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Trocar cigarro por cigarro eletrônico ou cigarro de tabaco aquecido não é estratégia de saúde pública comprovada ou segura para parar de fumar, dizem SBPT e SPP

As Sociedades Brasileira e Portuguesa de Pneumologia e Tisiologia (SBPT e SPP) alertam com preocupação que a decisão do Ministro da Saúde da Inglaterra, Neil O’Brien, de distribuir kits gratuitos contendo cigarro eletrônico para um milhão de fumantes no país não é uma estratégia de saúde pública comprovada nem segura para diminuir a elevada carga de doença e morte prematura causada pelo tabagismo de cigarros combustíveis.

A campanha “swap to stop” (“trocar para parar”) foi anunciada por O’Brien em discurso no Policy Exchange, na terça-feira (11/04). De acordo com o Ministro de Saúde Inglês, “vaporizar” seria uma “ferramenta poderosa” para ajudar as pessoas a parar de fumar e, junto com iniciativas de prevenção à iniciação ao fumo, contribuiria para zerar as taxas de tabagismo na Inglaterra até 2030.

A posição das autoridades de saúde inglesas não segue as boas práticas da Medicina baseada em evidências científicas e da ética médica “primum non nocere”, ou seja, “primeiro não prejudicar”. Não segue também o princípio de precaução de saúde pública, já que existe farta documentação científica dos prejuízos à saúde causados por estes produtos.

Os cigarros eletrônicos não são nem dispositivos médicos nem medicamentos, são produtos de consumo banidos em mais de 40 países, entre eles, o Brasil, que fornecem nicotina inalada além de outras quase 2 mil substâncias. Já foram identificados compostos tóxicos, irritantes e até carcinogênicos, muitos deles, não especificados pelos fabricantes.

“Esses aparelhos também oferecem perigos específicos, como o vazamento de metais pesados no filamento aquecido, aumentando o risco de câncer, adoecimento por síndrome respiratória aguda e explosão do dispositivo, por exemplo. Portanto, não existe o uso ‘terapêutico’ alardeado pela indústria e pelo governo britânico”, ressalta o pneumologista Paulo Corrêa, coordenador da Comissão Científica de Tabagismo da SBPT. “Como esses dispositivos fornecem nicotina, que causa grande dependência, e outros produtos tóxicos, os usuários acabam persistindo no uso continuado, podendo sofrer os efeitos negativos na saúde e adoecer”, complementa a Dra. Sofia Ravara, presidente da Comissão de Tabagismo da SPP.

Por outro lado, os tratamentos da dependência do tabaco são clinicamente eficazes, seguros e muito custo-efetivos em comparação com outras intervenções médicas.  A melhor maneira de parar de fumar é uma combinação de aconselhamento comportamental e farmacoterapia. A associação desses métodos é mais eficaz do que qualquer um deles isoladamente. Portanto, os profissionais de saúde devem incentivar todos os fumantes a fazer uma tentativa de cessação do tabagismo usando aconselhamento médico e medicação. Enquanto os sistemas de saúde devem apoiar os profissionais de saúde na disponibilização e integração desses tratamentos eficazes ao nível do sistema de saúde, com um custo financeiro acessível para os fumantes.

De maneira preocupante, a indústria do tabaco e dos cigarros eletrônicos tem usado um marketing contundente e difícil de controlar, por meio de influenciadores digitais nas redes sociais, para promover o tabaco aquecido e os dispositivos eletrônicos para fumar (DEF) como seguros e eficazes na cessação do tabagismo.

“Diversos estudos epidemiológicos em diferentes países, desde a América do Norte e do Sul até à Europa e Ásia, têm mostrado uma experimentação e consumo crescente desses produtos entre a população, sobretudo nos adolescentes e adultos jovens. Na Europa, os inquéritos do Eurobarômetro revelam uma tendência decrescente da cessação assistida pelos cuidados de saúde, enquanto parar de fumar sem assistência médica ou usando os cigarros eletrônicos tem crescido. Essas tendências são estarrecedoras e resultantes do marketing enganador da indústria”, pontua a Dra. Ravara.

“A ciência já comprovou que os cigarros eletrônicos não ajudam quem está tentando parar de fumar a fazê-lo. Na revisão sistemática e meta-análise ‘E-cigarettes and smoking cessation in real-world and clinical settings’, publicada por Kalkhoran e Glantz na revista científica The Lancet Respiratory Medicine, pessoas que tentaram parar de fumar cigarro convencional utilizando cigarros eletrônicos tiveram 28% menos chance de sucesso do que os que não utilizaram esses dispositivos”, comenta o pneumologista Dr. Paulo Corrêa.

Segundo o especialista, muitos estudos que supostamente comprovam que esses dispositivos ajudam a parar de fumar têm conflitos de interesse, além de problemas de metodologia e execução.

“Não existe cigarro bonzinho”, alerta o Dr. Paulo Corrêa. “Se você nunca tiver fumado cigarros, não inicie o uso de produtos de tabaco aquecido nem de DEFs. Se você está utilizando um ou mais desses produtos, saiba que o processo de parar de fumar é a melhor ação que você poderá fazer pela sua saúde. O tratamento com um profissional habilitado inclui avaliação e atuação em múltiplos fatores, como o estabelecimento do perfil comportamental do paciente, a presença ou não de doenças causados pelo tabagismo/nicotismo, e sua gravidade, o grau de dependência de nicotina, entre outros. O tratamento envolve um plano de ação definido junto com o paciente, caso a caso, com técnicas de relaxamento e de manejo de fissura e, quando indicado, acompanhamento psicológico e terapia medicamentosa, incluindo reposição de nicotina e/ou uso da bupropiona ou da citisina (disponível em Portugal), que atuam nas vias cerebrais da dependência”, explicam os pneumologistas.

SBPT alerta para os riscos dos cigarros eletrônicos em artigo no jornal O Globo

A SBPT expôs os riscos eminentes à saúde dos cigarros eletrônicos, com base nas melhores evidências científicas disponíveis até o momento, em artigo publicado pelo jornal O Globo em 26/02/2023.

O texto da SBPT “Cigarros eletrônicos fazem muito mal” é uma resposta à publicação “O Dilema do Cigarro Eletrônico”, veiculada em 21/02/2023, na qual o autor sugere que esses dispositivos teriam risco reduzido de danos.

Na argumentação, a Dra. Margareth Dalcolmo, Presidente da SBPT, e o Dr. Paulo Corrêa, coordenador da Comissão Científica de Tabagismo da Sociedade, enfatizam que a maioria dos artigos científicos publicados apontam perigos graves dos cigarros eletrônicos, como falta de transparência sobre as quase 2 mil substâncias encontradas nesses dispositivos, além do risco de vazamento de metais pesados e adoecimento.

O texto repercutiu positivamente entre pneumologistas e especialistas no assunto. “Artigo incisivo, objetivo, correto, com abundância de comprovações científicas. SBPT vigilante e presente!”, comentou o Dr. José Miguel Chatkin, ex-presidente da SBPT do biênio 2019-2020 e referência no estudo sobre tabagismo no país.

O artigo foi publicado na edição de 26/02/2023 do O Globo. Confira na íntegra:

Do que é composta a fumaça dos cigarros eletrônicos? Por que não é apenas “vapor de água”? (imagens)

A Comissão Científica de Tabagismo da SBPT divulgou a segunda parte da série que expõe os principais mitos que se propagam sobre os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs).

Nesta edição, os especialistas apresentam as evidências científicas que comprovam que a fumaça dos cigarros eletrônicos não é composta apenas de “vapor de água”.

Baixe e compartilhe as imagens:

Na primeira parte desta série, os pneumologistas explicam por que os cigarros eletrônicos não podem ser utilizados como terapia para parar de fumar. Baixe as imagens aqui.

O projeto tem o apoio da Comissão Científica de Tabagismo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP).

Lei Estadual do Rio Grande de Norte proíbe Dispositivos Eletrônicos Para Fumar (DEF)

Em 27/12/2022, entrou em vigor a Lei n° 11.326 do Estado do Rio Grande do Norte, que proíbe a comercialização de cigarros eletrônicos, vaporizadores, vaper, pod, e-ciggy, e-cigarrette e e-pipe, etc. e o uso desses aparelhos em locais fechados e semiabertos.

A iniciativa foi resultado do documento enviado pela Presidente da Associação de Pneumologia e Cirurgia Torácica do Rio Grande do Norte (APCT-RN), Dra. Suzianne Lima, à Assembleia Legislativa do Estado.

A normativa acrescenta o § 4º na lei nº 9.423, de 9/12/2010:

“Para os fins desta Lei, fica vedado todo e qualquer tipo de Dispositivos Eletrônicos para Fumar – DEF, como cigarros eletrônicos, vaporizadores, vaper, pod, e-ciggy, e-cigarrette e e-pipe, entre outros aparelhos que independente de formato e tamanho, visem diferentes mecanismos voltados para a inalação.” (NR)

A Comissão Científica de Tabagismo da SBPT, da qual a Dra. Suzianne Lima faz parte, comemorou a vitória.

Evidências científicas recentes apontam que os aerossóis produzidos pelos cigarros eletrônicos contêm quase 2 mil substâncias ainda desconhecidas e não divulgadas pelas fabricantes, incluindo cancerígenos, produtos químicos industriais e cafeína. (Chem Res. Toxicol., 2021)

Além da síndrome respiratória aguda específica dos DEF, conhecida como EVALI, o fumante de cigarro eletrônico está exposto às mesmas doenças causadas pelo cigarro convencional – angina, infarto, DPOC, alterações vasculares, crises de asma, câncer de pulmão, etc.

Por isso, a atuação contínua dos pneumologistas no controle do tabagismo no Brasil é fundamental.

29 de agosto: Dia Nacional de Combate ao Fumo

Todos os anos, em agosto, instituições brasileiras de saúde e educação se dedicam a transmitir informações para ajudar o fumante a interromper a dependência de nicotina e buscar mais qualidade de vida.

Na campanha de 2022, a SBPT alerta para a nova estratégia da indústria do tabaco para aliciar mais fumantes: os Dispositivos Eletrônicos Para Fumar (DEF).

Evidências científicas recentes apontam que os aerossóis produzidos pelos cigarros eletrônicos contêm quase 2 mil substâncias ainda desconhecidas e não divulgadas pelas fabricantes, incluindo produtos químicos industriais e cafeína (Chem Res. Toxicol. 2021).

A maioria dos estudos sobre os DEF investiga as exposições de cigarros eletrônicos a partir de substâncias já detectadas nos cigarros combustíveis, como alcaloides do tabaco, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e formaldeído.

O diferencial deste estudo é que o grupo utilizou uma técnica avançada de impressão digital química (fingerprinting) aliada à cromatografia líquida – espectrometria de massa de alta resolução (LC-HRMS).

Especificamente, os produtos analisados foram: um dispositivo de terceira geração com energia modificável “mod” (Smok ProColor 225W), dois dispositivos de cartucho “pod” de quarta geração (Juul e Vuse Alto) e um “pod” descartável de quarta geração (Blu).

A cafeína foi detectada em amostras de dois dos quatro produtos comerciais de e-cig analisados: Vuse e Mi-Salt (Smok) e-líquidos e/ou aerossóis. O estimulante já havia sido detectado nos e-líquidos com sabor de café, chá, chocolate e bebidas energéticas, alguns em níveis de até 104 μg/g, mas a existência em produtos com sabor de tabaco, como demonstrado pelo estudo, foi inusitada.

Os pesquisadores também identificaram citrato trietílico, usado como emulsificante de e-líquido, em altas concentrações, acima do máximo quantificável (400 μg/g), em amostras de Juul e-liquid e aerossol, além de três produtos químicos industriais e um pesticida.

Assista no YouTube: “Cigarros eletrônicos e produtos de tabaco: poluindo o meio ambiente interno e externo, realizado em 31/05/2022.

Nesta campanha de 2022, a SBPT alerta que o cigarro eletrônico não é indicado para tratamento do tabagismo. Além disso, recomendamos aos profissionais da saúde que encaminhem pacientes tabagistas para o tratamento com especialistas.

Nas imagens que seguem, veja informações sobre alguns dos riscos de consumo de todas as formas de cigarro. Baixe e compartilhe:

Referências sobre a composição dos cigarros eletrônicos

Cheng, T. Chemical Evaluation of Electronic Cigarettes. Tob. Control 2014, 23, ii11−ii17.

