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Estudo demonstra as diferenças de contexto do manejo da asma nas Américas do Sul, Central e do Norte

Em artigo de revisão assinado por autores de quatro sociedades médicas: SBPT, Asociación Latinoamericana de Tórax (ALAT), American Thoracic Society (ATS) e Canadian Thoracic Society (CTS), os cientistas pretenderam mostrar o atual panorama das desigualdades socioeconômicas, políticas de saúde e acesso aos tratamentos da asma.

A pesquisa “Asthma in the Americas: An Update: A Joint Perspective from the Brazilian Thoracic Society, Canadian Thoracic Society, Latin American Thoracic Society, and American Thoracic Society” foi publicada no ATS Journals. Os pneumologistas brasileiros que contribuíram foram a Dra. Márcia Pizzichini e o Dr. Diego Brandenburg.

Os autores avaliaram a epidemiologia da asma e os fatores de risco em 35 nações do continente americano e sugeriram iniciativas futuras para o controle da asma na região. Entre elas, a avaliação padronizada e periódica da carga de asma; a realização de estudos longitudinais em larga escala; a disponibilidade e maior abrangência de dados ambientais, raciais e étnicos e a implementação de diretrizes de manejo da asma para todo o espectro de gravidade da doença.

“A pesquisa auxilia no desenvolvimento de iniciativas de controle da asma, levando em conta as diferenças no desenvolvimento socioeconômico e nos sistemas de saúde do continente”, destacou a Dra. Márcia Pizzichini.

“Este artigo demonstrou o quanto a asma é uma doença heterogênea em um continente heterogêneo. Ter conhecimento dessas diferenças permite um entendimento mais abrangente sobre a asma, instiga investigadores a buscar ainda mais conhecimentos sobre a doença e oferece uma base para discussão de políticas públicas regionais e globais”, complementa o Dr. Diego Brandenburg.

Confira o artigo:

FORNO, Erick, et al. Asthma in the Americas: An Update: A Joint Perspective from the Brazilian Thoracic Society, Canadian Thoracic Society, Latin American Thoracic Society, and American Thoracic Society. ATS Journals. 2022;19(4). https://doi.org/10.1513/AnnalsATS.202109-1068CME.

Nota de pesar pelo falecimento do Dr. Márcio Adriano Leite Bastos

Com profundo pesar, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) comunica o falecimento do Dr. Márcio Adriano Leite Bastos, pneumologista de São José dos Campos (SP).

Sócio da SBPT há 21 anos, o Dr. Márcio foi um profissional muito participativo na Sociedade, sempre presente nos eventos e debates e somando no crescimento da SBPT e da Pneumologia brasileira.

Além disso, atuava como Secretário da sub-sede da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT) em São José dos Campos.

“Márcio era alegre, piadista, otimista na essência e amante do rock”, como descreve o amigo, Dr. Paulo César Carvalho.

Enviamos nossas condolências, força e abraços aos familiares e amigos.

Dr. Márcio Adriano Leite Bastos

Posicionamento da SBPT sobre os Dispositivos Eletrônicos Para Fumar (DEFs)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) está na fase final de elaboração de seu posicionamento quanto à liberação do uso dos DEFs e, neste oportuno momento (abril de 2022), ciente da forte pressão da indústria do tabaco, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia se posiciona veemente contra a liberação da comercialização, importação e propagandas de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar, se mantendo a favor da manutenção da RDC 46/2009.  Além disso, exigimos medidas mais rigorosas para fiscalização e punição de violadores desta resolução. Vemos com preocupação o aumento do uso desenfreado desses dispositivos, em especial entre os nossos jovens.

Os cigarros eletrônicos são conhecidos no Brasil pelo termo Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs). São chamados também de “vapes”, e-cigarros, e-cigs, e-cigarettes ou “pen drive”. Os DEFs são uma ameaça à saúde pública, porque representam uma combinação de riscos: os já conhecidos efeitos danosos à saúde e o aumento progressivo do seu uso no país. Em especial, esses dispositivos atraem pessoas que nunca fumaram, persuadidas pelos aromas agradáveis, sabores variados, “inovação tecnológica” e estigmas de liberdade.

A edição 2019 da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE, 2019) entrevistou estudantes do 7º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio das redes pública e privada. Os maiores índices de experimentação de cigarro eletrônico foram observados entre os escolares de 13 a 17 anos da rede privada de ensino em todas as Grandes Regiões do Brasil em 2019. Os maiores percentuais de experimentação de DEFs ocorreram na Região Centro-Oeste (23,6% na rede pública e 24,3% na rede privada de ensino).

Sabemos que os cigarros eletrônicos contêm nicotina e várias dezenas de substâncias químicas, incluindo cancerígenos comprovados para pulmão, bexiga, esôfago e estômago. Há, ainda, o risco de explosões do aparelho e intoxicação. Infelizmente, a nicotina persiste como uma das drogas mais utilizadas no mundo e o tabagismo, que matou mais de 100 milhões de pessoas no século XX, poderá matar um bilhão no século XXI, com grande participação dos DEFs.

De forma sorrateira, a indústria do tabaco lançou esses produtos no mercado usando duas estratégias principais: o discurso de redução de danos em relação ao tabagismo convencional e como opção de tratamento para cessação dos cigarros combustíveis. Outra jogada foi propalar que os produtos não contêm monóxido de carbono e, assim, tentar normalizar novamente o seu uso, inclusive em ambientes fechados. Apresentados como “saudáveis”, os DEFs seriam a “solução tecnológica” para o anseio de uma importante fração de tabagistas: a ideia de poder fumar sem culpa, já que o produto “se trataria apenas de vapor de água” e não conteria substâncias tóxicas e perigosas. Entretanto, não é essa a realidade sobre esses dispositivos.

Estudos científicos mostram que o uso dos DEFs, tanto agudo como crônico, está diretamente ligado ao surgimento de várias doenças respiratórias, gastrointestinais, orais, entre outras, além de causar dependência e estimular o uso dos cigarros convencionais. Em contrapartida, o conhecimento sobre esses malefícios ainda é pouco difundido entre seus usuários.

A EVALI, sigla em inglês para lesão pulmonar induzida pelo cigarro eletrônico, é uma doença pulmonar relacionada ao uso dos DEFs, descrita pela primeira vez no ano de 2019, nos Estados Unidos. Essa lesão pulmonar foi atribuída, inicialmente, a alguns solventes e aditivos utilizados nesses dispositivos, provocando um tipo de reação inflamatória no órgão, podendo causar fibrose pulmonar, pneumonia e chegar à insuficiência respiratória. Até janeiro de 2020, o CDC, nos Estados Unidos, registrou 2.711 casos de EVALI hospitalizados e até fevereiro do mesmo ano 68 mortes foram confirmadas. A faixa etária média era de 24 anos, 66% dos acometidos pertenciam ao sexo masculino e o tempo médio de utilização foi de 12 meses.

No Brasil, em agosto de 2020, de acordo com dados obtidos pelo The Intercept, por meio da Lei de Acesso à Informação, a ANVISA havia notificado sete casos de EVALI (enviamos uma carta à agência, que não atualizou esses dados). Ainda não temos estudos de base populacional que mostrem a real prevalência de uso dos DEFs em nosso país, mas a Associação Médica Brasileira, em um de seus artigos, relata a estimativa de 650 mil usuários.

Em 2009, a ANVISA estabeleceu a regulamentação que proibiu venda, importação e propaganda desses produtos (RDC 46/2009). Contudo, a comercialização online dos DEFs é comum e, apesar da proibição, até mesmo grandes lojas de departamento vendem dispositivos eletrônicos para fumar, livremente, para crianças e adolescentes. Mesmo as ações e multas da ANVISA parecem não inibir esse comércio.

Dados apontam que a redução dos números de fumantes no Brasil está estagnada e, o mais grave, é que a prevalência de fumantes entre jovens de 18 a 24 anos residentes nas capitais brasileiras aumentou de 7,4% para 8,5% entre 2016 e 2017. Vários fatores têm contribuído para o aumento do número de fumantes jovens, como a ausência de fiscalização pela ANVISA da comercialização dos DEFs pela Internet e o modelamento dos jovens por influencers.

