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27 de novembro: Dia Nacional de Combate ao Câncer

O Dia Nacional de Combate ao Câncer (27/11) foi instituído pelo Ministério da Saúde (portaria GM/MS nº 707) em 1988, com o objetivo de informar a população brasileira sobre as formas de prevenção do câncer.

No caso do câncer de pulmão, neoplasia que mais mata no mundo, a principal forma de prevenção é não fumar e não se expor à fumaça de qualquer forma de consumo do tabaco (cigarro, narguilé, charuto, cachimbo, etc.). Estima-se que cerca de 80% dos casos de câncer de pulmão sejam atribuíveis ao tabaco.

“Pelo menos 1,2 milhão de pessoas deixariam de morrer por câncer de pulmão anualmente no mundo se eliminássemos o cigarro como fator de risco”, observa o pneumologista Dr. Thiago Fagundes, coordenador da Comissão Científica de Câncer de Pulmão da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) projeta a incidência de mais de 31 mil casos e mais de 27 mil óbitos anuais pela doença.

Outras causas conhecidas são a exposição à poluição do ar e a carcinógenos ocupacionais (amianto, arsênico, etc.), além de fatores genéticos.

Em estágios iniciais, o câncer de pulmão não costuma provocar sintomas. Por isso, cerca de 70% dos casos são diagnosticados em estádios avançados. “Assim, surge a necessidade de flagrarmos a doença antes da manifestação de sintomas. Daí veio o conceito e a proposta do rastreamento”, explica o Dr. Fagundes.

Com a doença mais avançada, pode haver dor torácica, falta de ar, presença de sangue no escarro e perda de peso. Nestas condições, o tratamento medicamentoso direcionado ao tumor pode não ser mais efetivo, principalmente por causa da debilidade do paciente.

Em sua última versão, publicada em 9 de março de 2021, a revisão do U.S. Preventive Services Task Force (USPSTF) ampliou a recomendação de rastreamento de câncer de pulmão com tomografia de baixa dose, passando, então, a considerar elegíveis pessoas entre 50 e 80 anos, com consumo de tabaco (atual ou cessado há até 15 anos) de pelo menos 20 anos-maços.

No Brasil, os desafios da implementação de um programa de rastreamento incluem o custo para atender toda a dimensão populacional do país e a distribuição desigual de equipamentos de saúde, de centros de referência e de especialistas de áreas afins, como pneumologista, radiologista, cirurgião torácico, patologista, oncologista, radioterapeuta, entre outros.

“Rastrear o câncer de pulmão vai além da realização e emissão de laudo de exames de imagem. Uma estratégia nacional deve ser planejada de forma prática, sustentável e efetiva à realidade brasileira”, pontua o pneumologista.

Por isso, o projeto ainda se encontra em discussão no Ministério da Saúde, Secretarias de Estados da Saúde e sociedades médicas.

Imagem: Hand photo created by wirestock – www.freepik.com