Lisko, J. G.; Lee, G. E.; Kimbrell, J. B.; Rybak, M. E.; Valentin-Blasini, L.; Watson, C. H. Caffeine Concentrations in Coffee, Tea, Chocolate, and Energy Drink Flavored E-Liquids. Nicotine Tob. Res. 2017, 19, 484– 492, DOI: 10.1093/ntr/ntw192.

National Academies of Sciences Engineering and Medicine. In Public Health. Consequences of E-Cigarettes; Stratton, K.; Kwan, L. Y.; Eaton, D. L., Eds.; The National Academies Press: Washington, DC, 2018.

Salamanca, J. C.; Meehan-Atrash, J.; Vreeke, S.; Escobedo, J. O.; Peyton, D. H.; Strongin, R. M. E-Cigarettes Can Emit Formaldehyde at High Levels under Conditions That Have Been Reported to Be Non-Averse to Users. Sci. Rep. 2018, 8, No. 7559.

Salin, A. V.; Il’in, A. V.; Faskhutdinov, R. I.; Galkin, V. I.; Islamov, D. R.; Kataeva, O. N. Tributylphosphine Catalyzed Addition of Diphenylphosphine Oxide to Unsubstituted and Substituted Electron-Deficient Alkenes. Tetrahedron Lett. 2018, 59, 1630– 1634,  DOI: 10.1016/j.tetlet.2018.03.040.

Takeshita, A.; Igarashi-migitaka, J.; Nishiyama, K.; Takahashi, H.; Takeuchi, Y.; Koibuchi, N. Acetyl Tributyl Citrate, the Most Widely Used Phthalate Substitute Plasticizer, Induces Cytochrome P450 3A through Steroid and Xenobiotic Receptor. Toxicol. Sci. 2011, 123, 460– 470,  DOI: 10.1093/toxsci/kfr178.

Comissão de Tabagismo da SBPT participa do XV Seminário de Alianças Estratégicas Para Promoção da Saúde da ACT

A Aliança de Controle do Tabagismo (ACT Promoção da Saúde) realizou seu 15º seminário de 15 a 17/08/2022.

O Dr. Paulo Corrêa, coordenador da Comissão Científica de Tabagismo da SBPT, participou do painel sobre Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), coordenado por Sabrina Presman, da Associação Brasileira de Estudos sobre Álcool e Outras Drogas.

O painel contou com sete palestrantes, entre representantes da ACT, Instituto do Coração (InCor), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Universidade da Califórnia, Universidade Johns Hopkins, Receita Federal do Brasil e outras instituições.

O Dr. Paulo Corrêa falou a respeito dos mitos que se propagou sobre o cigarro eletrônico, ressaltando os seguintes pontos:

    • Cigarro eletrônico não é “95% menos danoso”, como propalaram nas pesquisas financiadas pela indústria;
    • Os DEFs não são “apenas vapor de água” e sim um aerossol com quase 2 mil substâncias químicas, segundo evidências mais recentes;
    • Cigarro eletrônico é cigarro, portanto, fumar é o mesmo que vaporizar;
    • Não fumantes que usam DEFs têm probabilidade 3x maior de se tornarem fumantes regulares de cigarros convencionais;
    • Cigarro eletrônico NÃO é tratamento de cessação;
  • Os DEFs também produzem second-hand e third-hand smoke (fumo passivo e resíduos da fumaça no ambiente).
Dr. Paulo Corrêa no XV Seminário da ACT Promoção da Saúde, em 15/08/2022.
Dra. Ana Carla Sousa de Araújo, da Comissão de Tabagismo da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), e Dr. Paulo Corrêa.

Dispositivos Eletrônicos Para Fumar (DEFs) são pauta da Reunião Ordinária Pública da Anvisa. Público pode contribuir com manifestação oral sobre o assunto

Na próxima terça-feira (22/06), às 9h30, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai discutir a revisão da RDC nº 46/2009 sobre os cigarros eletrônicos, em reunião on-line.

O público pode contribuir solicitando manifestação oral para a Secretaria-Geral da Diretoria Colegiada – SGCOL, pelo e-mail: dicolpublica@anvisa.gov.br até esta sexta-feira (17/06), às 23h59.

