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Dia Mundial de Combate à Tuberculose 2022: queda nos investimentos em TB aumentaram as mortes pela doença

Durante a pandemia, houve menor demanda para o cuidado de outras doenças, entre elas, a tuberculose. De acordo com a OMS, o número de mortes pela doença se intensificou no mundo, após uma década de estabilidade¹.

A tuberculose costumava ser a doença infectocontagiosa responsável pelo maior número de mortes/dia em todo o mundo. Desde abril de 2020, a COVID-19 se tornou a doença com a maior mortalidade mundialmente.

Clique aqui para baixar e compartilhar as imagens de campanha da SBPT.

Por causa da pandemia, estima-se que os fundos destinados ao combate à TB tenham sofrido um decréscimo de cerca de US$ 9 bilhões, o que afetou o compromisso de líderes globais com o enfrentamento da doença e com o fim da tuberculose até 2030², como propõe a OMS.

No Brasil, a tuberculose é um dos principais problemas de saúde pública. O país ocupa a 20ª posição entre os locais com maior carga de TB³. Em 2021, foram registradas 85.219 mortes pela doença (DataSUS).

Por isso, é fundamental lutar por mais investimentos em pesquisas, prevenção, triagem e acesso ao diagnóstico e tratamento da TB.

Imagem: OPAS/OMS.

Diagnóstico

O diagnóstico precoce é um dos pilares do combate à tuberculose. Os recursos para diagnosticá-la incluem história clínica e epidemiológica, baciloscopia, cultura de escarro (padrão ouro), teste molecular rápido, radiografia de tórax, TC de tórax ou outros métodos, se necessário4.

Na forma pulmonar, o diagnóstico diferencial deve ser feito principalmente com infecções fúngicas, neoplasias, infecções bacterianas, outras micobacterioses.5

“4 milhões de pessoas com TB não foram diagnosticadas e tratadas pelos sistemas de saúde. Invista para acabar com a TB. Salve vidas”. Imagem: Stop TB Partnership.

COVID-19 e tuberculose

Na investigação da COVID-19, é importante ficar atento à associação com tuberculose. Um estudo mostrou que o risco de óbito de pacientes com coinfecção foi 2,17 vezes maior do que o dos pacientes que tinham somente COVID-19.6

A COVID-19 também pode ter um impacto negativo na infecção latente pela tuberculose (ILTB). A desregulação imunológica causada pela COVID-19 pode afetar o diagnóstico e o manejo da ITBL.

No tratamento das sequelas da COVID-19, é necessário se atentar a uma possível reativação da tuberculose. Uma das consequências do pós-COVID-19, por exemplo, é a fibrose pulmonar, que pode reduzir a penetração dos fármacos utilizados no tratamento da tuberculose nos pulmões, contribuindo, assim, para piores desfechos, como a resistência medicamentosa.

A implementação de testes moleculares automatizados, como o ensaio Xpert Xpress SARS-CoV-2 (Cepheid, Sunnyvale, CA, EUA), pode ser uma alternativa para os laboratórios no Brasil. O ensaio Xpert MTB/RIF Ultra (Cepheid) já foi incorporado para o diagnóstico da tuberculose e ambos os testes, tanto para TB como para a COVID-19, utilizam o mesmo equipamento, facilitando o diagnóstico das duas doenças.

“TB & COVID-19 são as duas doenças infecciosas que mais causam mortes em todo o mundo. Você vê a diferença? (nos investimentos). Invista para acabar com a TB. Salve vidas”. Imagem: Stop TB Partnership.

Tratamento

O esquema básico para o tratamento da tuberculose pulmonar em adultos e adolescentes maiores de dez anos de idade inclui Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamina e Etambutol. Os medicamentos são ingeridos diariamente e de uma única vez e o tratamento tem a duração de, no mínimo, seis meses.

Há especificidades na terapia no caso de gestantes, portadores de hepatopatias, nefropatias ou de infecção por HIV. Todas as recomendações para o manejo da tuberculose são disponibilizadas no site do Ministério da Saúde.

O tratamento é realizado pelo SUS, em ambulatório, e a internação é indicada em casos específicos, como situações de maior gravidade ou risco social. É importante ressaltar que todos os medicamentos, inclusive para as formas resistentes, estão disponíveis em todo o Brasil pelo SUS.

  • Informações: Comissão Científica de Tuberculose da SBPT.

Referências

¹Organização Pan-Americana da Saúde. Dia Mundial da Tuberculose 2022. Disponível em: https://www.paho.org/pt/campanhas/dia-mundial-da-tuberculose-2022. Acesso em 21 mar 2022.

²STOP TB Partnership. World TB Day 2022: Invest To End TB, Save Lives. Disponível em: https://www.stoptb.org/world-tb-day/world-tb-day-2022. Acesso em 21 mar 2022.

³Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Encontros Virtuais SBPT: Imunobiológicos e Tuberculose. 12 mar 2021. Disponível em: https://youtu.be/D3ToIIAYan0. Acesso em 21 mar 2022.

4Silva DR, Rabahi MF, Sant’Anna CC, Silva-Junior JLR, Capone D, Bombarda S, et al. Diagnosis of tuberculosis: a consensus statement from the Brazilian Thoracic Association. J Bras Pneumol. 2021;47(2):e20210054

5 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2019. 364 p.

6Silva DR, Mello FCQ, D’Ambrosio L, Centis R, Dalcolmo MP, Migliori GB. Tuberculosis and COVID-19, the new cursed duet: what differs between Brazil and Europe? J Bras Pneumol. 2021;47(2):e20210044

Dia Mundial do Sono: o papel do pneumologista e o manejo domiciliar da apneia obstrutiva do sono

Na terceira sexta-feira do mês de março (18/03/2022), se comemora o Dia Mundial do Sono. O pneumologista é um dos especialistas mais envolvidos com a Medicina do Sono, por isso, todos os anos, divulgamos fatos e novidades sobre sono e qualidade de vida.

A apneia obstrutiva do sono (AOS) está entre os distúrbios do sono mais frequentes e a tendência é que haja aumento de casos de AOS, por causa do envelhecimento da população brasileira e do aumento da obesidade.

O diagnóstico domiciliar tem ganhado espaço entre os pneumologistas, especialmente no sistema público de saúde, na tentativa de diminuir o subdiagnóstico da doença. Estima-se que pelo menos 33% dos adultos da cidade de São Paulo tenham AOS (Sleep Med, 2010).

Além disso, a simplificação do diagnóstico pode ajudar a contornar o problema da falta de leitos disponíveis e reduzir custos¹. Entretanto, a polissonografia laboratorial ainda é o padrão ouro para o diagnóstico da AOS.

Desde 1994, há quatro tipos de exames que auxiliam no diagnóstico da apneia obstrutiva do sono:

– 1: polissonografia completa em laboratório, com supervisão (com pelo menos sete canais).

– 2: polissonografia completa, domiciliar (sem supervisão).

– 3: poligrafia cardiorrespiratória, domiciliar (com pelo menos 4 canais).

– 4: oximetria periférica, estando indicada para triagem, não sendo, no momento, um método de diagnóstico isolado.

“Além de reduzir custos, a poligrafia domiciliar (tipo 3) registra um sono mais habitual e confortável para o paciente e tem menor tempo de espera para realização do exame. Porém, só pode ser realizada em indivíduos de alto risco para AOS e sem comorbidade significativa”, destaca o Dr. Ricardo Duarte, Coordenador do Departamento de Distúrbios Respiratórios do Sono da SBPT.

Os pneumologistas estão aptos para investigar, diagnosticar, titular e tratar os pacientes com distúrbios respiratórios do sono.

O principal tratamento para indivíduos com AOS moderada/grave é o uso da pressão positiva continua nas vias aéreas (CPAP). Em relação à adesão ao tratamento com o CPAP, estudos demonstram que a taxa é similar, independente do diagnóstico ser no domicílio ou no laboratório.

Sobre o tratamento, os pneumologistas lembram que a comunicação com o paciente é essencial para aumentar a adesão ao CPAP, sendo que o uso regular do CPAP propicia melhoria importante da qualidade de vida e redução de mortalidade.

