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Dia Mundial do Câncer – SBPT pelos pacientes

No Dia Mundial do Câncer, celebrado em 4 de fevereiro, é essencial refletirmos sobre a
realidade do câncer de pulmão, uma das principais causas de mortalidade por câncer no
mundo e no Brasil. Anualmente, são diagnosticados aproximadamente 32 mil novos casos de
câncer de pulmão no Brasil, resultando em cerca de 29 mil óbitos. Globalmente, a situação é
ainda mais alarmante, com cerca de 2,4 milhões de novos casos e 1,8 milhão de mortes a cada
ano.

A grande proporção (mais de 80%) de diagnóstico em estádios avançados impõem desafios
ainda maiores, seja no âmbito coletivo, seja no individual. Diante desse cenário, a Sociedade
Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) tem atuado em diversas frentes para mudar essa
realidade e garantir um futuro mais promissor para os pacientes.

A SBPT vem conduzindo campanhas de conscientização sobre os riscos da exposição ao tabaco,
cigarros eletrônicos e poluição do ar, elementos reconhecidamente associados ao
desenvolvimento do câncer de pulmão. Além disso, desempenha um papel crucial na
articulação de políticas de controle do tabaco e prevenção da doença, atuando em
interlocução com o Ministério da Saúde, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. Essa
atuação visa proteger a população dos interesses econômicos dos defensores do tabaco e dos
vapes, priorizando a saúde pública.

Outro foco importante da SBPT é a proposição e defesa da implementação de um programa
nacional de rastreamento do câncer de pulmão, permitindo a detecção precoce e,
consequentemente, melhores resultados terapêuticos. Paralelamente, a entidade tem
trabalhado na elaboração de linhas de cuidado para pacientes com suspeita ou diagnóstico de
câncer de pulmão, garantindo diretrizes claras e eficazes para o manejo adequado da doença.

No que se refere à garantia de acesso a tecnologias em saúde, a SBPT participou ativamente
das discussões junto à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec),
colaborando para a aprovação de métodos diagnósticos invasivos fundamentais, como o EBUS
e o EUS, recentemente incorporados ao SUS e ao rol de procedimentos da Agência Nacional de
Saúde Suplementar (ANS).

A atuação colaborativa da SBPT também se destaca nos diálogos intersetoriais, em parceria
com outras sociedades médicas, como a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), a
Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT), o Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), a
Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT) e a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP). Essa
união resultou na criação da Aliança Contra o Câncer de Pulmão, que realizou seu primeiro
congresso de políticas de saúde em agosto de 2024, com a presença de lideranças médicas,
representantes do Instituto Nacional de Câncer (INCA), Ministério da Saúde, Conitec,
secretarias estaduais de saúde e parlamentares da Frente Parlamentar de Saúde. A segunda
edição está prevista para o “Agosto Branco” de 2025, reforçando o compromisso com a
prevenção e combate à doença.

Por fim, no contexto da ampliação do acesso e garantia da qualidade do cuidado, a SBPT
participou ativamente da consulta pública da ANS (CP144), que trata da elaboração de linhas
de cuidado para o diagnóstico e tratamento do câncer de pulmão, propondo garantias
mínimas para um diagnóstico rápido e preciso, além de um tratamento adequado.

As iniciativas da SBPT reforçam seu compromisso inabalável na luta contra o câncer de
pulmão, garantindo que o paciente esteja no centro de todas as decisões e que avanços
significativos sejam alcançados, impactando positivamente a saúde pública no Brasil.

Gustavo Faibischew Prado

Coordenador da Comissão de Câncer da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia