De 25 a 27 de julho, representantes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) participaram do 2º Congresso de Medicina Geral (CMG) da Associação Médica Brasileira (AMB), que reuniu 2 mil participantes no Distrito Anhembi, em São Paulo.
Pela primeira vez na história, as 55 especialidades da medicina estiveram reunidas em um evento único para contribuir com a atualização médica do Brasil. Para garantir o melhor usufruto do tempo e oferta de conhecimentos aos participantes, a segunda edição do congresso foi baseada em eixos temáticos afinados e conectados com as principais demandas do cotidiano dos médicos generalistas para promover a atualização de conhecimentos médicos, bem como a troca de experiências.
“Trata-se de um evento inusitado, inovador em nosso país, e com uma formatação destinada ao conhecimento básico essencial que cada médico precisa ter, independentemente de sua formação. Os médicos nunca podem se afastar dos conhecimentos da medicina geral. Somos primeiramente médicos e depois especialistas”, destacou o presidente da AMB, Dr. César Eduardo Fernandes.
Durante três dias, cerca de 400 palestrantes, indicados pelas sociedades de especialidade, apresentaram mais de 256 temas atuais e relevantes para aprimorar a prática clínica. Além das principais tendências do segmento na atualidade, o evento também tratou de temas transversais à medicina, como o uso da Inteligência Artificial.
Já no primeiro dia do CMG 2024, o Diretor de Ensino da SBPT, Dr. Clystenes Odyr Soares Silva coordenou, junto ao Dr. Carlos Alberto Gomes Dos Santos, mesa redonda de temas prevalentes em pneumologia, ocasião em que também palestrou sobre atendimento ao paciente com asma em ambulatório.
A mesa contou ainda com palestra do Diretor de Defesa Profissional da SBPT, Octavio Henrique Messeder, sobre o atendimento ao paciente com DPOC exacerbado no pronto-socorro e aula do Dr. Sidney Bombarda sobre atendimento à tuberculose.
“Participar desta mesa foi muito interessante porque tivemos a oportunidade de discutir três temas extremamente relevantes: asma, DPOC e tuberculose. Qual é a importância dessa integração? Considerando o número de pacientes no Brasil, sabemos que há cerca de 20 milhões de asmáticos e 7 milhões de pacientes com DPOC. Nós, pneumologistas, representamos apenas 0,8% dos médicos do país. Em outras palavras, se reunirmos 120 médicos, encontraremos apenas um pneumologista, o que claramente não atende à demanda de pacientes no Brasil. Para se ter uma ideia, dos 4.500 pneumologistas no Brasil, mais de 50% estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste, evidenciando uma carência significativa em outras áreas”, destacou Clystenes Odyr.
“Isso nos impõe a responsabilidade de orientar os não-especialistas, como clínicos gerais, médicos de família e profissionais de outras especialidades, para que possam diagnosticar e iniciar o tratamento de pacientes com asma, tema da minha apresentação”, concluiu o diretor de ensino da SBPT.
No sábado, o pneumologista participou de mais uma mesa do CMG 2024, moderada pela presidente da SBPT, Dra. Margareth Dalcolmo, em que se discutiu casos clínicos de dispneia no pronto-socorro. A discussão contou ainda com a participação do Dr. Oliver Nascimento.
“Gostaria de cumprimentar vivamente a Associação Médica Brasileira pelo sucesso do Congresso e pela maneira elegante com que nos recebeu a todas as especialidades participantes e que, sem dúvida nenhuma, reuniu uma programação de excelência com muitos jovens presentes, o que nos dá muita alegria de ver, a participação com perguntas e discussões muito criativas, de modo que para nós, pneumologistas, foi um prazer, não só reencontrar os amigos como também participar de discussões interativas de outras especialidades”, arrematou Margareth Dalcolmo.
Estande destaca história da SBPT
Durante o evento, a SBPT também contou com estande para informações diversas sobre a sociedade, tecnologias desenvolvidas, eventos realizados e cursos oferecidos na plataforma EAD.
O presidente da AMB, Dr. César Eduardo Fernandes, não perdeu tempo e, em visita ao estande, foi presenteado com o livro “Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia: 85 anos dedicados à saúde respiratória”.
Disponível para download gratuito no site da SBPT, o livro documenta os primeiros passos e a consolidação desta especialidade no Brasil, desde 1926, quando Clementino Fraga instituiu pioneiramente no país o ensino de Tisiologia na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, na cadeira de Clínica Médica.
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Lançamento do anuário e do livro “CEM Covid”
Durante o Congresso, foi lançado o livro Brasil CEM Covid, de autoria de Patrícia Morgado e Oldair de Oliveira, que narra o papel da AMB no enfrentamento da pandemia, por meio da criação do Comitê Extraordinário de Monitoramento Covid-19 (CEM Covid), uma ação realizada em conjunto com as Sociedades de Especialidades Médicas do país.
Na cerimônia de lançamento, a ex-presidente da SBPT, Dra. Irma de Godoy, que atuou no comitê, destacou que antes da pandemia, o pneumologista, praticamente não era conhecido, ninguém sabia o que era pneumologia. “Hoje, acredito que essa situação mudou, trazendo reconhecimento para a nossa especialidade”, destacou.
A ex-presidente da SBPT também compartilhou a experiência e agradeceu aos colegas que participaram do CEM Covid. “Foi uma colaboração entre todas as especialidades. A pneumologia saiu fortalecida desta pandemia graças a essa ação conjunta. Trabalhar com um grupo liderado pelo Dr. César foi um desafio, mas também uma experiência enriquecedora. Ele facilitou nosso trabalho permitindo que todos expressassem suas opiniões. Produzimos documentos e discutimos intensamente, revisando várias vezes até chegar a um consenso que todos considerassem aceitável, especialmente em um momento de grandes incertezas”, refletiu.
Por fim, reiterou a importância da união de todas as especialidades durante a pandemia. “Acredito que esse período uniu todas as especialidades em torno da AMB. A Associação conseguiu congregar todos, com nossas diferenças e pensamentos diversos, mas sempre olhando para a classe médica como uma entidade que, em algumas situações, precisa se unir para evitar problemas. Esse espírito de união é essencial”, concluiu Irma de Godoy.
Além da publicação, também foi lançado o Anuário das Federadas e Sociedades de Especialidades Médicas 2024, realizado em parceria com a Editora Doc, que apresenta um panorama completo de cada uma das afiliadas da AMB, fornecendo informações sobre estruturas, representantes, valores, representações locais, estaduais e/ou regionais, centros de formação credenciados, periódicos, história e congressos.
O documento permite uma maior visibilidade das comunidades perante os diversos públicos e setores que interagem no complexo sistema de saúde brasileiro. Profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros e outros especialistas, podem se beneficiar ao conhecer as sociedades de especialidades médicas e suas áreas de atuação, facilitando o direcionamento de pacientes para atendimentos específicos e adequados às suas necessidades.
Além disso, gestores de saúde, órgãos reguladores e tomadores de decisão podem usar o Anuário como uma fonte confiável para compreender a diversidade e a abrangência das especialidades médicas no Brasil. Isso pode influenciar o planejamento e a alocação de recursos na área da saúde, garantindo um atendimento mais eficiente e abrangente à população.
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