 

Referência

¹Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Encontros Virtuais SBPT – Manejo domiciliar da apneia obstrutiva do sono. 8 jul 2021. Disponível em: https://youtu.be/swjhYye3oJw.

Faculdade de Medicina de Jundiaí abre concurso para Professor Auxiliar de Pneumologia

A Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ), em São Paulo, abriu inscrições para concurso público com uma vaga para docente da disciplina de Pneumologia, com carga horária de 20h semanais.

As inscrições vão até 25/04/2022.

Clique aqui para acessar o site do concurso.

A Faculdade de Medicina de Jundiaí é instituição pública tradicional, com graduação avaliada pelo MEC com nota 4 e pós-graduação stricto sensu reconhecida pelo MEC.

Para participar do concurso, é necessário possuir diploma de graduação em Medicina e estar inscrito no CREMESP; possuir título de Residência Médica em Clínica Médica e em Pneumologia expedido por instituição reconhecida e apresentar comprovante de inscrição em Curso de pós-graduação stricto sensu reconhecido pela CAPES, correspondente à área de Pneumologia ou afim.

O candidato aprovado deve ter Título de Mestre ou apresentá-lo no prazo de três anos.

As provas serão marcadas pela Diretoria da Faculdade e divulgadas por edital no site, com antecedência mínima de 20 (vinte) dias úteis.

A categoria do candidato admitido será ajustada conforme o Título do pneumologista. Para Professor Auxiliar, o salário é de R$ 3.300,91 mais benefícios.

Acesse o edital.

Faça a inscrição.

Nota de pesar pelo falecimento do Dr. Marcelo Magalhães Pegado

A SBPT se solidariza com os familiares e amigos do Dr. Marcelo Magalhães Pegado e lamenta pelo falecimento do pneumologista.

O Dr. Marcelo Pegado era sócio da SBPT desde 1999. Foi pneumologista e broncoscopista, com ênfase no tratamento de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e asma.

De acordo com informações da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro (SOPTERJ), o médico formou-se pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1977, e trabalhou no Hospital de Curicica, no Instituto de Doenças do Tórax da UFRJ e em consultório particular em Copacabana.

“Marcelo fará muita falta com seu exemplo de cordialidade, paz, amor e solidariedade. Descanse em paz querido amigo”.

Saiba mais no nota da SOPTERJ.

Sobre a flexibilização do uso de máscaras no atual momento da pandemia

O Comitê Extraordinário de Monitoramento COVID-19 da Associação Médica Brasileira, CEM COVID_AMB, vem a público compartilhar com os cidadãos o parecer das sociedades de especialidades que o integram sobre a uso de máscaras no atual momento da pandemia (10/03/2022).

1. No presente momento vivemos um período de queda da média nacional de casos e de óbitos;

2. A circulação do vírus se mostra menor atualmente.

Entretanto, a despeito desse cenário melhor comparado a outros que já vivemos, o CEM COVID_AMB compreende que temos um país de proporções gigantescas e com coberturas vacinais regionais muito díspares e, portanto, precisamos ter cautela quanto à questão do uso opcional de máscaras na prevenção de infecções respiratórias. Com eventuais exceções, a prevenção, de forma geral, incluindo o uso de máscaras, deve ser mantida, com atenção particular aos locais fechados.

É importante que a tomada de decisões nesse sentido seja feita com segurança e que cada Estado ou Município avalie os seus indicadores epidemiológicos e a sua cobertura vacinal.

Aos cidadãos, reforçamos que, além do uso de máscara, é imperioso evitar aglomerações e levar sempre a sério as regras de higienização das mãos, entre outras.

Uma flexibilização indiscriminada pode ampliar os riscos à população, ainda mais à parcela não vacinada ou com esquema incompleto e principalmente os imunocomprometidos.

Relevante chamar atenção para a vacinação infantil, que lamentavelmente permanece com baixa cobertura em algumas regiões. É mister que todos os pais se conscientizem de que o momento requer responsabilidade máxima: imunizar os filhos é gesto de proteção à vida.

São Paulo, 10 de março de 2022.

Clique aqui para fazer download da nota

Leia todos os boletins do CEM COVID_AMB.

