Em artigo original publicado no Jornal Brasileiro de Pneumologia, pesquisadores analisaram se a capacidade de exercício após a alta afetaria a atividade funcional de longo prazo em pacientes em recuperação de pneumonia associada à COVID-19.
O estudo foi realizado no ambulatório do Istituti Clinici Scientifici Maugeri, em Tradate, na Itália. A análise, que incluiu 30 pacientes, mostrou que metade deles pode apresentar limitação ao exercício quatro semanas após a alta dos cuidados agudos da COVID-19.
“Cerca de um mês após a alta da UTI, os pacientes foram submetidos a uma avaliação pulmonar e funcional e divididos em dois grupos de acordo com a distância percorrida em 6 minutos: grupo <75% e grupo ≥75% dos valores previstos. Metade dos indivíduos estava no grupo <75% com função reduzida dos membros inferiores. Não foram encontradas diferenças nas variáveis de qualidade de vida, função muscular pulmonar e respiratória”, explica Elisabetta Zampogna, primeira autora do estudo.
Três meses depois, os pacientes responderam à Short Physical Performance Battery e à Euro Quality of Life Visual Analogue Scale. Foram avaliadas a função pulmonar e a função muscular respiratória.
Ambos os grupos melhoraram a capacidade de exercício, mas apenas os indivíduos do grupo <75% apresentaram melhoras significativas na dispneia e na função dos membros inferiores.
Os valores de capacidade de exercício e estado funcional retornaram aos valores previstos em todos os pacientes de ambos os grupos após três meses.
“Em conclusão, quatro semanas após a alta, os sobreviventes de COVID-19 com limitação de exercício não mostraram diferenças significativas nas características fisiológicas ou clínicas ou no estado de saúde percebido quando comparados com pacientes sem limitação de exercício. Três meses depois, esses pacientes recuperaram a capacidade de exercício”, salienta a pesquisadora.
