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Na 3ª quarta-feira do mês de novembro, a Global Initiative For Chronic Obstructive Pulmonary Disease (GOLD COPD) propõe compartilharmos informações sobre a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).
Entre os desafios dos pneumologistas estão o diagnóstico tardio da doença, que pode não manifestar sintomas até os graus mais avançados, e a alta taxa de mortalidade. A DPOC é classificada como 3ª causa de morte, globalmente.
A principal conduta para evitar a DPOC é não fumar qualquer tipo de cigarro e apostar no controle de todos os produtos fumígenos no Brasil.
O diagnóstico precoce da doença é fundamental para preservar os pulmões por mais tempo, evitando a perda acelerada da função pulmonar.
Na campanha, a SBPT orienta a procurar um médico e realizar a espirometria caso tenha sintomas de tosse e expectoração, principalmente se fuma ou já fumou um dia ou se tem histórico de exposição ao ar poluído, poeira e fumaça. Baixe as imagens de campanha:
DPOC no Brasil
“Apenas 2% da população brasileira com mais de 40 anos de idade recebeu diagnóstico de DPOC, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde realizada em 2013 e 2019. Entretanto, ao realizarmos espirometria em uma amostra da população brasileira, chegamos à conclusão que a prevalência dessa doença pode atingir até 15%”, explica a Dra. Ana Menezes, que ministrou a conferência nacional “O que sabemos sobre a DPOC no Brasil?”, em 14/10/2022, no 40º Congresso Brasileiro de Pneumologia e Tisiologia.
“Além disso, entre os que têm a doença diagnosticada, cerca de metade, apenas, relatou estar recebendo algum tipo de tratamento”, relatou a pneumologista e epidemiologista.
A pesquisadora destacou que é preciso considerar as profundas desigualdades do país. “Observa-se que, enquanto o uso dos inaladores (principal medicação para DPOC), é de cerca de 60% nos indivíduos de nível socioeconômico mais alto, o índice é de apenas 40% entre a população mais pobre”.
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Assista “Pneumologia Em Destaque – Dia Mundial da DPOC: a importância do acompanhamento da jornada do paciente“, ao vivo e gratuito pelo zoom (apoio: Chiesi), dia 16/11, “as 19h. Inscreva-se aqui.
Participe da PneumoLive SBPT – “Highlights SBPT 2022: DPOC”. Dia 16/11, às 18h02, no Instagram.
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é caracterizada por enfisema pulmonar e bronquite crônica e está presente em cerca de 10,1% da população¹ e aproximadamente 15,8% dos adultos com mais de 40 anos de idade da cidade de São Paulo².
A doença é mais comum em pessoas com mais de 50 anos de idade e está associada, principalmente, à exposição ao fumo, poluição, poeira e produtos químicos.
“A prematuridade e a baixa função pulmonar no início da vida adulta também são fatores de risco para DPOC. Assim, temos que prevenir a doença evitando as exposições intraútero, na infância e adolescência”, orienta a pneumologista dra. Marli Knorst, coordenadora da Comissão Científica de DPOC da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).
Os sintomas mais comuns da DPOC são dispneia (falta de ar), tosse crônica e produção de muco (expectoração). Se tiver algum desses sintomas, é recomendado procurar um pneumologista e fazer o exame de espirometria para confirmar o diagnóstico, especialmente se for fumante ou ex-fumante. A doença é progressiva e pode ser incapacitante, levando à falta de ar e cansaço ao realizar atividades simples do dia a dia.
Com o objetivo de chamar a atenção para a complexidade da DPOC, alta prevalência e subdiagnóstico da doença, em novembro (17/11), a Global Initiative For Chronic Obstructive Pulmonary Disease (GOLD) realiza uma campanha para disseminar informações sobre a DPOC.
O tema de 2021, “Pulmões saudáveis: mais importante do que nunca”, chama a atenção para cuidar da saúde pulmonar, principalmente diante da COVID-19. Uma meta-análise mostrou que pacientes com DPOC tem um risco mais alto de ter COVID-19 grave que indivíduos sem DPOC e podem ter um desfecho mais desfavorável, associado a maior mortalidade (60%)³.
“Uma das medidas mais importantes é cessar a exposição que está causando a DPOC. Na maioria dos casos é o tabagismo. Se parar de fumar, o portador de DPOC vai viver mais tempo. Também é importante tomar as vacinas recomendadas para quem tem DPOC, como a vacina da Influenza (gripe), contra pneumococo (pneumonia), contra COVID-19 e, recentemente, está sendo recomendada a vacina contra coqueluche (DTP)”, explica a dra. Marli.
A doença não tem cura, mas pode ser controlada. O tratamento prescrito pelo médico geralmente prevê o uso de um dispositivo inalatório (spray, equipamento de névoa ou pó seco). É muito importante utilizar a técnica adequada para cada dispositivo para garantir um melhor aproveitamento da medicação.
Além de manter o tratamento com o broncodilatador prescrito, os pacientes com DPOC devem participar de programas de reabilitação com fisioterapia respiratória e praticar atividade física para melhorar a qualidade de vida.
“Se permanecer muito tempo sentado ou deitado, o portador de DPOC pode começar a sentir falta de ar com atividades cada vez menos intensas. É importante romper esse ciclo e tentar ficar o mais ativo possível”, recomenda a pneumologista.
Em setembro de 2021, a DPOC causou 5.010 internações nos hospitais do SUS (DATASUS), em todo o Brasil. Por isso, é importante conscientizar a população e capacitar as equipes da atenção básica de saúde, a fim de evitar exacerbações pela doença (piora da tosse, expectoração ou falta de ar). Essas crises podem acelerar o declínio da função pulmonar e estão associadas com aumento de mortalidade.
Atualmente, a DPOC é quarta causa de óbitos, globalmente. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 90% dessas mortes acontecem em países de renda média a baixa, porque as estratégias de prevenção não são eficazes e os tratamentos não estão disponíveis ou não são acessíveis para todos.
No Brasil, um dos desafios é aumentar a conscientização sobre a importância da reabilitação e oferecer programas de recuperação bem consolidados para os pacientes. Um avanço importante no país foi a incorporação de Broncodilatadores Antagonistas Muscarínicos de Longa Ação (LAMA) associados a Agonistas Beta2-Adrenérgicos de Longa Ação (LABA) para pacientes com DPOC grave, muito grave e com alto risco. “A disponibilidade de dois broncodilatadores de classes diferentes, tendo efeito de ação potencializado e sendo administrados no mesmo dispositivo, amplia as possibilidades terapêuticas e aumenta o conforto para o paciente”, salienta a dra. Marli.
Na edição de 2020, as principais modificações abordam os seguintes pontos:
Refinamento do uso de tratamentos não farmacológicos.
Informações sobre o papel dos eosinófilos como biomarcadores da eficácia dos corticosteróides inalados.
Descrição de diagnósticos alternativos relevantes, com esclarecimentos sobre as exacerbações.
“Além disso, os autores não mais se referem à sobreposição de asma e DPOC (ACO), mas enfatizam que asma e DPOC são diferentes enfermidades”, observa o pneumologista Dr. Paulo Zimermann Teixeira, coordenador da Comissão Científica de DPOC da SBPT.
É recomendado ler o documento na íntegra para atualizar o conhecimento no manejo da doença. Veja aqui.
Na introdução ao texto, os autores destacaram que a ferramenta de avaliação “ABCD” da atualização do GOLD 2011 incorporou a avaliação multimodalidade, a carga de sintomas e chamou a atenção para a importância da prevenção da exacerbação no tratamento da DPOC.
No entanto, a estratificação espirométrica ainda foi mais eficaz para previsão de mortalidade ou outros desfechos importantes.
Para abordar essas e outras preocupações (mantendo, ao mesmo tempo, a consistência e simplicidade para o médico clínico), um refinamento da ferramenta de avaliação ABCD foi proposto no GOLD 2017, que separa a avaliação espirométrica dos grupos “ABCD”.
Assim, os grupos ABCD e suas implicações associadas às recomendações de tratamento farmacológico ficaram derivados exclusivamente dos sintomas dos pacientes e do histórico de exacerbações.
Esta ferramenta de avaliação revisada reconheceu as limitações do VEF1 em influenciar algumas decisões terapêuticas para o atendimento individualizado do paciente e destacou a importância dos sintomas e dos riscos de exacerbação em pacientes com DPOC.
A espirometria permanece como exame fundamental para o diagnóstico, prognóstico e tratamento não farmacológico.
Na revisão GOLD 2019, o tratamento inicial (com base no ABCD) foi separado do tratamento de acompanhamento, com base nas principais características tratáveis do paciente e no(s) medicamento(s) atualmente usado(s).
Outra mudança importante em 2019 foi a introdução da contagem de eosinófilos no sangue como um biomarcador para estimar a eficácia dos corticosteróides inalados na prevenção de exacerbações.
Documento traz informações atualizadas com base em evidências científicas sobre diagnóstico, manejo e prevenção da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).
No Brasil, cerca de 6 milhões de pessoas têm DPOC. Porém, apenas 12% são diagnosticados e só 18% seguem o tratamento. Para conscientizar as pessoas a buscarem ajuda e respirarem melhor, a GOLD COPD estabeleceu que a terceira quarta-feira do mês de novembro deve ser lembrada como Dia Mundial da DPOC. Este ano, a data da campanha é em 21/11.
As diretrizes da GOLD são elaboradas por um comitê científico internacional. No Brasil, fazem parte da Assembleia o presidente da SBPT, Dr. Fernando Lundgren e o presidente da Comissão de DPOC da SBPT, Dr. Aquiles Camelier.
Uma nova seção sobre eosinófilos foi adicionada no capítulo 3. A reabilitação pulmonar e as recomendações de manejo pessoal do paciente com DPOC foram atualizadas. A prevenção de exacerbações e as novidades em estudos com LABA/LAMA também foram incluídos.
As formas de classificação do risco da doença, a terapia e o follow-up do tratamento ajudam a nortear o trabalho diário do médico e melhorar a qualidade de vida do paciente.
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