Desta forma, a ampla utilização dos DEFs pode reverter, em pouco tempo, o sucesso das políticas de controle do tabaco obtido em décadas de esforços do Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT). A comunidade científica e de saúde pública brasileira só espera uma coisa da ANVISA: que NÃO libere sua comercialização no Brasil. Que exerça seu papel de proteger a saúde da população brasileira.

Além da manutenção da proibição definitiva desses dispositivos no Brasil, é necessário iniciar uma rotineira e efetiva fiscalização da venda desses produtos, assim como buscar meios de impedir que os grandes conglomerados de comércio varejista continuem a desafiar as autoridades de saúde. Os cigarros eletrônicos não podem reverter décadas de esforços da política de controle do tabaco no Brasil.

Laura Queiroz e Paulo Corrêa – Comissão de Tabagismo da SBPT

Irma de Godoy – Presidente da SBPT

Referências

  1. IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde Do Escolar PENSE 2019.; 2021. https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=2101852
  2. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Cigarros eletrônicos: o que sabemos? Estudo sobre a composição do vapor e danos à saúde, o papel na redução de danos e no tratamento da dependência de nicotina. 1. ed. Rio de Janeiro – RJ: Coordenação de Prevenção e Vigilância, 2016.
  3. Salzman GA, Alqawasma M, Asad H. Vaping Associated Lung Injury (EVALI): An Explosive United States Epidemic. Missouri Medicine 2019; 6(116):492-496.
  4. King BA, Jones CM, Baldwin GT, Briss PA. The EVALI and Youth Vaping Epidemics —Implications for Public Health. The New England Journal of Medicine 2020; 382:689-691. DOI: 10.1056/NEJMp1916171.
  5. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada. RDC nº 46, de 28 de agosto de 2009.
  6. Am J Respir Crit Care Med Vol 202, Iss 2, pp e5–e31, Jul 15, 2020.
  7. ALEXANDER, C. et al. Chronic inhalation of e-cigarette vapor containing nicotine disrupts airway barrier function and induces systemic inflammation and multiorgan fibrosis in mice. American Journal of Physiology-Regulatory, Integrative and Comparative Physiology, [s. l.], 4 jun. 2018. Disponível em: https://journals.physiology.org/doi/full/10.1152/ajpregu.00270.2017. Acesso em: 6 jun. 2021.
  8. AMB-ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA DA AMB, ALERTA. Warn against the use of electronic nicotine delivery devices: Electronic and heated cigarettes. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 63, n. 10, p. 825-826, 2017.
  9. BARRADAS, A. S. M. et al. Os riscos do uso do cigarro eletrônico entre os jovens. Global Clinical Research Journal, v. 1, n. 1, p. e8-e8, 2021.
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  11. CAVALCANTE, T.M. et al. Conhecimento e uso de cigarros eletrônicos e percepção de risco no Brasil: resultados de um país com requisitos regulatórios rígidos. Cadernos de Saúde Pública, v. 33, p. e00074416, 2017.
  12. CDC. Center for Disease Control and Prevention. Youth and Tobacco Use. Atlanta, GA: Center for Disease Control and Prevention. 2019.
  13. CHERIAN, S. V.; KUMAR, A.; ESTRADA-Y-MARTIN, R. M. E-Cigarette or Vaping Product-Associated Lung Injury: A Review. The American Journal of Medicine, v 133, n 6, p 657-663, 2020
  14. D’ALMEIDA, P. C., Silveira, M., Poiano, R., Américo, B., Padula, A. L., & Santos-Junior, N. Lesões Pulmonares Associadas ao Uso do Cigarro Eletrônico.
  15. DE MESQUITA CARVALHO, A. Cigarros Eletrônicos: o que sabemos? Estudo sobre a composição do vapor e danos à saúde, o papel na redução de danos e no tratamento da dependência de nicotina. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 64, n. 4, p. 587-589, 2018.
  16. FINARDI, B. C. Nível de conhecimento dos estudantes de graduação da área da saúde sobre cigarros eletrônicos. 2021.
  17. FUENTES, X. F. et al. VpALI—vaping-related acute lung injury: A new killer around the block. Mayo Clinic Proceedings. Elsevier, 2019. p. 2534-245.
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  27. TRIANTAFYLLOU, G. A. et al. Vaping-associated acute lung injury: a case series. American journal of respiratory and critical care medicine, v. 200, n. 11, p. 1430-1431, 2019.
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The Brazilian Journal Of Infectious Diseases publica Diretrizes Brasileiras para o Tratamento do Paciente Ambulatorial com COVID-19

O Brazilian Journal Of Infectious Diseases (BJID) publicou as Diretrizes Brasileiras para o Tratamento do Paciente Ambulatorial com suspeita ou confirmação de COVID-19. As recomendações foram feitas em conjunto por sete sociedades médicas.

