Nesta quarta-feira (27/08), a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) participou da sessão solene na Câmara dos Deputados em alusão ao Agosto Branco, mês de conscientização sobre o câncer de pulmão. O evento reuniu parlamentares, gestores, sociedades médicas e associações de apoio aos pacientes que destacaram a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento integral da doença, principal causa de morte por câncer no Brasil e no mundo.
A mesa foi composta por deputados e representantes do setor de saúde, entre eles o presidente eleito da SBPT para o biênio 2027-2028, Dr. Marcelo Rabahi; o deputado Geraldo Resende (PSDB-MS); José Barreto Campello, coordenador-geral da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC); o deputado Weliton Prado (Solidariedade-MG); Helena Esteves, do Instituto Oncoguia; o cirurgião torácico do Hospital Israelita Albert Einstein e coordenador do projeto Pró-pulmão, Dr. Ricardo Sales dos Santos; e a oncologista Dra. Katia Marquetti.
Em sua fala, Marcelo Rabahi destacou ações da SBPT voltadas à capacitação da atenção primária no enfrentamento do câncer de pulmão. Segundo ele, “o câncer de pulmão é pouco conhecido pela população e pelas políticas públicas, mesmo sendo a principal causa de morte no país. Temos investido bastante na capacitação da atenção primária e atuação conjunta com outras sociedades no cuidado integral ao paciente”, compartilhou.
Ele reforçou ainda a necessidade de políticas eficazes para controlar o tabaco, os cigarros eletrônicos e a poluição ambiental. “Diferentemente do câncer de mama ou de próstata, cujos fatores causais muitas vezes são desconhecidos, sabemos quem é o inimigo do câncer de pulmão: cigarro, cigarro eletrônico e poluição. Precisamos de ações governamentais urgentes para impedir sua comercialização e uso”, alertou.
Convidado a falar na tribuna, o presidente da SBPT, Dr. Ricardo de Amorim Corrêa, ressaltou a importância das iniciativas voltadas ao diagnóstico precoce das doenças respiratórias crônicas. Ele destacou a parceria com a Aliança Brasileira de Combate ao Câncer de Pulmão e a atuação integrada de várias sociedades médicas, que trabalham coordenadamente para garantir um cuidado completo ao paciente com câncer de pulmão, desde o rastreamento até o tratamento.
“Ressalto que o rastreamento só é eficaz se houver uma continuidade no atendimento, com diagnóstico rápido, acesso a procedimentos, terapias e cirurgias, sempre assegurando a equidade no cuidado. Afinal, a mesma população que atendemos com diagnóstico de DPOC e outras doenças respiratórias crônicas também convive com hipertensão, diabetes e outras condições comuns da vida adulta. Por isso, é fundamental que essa iniciativa de rastreamento garanta, por meio de projeto de lei, que nenhum paciente fique sem o suporte necessário.”, explicou Amorim Corrêa.
Em seguida, a presidente da Aliança Brasileira de Combate ao Câncer de Pulmão, Dra. Fabíola Perin, enfatizou a importância da tomografia de tórax de baixa dose no diagnóstico precoce.
“Esse exame oferece, além do diagnóstico do câncer em estágio inicial, a possibilidade de identificar outras doenças comuns em pacientes fumantes, como as doenças cardiovasculares. Como representante da Aliança, reforço a importância do diagnóstico precoce e da implementação de uma linha de cuidado que encaminhe os pacientes para atendimento especializado, garantindo um tratamento adequado. Acreditamos que atrasos no tratamento, mesmo de poucas semanas, podem impactar significativamente a sobrevida dos pacientes.”, afirmou, destacando a disposição da Aliança em apoiar iniciativas públicas para combater a doença.
Durante o evento, deputados destacaram alguns avanços legislativos, incluindo leis que fixam prazos de 30 dias para o diagnóstico e 60 dias para o início do tratamento, ambas de autoria da deputada Flávia Morais (PDT-GO), bem como a implementação da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, que abrange rastreamento, cuidados paliativos e reabilitação.
A SBPT reafirmou seu compromisso em ampliar o acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento eficaz do câncer de pulmão, mantendo atuação colaborativa com o poder público e demais setores da sociedade, visando a qualidade de vida dos pacientes.