Em estudo multicêntrico publicado no Jornal Brasileiro de Pneumologia (vol. 49, n. 1 / 2023), os pesquisadores investigaram sobre o conhecimento e experimentação de cigarro convencional, narguilé e cigarro eletrônico entre 700 estudantes de Medicina incluídos na amostra.
“Nosso estudo investigou sobre o conhecimento, crenças, comportamento, questões relativas à religiosidade e qual a atratividade que o cigarro convencional, narguilé e cigarro eletrônico exercem sobre uma população que, teoricamente, tem mais acesso a informação científica de qualidade”, explica a Dra. Stella Martins, primeira autora da pesquisa.
“Curiosidade e aroma/sabor foram os principais motivos para o uso de narguilé e a experimentação de cigarros eletrônicos. Ter irmãos, amigos ou pais fumantes impacta no comportamento de experimentação dos três produtos. Além disso, o uso do cigarro eletrônico para parar de fumar não foi eficaz no tratamento da dependência à nicotina”, destaca a pesquisadora.
Em relação à experimentação de produtos do tabaco, 39,1% usaram cigarros convencionais, 42,6%, narguilé, e 13,1%, cigarros eletrônicos. Quanto ao uso atual de cigarros convencionais, narguilé e cigarros eletrônicos, as prevalências foram de 7,9%, 11,4% e 2,3%, respectivamente.
A média de idade de experimentação de cigarros e narguilé foi de 16,9 anos, enquanto a de experimentação de cigarros eletrônicos foi de 20,1 anos. Entre os usuários de narguilé, 86,9% relataram compartilhar a piteira com outros usuários.
“O estudo alerta que, como o tabagismo é a primeira causa de morte evitável no mundo, o tema merece mais espaço para discussão e ensino no currículo de graduação dos profissionais de saúde”, recomenda a especialista.
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