A SBPT participou da elaboração do conteúdo por intermédio do coordenador da Comissão Científica de Infecções Respiratórias, Prof. Tadeu Monteiro, e da ex-coordenadora e atual membro da Comissão, Profa. Rosemeri Maurici.

Além disso, outros associados pneumologistas também contribuíram para as Diretrizes, como a Dra. Juliana Ferreira e o coordenador do grupo de trabalho que elaborou o documento, Dr. Carlos Carvalho.

No artigo, os pesquisadores avaliaram dez tecnologias e justificaram as posições contrárias ao uso de anticoagulantes, azitromicina, budesonida, colchicina, corticosteróides, hidroxicloroquina/cloroquina isoladamente ou em associação com azitromicina, ivermectina, nitazoxanida e plasma convalescente.

O documento é importante para padronizar as condutas dos profissionais e serviços de saúde no Brasil, auxiliar no controle da pandemia no país e garantir que os pacientes sejam acompanhados da melhor forma.

“É necessário descartar terapias ineficazes e alocar recursos para tecnologias com benefício comprovado, como equipamentos de proteção individual, vacinas, intervenções para o suporte ventilatório dos pacientes e terapias medicamentosas com efetividade comprovada”, lembram os pneumologistas da Comissão Científica de Infecções Respiratórias da SBPT.

As sociedades médicas que contribuíram para as diretrizes foram:

– Associação Brasileira de Medicina de Emergência (ABRAMEDE);
– Associação Médica Brasileira (AMB);
– Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV);
– Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG);
– Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI);
– Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade (SBFMC);
– Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).

O conteúdo tem base nas evidências disponíveis na literatura científica e está alinhado com a Organização Mundial de Saúde (OMS), National Institutes of Health (NIH) e Infectious Diseases Society of America (IDSA).

Referência

FALAVIGNA, Maicon, et al. Brazilian guidelines for the treatment of outpatients with suspected or confirmed COVID-19. A joint guideline of the Brazilian Association of Emergency Medicine (ABRAMEDE), Brazilian Medical Association (AMB), Brazilian Society of Angiology and Vascular Surgery (SBACV), Brazilian Society of Geriatrics and Gerontology (SBGG), Brazilian Society of Infectious Diseases (SBI), Brazilian Society of Family and Community Medicine (SBFMC), and Brazilian Thoracic Society (SBPT). Braz J Infect Dis. 2022 Mar 17;26(2):102347. doi: 10.1016/j.bjid.2022.102347. Online ahead of print.

SBPT aponta equívocos na proposta de tratamento da Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) da CONITEC

A CONITEC abriu consulta pública a respeito do PCDT de tratamento da Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) e disponibilizou para contribuições até 04/04/2022.

O documento apresentado trata das drogas aprovadas pela ANVISA para tratamento da HAP, em monoterapia ou em terapia combinada.

De acordo com os pneumologistas da Comissão Científica de Circulação Pulmonar da SBPT, a network metanálise (NMA) apresentada pela CONITEC apresenta diversos problemas metodológicos que podem comprometer seriamente os resultados encontrados.

Por isso, a SBPT apresentou a seguinte resposta à consulta pública:

A única combinação de vasodilatadores aceita e proposta pelo documento foi a de sildenafila e bosentana, o que demonstra desconhecimento a respeito da evolução das estratégias terapêuticas para essa doença crônica, grave e progressiva.

Em todo o mundo, outras associações são utilizadas rotineiramente, com benefício respaldado em estudos clínicos de qualidade. Após 8 anos de espera por um documento que pudesse garantir um tratamento adequado aos pacientes com HAP, uma vez que o PCDT de 2014 já era obsoleto e equivocado desde a sua publicação, a nova versão do PCDT nos trouxe grande preocupação com o futuro do tratamento dos pacientes com a HAP no Brasil.

A SBPT, a Associação Médica Brasileira (AMB), a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a Sociedade Brasileira de Reumatologia e a Associação Brasileira de Apoio a Família com Hipertensão Pulmonar e doenças correlatas divulgaram uma carta, na qual reiteram o desejo de contribuir com a discussão técnica sobre o tratamento da HAP e reforçam a sua divergência com os critérios adotados.

A Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro (SOPTERJ) também divulgou uma nota de repúdio à proposta da Conitec. Leia aqui.

SBPT abre o envio de trabalhos para o 40º Congresso Brasileiro de Pneumologia e Tisiologia

O 40º Congresso Brasileiro de Pneumologia e Tisiologia e 16º Congresso Brasileiro de Endoscopia Respiratória (SBPT 2022) será realizado de 12 a 16 de outubro de 2022, em Campinas (SP).

A seleção de resumos estará aberta até 12/08/2022.

É possível submeter seu trabalho para apresentação em pôster ou temas livres. Serão aceitos resumos de conteúdo original, séries de casos relevantes ou relatos de casos relevantes.

A comissão organizadora selecionará, no máximo, três trabalhos de cada primeiro autor.

É importante lembrar que o primeiro autor deverá estar inscrito no Congresso para apresentar seu trabalho, caso seja selecionado.

Clique aqui para ler todas as regras de submissão de resumos.

ANS inclui o dupilumabe no rol de medicamentos para asma grave

Em reunião da Diretoria Colegiada na última segunda-feira (28/3), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) decidiu pela incorporação do dupilumabe no rol de coberturas obrigatórias para pacientes com asma grave eosinofílica beneficiários de planos de saúde.

A ANS terá prazo de 180 dias, prorrogáveis por mais 90 dias, para a incorporação do imunobiológico.

A Comissão Científica de Asma da SBPT contribuiu com a ANS desde a primeira reunião técnica e, agora, comemora a decisão. Além de aumentar o arsenal terapêutico para o controle desses pacientes, a inclusão estimula a competitividade entre as indústrias farmacêuticas, reduzindo o custo e favorecendo o acesso.

O dupilumabe poderá ser prescrito quando preenchidos os critérios: asma não controlada, apesar do uso de corticoide inalatório associado a beta 2 agonista de longa duração (LABA), e contagem de eosinófilos ≥ 300 células/microlitro nos últimos 12 meses e uso contínuo de corticoide oral para controle da asma nos últimos 6 meses ou 3 ou mais exacerbações asmáticas necessitando de tratamento com corticoide oral no último ano.

A SBPT lembra que o dupilumabe bloqueia a ação da IL-4 e da IL-13, portanto, com um mecanismo de ação diferente do mepolizumabe e benralizumabe, que já constam no rol da ANS. Na eventualidade de não resposta ao tratamento com um imunobiológico, o paciente deve ser reavaliado para se considerar a troca.

O dupilumabe foi aprovado pela ANVISA para uso no Brasil em fevereiro de 2020, com eficácia e segurança comprovadas.

Anvisa aprova inibidor de mutações de KRAS G12C para câncer de pulmão

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o sotorasibe para tratamento do câncer de pulmão de não pequenas células com mutação de KRAS G12C.

A terapia-alvo é indicada para pacientes com CPNPC com mutação de KRAS G12C expostos a pelo menos uma linha de tratamento sistêmico prévio.

Atualmente, há outras formas de quimioterapia oral para pacientes selecionados, conforme as mutações se apresentem.

Em um estudo clínico de coorte fase II, a taxa de resposta a sotorasibe foi de 37,1% entre 124 pacientes, incluindo 3,2% de respostas completas. A duração da resposta ao tratamento foi de 11,1 meses.¹

A dose de tratamento recomendada é de 960 mg, via oral, uma vez ao dia.

A taxa de controle de doença foi de 80,6%. Na avaliação de segurança, 20,6% dos pacientes apresentaram eventos adversos de graus ≥ 3.

Referências

Skoulidis F, et al. Sotorasib for Lung Cancers with KRAS p.G12C Mutation. N Engl J Med. 2021 Jun 24;384(25):2371-2381. doi: 10.1056/NEJMoa2103695. Epub 2021 Jun 4. PMID: 34096690.

