corrêa RA, a, Costa AN, b, Lundgren.c F, Michelim L, et al. 2018 recommendations for the management of community acquired pneumonia. J Bras Pneumol. 2018;44(5):405-423

Ministério da Saúde. Orientações sobre o tratamento farmacológico do paciente adulto hospitalizado com COVID-19. Acesso em nov 2021.

19º Congresso Paulista de Pneumologia e Tisiologia começará na sexta-feira (19/11)

De 19 a 21 de novembro de 2021, a Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT) apresentará a 19ª edição do seu Congresso da área.

No dia 19/11 (sexta-feira), das 8h às 17h,  o evento terá quatro salas simultâneas com mesas redondas, conferências e simpósios, incluindo aulas com palestrantes internacionais.

Em 20/11 (sábado), a programação se inicia às 7h30, com três salas simultâneas. Já no dia 21/11 (domingo), das 8h às 13h10, além das aulas, haverá também sessões de pôsteres e temas livres.

Os temas são diversos e incluem asma, UTI, DPOC, interstício, tabagismo, pneumonia, tuberculose, manejo pré-operatório, oncologia torácica, circulação, cirurgia torácica, transplante, pós-COVID, Pneumologia Pediátrica, fibrose cística, distúrbios do sono, pleura, interdisciplinaridades e muito mais.

O valor de inscrição é promocional para sócios da SBPT.

Toda a programação ficará disponível no site por 2 meses a partir do primeiro dia do congresso. Haverá certificado de participação.

Saiba mais e inscreva-se aqui.

CEM Covid-19: nota aos brasileiros sobre o Relatório Técnico de Manejo da Covid-19 Ambulatorial enviado à Conitec

A Associação Médica Brasileira (AMB), por meio do Comitê Extraordinário de Monitoramento da Covid-19 (CEM COVID_AMB), expressa preocupação quanto ao fato de a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC) seguir sem deliberar oficialmente a respeito do relatório encomendado pelo Ministério da Saúde sobre a eficácia de medicações em casos de Covid-19 ambulatorial.

Para prestar esclarecimentos sobre o assunto, a AMB realizou uma coletiva de imprensa na terça-feira (9/11), com participantes das quinze sociedades médicas membros do CEM COVID_AMB, incluindo a Presidente da SBPT, dra. Irma de Godoy.

Leia e compartilhe o Boletim 021/2021 do CEM COVID_AMB, de 9/11/2021.

Dr Bartô: aconselhamento breve sobre álcool e drogas

Neste aconselhamento breve do Dr. Bartô, o pediatra compartilha mais um vídeo da série “Como Parar de Fumar”.

Produzida pela Associação Médica Brasileira (AMB), Instituto Nacional de Câncer (INCA) e Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a série tem base no novo protocolo nacional de cessação do tabagismo.

No vídeo “Reunião com o chefe”, o personagem precisa relaxar e se lembra do cigarro. Nos momentos de tensão, os profissionais de saúde aconselham a pessoa a tentar lembrar das motivações que a levaram decidir parar de fumar.

Assista e compartilhe os materiais com pacientes, familiares e amigos: Bartô e Os Doutores da Saúde.

Critical Care Conference trará atualizações em COVID-19 e UTI

De 8 a 10 de dezembro de 2021, a Asociación Latinoamericana de Tórax (ALAT), a American Thoracic Society (ATS) e a SBPT apresentarão a Critical Care Conference, evento internacional de atualização sobre Medicina Intensiva e Pneumologia.

As inscrições estão abertas no site do 14º Congresso da ALAT. O valor é promocional para sócios da SBPT, ALAT ou ATS. O preço é U$S 40 para participar apenas do Critical Care 2021 e U$S 120 para o Critical Care + Congresso da ALAT.

Este ano, a conferência será focada nos aprendizados com a COVID-19 e aplicados a outras patologias nas UTIs.

Clique aqui para baixar a programação

Na programação, estão previstos tópicos sobre insuficiência respiratória, “drive” respiratório no paciente com COVID-19, ECMO, ventilação mecânica, posição prona, reabilitação precoce, síndrome pós-COVID-19, desmame, disfunção da deglutição, entre outros temas.

Inscreva-se aqui

Função pulmonar após alta de pacientes hospitalizados com COVID-19

O Jornal Brasileiro de Pneumologia (vol. 47, n. 6), de nov/dez, traz um estudo de coorte que mostra as alterações funcionais persistentes em pacientes internados com COVID-19, 45 dias após a alta hospitalar.

Os pesquisadores avaliaram a capacidade pulmonar dos pacientes utilizando espirometria, medida de volumes pulmonares absolutos, difusão de monóxido de carbono (DLCO), teste de caminhada de 6 minutos e força muscular inspiratória e expiratória.

A coorte foi dividida em grupos segundo a gravidade da fase aguda: pacientes internados em CTI e submetidos à ventilação mecânica (VM) – UTI/VM+ -, pacientes internados em CTI não submetidos a VM – UTI/VM – e pacientes internados em enfermaria.

“Esta é a primeira publicação de uma coorte de pacientes internados com COVID-19 iniciado logo no início da pandemia, em abril de 2020, e que está sendo acompanhada por um período de até 18 meses. O projeto foi financiado pela Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)”, informa a dra. Valéria Maria Augusto, uma das autoras do artigo.

A amostra final incluiu 242 pacientes de três hospitais públicos da cidade de Belo Horizonte (MG): Júlia Kubitscheck, referência em Pneumologia; Eduardo de Menezes, referência em Doenças Infecciosas e o Hospital das Clínicas da UFMG.

Algumas das alterações importantes observadas pelos pesquisadores foram distúrbio ventilatório restritivo em 96%, redução da DLCO em 21%, redução da força muscular expiratória em 96% e redução da relação VEF1/CVF em 40%. Os pacientes do grupo UTI/VM+ tiveram maior redução da DLCO e da distância caminhada em % do previsto.

Além disso, a dessaturação ao esforço ocorreu em 32% da coorte total e foi mais frequente nos pacientes que estiveram em terapia intensiva.

Leia o artigo completo.

Mancuzo EV, Marinho CC, Machado-Coelho GLL, Batista AP, Oliveira JF, Andrade BH, et al. Lung function of patients hospitalized with COVID-19 at 45 days after hospital discharge: first report of a prospective multicenter study in Brazil. J Bras Pneumol. 2021;47(6):e20210162

Conheça os projetos e pesquisas em Oncologia vencedores do Prêmio Marcos Moraes

A Fundação do Câncer divulgou os vencedores do Prêmio Marcos Moraes de Pesquisa e Inovação para o Controle do Câncer, nas categorias Promoção da Saúde e Prevenção do Câncer, Cuidados Paliativos e Iniciativas para o Controle do Câncer.

O resultado foi revelado em cerimônia virtual realizada dentro do 9º Simpósio Internacional Oncoclínicas e Dana-Farber Cancer Institute. Os premiados foram definidos por uma comissão julgadora, liderada pelo médico epidemiologista e referência mundial em estudos de Oncologia, Moysés Szklo, da Universidade Johns Hopkins.

A primeira edição da premiação teve um total de 46 inscrições, de diversos estados do Brasil, e foi dividida nas três categorias. Os autores agraciados com o primeiro lugar de cada uma delas receberam, além de medalhas e certificados, o valor de 10 mil reais em premiação por projeto.

“Ficamos muito felizes com a criação do prêmio, a participação dos profissionais de saúde e pesquisadores e com a qualidade dos trabalhos recebidos. Em 2021 a Fundação do Câncer completou 30 anos e o prêmio Marcos Moraes, além de uma justa homenagem, é uma ação de fomento à Ciência e à Saúde. E representou bem os ideais e o legado do Dr. Marcos”, destaca Luiz Augusto Maltoni, diretor-executivo da Fundação do Câncer.

Na abertura do evento, Carlos Gil Ferreira, presidente do Instituto Oncoclínicas, instituição apoiadora do Prêmio Marcos Moraes, lembrou a representatividade do médico. “Ele foi uma referência, um dos meus mentores de carreira. É uma honra estar com vocês aqui”, destacou. Paulo Niemeyer Filho, presidente do Conselho Curador da Fundação do Câncer, falou sobre as três décadas da Fundação. “Estamos aqui hoje comemorando os 30 anos da Fundação do Câncer com esta primeira edição do prêmio. Ficamos felizes em dar seguimento ao trabalho do Dr. Marcos Moraes”, celebrou.

Vencedor do primeiro lugar na categoria Iniciativas para o Controle do Câncer, o médico Jessé Gomes da Silva, oncologista do Instituto Nacional do Câncer (INCA), falou sobre a importância da conquista. “É um prêmio de grande prestígio científico nacional”. O trabalho premiado é fruto da pesquisa de doutorado ‘Câncer de Mama Triplo Negativo: Avaliação dos Fatores Clínicos e Biomarcadores Tumorais’. Ele foi desenvolvido em uma unidade onde são tratadas mulheres com câncer de mama. Queríamos entender o que estava interferindo na sobrevida e na resposta ao tratamento”, explicou o vencedor.

O médico estava entusiasmado com a vitória. Segundo ele, foram quatro anos de projeto e uma das observações foi a interferência do consumo de álcool pela paciente na resposta ao tratamento .

Renata Freitas, diretora da Unidade IV do INCA, responsável pelo projeto vencedor da categoria Cuidados Paliativos, lembrou a importância de Marcos Moraes, que trabalhou pela criação da unidade. Ela disse estar feliz com a premiação e explicou do que trata o projeto de visitas virtuais implementado após a emergência sanitária, intitulado Pioneirismo na assistência e pesquisa científica no contexto da pandemia’.

“Percebemos em março de 2020, por conta da covid-19, que as visitas virtuais eram fundamentais para manter um vínculo familiar. Paciente, profissionais da assistência e familiares sofriam muito com o isolamento. E eram pacientes em situação de cuidados paliativos, logo, o afastamento da família era muito marcante. Propusemos visitas virtuais, mediadas por psicólogos. A iniciativa diminuiu angústias, estimulou a equipe, que ofertou um cuidado mais humanizado e ficou realizada com isso, além de tudo, permitiu o contato com pessoas queridas pelos pacientes, auxiliou que eles passassem pela internação e enfrentassem a covid-19”, destacou.

Clarisse Teodósio, vitoriosa na categoria Promoção da saúde e prevenção do Câncer, é fisioterapeuta e observou durante sua pesquisa de mestrado o surgimento da disfunção de ombro em pacientes que passaram por cirurgia de câncer de mama. Ela decidiu pelo estudo de algo que promovesse melhora da situação das pacientes no que diz respeito à mobilidade e conforto pós-cirurgia. Venceu com a pesquisa ‘A movimentação completa dos membros após cirurgia do câncer de mama’.

“Nós incluímos mais de 400 pacientes neste projeto e estudamos as diferenças entre as que realizavam exercícios logo no começo do pós-operatório e descobrimos que o processo de cicatrização não é prejudicado sem a ampla restrição dos movimentos”, destacou. Segundo Clarice, a pesquisa objetivou a melhora da qualidade de vida e os resultados foram satisfatórios. Ela agradeceu a organização do prêmio.

O neto do médico Marcos Moraes, José Fernando Nascimento Moraes, agradeceu a homenagem à memória do avô durante a cerimônia. “Meu avô dedicou sua vida pelo combate ao câncer e fico honrado com a homenagem. Além de um ótimo oncologista, ele ia além para ajudar as pessoas, sempre”, lembrou.

Premiação em 2022

Para 2022, o Prêmio Marcos Moraes já está confirmado. “Esperamos em breve divulgar as inscrições para a próxima edição do prêmio, que se consolida como uma referência nacional para as ações de controle do câncer. Pesquisas, ações governamentais e não governamentais que interferem na melhoria de qualidade e aumento de sobrevida são as categorias que esperamos reconhecer na edição do ano que vem”, destacou Alfredo Scaff, médico epidemiologista da Fundação do Câncer. O Prêmio Marcos Moraes de Pesquisa e Inovação para o Controle do Câncer recebeu o apoio do Instituto Oncoclínicas. “Foi um passo importante e pretendemos receber cada vez mais inscritos”, completou Scaff.

Conheça os primeiros lugares de cada categoria:

Categoria: Promoção da Saúde e Prevenção do Câncer

1º LUGAR – A movimentação completa dos braços após cirurgia de câncer de mama é segura: resultados de um ensaio clínico randomizado. Autores: Clarice Gomes Chagas Teodozio, Anke Bergmann e Luiz Claudio Santos Thuler.

2º LUGAR – Prevalência das mutações em genes de predisposição ao melanoma familial nos pacientes do INCA. Autores: Joyce Ribeiro Moura Brasil Arnaut, Isabella dos Santos Guimarães, Anna Cláudia Evangelista dos Santos, Jorge Ricardo Machado e Andreia Cristina de Melo.

3º LUGAR – Navegação de Pacientes para melhorar a cobertura mamográfica e o acesso aos cuidados de câncer de mama no Rio de Janeiro – Projeto Piloto na Comunidade do Andaraí. Autora: Sandra Marques Silva Gioia.

Categoria: Iniciativas para o Controle do Câncer

1º LUGAR – Câncer de mama triplo-negativo: avaliação de fatores clínicos e biomarcadores tumorais. Autores: Jessé Lopes da Silva e Andréia Cristina de Melo.

2º LUGAR – Rastreamento de alterações moleculares em pacientes com retinoblastoma como complemento do aconselhamento genético. Autores: Vanessa dos Santos Mendonça Silva.

3º LUGAR – Navegação de Pacientes: lutando pelos direitos das pacientes com câncer de mama no Brasil. Autora: Sandra Marques Silva Gioia.

Categoria: Cuidados Paliativos

1º LUGAR – Pioneirismo na assistência e pesquisa científica no contexto da pandemia: Incorporação da tecnologia para realização de visitas virtuais como componente da humanização da assistência a pacientes em cuidados paliativos oncológicos e Covid-19 e pesquisa clínica epidemiológica nesse novo cenário. Autoria: Hospital do Câncer IV – Unidade de Cuidados Paliativos INCA / Renata de Freitas e Lívia Costa de Oliveira.

2º LUGAR – Incorporação do tele atendimento para pacientes com câncer avançado em tempos de pandemia: Estratégia de Acompanhamento dos Serviços de Assistência Ambulatorial e Domiciliar da Unidade de Cuidados Paliativos do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Autoria: Hospital do Câncer IV – Unidade de Cuidados Paliativos INCA / Renata de Freitas e Lívia Costa de Oliveira.

3º LUGAR – Cuidados Paliativos versus Cuidados de Saúde Usuais nos últimos 30 dias de vida de pacientes com câncer avançado em uma unidade de referência nacional de atenção oncológica: estudo de diagnóstico e de intervenção para promoção da qualidade de morte. Autoria: Hospital do Câncer IV – Unidade de Cuidados Paliativos INCA / Renata de Freitas e Lívia Costa de Oliveira.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Fundação do Câncer.