Conheça os membros do CEM COVID_AMB.

Interstício 2022: curso realizado em 11 e 12/03 ficará disponível para todos os inscritos

O XV Curso Nacional de Doenças Intersticiais e VI Jornada Paulista de DPIs foi realizado em 11 e 12/03, no Centro de Convenções Rebouças (SP) e na versão on-line ao vivo.

Todos os inscritos poderão rever o conteúdo do curso no período de um ano. Os inscritos a partir de 13/03 têm acesso às aulas, mas não têm direito ao certificado.

O evento contou com cerca de 182 participantes no modelo presencial e 428 interagindo on-line.

Clique aqui para acessar a plataforma.

Clique aqui para retirar seu certificado.

Entre os destaques do curso estão as conferências com as últimas atualizações sobre DPIs e o encontro entre pneumologistas, patologistas, radiologistas e demais especialistas.

As mesas redondas multidisciplinares de discussão de casos clínicos e a participação de diversos especialistas ajuda a analisar integralmente cada tema. Os debates envolveram pneumologia, radiologia, patologia, reumatologia, cirurgia torácica, oncologia, gastroenterologia, etc.

Confira os recortes de alguns momentos do evento (para acessar o programa completo, clique aqui):

Pneumonite de Hipersensibilidade

O diagnóstico da pneumonite de hipersensibilidade geralmente leva mais de três anos para ser definido.

Na primeira conferência nacional, o Dr. Carlos Alberto Pereira e a Dra. Karin Storrer falaram sobre as controvérsias no diagnóstico da PH e responderam a perguntas sobre tomografia atípica, doença inflamatória, linfocitose, lavado broncoalveolar, biomarcadores e uso de corticoide.

“Exposição e PH: como investigar?”, na aula da Dra. Regina Célia Tibana, a pneumologista falou sobre a grande variedade de antígenos, o que dificulta a padronização das condutas. Uma das dicas da especialista é consultar o site HPLung, que apresenta os casos documentados na literatura.
Após a apresentação dos casos clínicos, os médicos da mesa sobre preditores de mortalidade na PH responderam às perguntas sobre autoimunidade no prognóstico da PH, presença de linfocitose no lavado broncoalveolar, a troca gasosa na PH, entre outras. Na foto, Dra. Regina Tibana, Dr. Carlos Alberto Pereira e Dr. Fábio Arimura.
Na sequência, a discussão de controvérsias, com a Dra. Mariana Lima e Dr. Paulo Miranda Neto (foto), tratou do uso de antifibróticos e imunossupressores no tratamento da PH.

Acesse o programa completo.

Sarcoidose

Mais de 95% dos pacientes com sarcoidose tem acometimento pulmonar. Como reconhecê-la e tratar precocemente?

Na aula “Diagnóstico da sarcoidose”, a Dra. Cláudia Henrique da Costa abordou os testes sorológicos e seu fator confundidor, a sarcoidose cardíaca e oftálmica e quais exames solicitar em pacientes assintomáticos, por exemplo. “A apresentação clínica da sarcoidose é muito ampla, tem que pensar nesse diagnóstico, se não, vai passar. Também deve-se considerar a tuberculose como diagnóstico alternativo”, orientou a pneumologista.

As apresentações sobre a sarcoidose incluíram a discussão de casos clínicos e a mesa de controvérsias sobre a relevância do diagnóstico de DPI não fibrótica.

Mesa de discussão de caso clínico: sarcoidose avançada. Palestrantes: Dra. Milenna Galdino, Dra. Cláudia Henrique da Costa, Dra. Sílvia Carla Sousa e Dra. Isabela Holz.
Depoimento
A Dra. Claudia Dias, pneumologista formada pela FMUSP, desembarcou do Equador para participar do Interstício presencial. “Até agora, estou muito satisfeita com o evento. A PH é uma doença que a gente vê muito no Brasil e no Equador. As aulas são muito completas e ajudam a avançar no tratamento e no diagnóstico”.

Faça a sua inscrição para conferir as atividades completas.

