Historicamente, se comemora em 21 de junho o Dia Nacional de Controle da Asma. Além do início do inverno no Brasil, esta data também marca a importância de se prevenir contra as infecções respiratórias comuns nesta estação, como gripes, resfriados e pneumonia, que podem ser fatores de piora do controle da asma.
A asma é caracterizada pela inflamação crônica das vias aéreas. É uma doença complexa e heterogênea que se manifesta de forma diferente em cada caso. Mas, em geral, causa dificuldade para respirar, tosse, chiado no peito, sensação de aperto no tórax e outros sintomas, prejudicando a qualidade de vida dos pacientes.
Estima-se que a asma afete 23% dos adultos de 18 a 45 anos no Brasil. ¹
O primeiro passo para controlar a asma é reconhecer os fatores desencadeantes dos sintomas. As causas mais comuns são alergias, atividade física, mudanças climáticas, poluição, estresse emocional e infecções. A adesão e o uso coreto dos dispositivos inalatórios também são essenciais para o controle da doença.
Não raro, a doença é acompanhada de outras comorbidades que interferem no controle da asma, como rinite, refluxo, DPOC, tabagismo, obesidade, etc.
Atualmente, os pneumologistas dispõem de diversas ferramentas para diagnóstico e monitoramento da asma, incluindo questionários e testes de controle. Embora a espirometria não faça parte da avaliação de controle pelo protocolo da Iniciativa Global pela Asma (GINA), quando disponível, a avaliação funcional deve ser feita a cada 3-6 meses para estimar o risco futuro de exacerbações e de perda acelerada da função pulmonar. ²
Geralmente, o tratamento farmacológico para a asma consiste em corticoide inalatório isolado ou associado à broncodilatador. Além disso, a educação do paciente, o plano de ação por escrito, o treinamento do uso do dispositivo inalatório e a revisão da técnica inalatória a cada consulta são essenciais.
“Infelizmente, ainda temos 2 mil óbitos potencialmente evitáveis por asma no Brasil todos os anos. A percepção errada de que a asma merece tratamento apenas nas crises de falta de ar é um dos fatores que mais contribuem para as complicações da doença”, alerta a Dra. Lilian Ballini, coordenadora da Comissão Científica de Asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
Segundo o Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), do Ministério da Saúde (DATASUS), 29.357 pessoas foram hospitalizadas por asma no Brasil entre janeiro e abril de 2023.
“Para prevenir e controlar a asma, é importante manter acompanhamento médico e uso regular das medicações indicadas. Além disso, adotar hábitos saudáveis, praticar exercícios físicos regularmente, parar de fumar, aderir a uma dieta equilibrada e evitar exposições nocivas ajudam no controle da doença”, completa a especialista.