Fechar

Busca no site:

Campanha “janeiro roxo” propõe ações educativas sobre a hanseníase

No último domingo de janeiro é Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase. Os médicos alertam para a importância do diagnóstico precoce.

“O atraso no diagnóstico possibilita a progressão do dano neural com desenvolvimento de incapacidades e manutenção do estigma. O tratamento com poliquimioterapia (PQT), embora muito eficaz na interrupção da cadeia de transmissão, não reverte os danos neurais já estabelecidos. Portanto, o diagnóstico precoce é crucial para a cura sem sequelas”, explica a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Sintomas

De acordo com a SBD, o Mycobacterium leprae possui afinidade pelos nervos periféricos e pela pele. As manifestações clínicas variam conforme a resistência imunológica do paciente frente à doença e o tempo de evolução.

Desta forma, pacientes com maior resistência e diagnosticados precocemente apresentam poucas lesões cutâneas, nenhum ou poucos nervos acometidos, baixa carga bacilar e potencial nulo ou baixíssimo de infectar outras pessoas.

Quando há menor resistência e diagnóstico mais tardio, a tendência é apresentar maior disseminação das lesões da pele, maior número de nervos atingidos, elevada carga bacilar e alto potencial de contágio.

Na pele, se observam manchas brancas ou eritematosas, mal ou bem delimitadas, placas, infiltrações e nódulos. A face pode se tornar difusamente infiltrada, assim como as orelhas. As manchas se tornam secas e sem pelos. A principal característica é a diminuição da sensibilidade ao calor, ao frio e à dor.

Os nervos periféricos estão comprometidos desde as suas terminações na pele, causando alterações da sensibilidade nas manchas, até o acometimento de todo o tronco nervoso, o que leva ao espessamento dos nervos, diminuição da sensibilidade nas mãos e nos pés e paralisias.

Existem, ainda, raros casos de hanseníase neural pura, nos quais não há manchas na pele, apenas comprometimento sensitivo e/ou motor no segmento do tronco nervoso acometido.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil ocupa o segundo lugar mundial em número de casos de hanseníase, atrás apenas da Índia.

Foram notificados 27.863 novos casos no país em 2019. Quanto ao Grau de Incapacidade Física (GIF), entre os 23.843 (85,6%) avaliados no diagnóstico, 2.360 (9,9%) apresentaram deformidades visíveis pela hanseníase, classificadas como Grau de Incapacidade 2 (GIF2).

O tratamento é eficaz e oferecido gratuitamente pelo SUS em todo território nacional.

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia.