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SBPT em destaque no 17º Congresso da ALAT: inovação e colaboração

De 10 a 13 de julho, representantes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) participaram do 17° Congresso da Associação Latino-Americana de Tórax (ALAT), que aconteceu em Santiago, no Chile. O evento contou com 69 médicos brasileiros e atuação expressiva do país com 34 trabalhos científicos (abstracts) apresentados. 

“A participação de brasileiros no congresso da ALAT deste ano foi maior do que nos anos anteriores, atendendo às iniciativas que temos desenvolvido pela SBPT para fortalecer nossa relação com as sociedades irmãs latino-americanas e os serviços de excelência nesses países”, destacou Dra Margareth Dalcolmo, presidente da SBPT.

A pneumologista foi uma das especialistas convidadas para participar da Sessão Interativa de Perguntas e Respostas, abordando o tratamento de infecções e doenças respiratórias em diferentes faixas etárias, incluindo tuberculose e COVID-19, além de reabilitação pulmonar e tabagismo. Ela também contribuiu com a Sessão Aberta do Comitê de Educação/ALAT Jovem, discutindo o futuro das residências em Pneumologia.

Já o Dr. Ricardo Amorim Corrêa, presidente eleito da SBPT para o biênio 2025-2026, palestrou sobre o manejo de pacientes com Doença Pulmonar Intersticial Difusa (EPID), destacando o tratamento farmacológico e a vacinação desses pacientes. 

O pneumologista também ressaltou a importância da colaboração com outras sociedades latino-americanas, como a ALAT, e a necessidade de manter o Brasil bem representado no cenário internacional. “Nosso objetivo é agregar valor à ALAT e também beneficiar-nos do intercâmbio de conhecimento e das boas práticas administrativas”, reiterou.

Do ponto de vista científico, para Amorim Corrêa o congresso foi excepcional, com comissões ativas e mesas redondas abordando temas como doenças intersticiais, tuberculose, infecções respiratórias e circulação pulmonar.

“Cabe destacar ainda uma importante discussão sobre o cuidado para pacientes com doenças respiratórias crônicas e outro grande debate sobre advocacy e como nós podemos estar mais próximos dos pacientes, contribuindo com as políticas públicas de saúde. É realmente um congresso cientificamente muito bom!”, acrescentou.

A programação do evento contou ainda com palestra do coordenador da Comissão Científica de Câncer de Pulmão, Dr. Gustavo Prado, sobre o panorama e as perspectivas da implementação do rastreamento do câncer de pulmão no Brasil e as expectativas relacionadas à promulgação do Programa Nacional de Prevenção e Combate ao Câncer.

Segundo o especialista, a oncologia torácica também permeou a grade científica do congresso, tanto nas sessões clínicas, como nas cirúrgicas, com apresentações sobre os temas mais emergentes e discussões bastante enriquecedoras sobre experiências locais.

Ainda dentro dessa temática, foi realizado o II Encontro Ibero-americano de Rastreamento de Câncer de Pulmão, com representantes de países da América Latina e Espanha, que contou com a participação da presidente da SBPT, Dra. Margareth Dalcolmo e palestra do coordenador da Comissão Científica de Câncer de Pulmão sobre biomarcadores. 

“Neste evento, discutimos os avanços nos estudos de rastreamento de câncer de pulmão; desafios da implementação desta estratégia como política de saúde; peculiaridades na identificação de população alvo em cenários de baixa prevalência de tabagismo e alta exposição à poluição de queima de biomassa; a crescente evidência relativa ao uso de biomarcadores e ferramentas baseadas em inteligência artificial”, explicou Gustavo Prado. 

Durante o Congresso da ALAT também foi realizado um fórum de discussão de vacinas na América Latina, momento em que o Brasil foi representado pela Dra. Rosemeri Maurici, que é membro da Comissão Científica de DPOC da SBPT.

“Na ocasião, cada país mostrava qual era o status do tipo de vacina disponível, o calendário vacinal utilizado, as disponibilidades de vacina no setor público e privado, além da participação das sociedades na tomada de decisões em saúde pública, referentes à escolha de vacinas e de opinar sobre os calendários de vacinação”, explicou a pneumologista.

Em sua apresentação, Rosemeri Maurici detalhou as fontes de financiamento das vacinas no país e destacou as recomendações ideais para pacientes com doenças respiratórias dentro dos sistemas de saúde público e privado. Ela enfatizou a importância das vacinas no tratamento de pneumopatias e as estratégias para sua implementação eficaz.

“No final do fórum, houve um debate entre os representantes dos países visando a elaboração de um documento que possa nortear tanto a prescrição de vacinas quanto as indicações iniciais dentro da América Latina. Este documento irá compilar os dados apresentados, fornecendo um diagnóstico da situação na região, e será publicado na revista Respirar, da ALAT”, resumiu a médica.

Além das palestras proferidas, o Dr. Guilherme Bridi teve seu trabalho científico premiado – dentre aproximadamente 500 resumos submetidos – relatando as principais características da pneumonite de hipersensibilidade.

Em nosso trabalho, destacamos a alta prevalência de hipertensão pulmonar na população, cerca de 50% dos casos, com importante comprometimento cardíaco associado. Isso tem implicações no tratamento e manejo da doença. Foi uma análise simples e objetiva mas de grande valia para entender melhor a nossa população”, explicou o especialista.

Com o prêmio, além da oportunidade de apresentar o trabalho no Congresso, o especialista teve sua participação custeada pela ALAT. “Pudemos discutir o assunto com outros especialistas da América Latina, o que nos permitiu uma boa troca de experiências e possíveis parcerias futuras”, acrescentou Bridi.

O evento em Santiago também oportunizou a realização de reuniões da SBPT com a ALAT e outras sociedades de pneumologia para discutir parcerias e colaborações futuras.

“Nossa intenção é estreitar laços, aumentando o número de sócios da SBPT que se associam à sociedade latino-americana e exercer a liderança que o Brasil tem em diversas subespecialidades da pneumologia e da cirurgia de tórax em serviços de referência”, explicou Margareth Dalcolmo.

É o caso da reunião estratégica realizada com a Sociedad Paraguaya de Neumología (SPN) com o intuito de aproximar as sociedades e incentivar a participação dos colegas paraguaios no 41o Congresso Brasileiro de Pneumologia e Tisiologia, que será realizado em outubro, em Florianópolis – SC. 

Além da presidente da SBPT, o encontro contou com a participação do presidente eleito da SBPT para o biênio 2025-2026, Dr. Ricardo Corrêa Amorim; o gerente executivo da SBPT, Erick Serra; o vice-presidente da SPN, Dr. Silvio Benitez; o tesoureiro da SPN, Dr. Hugo Martinez; o secretário da SPN, Dr. Sergio Cardenas.

Este foi um grande congresso e esperamos que, com a nova gestão da ALAT e a continuidade do nosso trabalho, possamos fortalecer ainda mais a integração da SBPT com nossos parceiros latino-americanos”, arrematou Corrêa Amorim.

A participação da SBPT no 17º Congresso da ALAT reafirma seu compromisso com a excelência na prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças respiratórias.

A troca de conhecimentos e experiências com colegas de toda a América Latina não apenas contribui para o avanço da saúde respiratória na região, mas também solidifica a sociedade brasileira como referência na área.