Schiavon, Fabiana. Medicamento inovador contra câncer de pulmão é aprovado pela Anvisa. Revista Saúde, mar 2022. Disponível em: https://saude.abril.com.br/medicina/medicamento-inovador-contra-cancer-de-pulmao-e-aprovado-pela-anvisa/. Acesso em 31 mar 2022.

SMPCT realiza Jornada de Atualização em Pneumologia

Em 8 e 9 de abril de 2022, a Sociedade Mineira de Pneumologia e Cirurgia Torácica realizará uma Jornada de Atualização e Reciclagem em Pneumologia.

O evento será on-line e gratuito, com vagas limitadas a 250. Para se inscrever, entre em contato com Renata pelo whatsapp: 31 996125146.

Confira a programação e clique na imagem para entrar nas salas:

SBPT realiza Curso Integrado de Radiologia e Patologia Pulmonar

De 31/03/2022 a 02/04/2022, a SBPT apresentou o Curso Integrado de Radiologia e Patologia Pulmonar na plataforma on-line.

O curso tem aulas ao vivo e gravadas, divididas em três módulos: básico, neoplásico e não neoplásico. Quem não pôde acompanhar ao vivo, ainda pode se atualizar: todo conteúdo está disponível e as inscrições permanecem abertas.

O aluno que se inscrever e assistir às aulas na plataforma até 02/05/2022 tem direito ao certificado.

Clique aqui para retirar seu certificado.

O módulo básico foi realizado na quinta-feira (31/03/22), com quase 300 inscritos on-line.  Quatro casos clínicos desafiadores foram apresentados para se discutir os diagnósticos diferenciais em Pneumologia, tanto de infecções, como de doenças intersticiais e uma doença rara autossômica dominante.

Os professores comentaram sobre a importância da multidisciplinaridade para se firmar o diagnóstico. Enquanto as etapas clínica e radiológica permitem que se tenha um diagnóstico presuntivo, a anatomopatologia ajuda a confirmar os diagnósticos mais difíceis. Na foto, Dr. Paulo Faleiros, Dr. Danilo Wada, Dra. Renata Fragomeni, Dra. Suzana Tanni, Dr. Marcel Santos e Dr. Alexandre Fabro.

Na sexta-feira (01/04), as discussões trataram das correlações radiopatológicas em lesões neoplásicas, além das bases do diagnóstico radiológico e patológico, com debates ao vivo sobre casos clínicos.

Na programação de sábado 02/04/22, os palestrantes demonstraram as principais alterações radiológicas e patológicas das lesões pulmonares não neoplásicas, incluindo as doenças intersticiais.

Acesse a programação completa.

“O papel mais importante será do clínico, mas o trabalho conjunto com o patologista e radiologista ajuda a dar uma direção mais precisa. Atuamos como ‘controladores de voo'”, observou o Dr. Marcel Santos.

“O objetivo é promover uma ‘semiologia’ radiológica com correlação patológica como base da interpretação”, explicou o Dr. Alexandre Fabro, que também é coordenador do Departamento de Patologia Pulmonar da SBPT.

Os casos comentados ao vivo já estão disponíveis para todos os inscritos na plataforma do curso. Assim como as aulas gravadas dos três módulos.

Entre no curso.

Todas as aulas ficarão disponíveis na plataforma do curso por 30 dias, até 02/05/2022.

Em 03/05/2022, o conteúdo será migrado para plataforma de ensino à distância (EAD SBPT) e não haverá emissão de certificado.

O curso é organizado pelo Departamento de Patologia Pulmonar da SBPT destinado a médicos patologistas, pneumologistas, radiologistas, radioterapeutas, cirurgiões torácicos, oncologistas e demais interessados em aperfeiçoar a interpretação das biópsias e imagens do tórax.

Carta pública pelo estabelecimento de prazos para o Brasil atingir os padrões de qualidade do ar da OMS

De acordo com relatório publicado esta semana pelo IQAir, a poluição do ar ultrapassou os limites de concentração recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em todos os países do mundo em 2021.

Apenas 3,4% das mais de 6 mil cidades pesquisadas atenderam aos critérios dos índices de qualidade do ar recomendados pela entidade que buscam salvaguardar a saúde humana.

O órgão já havia apontado, em 2018, que 95% da população mundial está exposta à má qualidade do ar.

Como resultado, o ar tóxico é o maior malefício ambiental da contemporaneidade com repercussões à saúde, perdendo apenas para a Covid-19 durante estes dois anos de pandemia. Ele é responsável por 11% da mortalidade global anual, sendo 51 mil no Brasil, afetando, em especial, os grupos populacionais mais vulneráveis, as crianças, os idosos, as gestantes e as populações de baixa renda. Por essas razões a OMS elencou a poluição do ar como frente de combate prioritária na agenda das emergências em saúde.

Devido à gravidade do quadro, reconhecemos a extrema relevância da Ação Direta de Inconstitucionalidade n° 6148/DF movida pela Procuradoria-Geral da República e que será julgada pelo Supremo Tribunal Federal no próximo dia 30 de março.

A Adin tem como objeto a Resolução CONAMA 491/2018, que dispõe sobre os padrões de qualidade do ar definidos no Brasil. A motivação da ação reside na ineficiência da norma para a proteção da saúde da população por diversas razões.

Embora o Brasil adote os limites sugeridos pela OMS, a norma prevê que eles sejam alcançados após a passagem por três níveis intermediários. No entanto não determina prazos para atingi-los, tornando-a ineficiente. Assim sendo, seguimos com níveis de concentração de poluentes na atmosfera extremamente elevados.

Se permitidos níveis altos de toxicidade no ar, haverá mais sofrimento, adoecimento e mortes da população. Mas não apenas isso, há o prejuízo da gestão e do controle de emissões de poluentes, já que não determina um cronograma para que o país disponha de regras mais restritivas para as emissões de poluentes.

Um impacto concreto da ausência de prazos e da permanência de padrões de qualidade do ar altamente permissíveis para poluir reside na ineficiência da atuação dos órgãos públicos para concessão de licenças ambientais. Ademais, a desatualização dos níveis de concentração está na contramão da informação clara sobre a qualidade do ar e eventuais malefícios à saúde da população. Prejudica o direito à informação adequada dos cidadãos e o alcance de medidas de proteção quanto aos direitos coletivos, além de ser permissivo a episódios críticos da poluição do ar.

Para agravar a condição de ausência de protetividade da norma brasileira, a OMS, em setembro de 2021, estabeleceu novas diretrizes globais de qualidade do ar a partir de valores de concentração de poluentes considerados seguros para a saúde humana. Portanto, a normativa vigente, que já está defasada, representa agora a expressão plena do atraso e da desconsideração ao direito humano à vida.

Finalmente, a sociedade médica, representada pelos profissionais, associações e sociedades de especialidade abaixo-assinadas, conta com a Suprema Corte para garantir a efetiva defesa da saúde e do meio ambiente ecologicamente equilibrado destas e das futuras gerações.

Subscrevem esta carta:

Academia Brasileira de Neurologia, ABN
Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, ASBAI
Associação Médica Brasileira, AMB
Associação Médica Brasileira Homeopática, AMHB
Associação Paulista de Medicina, APM
Associação Paulista de Neurologia, APAN
Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, SINDHOSP
Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP)
Sociedade Brasileira de Clínica Médica, SBCM
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, SBGG
Sociedade Brasileira de Pediatria, SBP
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, SBPT

The European Bronchiectasis Registry realizará 5ª Conferência Mundial de Bronquiectasias e Micobactérias Não Tuberculosas

A 5ª Conferência Mundial de Bronquiectasias e MNTs (WBCN) será realizada entre 30 de junho a 2 de julho de 2022, em Praga, República Tcheca e também on-line.

É possível enviar trabalhos científicos para o evento até 29/03/2022.

Este encontro bienal reúne uma comunidade científica internacional para debater as novidades de diagnóstico, manejo e tratamento dessas patologias complexas que, muitas vezes, são mal diagnosticadas e negligenciadas.

“O WBNC é a plataforma mundial onde as últimas pesquisas e estudos de caso são compartilhados entre clínicos e pesquisadores”, afirmam os organizadores.

Acesse o programa e inscreva-se.