A Associação Médica Brasileira (AMB), em parceria com a SBPT e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), viabilizou um projeto com o objetivo de criar nomenclaturas e definições científicas que melhor caracterizem as condições de saúde persistente após infecção de Covid-19, para que os pacientes tenham a devida atenção e cuidado.
Sendo assim, foi criado um questionário para participação de profissionais médicos, específico para a avaliação do consenso entre a terminologia de pós-Covid-19, temporalidade, sinais e sintomas relacionados, sua frequência e seus fatores de risco.
Esse instrumento de investigação poderá ser aplicado a médicos de qualquer especialidade, membros adimplentes de suas sociedades médicas, após a aprovação por estas instituições.
O projeto contempla duas etapas interativas para validação do consenso Delphi. Após essas etapas, os resultados serão publicados difusamente pelas sociedades médicas. Dados de identificação individual não serão possíveis durante todo o processo.
O desenvolvimento deste conteúdo será de ampla utilização na educação e implementação pelos profissionais de saúde que atendem pacientes após infecção por Covid-19.
Sobre o estudo
A definição de pós-Covid-19, Covid-19 longa, síndrome pós-Covid-19 ou Covid-19 crônica ainda não está estabelecida na literatura ou pelos especialistas.
Essas nomenclaturas necessitam ser discutidas para que se reflita o conceito de forma atualizada cientificamente e assertiva e para que se defina diagnósticos acurados para os milhares de pacientes que são acometidos por essas condições.
O Instituto Nacional de Saúde e Excelência de Cuidados (NICE) define a Covid-19 longa como os sintomas que continuam ou se desenvolvem após a infecção por Covid-19 e que não podem ser explicados por um diagnóstico alternativo. Este termo inclui Covid-19 sintomática em curso de quatro a 12 semanas pós infecção. Já a síndrome pós-Covid-19 é além de 12 semanas após a infecção.
Por outro lado, os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) usam a definição de Covid-19 longa dos Centros dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), que descreve a condição como sequelas que se estendem além de quatro semanas após a infecção inicial.
Assim, se faz necessária uma definição única para que todos os especialistas do Brasil utilizem, de forma uniforme, essa condição patológica de grande importância.
Acesse o documento completo aqui. Autores: Suzana E. Tanni; Wanderley M. Bernardo; Helio A. Bacha e Alexandre B. Naime.