Sábado (12/03)

No segundo dia de Interstício 2022, os temas foram as doenças do tecido conjuntivo, as pneumonias intersticiais com aspectos autoimunes, como esclerose sistêmica, artrite reumatoide, etc., as anormalidades intersticiais pulmonares, DPI não classificada e as DPIs e neoplasias de pulmão.

No sábado, o curso contou com aulas e discussões de casos com os pneumologistas argentinos, Dra. Laura Alberti (foto) e Dr. Fabian Caro, ambos do Departamento de Doenças Intersticiais da Asociación Latinoamericana de Tórax (ALAT).
Um destaque importante deste curso é a interdisciplinaridade. O reumatologista Dr. Percival Sampaio Barros contribuiu com o tema esclerodermia sine scleroderma. “Pacientes com muita pele, tem muita inflamação e, muitas vezes, respondem aos imunossupressores. Se a pele estabiliza e o pulmão continua progredindo, por que esse imunossupressor, às vezes, não melhora o pulmão? Nestes pacientes, a gente pensaria em usar um antifibrótico”.
O tabagismo é o principal fator de risco das anormalidades intersticiais pulmonares. A quais fatores o pneumologista deve se atentar? A visão do radiologista na aula “ILA: como conduzir?“, com o Dr. Dante Luíz Escuissato.
Dra. Maria Raquel Soares: “DPI não classificada fibrótica”.
A Dra. Eliane Mancuzo encerrou a aula e discussão de caso, chamando a atenção para a importância da comunicação com o paciente.
Na aula de Fibrose Pós-Covid, o Dr. Carlos Carvalho apresentou o estudo do HC FMUSP que realizou uma predição das alterações na tomografia de seis a 12 meses após a Covid-19 de 749 pacientes, levando em consideração fatores clínicos, sociodemográficos e ambientais. Na mesa de discussão estão os professores do módulo, Dr. Guilherme Bridi, Dr. Carlos Carvalho, Dra. Ana Carolina Resende, Dra. Eliane Mancuzo, Dr. José Roberto Jardim e Dra. Karin Storrer.

O último módulo de sábado (12/03) tratou do uso de imunoterápicos e tratamento de câncer de pulmão e doença intersticial: reações adversas, fatores de risco, manejo de acordo com a gravidade e padrões da tomografia. “Deve-se sempre valorizar os sintomas, especialmente se for nos primeiros quatro meses de uso da medicação”, explicou o pneumologista Dr. Alexandre Kawassaki.

Depoimentos
Wagner Moneda Telini, pneumologista em Votuporanga (SP), exaltou a conveniência do evento em formato híbrido. “Foi extremamente viável e me facilitou bastante a participação no curso. No meu período de plantão, eu consegui acompanhar integralmente as atividades remotas e agora tenho a oportunidade de concluir o curso no último dia presencialmente”.
“É um prazer estar aqui no Curso de Doenças Intersticiais de 2022. É uma honra voltar às atividades presenciais. O curso está excelente, com excelentes aulas e discussões de casos. Parabenizo a Diretoria da SBPT” , José Eduardo Cançado, pneumologista em Piracicaba (SP) e membro da Comissão de Asma da SBPT.
As pneumologistas Amanda Carla Tosta Vieira (SP), Carolina Maciel Narvaes (MT), Laryssa Fernandes Biazim (SP) e Lethicia Domingos Paulo (RO). A Dra. Laryssa sentiu falta do cafezinho (que, inicialmente, não foi oferecido, devido ao protocolo de redução dos riscos da Covid-19). A Dra. Amanda comentou que os temas são recorrentes do dia a dia e, frequentemente, polêmicos.

Veja como foi o Masterclass 2022, evento iberoamericano das Sociedades de Pneumologia

Entre 3 e 6 de março de 2022, a SBPT se reuniu com sociedades de Pneumologia da América Latina, América Central, Espanha e Estados Unidos para discutir sobre infecções respiratórias no evento Masterclass 2022.

O encontro foi realizado no México com cerca de 120 participantes.

A SBPT foi representada pela Presidente, Dra. Irma de Godoy (presencialmente), e pela Presidente Eleita, Dra. Margareth Dalcolmo (on-line).

A organização foi da Sociedad Mexicana de Neumología y Cirugía de Tórax (SMNyCT). Além da SMNyCT e SBPT, participaram da elaboração do programa científico a Sociedad Chilena de Enfermedades Respiratorias (SERChile), Asociación Argentina de Medicina Respiratoria (AAMR), Asociación Latinoamericana de Tórax (ALAT), Sociedad Española de Neumología y Cirugía de Tórax (SEPAR) e American Thoracic Society (ATS).

“Foi muito produtivo, bastante interessante. O programa abordou a associação de diferentes patologias pulmonares e o manejo das infecções respiratórias, com bastante foco em Covid-19”, conta a Dra. Irma de Godoy.

Além das apresentações, os especialistas tiveram a oportunidade de se reunir em grupos de trabalho e planejar ações conjuntas.

“Temos a previsão de elaborar uma campanha de prevenção de doenças respiratórias, com destaque para o tabagismo e a vacinação”, explica a Dra. Irma.

Esta é a segunda edição do Masterclass com a participação da SBPT. A primeira foi realizada em 2020, sobre a DPOC.

Mês da mulher: SBPT defende a saúde respiratória feminina

O Dia Internacional da Mulher, em 08/03, é uma data importante para refletir sobre as particularidades do organismo feminino em relação à saúde dos pulmões.

No caso do tabagismo, estima-se que 250 milhões de mulheres fumam diariamente no mundo. No Brasil, cerca de 9,8 milhões de mulheres com mais de 15 anos de idade fumam.

No país, a prevalência de mulheres fumantes (13,1%) é maior entre moradoras de áreas rurais, com menor escolaridade e menor renda. Porém, o índice está aumentando entre meninas jovens, principalmente na região sul¹.

Sabe-se que a nicotina é metabolizada mais rapidamente nas mulheres. De acordo com a OMS, as alterações genéticas e hormonais causadas pelo tabagismo no organismo feminino também as torna mais suscetíveis a desenvolver câncer, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e doença isquêmica coronariana².

Confira e compartilhe o post da SBPT sobre mulheres e tabagismo no Instagram. Baixe os materiais.

Segundo informa a Dra. Maria Enedina Scuarcialupi, pneumologista da Comissão de Tabagismo da SBPT, as mulheres foram aliciadas ao tabagismo pela publicidade, a partir da década de 1920. A indústria buscava expandir o público consumidor associando o cigarro, antes proibido para mulheres, à liberdade feminina.

Além disso, os slogans exploravam a vaidade e a busca pelo “corpo perfeito”:

“Para manter a forma, ninguém pode negar, fume um cigarro em vez de comer um doce”, em tradução livre.

Artigo – “Cigarro: do glamour dos anos 20 à vaidade dos anos 2000”

Ainda hoje, uma das principais preocupações e motivo reconhecido de recaída de mulheres fumantes são o ganho de peso e a dificuldade em manejar as pressões estressoras do cotidiano³.

Além de enfisema, bronquite crônica, doenças cardiovasculares, infertilidade e câncer, o tabaco causa complicações gestacionais e pós-gestacionais que afetam a saúde da mulher, do feto e da criança, conforme narra a Dra. Suzianne Lima, pneumologista da Comissão de Tabagismo da SBPT.

Artigo – “O tabagismo na mulher: particularidades destas pacientes”

Asma e gestação

Durante o Mês das Mulheres também é importante lembrar que a gestação é um fator que pode piorar o controle da asma e desencadear crises, expondo a gestante e o bebê a uma situação desfavorável.

“É fundamental manter o tratamento, especialmente com os dispositivos inalatórios (‘bombinhas’) para manutenção do controle da asma. As medicações para a asma são eficazes e seguras durante a gravidez e garantem o controle dos sintomas”, informam os pneumologistas da Comissão Científica de Asma da SBPT.

Confira e compartilhe o post sobre mulheres e asma da SBPT no Instagram @pneumosbpt. Baixe os materiais.

As mulheres podem contar com um(a) pneumologista em todos os momentos da vida, especialmente na gestação, período tão importante para a vida.

Desejamos que os pulmões funcionem sempre em plena capacidade para gerar energia, saúde e qualidade de vida para todas as mulheres!

Cirurgia Torácica

O Departamento de Mulheres da Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT) convida para o webinar “Mulheres na Cirurgia Torácica”, nesta terça-feira (8/3), às 19h:

Clique na imagem para se inscrever.

¹Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, v. 30. Rio de Janeiro: IBGE; 2009.

²World Health Organization. Gender, Health and Tobacco – Tobacco Free Initiative. Geneva: WHO, 2003.

³Lombardi EMS, Prado GF, Santos UP, Fernandes LA. Women and smoking: Risks, impacts, and challenges. J Bras Pneumol. 2011;37(1):118-128.

Aeronáutica realiza exame de admissão de médicos com uma vaga para pneumologista

A Aeronáutica abriu processo seletivo para formação do seu Quadro de Oficiais Médicos (QOMA) com uma vaga para pneumologista para atuar no Rio de Janeiro (RJ).

As inscrições vão até 13/03/2022, às 10h.

Além da Graduação em Medicina e Título de Especialista, o candidato deve ter até 35 anos de idade (não poderá completar 36 no ano da matrícula).

Para se inscrever e acessar o edital, clique aqui.

As etapas da seleção incluem: Provas Escritas; Verificação de Dados Biográficos e Profissionais (VDBP); Inspeção de Saúde (INSPSAU); Exame de Aptidão Psicológica (EAP); Teste de Avaliação do Condicionamento Físico (TACF); Prova Prático-Oral (PPO); Procedimento de Heteroidentificação Complementar (PHC); e Validação Documental.

As Provas Escritas serão realizadas no dia 12/06/2022, em 21 cidades.

Após a validação da matrícula, o candidato habilitado deve participar do Curso de Adaptação de Médicos da Aeronáutica (CAMAR), com duração aproximada de 17 semanas, realizado em Lagoa Santa (MG), em 2023.

O Primeiro-Tenente Estagiário que concluir o CAMAR com aproveitamento estará em condições de ser nomeado Primeiro-Tenente.

Para mais informações, acesse o edital.

ATS Journals seleciona trabalhos com foco em educação na saúde

A revista científica da American Thoracic Society (ATS) está selecionando pesquisas originais, artigos de revisão, projetos de inovação e vídeos relacionados ao ensino da Pneumologia, Terapia Intensiva e Medicina do Sono para o ATS Scholar.

O objetivo é editar uma coleção especial sobre os desafios da educação continuada global do profissional da saúde.

O prazo de envio é 30/06/2022. No início da carta de apresentação, o autor deve informar que se trata da “special themed collection”.

Clique aqui para enviar seu trabalho.

Em caso de dúvidas sobre seu projeto, informe-se com o editor-chefe do ATS Scholar, Nitin Seam.

Para ajuda com a formatação, contate Jen Stinnett.

SBPT apoia a campanha mundial das doenças raras em fevereiro

Todos os anos, no último dia do mês de fevereiro, instituições de saúde e pessoas que convivem com doenças raras buscam disseminar informações, aumentar a visibilidade dessas enfermidades e somar esforços para vencer desafios.

São mais de 300 milhões de pessoas convivendo com doenças raras no mundo. O acesso ao diagnóstico é um dos primeiros impasses que esses indivíduos e seus familiares enfrentam. Geralmente, o paciente só consegue ser diagnosticado de cinco a oito anos após a manifestação dos sintomas.

Quando se trata de uma doença progressiva, como é grande parte das doenças raras, o diagnóstico precoce é decisivo na qualidade de vida e sobrevida do paciente. Em média, 72% são de origem genética. Portanto, quando se faz o diagnóstico de uma doença rara, é importante investigar os familiares também.

No caso das doenças raras pulmonares, os principais sintomas são tosse e dispneia. Por isso, o diagnóstico diferencial da dispneia é importante. A cada dois pacientes que dão entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), por exemplo, um tem dispneia¹.

Para reconhecer uma doença rara que esteja afetando os pulmões, o médico deve se dedicar a um exame clínico e uma anamnese bem feitos, além de analisar exames como radiografia de tórax, tomografia, prova de função pulmonar, ecocardiograma, entre outros, dependendo do caso específico de cada paciente.

Entre as várias doenças raras que atingem os pulmões, destacamos:

A linfangioleiomiomatose (LAM), doença que afeta quase exclusivamente as mulheres jovens. O quadro clássico é quilotórax, pneumotórax de repetição, dispneia, tosse e achados de tumores renais (angiomiolipoma). A LAM também pode estar relacionada ou não à esclerose tuberosa. O padrão ouro para firmar o diagnóstico é a biópsia pulmonar.

Já a Deficiência de Alfa-1 Antitripsina (DAAT), por exemplo, pode apresentar indícios, como a presença de um enfisema precoce, pacientes com asma cuja função pulmonar não melhora, pacientes com bronquiectasias ou com doença hepática ou familiar inexplicável. Em geral, é diagnosticada em pacientes com mais de 50 anos. Cerca de 2% de quem tem Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) tem DAAT. Por isso, desde 1994, a Organização Mundial de Saúde recomenda testar a alfa-1 em pacientes com DPOC.

No caso da Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), que afeta cerca de 100 mil brasileiros, os sintomas como dispneia, fadiga e edemas de membros inferiores aparecem em estágios mais avançados. A suspeita de HAP geralmente aparece na radiografia do tórax, espirometria ou eletrocardiograma. Porém, o ecocardiograma transtorácico é o exame inicial de eleição para o rastreamento e detecção da doença. Uma vez firmado o diagnóstico, o acesso às opções terapêuticas ainda é um grande desafio no Brasil. Uma das conquistas recentes na área foi a publicação do PCDT da Hipertensão Pulmonar Tromboembólica Crônica (HPTEC).

Em relação à fibrose cística (FC), a triagem na infância pelo Teste do Pezinho contribuiu muito para o diagnóstico precoce. Ainda assim, há casos de detecção da FC em adultos. Além disso, existem grupos bem organizados de assistência aos pacientes e de pesquisa médica. O Grupo Brasileiro de Estudos da Fibrose Cística (GBEFC) auxilia na uniformização das condutas dos profissionais da saúde e manutenção de um banco de dados nacional de fibrose cística, com cerca de 6 mil registros.

No contexto das Doenças Intersticiais Pulmonares (DPIs), a apresentação clínica, radiológica e histológica é muito variada. Pode-se pensar em DPIs quando houver exposição à poluição e tabaco, exposições ocupacionais e ambientais, doenças autoimunes e doença do refluxo gastroesofágico, por exemplo. Porém, há fibroses e lesões de causa desconhecida que devem ser acompanhadas pelo pneumologista e por uma equipe multiprofissional.

Assista aqui aos vídeos sobre as doenças raras, com pneumologistas da SBPT e diretores de associações de pacientes.

Saiba mais:

1 Encontros Virtuais SBPT. Doenças raras, qual é o nosso papel? – 04/03/21 – https://youtu.be/9y6zCoNf4K4.

2 Rare Disease Day 2022 – Raising awareness and generating change for the 300 million people worldwide living with a rare disease, their families and carers – https://www.rarediseaseday.org/.

Governo de Santa Catarina abre consulta pública para Protocolo Estadual de HAP e HPTEC

A Secretaria de Estado da Saúde de SC abriu consulta pública para implementar um protocolo estadual de Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) e Hipertensão Pulmonar Tromboembólica Crônica (HPTEC).

O período de contribuição se encerra em 01/03/2022. Acesse o site da SES/SC para contribuir.

A recomendação preliminar contempla o tratamento farmacológico de HP grupo 1 (HAP) e grupo 4 (HPTEC), com a análise da disponibilização da terapia combinada (Ambrisentana, Bosentana, Sildenafila, Iloprosta e Selexipague) para o tratamento da HP grupo 1 (HAP) e do medicamento Riociguate para tratamento de HP grupo 4 (HPTEC).

O documento foi elaborado pela Diretoria de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (DIAF/SES/SC) por solicitação da Associação Catarinense de Pneumologia e Tisiologia (ACAPTI).

Acesse a recomendação preliminar.

Preencha o formulário para contribuir.