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Pesquisa Vigitel 2019 mostra aumento de fumantes no Brasil

O Ministério da Saúde divulgou o estudo Vigilância de Fatores de Risco e Proteção Para Doenças Crônicas Por Inquérito Telefônico (Vigitel 2019).

De acordo com as 52.443 entrevistas realizadas em 2019, a proporção de adultos fumantes aumentou 0,5% em um ano no país. A prevalência tendeu a ser maior entre homens (12,3%) do que mulheres (7,7%). 

Segundo informa o dr. Alberto Araújo, membro da Comissão Científica de Tabagismo da SBPT, uma das hipóteses do que pode ter contribuído para o aumento da prevalência de fumantes no último ano foi a interrupção das políticas de aumento de preços e de impostos sobre produtos do tabaco. 

“O aumento de preços e impostos sobre o cigarro é considerada a medida de maior impacto na queda da prevalência do tabagismo constantes no pacote denominado MPOWER, da OMS”, destaca o pneumologista.

Esta medida também é apontada pela Comissão Nacional para a Implementação da Convenção-Quadro (CONICQ) como uma das leis que podem reduzir o impacto do tabagismo no contexto da COVID-19 (Projeto de Lei 2.898/2019 – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importação e a comercialização de manufaturados do tabaco).

Contudo, na comparação com os resultados de 2006, quando se iniciou o monitoramento, o tabagismo continua em queda no Brasil. A redução foi de 15,7% em 2006 para 9,8% no ano passado, diminuição de 37,6%.

A pesquisa constatou, ainda, que o hábito de fumar diminui com o aumento da escolaridade. Entre indivíduos que estudaram por 12 anos ou mais, a queda foi de 6,7%.

A Vigitel também registrou aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e outras condições que agravam o quadro de pacientes respiratórios. 

– diabetes mellitus (de 5,5% para 7,4% em 2019).
– hipertensão arterial (de 22,6% para 24,5%).
– excesso de peso (de 42,6% para 55,4%).
– obesidade (de 11,8% para 20,3%).
– consumo excessivo de álcool (de 15,7% para 18,8%).

O estudo também mostra que houve aumento da prática de atividade física em dez anos e traz dados sobre consumo de alimentos pouco ou não processados e de ultraprocessados.

Diante desse aumento, a SBPT alerta para a importância da prevenção, já que o tabagismo, o consumo abusivo de álcool, o sedentarismo e a alimentação inadequada são fatores preveníveis das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT).

Por fim, a Comissão destaca que os fumantes, incluindo os consumidores de cigarro eletrônico e cigarros aquecidos, têm maior probabilidade de desenvolver doenças pulmonares e vasculares, sistemas que são muito afetados em pacientes com COVID-19.

Portanto, a cessação do tabagismo considerada uma medida de prevenção e tratamento da infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2).


Fontes:

Vigitel 2019.

Boletim Epidemiológico SVS 16 – Ministério da Saúde.

OPAS/OMS Brasil.

Comissão Nacional para a Implementação da Convenção-Quadro (CONICQ) – Leis que podem reduzir o impacto do tabagismo na COVID-19.