Todos os anos, no dia 12/11, as instituições de saúde e os especialistas da área chamam a atenção para a importância do acesso global à prevenção, diagnóstico precoce e tratamento da pneumonia.
O que causa a pneumonia?
Os principais agentes etiológicos das Pneumonias Adquiridas na Comunidade (PAC) são bactérias e vírus. Em cerca de 60% das infecções, é a bactéria Streptococcus pneumoniae (pneumococo).
Pneumonia e COVID-19
Em 2020, a pandemia do coronavírus (SARS-CoV-2) evidenciou a importância da prevenção e cuidados com a pneumonia, especialmente em adultos.
Mais de 50 milhões de pessoas foram diagnosticadas com COVID-19 no mundo até agora. Alguns pacientes apresentam uma pneumonia viral específica, sem expectoração e com falta de ar.
A COVID-19 também pode predispor o paciente à infecção por bactérias, resultando nas duas condições associadas: pneumonia e COVID-19.
Sintomas, diagnóstico e tratamento
A coordenadora da Comissão Científica de Infecções Respiratórias e Micoses da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Dra. Rosemeri Maurici da Silva, explica que o quadro clássico de pneumonia se caracteriza por tosse, expectoração, dor torácica ventilatório-dependente e febre. Em situações específicas, a pneumonia pode causar confusão mental, hipotensão arterial, dispneia e taquipneia.
A radiografia de tórax, aliada à anamnese e ao exame físico, auxiliam na confirmação da suspeita e avaliação da extensão das lesões causadas pela pneumonia. A tomografia de tórax (TC) é a alternativa de escolha nos casos em que a radiografia de tórax tem menor acurácia, como em pacientes obesos, imunossuprimidos ou com alterações radiológicas prévias.
O tratamento da pneumonia adquirida na comunidade é realizado com antibióticos, medicação sintomática e tratamento de doença de base (se houver). Se não tratados, os quadros de pneumonia podem ter complicações, como insuficiência respiratória, septicemia, sequelas pulmonares, como bronquiectasias, e até a morte.
A pneumonia é a infecção que mais mata no mundo. Em 2019, cerca de 672 mil crianças com menos de cinco anos de idade morreram em decorrência da doença. Os idosos com mais de 70 anos e pessoas com comorbidades, como doenças crônicas (respiratórias ou não), cardiopatias, diabetes e doenças que causam imunossupressão também correm mais riscos.
Prevenção
Para prevenir a pneumonia, é necessário manter o sistema imunológico saudável, com boa alimentação, exercício físico regular e bons hábitos de higiene.
Além disso, é importante tratar as doenças concomitantes, vacinar-se anualmente contra a gripe e imunizar-se também contra o pneumococo, quando houver indicação médica.
A vacina anti pneumocócica 13 valente e, seis meses depois, a anti pneumocócica 23 valente, repetidas a cada cinco anos, são eficazes contra a Streptococcus pneumoniae.
Mais informações
Corrêa1 RA, A, Costa2 AN, B, Lundgren3c F, Michelim4 L, et al. Recomendações para o manejo da pneumonia adquirida na comunidade 2018. J Bras Pneumol. 2018;44(5):405-423
GBD 2019 Diseases and Injuries Collaborators. Global burden of 369 diseases and injuries, 1990–2019: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2019. The Lancet. 17 October 2020. doi:10.1016/S0140-6736(20)30925-9.