A SBPT recomenda às pessoas que compartilhem suas experiências e que se manifestem em defesa da manutenção da proibição da comercialização, importação e propagandas de Dispositivos Eletrônicos Para Fumar no Brasil, além de mais medidas para que a norma seja cumprida, como o aumento da fiscalização e a divulgação de campanhas contrárias ao uso.

A contribuição deve ressaltar que o único caminho admissível a seguir é a alternativa 2 do relatório da GGTAB: proibição definitiva dos cigarros eletrônicos no Brasil.

A inscrição deve informar o item da pauta ao qual se refere e o nome do responsável pelo uso da palavra. O proponente também deve anexar ao e-mail um vídeo gravado de até três minutos, com tamanho máximo de 25MB, e em formato MP4.

Os vídeos deverão ser anexados diretamente no e-mail e não hospedados em nuvem (Google Drive, Dropbox, iCloud, WeTransfer e semelhantes).

A reunião do dia 22/06 será transmitida on-line em link a ser divulgado no portal da Anvisa.

As gravações da reunião ficarão disponíveis no Portal da Anvisa > Composição > Diretoria Colegiada > Reuniões da Diretoria > Vídeos.

Dia Mundial Sem Tabaco: SBPT realiza evento ao vivo no YouTube

Todos os anos, em 31 de maio, as instituições de saúde chamam a atenção para os danos à saúde, riscos sociais e econômicos do tabagismo. Em 2022, a campanha da Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta também para o impacto ambiental causado pelos cigarros e cigarros eletrônicos.

Por isso, neste Dia Mundial Sem Tabaco 2022 (31/05), a SBPT realizou o evento Cigarros eletrônicos e produtos do tabaco: poluindo o ambiente interno e externo, ao vivo no YouTube, às 19h, com os pneumologistas da Comissão Científica de Tabagismo da Sociedade.

Assista aqui:

 

Cigarros eletrônicos: o que se sabe até agora sobre os “vapes”

A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) lembra que os dispositivos eletrônicos de fumar (DEFs) são produtos da mesma indústria que já causa mais de 8 milhões de mortes por ano no mundo, muitas delas, evitáveis.

No podcast Direto ao Ponto SBPT sobre o Dia Mundial Sem Tabaco, o coordenador da Comissão Científica de Tabagismo da SBPT, Dr. Paulo Corrêa, explicou que os novos produtos da velha indústria contêm pelo menos 80 substâncias químicas, entre elas, a nicotina, que causa dependência, além propilenoglicol e glicerina vegetal, que produzem acetaldeído, substância associada ao reforço do poder de dependência da nicotina.

Além disso, o especialista esclarece que o filamento aquecido dentro desses dispositivos é feito com metais, como níquel, latão, cobre e cromo, que são inalados conforme o líquido aquece e gera vapor. Portanto, fumantes de cigarro eletrônico têm níveis maiores de concentração de níquel no organismo, por exemplo, um carcinogênico grau 1, segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC).

Em uma revisão sistemática publicada recentemente pelo Centro Nacional de Epidemiologia e Saúde da Austrália, a análise toxicológica do cigarro eletrônico identificou 243 substâncias químicas, sendo 38 venenosas, uma proibida nos líquidos desses dispositivos e três em quantidade acima do permitido.

No Brasil, os especialistas de saúde solicitaram à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que mantenha a proibição de comercialização, importação e propaganda de dispositivos eletrônicos de fumar (RDC nº 46/2009), que fortaleça a fiscalização para que a resolução seja cumprida, que realize campanhas para desmentir o mito de que cigarro eletrônico “é só vapor” e que mantenha um registro compulsório de casos de síndrome respiratória causada pelo produto no Brasil – doença conhecida como EVALI (E-cigarette or vaping use-associated lung injury).

Além da EVALI, o cigarro eletrônico pode causar as mesmas doenças do cigarro convencional, tais como, angina, infarto, DPOC, alterações vasculares, crises de asma, etc.

Até 10/06/2022, a Anvisa está recebendo contribuições sobre a regularização de produtos fumígenos no Brasil. A SBPT encoraja o público a responder a favor da saúde e contra a liberação desses produtos no país. Acesse aqui a Tomada Pública de Subsídios – TPS nº 6/2022.

Cigarros eletrônicos e produtos de tabaco: poluindo o meio ambiente interno e externo

Além de comprometer a vida humana, a indústria do tabaco compromete os recursos naturais do planeta. De acordo com a OMS, a produção de cigarros causa:

– O desmatamento de 600 milhões de árvores para liberação de mais de 200 mil hectares para produção de tabaco.

– A poluição do ar, com 84 milhões de toneladas de CO2 liberadas na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global

– O uso indiscriminado de recursos minerais, já que são necessários 3,7 l de água para produzir um cigarro.

– A geração de lixo. São 4,5 trilhões de “bitucas” de cigarro poluindo o meio ambiente, sem falar no lixo eletrônico dos “pods” descartáveis.

Referências

Banks E, Yazidjoglou A, Brown S, Nguyen M, Martin M, Beckwith K, Daluwatta A, Campbell S, Joshy G. Electronic cigarettes and health outcomes: systematic review of global evidence. Report for the Australian Department of Health. National Centre for Epidemiology and Population Health, Canberra: April 2022.

Organização Mundial da Saúde. World No Tobacco Day. Disponível em: https://www.who.int/campaigns/world-no-tobacco-day/2022. Acesso em 29 abr 2022.

Sociedade Brasileira de Pneumologia. SBPT, AMB, CFM e Sociedades Médicas alertam sobre as consequências do uso de Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs). 9 mai 2022. Disponível em: https://sbpt.org.br/portal/sociedades-medicas-alertam-sobre-cigarro-eletronico/

Sociedade Brasileira de Pneumologia. Comissão de Tabagismo da SBPT vai à mídia orientar sobre os riscos do cigarro eletrônico para a saúde. 14 abr 2022. Disponível em: https://sbpt.org.br/portal/cigarro-eletronico-midia-abril-2022/

Sociedade Brasileira de Pneumologia. Posicionamento da SBPT sobre os Dispositivos Eletrônicos Para Fumar (DEFs). 7 abr 2022. Disponível em: https://sbpt.org.br/portal/dispositivos-eletronicos-para-fumar/

Fiocruz lança abaixo-assinado contra a liberação dos cigarros eletrônicos no Brasil

O Centro de Estudos Sobre Tabaco e Saúde (CETAB) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançou um abaixo-assinado contra a liberação dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) no Brasil.

Clique aqui para assinar.

“A campanha que estamos lançando esclarece que não precisamos de mais nenhum produto de tabaco no mercado brasileiro. A indústria do tabaco e seus grupos de fachada estão tentando interferir na política de controle do tabaco do Brasil”, afirma Silvana Rubano Turci, Coordenadora do CETAB.

“A Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (RDC – ANVISA) Nº 46 de 28/08/2009 proíbe a comercialização, importação e propaganda de quaisquer Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) no país, como cigarros eletrônicos e outros dispositivos desde 2009 e precisa permanecer válida.

Apesar disso, a indústria do tabaco tem pressionado a Anvisa para rever essa decisão com a única intenção de abrir um novo mercado e gerar lucros. Sempre às custas de vidas humanas. O debate foi então reaberto em 2019 e há expectativa por parte das empresas de que o processo seja concluído favoravelmente a elas em 2022.

O site da Anvisa informa que o processo está em fase de análise de impacto regulatório. O Brasil tem sido muito exitoso na implantação de medidas para a redução da demanda e do consumo de cigarros convencionais e, na verdade, os dispositivos eletrônicos para fumar, nada mais são do que velhos produtos de tabaco com novas roupagens.

A campanha mostra de maneira simples e objetiva que esses produtos são prejudiciais a saúde e ao meio ambiente e que tem levado um grande número de jovens a se tornarem dependentes em países onde são permitidos! Vamos dizer não! Não é preciso mudar a lei! Temos que apoiar a Anvisa para a manutenção da RDC 46/2009 que proíbe a fabricação e comercialização de produtos eletrônicos no Brasil”, complementa a Coordenadora do CETAB.

Leia também o posicionamento da SBPT enviado à Anvisa.

Posicionamento da SBPT sobre os Dispositivos Eletrônicos Para Fumar (DEFs)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) está na fase final de elaboração de seu posicionamento quanto à liberação do uso dos DEFs e, neste oportuno momento (abril de 2022), ciente da forte pressão da indústria do tabaco, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia se posiciona veemente contra a liberação da comercialização, importação e propagandas de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar, se mantendo a favor da manutenção da RDC 46/2009.  Além disso, exigimos medidas mais rigorosas para fiscalização e punição de violadores desta resolução. Vemos com preocupação o aumento do uso desenfreado desses dispositivos, em especial entre os nossos jovens.

Os cigarros eletrônicos são conhecidos no Brasil pelo termo Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs). São chamados também de “vapes”, e-cigarros, e-cigs, e-cigarettes ou “pen drive”. Os DEFs são uma ameaça à saúde pública, porque representam uma combinação de riscos: os já conhecidos efeitos danosos à saúde e o aumento progressivo do seu uso no país. Em especial, esses dispositivos atraem pessoas que nunca fumaram, persuadidas pelos aromas agradáveis, sabores variados, “inovação tecnológica” e estigmas de liberdade.

A edição 2019 da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE, 2019) entrevistou estudantes do 7º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio das redes pública e privada. Os maiores índices de experimentação de cigarro eletrônico foram observados entre os escolares de 13 a 17 anos da rede privada de ensino em todas as Grandes Regiões do Brasil em 2019. Os maiores percentuais de experimentação de DEFs ocorreram na Região Centro-Oeste (23,6% na rede pública e 24,3% na rede privada de ensino).

Sabemos que os cigarros eletrônicos contêm nicotina e várias dezenas de substâncias químicas, incluindo cancerígenos comprovados para pulmão, bexiga, esôfago e estômago. Há, ainda, o risco de explosões do aparelho e intoxicação. Infelizmente, a nicotina persiste como uma das drogas mais utilizadas no mundo e o tabagismo, que matou mais de 100 milhões de pessoas no século XX, poderá matar um bilhão no século XXI, com grande participação dos DEFs.

De forma sorrateira, a indústria do tabaco lançou esses produtos no mercado usando duas estratégias principais: o discurso de redução de danos em relação ao tabagismo convencional e como opção de tratamento para cessação dos cigarros combustíveis. Outra jogada foi propalar que os produtos não contêm monóxido de carbono e, assim, tentar normalizar novamente o seu uso, inclusive em ambientes fechados. Apresentados como “saudáveis”, os DEFs seriam a “solução tecnológica” para o anseio de uma importante fração de tabagistas: a ideia de poder fumar sem culpa, já que o produto “se trataria apenas de vapor de água” e não conteria substâncias tóxicas e perigosas. Entretanto, não é essa a realidade sobre esses dispositivos.

Estudos científicos mostram que o uso dos DEFs, tanto agudo como crônico, está diretamente ligado ao surgimento de várias doenças respiratórias, gastrointestinais, orais, entre outras, além de causar dependência e estimular o uso dos cigarros convencionais. Em contrapartida, o conhecimento sobre esses malefícios ainda é pouco difundido entre seus usuários.

A EVALI, sigla em inglês para lesão pulmonar induzida pelo cigarro eletrônico, é uma doença pulmonar relacionada ao uso dos DEFs, descrita pela primeira vez no ano de 2019, nos Estados Unidos. Essa lesão pulmonar foi atribuída, inicialmente, a alguns solventes e aditivos utilizados nesses dispositivos, provocando um tipo de reação inflamatória no órgão, podendo causar fibrose pulmonar, pneumonia e chegar à insuficiência respiratória. Até janeiro de 2020, o CDC, nos Estados Unidos, registrou 2.711 casos de EVALI hospitalizados e até fevereiro do mesmo ano 68 mortes foram confirmadas. A faixa etária média era de 24 anos, 66% dos acometidos pertenciam ao sexo masculino e o tempo médio de utilização foi de 12 meses.

No Brasil, em agosto de 2020, de acordo com dados obtidos pelo The Intercept, por meio da Lei de Acesso à Informação, a ANVISA havia notificado sete casos de EVALI (enviamos uma carta à agência, que não atualizou esses dados). Ainda não temos estudos de base populacional que mostrem a real prevalência de uso dos DEFs em nosso país, mas a Associação Médica Brasileira, em um de seus artigos, relata a estimativa de 650 mil usuários.

Em 2009, a ANVISA estabeleceu a regulamentação que proibiu venda, importação e propaganda desses produtos (RDC 46/2009). Contudo, a comercialização online dos DEFs é comum e, apesar da proibição, até mesmo grandes lojas de departamento vendem dispositivos eletrônicos para fumar, livremente, para crianças e adolescentes. Mesmo as ações e multas da ANVISA parecem não inibir esse comércio.

Dados apontam que a redução dos números de fumantes no Brasil está estagnada e, o mais grave, é que a prevalência de fumantes entre jovens de 18 a 24 anos residentes nas capitais brasileiras aumentou de 7,4% para 8,5% entre 2016 e 2017. Vários fatores têm contribuído para o aumento do número de fumantes jovens, como a ausência de fiscalização pela ANVISA da comercialização dos DEFs pela Internet e o modelamento dos jovens por influencers.

Desta forma, a ampla utilização dos DEFs pode reverter, em pouco tempo, o sucesso das políticas de controle do tabaco obtido em décadas de esforços do Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT). A comunidade científica e de saúde pública brasileira só espera uma coisa da ANVISA: que NÃO libere sua comercialização no Brasil. Que exerça seu papel de proteger a saúde da população brasileira.

Além da manutenção da proibição definitiva desses dispositivos no Brasil, é necessário iniciar uma rotineira e efetiva fiscalização da venda desses produtos, assim como buscar meios de impedir que os grandes conglomerados de comércio varejista continuem a desafiar as autoridades de saúde. Os cigarros eletrônicos não podem reverter décadas de esforços da política de controle do tabaco no Brasil.

Laura Queiroz e Paulo Corrêa – Comissão de Tabagismo da SBPT

Irma de Godoy – Presidente da SBPT

Referências

  1. IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde Do Escolar PENSE 2019.; 2021. https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=2101852
  2. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Cigarros eletrônicos: o que sabemos? Estudo sobre a composição do vapor e danos à saúde, o papel na redução de danos e no tratamento da dependência de nicotina. 1. ed. Rio de Janeiro – RJ: Coordenação de Prevenção e Vigilância, 2016.
  3. Salzman GA, Alqawasma M, Asad H. Vaping Associated Lung Injury (EVALI): An Explosive United States Epidemic. Missouri Medicine 2019; 6(116):492-496.
  4. King BA, Jones CM, Baldwin GT, Briss PA. The EVALI and Youth Vaping Epidemics —Implications for Public Health. The New England Journal of Medicine 2020; 382:689-691. DOI: 10.1056/NEJMp1916171.
  5. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada. RDC nº 46, de 28 de agosto de 2009.
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ACT e AMB realizam campanha para impedir a liberação de dispositivos eletrônicos de fumar no Brasil

A SBPT apoia a campanha contra vaporizadores e cigarros eletrônicos da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT – Promoção da Saúde) e Associação Médica Brasileira (AMB).

As instituições de saúde pedem que todos compartilhem as imagens da campanha nas redes sociais e que marquem à Anvisa para não deixar que esses produtos sejam liberados no Brasil. Clique aqui para salvar e compartilhar as imagens.

“A indústria do tabaco quer falar sobre cigarro eletrônico no Brasil. Ótimo, então vamos começar falando a verdade. A principal verdade é que a indústria do tabaco percebeu que pode usar vaporizadores para fazer crianças e adolescentes experimentarem a nicotina – e se viciarem”, enfatiza o texto da campanha.

Os órgãos de saúde também alertam para a Lesão Pulmonar Associada a Produto de Vaping ou Cigarro Eletrônico, conhecida como Evali (E-cigarette or Vaping product use-Associated Lung Injury) e lembram que os cigarros convencionais, narguilés e dispositivos eletrônicos para fumar também aumentam os riscos para a Covid-19.

Leia o texto completo e baixe as imagens em: http://vapevicia.org.br/.

 

Alerta sobre cigarro eletrônico – Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia