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Com programação inovadora e conteúdo científico de ponta, 41º Congresso Brasileiro de Pneumologia e Tisiologia bate recorde de público 

De 8 a 12 de outubro, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) realizou o 41º Congresso Brasileiro de Pneumologia e Tisiologia em conjunto com o 17º Congresso Brasileiro de Endoscopia Respiratória e o 13º Congresso Luso-Brasileiro de Pneumologia. O evento, que aconteceu em Florianópolis, reuniu 2.498 participantes em uma intensa troca de experiências e discussões sobre os avanços na pneumologia e na saúde respiratória do Brasil e do mundo.

Durante cinco dias, 300 palestrantes compartilharam conhecimentos sobre asma, doença pulmonar avançada, função pulmonar, inovações no tratamento da DPOC e outras doenças respiratórias, promovendo um diálogo enriquecedor entre estudantes, médicos, pesquisadores e outros profissionais da saúde.

Na terça-feira (08/10), os congressistas puderam participar de cursos pré-congresso sobre distúrbios respiratórios do sono; vias aéreas unidas; função pulmonar; ventilação mecânica; endoscopia respiratória; imagem; asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) para atenção primária; ultrassonografia de tórax; e construção de diretrizes e consensos nacionais. 

Lançamento do Curso de Asma e DPOC para Atenção Primária e lançamento de Manual

O curso de Asma e DPOC para Atenção Primária, realizado em parceria com o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS/MS), foi uma das grandes inovações do evento, ao capacitar e promover a atualização dos médicos da atenção básica no manejo e devido encaminhamento dos pacientes que vivem com essas respectivas enfermidades.

Para o Dr. Luiz Fernando Pereira, o congresso foi inspirador e fundamental para os avanços na abordagem da DPOC no Brasil. “Como coordenador da Comissão de DPOC, fico extremamente satisfeito em ver as salas cheias e o grande interesse em temas tão críticos, como diagnóstico precoce e manejo avançado da doença. A mesa-redonda que coordenei sobre as controvérsias no tratamento foi especialmente importante. Discutimos desde a identificação precoce até estratégias como a ventilação não invasiva e a otimização da terapia tripla, que são essenciais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, explicou.

O especialista lembrou ainda que, no Brasil, há uma subnotificação massiva de casos de DPOC. “Muitas pessoas nem sabem que têm a doença e acabam sem o tratamento adequado. Para mudar esse quadro, promovemos um pré-congresso voltado à capacitação da rede básica e lançamos o manual de DPOC para os profissionais dessa rede, com o objetivo de alcançar diagnósticos mais precisos e ampliar o acesso ao tratamento. Saio deste congresso com a sensação de missão cumprida e de que estamos caminhando para um futuro em que a DPOC seja diagnosticada e tratada com a atenção que merece”, frisou.

Idealizado e organizado pela Comissão de DPOC da SBPT, o Manual tem como principais objetivos auxiliar os profissionais da rede básica de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) a diagnosticar e tratar adequadamente os pacientes com DPOC. De forma objetiva, prática e com base nas melhores recomendações nacionais e internacionais são discutidos tópicos sobre: fatores de risco, diagnóstico, manifestações clínicas e funcionais, classificação da gravidade, fenótipos, comorbidades, tratamento farmacológico, tratamento não farmacológico e uso dos dispositivos inalatórios. 

“Esperamos que o Manual possa servir de base para atualização e reciclagem de todos os profissionais envolvidos na assistência dos pacientes com DPOC”, concluiu. O manual de DPOC está disponível no topo da página inicial do site da SBPT, mas os interessados também podem fazer o download do material aqui.

Além do curso pré-congresso, das mesas de discussão e do lançamento do Manual de DPOC, durante o congresso também foi veiculada nos painéis de led, uma campanha sobre o descarte consciente de dispositivos inalatórios. Caso você não tenha visto, clique aqui, veja e compartilhe!

Ao final do dia, a Astrazeneca promoveu o simpósio “Elevando o cuidado, reduzindo a mortalidade: o impacto das exacerbações além dos pulmões” para marcar o fim do pré-congresso. Coordenado pelo Dr. José Eduardo Cançado, o evento contou com palestras dos Drs. Frederico Leon Fernandes e Antonio Anzueto, que discutiram a importância da aprovação de medicamentos como o Breztri®, pela Anvisa, oferecendo esperança no tratamento de pessoas com DPOC moderada a muito grave.

Cerimônia de abertura

Em seguida, a presidente da SBPT, Margareth Dalcolmo, deu início à cerimônia de abertura oficial do Congresso, destacando a importância do evento para consolidar parcerias internacionais e atualizar os profissionais em práticas e pesquisas de ponta. “Esse congresso é, portanto, mais do que uma oportunidade de aprendizagem: é um marco para reforçar as redes colaborativas e definir o futuro da pneumologia, tanto no Brasil quanto em outras regiões do mundo”, enfatizou.

A mesa de abertura contou com a participação do presidente desta edição do congresso, Dr. Alberto Chterpensque; da diretora de Assuntos Científicos da SBPT, Valéria Maria Augusto; do presidente da Associação Catarinense de Pneumologia e Tisiologia (ACAPTI), Dr. Fabiano Luis Schwingel; e do coordenador do departamento de endoscopia respiratória, Dr. Luis Renato Alves.

Em seu discurso, Margareth Dalcolmo enfatizou a importância do congresso como um espaço essencial para a atualização científica e o fortalecimento das colaborações internacionais. “Estamos entusiasmados com a participação de cerca de 2500 inscritos neste congresso. É um recorde de público presencial. Isso demonstra o interesse e o comprometimento da nossa comunidade em promover o avanço da ciência e da saúde”, destacou.

A pneumologista também celebrou o crescente protagonismo do Brasil em áreas como asma, DPOC e terapias inovadoras para doenças respiratórias. “É gratificante ver nosso país se destacando e contribuindo para o avanço global na saúde respiratória, tanto por meio de estudos científicos quanto pela construção de políticas públicas”, afirmou.

Para o presidente desta edição do congresso, Dr. Alberto Chterpensque, ocupar essa posição é uma honra e um marco em sua vida. “Jamais imaginei que um dia chegaria a ocupar esta posição, testemunhando a evolução que coloca nossa especialidade em um patamar inimaginável. Acreditamos no poder da união e do compartilhamento de conhecimento, que fortalecem nossa missão de oferecer um diagnóstico e tratamento de excelência”, contou.

E, com profunda gratidão, finalizou sua fala com agradecimentos especiais àqueles que possibilitaram o sucesso do evento. “Minha sincera gratidão à Dra. Margareth Dalcolmo pela confiança, ao professor Clystenes Silva pelo apoio e aos colegas da SBPT, em especial à Dra. Valéria Augusto que encarou esse desafio conosco. Também não poderia deixar de agradecer ao Erick Serra, à Iane Vieira, à Isabela Felizatto e demais colaboradores da SBPT, que se dedicaram com presteza, carinho e, sobretudo, muita competência na organização do Congresso em suas diversas facetas. Estou certo de que viveremos dias inesquecíveis de aprendizado e congraçamento”, concluiu.

A cerimônia contou ainda com a participação especial de Renan Dal Zotto, ex-jogador de vôlei e ex-técnico da seleção brasileira, que compartilhou sua experiência de adoecimento e superação da Covid-19 durante a pandemia.

“Enfrentar a Covid-19 foi uma das maiores batalhas da minha vida, tanto física quanto emocionalmente. Como atleta e técnico, sempre lidei com desafios, mas esse foi diferente. Foi uma luta pela minha saúde, pela minha vida. Foram 36 dias de UTI. Depois de todo um longo trabalho de fisioterapia. Tive que me reinventar e aprender a respirar novamente”, lembra.

Para ele, a importância da saúde respiratória vai muito além do esporte de alto rendimento, é fundamental para a qualidade de vida de qualquer pessoa. “Se estou aqui hoje, é graças à medicina e à dedicação de profissionais de saúde, como muitos de vocês presentes, que não apenas salvam vidas, mas também oferecem diariamente esperança a milhões de pessoas. Minha recuperação é a prova de que, com determinação e o apoio adequado, é possível superar até os maiores obstáculos”, concluiu.

A vivência de Dal Zotto não apenas ilustra os desafios enfrentados durante a doença, mas também oferece uma visão sobre como essas experiências podem moldar a forma como encaramos a vida e as relações. Ele sugere que essa luta incessante trouxe à tona uma nova apreciação pela vida e pelas conexões humanas.

Após o depoimento do atleta, grandes nomes da especialidade foram homenageados por contribuírem para a formação de centenas de pneumologistas em todo o Brasil. Os Drs. Giovanni Migliori, Ana Maria Menezes, Márcia Alcântara, José Roberto Lapa e Silva e José Roberto de Brito Jardim foram reconhecidos como membros eméritos da SBPT.

Para encerrar a cerimônia de maneira memorável, a noite foi abrilhantada por uma apresentação especial da banda The Lung Boys, composta por pneumologistas apaixonados por rock n’ roll. O repertório contagiante animou os participantes, criando um ambiente descontraído e acolhedor, ideal para a confraternização que se seguiu no coquetel.

Para o Dr. Roger Pirath, vocalista da banda, os Lung Boys nasceram de uma apresentação programada para um evento dos pneumologistas em Santa Catarina, há 2 anos, em comemoração ao retorno dos eventos presenciais pós-pandemia. “Participar do Congresso Brasileiro da SBPT foi o nosso auge e uma honra, de uma banda que nasceu e permanece como um divertimento. Sentimento de dever cumprido, tamanha a seriedade e desafio para nós. Obrigado mais uma vez à comissão do evento que confiou nos integrantes e cedeu este tão valioso espaço”, agradeceu.

Além de promover a integração entre pesquisadores por meio da apresentação de 900 trabalhos científicos, entre sessões de pôsteres eletrônicos e apresentações orais, a vasta programação do congresso contou com palestras nacionais e internacionais, lançamentos de livros, simpósios satélites e apresentações patrocinadas por diversas empresas farmacêuticas.

Dentre os temas discutidos, a programação destacou a crescente relevância da endoscopia respiratória e as inovações terapêuticas, como o uso de imunobiológicos para condições respiratórias graves.

Segundo a Dra. Flávia Fernandes, secretária-geral da SBPT do biênio 2025/2026, o Congresso foi uma excelente oportunidade para reencontros e para atualização de qualidade. “As mesas foram de uma riqueza única e nós conseguimos abordar diversos temas da pneumologia em quatro dias de curso muito intenso e um excelente dia de pré-congresso, onde tivemos a oportunidade de profissionalizar, de treinar diversos profissionais em áreas muito importantes dentro da atuação da pneumologia e pela primeira vez em parceria com o Ministério da Saúde treinar os nossos médicos de atenção básica, que são tão importantes no diagnóstico, em tempo hábil e no encaminhamento adequado dos pacientes com doenças respiratórias. Então acho que foi um tremendo sucesso”, ressaltou.

A Dra. Regina Tibana também aproveitou bastante o Congresso, contribuindo em atividades diversas. “Tive a oportunidade de participar da aplicação da prova prática para obtenção de título de especialista; de aula sobre tratamento das doenças pulmonares intersticiais associadas às doenças autoimunes; da avaliação de trabalhos científicos apresentados como pôster; e coordenação de uma mesa sobre doenças pulmonares intersticiais. Foi uma semana intensa, de muita aprendizagem e reencontros com amigos pneumologistas de vários lugares do país”, contou.

Para o Dr. Raphael Jaber de Oliveira, que palestrou sobre derrame pleural por micobactérias (TB/MNT),  o congresso promoveu uma valiosa troca entre profissionais dedicados aos cuidados da saúde respiratória. “Conhecer e interagir com colegas enfrentando diferentes desafios em várias regiões do país e do mundo foi extremamente enriquecedor. Tive a oportunidade de trocar contatos e estabelecer novas relações que, sem dúvida, serão muito frutíferas. Ficou evidente o empenho da equipe SBPT para atingir elevados padrões organizacionais e programáticos, com uma diversidade notável nos temas apresentados”, compartilhou.

Ventilando Ideias: Humanidades na Medicina

O Dr. José de Jesus Camargo, sumidade dos transplantes de pulmão, não poderia se sentir mais honrado com a participação em mais uma edição do congresso. “O Congresso Brasileiro de Pneumologia e Tisiologia em Florianópolis foi fantástico. Parabéns ao Dr Alberto Chterpensque e à professora Margareth Dalcolmo. Muito honrado com o convite, e feliz com a oportunidade de reencontrar muitos ex-residentes. Uma verdadeira festa para o coração”, declarou.

Camargo participou de uma mesa redonda sobre mediastino, na qual falou sobre a abordagem cirúrgica, e também palestrou no painel inovador sobre humanidades em medicina, mediada pela Dra. Margareth Dalcolmo, que teve como objetivo ventilar ideias e promover uma reflexão profunda sobre a prática médica atual, marcada por avanços tecnológicos e pela crescente queixa de pacientes que sentem falta da conexão que os médicos de antigamente ofereciam. 

“Esta é uma chance para refletirmos juntos sobre o que estamos realmente fazendo, o que podemos aprimorar e como preparar as próximas gerações – uma geração que já começa a nos suceder. Em última análise, isso provoca uma questão essencial: quem vai cuidar de nós daqui a pouco? A distância entre a nobreza do que aprendemos e a prática, que muitas vezes desvirtua esse conhecimento, nos preocupa genuinamente. Temos em mãos uma poderosa ferramenta, a tecnologia, que nos oferece um acesso sem precedentes a todos os tipos de arte e conhecimento, mas isso exige uma análise crítica. O que a tecnologia está fazendo conosco, para o bem e para o mal? É uma ‘forca doce’ que devemos encarar com seriedade”, iniciou Margareth Dalcolmo.

Na sequência, o Dr. José Camargo trouxe uma análise sincera e provocadora sobre a relação médico-paciente nos dias de hoje. Com o avanço tecnológico, ele destacou uma desconexão crescente entre médicos e pacientes, refletida em queixas frequentes de pacientes e um aumento de ações judiciais por insatisfação no atendimento. 

“Perdemos a conexão ao esquecer que a tecnologia não modifica o sentimento dos pacientes. Em muitos casos, desconsideramos sua opinião, priorizando o que achamos que eles deveriam pensar. Esse afastamento entre o que aprendemos e a prática é preocupante. Só seremos melhores se os pacientes perceberem assim, do contrário, estamos em uma ilusão. A falta de tempo e a rotina tornam o atendimento mecânico, quando deveríamos lembrar que o atendimento médico de qualidade exige um olhar atento e sensível”, enfatizou.

O especialista também mencionou que a pressa em consultas e a desvalorização da história do paciente são algumas das práticas que mais afetam negativamente essa relação. “A pressa é uma forma grosseira de desconsideração, seja com um amigo, seja com um paciente. Ouvir de verdade requer presença e empatia, e o toque humano no exame físico é um elo essencial dessa conexão. Quando ignoramos esses aspectos, estamos desperdiçando uma oportunidade preciosa de ajudar e de sermos escolhidos pelo paciente – uma sensação única que todo médico deveria buscar”, sublinhou Camargo.

Além disso, salientou que a falta de cuidado com detalhes aparentemente simples, como lembrar o nome do paciente, também afeta a qualidade da relação médico-paciente. Segundo ele, esse pequeno gesto de atenção é um dos maiores indicadores de respeito e consideração, o que se torna ainda mais necessário em um cenário marcado pela tecnologia e pela rapidez no atendimento.

“Eu insisto com meus residentes: se vocês não lembram o nome do paciente, então nem entrem no quarto. Submeter alguém ao descaso da insignificância, ao ponto de nem seu nome ser lembrado, é um desrespeito inaceitável. O afeto está nos pequenos detalhes, e ignorar isso é ignorar o que realmente importa na nossa profissão”, explicou.

Por fim,  o médico defendeu que a arte é uma poderosa ferramenta de humanização, capaz de desenvolver a empatia e a sensibilidade que são fundamentais para a prática médica. Ele explicou que a conexão com expressões artísticas ajuda o médico a se manter atento às nuances emocionais e ao sofrimento do paciente, uma habilidade que nenhuma tecnologia pode substituir.

“Toda arte humaniza. Quem não se emociona com uma peça de teatro, com uma pintura, uma escultura, não tem a sensibilidade necessária para cuidar de outro ser humano. Em nossos consultórios, teremos sempre três elementos: um sofredor, um banco de dados imbatível e um especialista em sentimentos. Os médicos que perderem essa sensibilidade serão os primeiros a serem substituídos por robôs, porque serão apenas caros e inúteis em comparação”, concluiu.

Além da rica programação científica, com sessões instigantes e palestrantes renomados, expositores da indústria farmacêutica também marcaram presença, com lindos estantes, promoção de simpósios e lançamento de produtos. Nesta edição, incluímos um espaço instagramável para registros memoráveis, com lindos painéis de LED patrocinados pela indústria. Também demos início à campanha sobre os Dispositivos Inalatórios, que trouxe ainda mais destaque às inovações de uso e manuseio desses produtos.

O estande da SBPT também foi um sucesso! Além de premiações de trabalhos, reuniões e atendimento ao público, houve o lançamento dos livros “Diagnóstico diferencial das Doenças Pulmonares”, do Dr. Rogério Ruffino; “Hipertensão Pulmonar -Caminhos da investigação científica”, da Dra. Mônica Corso; e “Severe Pulmonary Emphysema: A Comprehensive Guide to Precision Interventional Procedures” editado pelos autores Luis C. Losso, Pallav L. Shah, Gerald J. Criner, Walter Weder e José R Jardim.

Os participantes também marcaram presença no local retirando os bottons — item que agora passará a ser colecionável, bem como as famosas fitinhas do  Senhor do Bonfim, como uma lembrança de que no ano que vem, o congresso será realizado na cidade de Salvador (BA). Como manda a tradição, quem passava no estande amarrava a fitinha em um espaço especial para garantir junto ao santo a participação no Congresso 2025.

Ligas Acadêmicas e os PneumoGames da SBPT

Outra novidade encabeçada por essa edição do Congresso foi o desenvolvimento de uma programação específica para estudantes de medicina vinculados a ligas acadêmicas e interações por meio de diversos jogos e atividades educativas carinhosamente nomeados como PneumoGames, uma dinâmica que definitivamente contribuiu para o engajamento do público.

Para Guilherme, acadêmico de Medicina da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UnoChapecó), o congresso foi uma oportunidade única de aprendizado e integração. Ele foi um dos vencedores dos jogos promovidos pelos PneumoGames.

“Foi uma experiência enriquecedora poder trocar ideias com colegas e apresentar trabalhos, além de participar dos PneumoGames, que nos permitiram compartilhar conhecimento e concorrer a premiações, como inscrição e hospedagem para o congresso do ano que vem, em Salvador. Essa interação com grandes palestrantes e a própria presidente da SBPT foi extremamente valiosa”, compartilhou.

A presidente da SBPT, Dra. Margareth Dalcolmo e o presidente eleito para o biênio 2025-2026, Dr. Ricardo Amorim Corrêa, estiveram reunidos com os estudantes no estande da SBPT em um momento de bate-papo descontraído sobre a especialidade, carreira médica e iniciação científica. 

Na ocasião, a estudante da Universidade do Vale do Taquari, Ana Scherer compartilhou sua experiência ao participar de eventos de iniciação científica, destacando a importância desse tipo de atividade para o desenvolvimento acadêmico e social. 

Incentivada por Margareth Dalcolmo, Ana Scherer teve um trabalho científico publicado internacionalmente, o que não apenas impulsionou sua carreira acadêmica, mas também a motivou a disseminar informações sobre questões relevantes, como os riscos do cigarro eletrônico. 

“Participar de eventos como este é uma oportunidade de perceber como a iniciação científica é importante, nos impulsionando desde muito cedo. Eu nunca imaginei que fosse capaz de fazê-lo até ser estimulada pela Dra. Margareth Dalcolmo e de fato ter conseguido este feito”, refletiu. 

Publicado internacionalmente, o trabalho sobre cigarros eletrônicos motivou que veículos locais entrevistassem a estudante, fazendo com que o seu trabalho ganhasse ainda mais visibilidade. Com isso, ela passou a levar informações importantes para escolas – como os males causados pelos cigarros eletrônicos – mostrando seu compromisso em transformar conhecimento em ação social. “Fui convidada para dar palestras nas escolas da minha cidade… para transformar essas informações do trabalho científico, que seriam apenas minhas, em algo proveitoso para a sociedade em geral”, arrematou.

Eduardo Pini, acadêmico de medicina da Universidade do Extremo Sul Catarinense, também expressou seu entusiasmo com o evento e a oportunidade de aprendizado. “O 41º Congresso de Pneumologia e Tisiologia em Florianópolis está impecável. É um evento espetacular, que nos permite fazer networking e aprender diretamente com profissionais de altíssimo nível. Para quem, como eu, pertence à Liga Acadêmica de Pneumologia, essa experiência é extremamente enriquecedora”, enalteceu.

Todos esses relatos refletem o entusiasmo dos participantes e o impacto positivo do evento na formação dos futuros médicos.

Encontro com os residentes da SBPT e o Dr. José Roberto Lapa

Na sexta-feira (11/10), todos os residentes presentes no evento foram convidados para um almoço com a palestra do Dr. José Roberto Lapa que falou sobre carreira e trajetória profissional. 

A abertura do evento, realizada pela Dra. Margareth Dalcolmo em conjunto com a Dra. Valéria Augusto, foi marcada por um tom nostálgico e acolhedor. Em sua fala, Margareth Dalcolmo relembrou os tempos de residência, destacando a importância da programação do Congresso em atender às necessidades e curiosidades dos participantes. 

“Nostalgicamente devo falar para vocês, lembrando de quando nós fomos residentes. Já faz tanto tempo que a gente nem pode dizer a verdade, né, Valéria? Essa é a doutora Valéria, nossa diretora de assuntos científicos, responsável pela organização da programação do Congresso. Desde a concepção desse 41º Congresso, tivemos a preocupação de atender aqueles interesses que vocês, como residentes, precisariam e teriam vontade e curiosidade de ouvir”, relatou Margareth Dalcolmo.

Em seguida, a presidente da SBPT agradeceu à AstraZeneca pela colaboração na organização do almoço e apresentou o professor José Roberto Lapa e Silva, palestrante e convidado especial.

O professor agradeceu o convite para palestrar no almoço, destacando a importância do reconhecimento na trajetória profissional. Ele expressou sua felicidade ao ser homenageado na abertura do congresso e refletiu sobre a relevância desta sociedade que ajudou a fundar. “Acho que a gratidão é, talvez, a maior das qualidades humanas. Estou extremamente feliz, acolhido tanto quanto vocês nesse evento. Não sei se mereci as homenagens que recebi, mas percebo-as com muita alegria”, partilhou.

1º Encontro de Mulheres da SBPT

Concomitantemente ao almoço dos residentes, ocorreu o 1º Encontro de Mulheres da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, com homenagens a três pneumologistas pela notável trajetória e inestimável trabalho realizado em prol da ciência e da saúde respiratória, impactando de maneira significativa a qualidade de vida da população, deixando um legado de excelência e inspiração para futuras gerações.

Como hostess do evento, a Dra. Juliana Ferreira destacou a importância da iniciativa e agradeceu à Dra. Margareth Dalcolmo, responsável por idealizar o evento. Com entusiasmo, comentou a rapidez com que a ideia de realizar um encontro similar ao Fórum de Mulheres promovido no Congresso da ATS tomou forma, demonstrando a força da determinação e do trabalho em equipe.

“Estávamos participando do Fórum das mulheres do ATS, no qual a Margareth foi homenageada e estávamos sentadas à mesa, assim, como vocês, e tinha um almoço, e, de repente, a Margareth me disse: ‘Juliana, vamos fazer um almoço como este no Congresso da SBPT, esse ano’. E rapidamente se virou para o Erick Serra e pediu que achasse uma data. Em um instante que me levantei para falar com alguém, quando voltei, o evento já estava agendado”, relatou.

Para ela, essa iniciativa aparentemente simples trouxe uma mensagem importante. “Quando temos uma ideia, precisamos ter a iniciativa de fazer acontecer. É claro que ajuda quando se ocupa algumas posições, como a presidência da SBPT. No entanto, não é só por meio de posições de destaque que podemos promover mudanças e inovações. Todo tempo é tempo para tirar ideias do papel e ampliar a atuação das mulheres na sociedade”, declarou.

Em seguida, Juliana Ferreira convidou a primeira homenageada do encontro: a Dra. Francesca Poverino, médica italiana, que atualmente lidera o Grupo de Pesquisa Translacional de DPOC na Bayer College of Medicine, em Houston, Texas, que compartilhou sua trajetória inspiradora, marcada por desafios e conquistas. 

Emocionada por estar no Brasil, ela enfatizou a importância de mulheres cientistas se afirmarem e buscarem seus objetivos, mesmo diante de obstáculos. “Eu venho do sul da Itália, onde as mulheres são esperadas em casa, passando ferro e preparando o jantar para seus maridos. Mas eu quis mostrar que sou diferente, que posso construir minha própria carreira, mesmo sendo mulher”, afirmou. E incentivou as participantes a serem confiantes e a não se deixarem limitar por estereótipos de gênero.

Depois foi a vez da Dra. Márcia Pizzichini, editora do Jornal Brasileiro de Pneumologia (JBP), receber a honraria. Na ocasião, compartilhou uma reflexão profunda e sincera sobre a jornada de conciliar a vida profissional com a maternidade. Com emoção, a médica relatou os desafios e dilemas enfrentados ao escolher priorizar sua carreira, e como essa decisão impactou sua relação com os filhos.

“Eu confesso para vocês que em muitas noites, quando voltava para casa, imaginava meus dois filhos sentados no divã, com um psicanalista, conversando sobre a mãe ausente que eles tiveram. Então, um dia, os questionei e eles – de forma bastante surpresa perante a minha abordagem – relataram que se consideravam normais. ‘O que a mãe acha que nós somos? A mãe acha que nós falhamos como pessoas? Nós somos normais. A única coisa que você fez foi terrorismo infantil, quando nos levou na UTI para ver traumatismo craniano e nas enfermarias pra ver os efeitos do tabagismo.”, contou.

Emocionada, a editora do JBP compartilhou que suas escolhas não foram fáceis, no entanto reiterou que é possível sim conciliar maternidade e trabalho se isso trouxer felicidade e contentamento. “Eu adoro o meu trabalho junto ao jornal científico e minha amada pneumologia! É preciso romper com a ideia de que as mulheres precisam escolher entre a carreira e a família. Podemos ter ambas, desde que sejamos felizes com nossas escolhas. Se vocês estiverem felizes, os filhos de vocês vão crescer felizes. Não se sintam culpadas por não seguirem o padrão. Cada uma de nós tem o direito de construir sua própria história. Por favor, nenhum de nós foi feito para andar em rebanho”, arrematou.

Por fim, a diretora de assuntos científicos da SBPT, Dra. Valéria Augusto também recebeu a homenagem. Em seu discurso, traçou um panorama histórico do movimento feminista e celebrou as conquistas já alcançadas. Com emoção, a médica compartilhou sua trajetória profissional e agradeceu às mulheres que a inspiraram ao longo de sua jornada. “A luta das mulheres é uma luta constante. A gente já avançou muito, mas ainda tem muito chão pela frente. Eu me lembro quando eu comecei a trabalhar, as dificuldades que a gente enfrentava eram outras. Hoje, a gente fala em novas questões, como a diversidade de gênero. Mas, no fundo, a luta é a mesma: por igualdade, por respeito e por um mundo mais justo para todas as mulheres”, refletiu. 

Segundo a médica, ela teve a sorte de ter grandes mulheres como referência em sua vida. “A Carmen da Silva, por exemplo, era uma feminista incrível, que escrevia sobre a arte de ser mulher para a revista Cláudia, numa época em que isso não era tão comum. Hoje, temos a oportunidade de sermos essas mentoras para as próximas gerações. É muito gratificante ver tantas jovens médicas aqui hoje, prontas para transformar o mundo.”, concluiu.

Balanço da gestão na Assembleia Geral da SBPT

Na sexta-feira (11/10), a presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Dra. Margareth Dalcolmo apresentou um balanço da gestão da diretoria referente ao biênio 2023-2024. A Assembleia, que aconteceu durante o 41º Congresso Brasileiro de Pneumologia e Tisiologia, destacou as conquistas e desafios enfrentados, com ênfase na colaboração e profissionalismo que marcaram o período.

A presidente iniciou sua fala com destaque à harmonia dentro da diretoria, mencionando que não houve conflitos significativos nas decisões coletivas. Ela enfatizou a importância do trabalho em equipe e a presença ativa dos diretores em eventos nacionais e internacionais, independentemente da presença da presidente, o que fortaleceu a posição da pneumologia brasileira na América Latina. Um dos resultados dessa aproximação foi a importante participação de brasileiros no congresso da ALAT 2024 e o aumento no números de sócios da SBPT associados à ALAT. 

“Já temos brasileiros ocupando posições nas comissões científicas da ALAT, de maneira ainda tímida, considerando a força da nossa especialidade no Brasil. No entanto, conseguimos fortalecer ainda mais nossas relações com eles, bem como a ATS e a ERS. A participação nos congressos internacionais nos últimos dois anos foi notável, com um aumento significativo no número de trabalhos apresentados, o que nos trouxe grande satisfação. Neste ano, inclusive, registramos um recorde de 104 trabalhos brasileiros apresentados no Congresso da ERS. Essas conquistas refletem nosso empenho em otimizar nossa presença e influência na comunidade científica global”, relatou.

Segundo Margareth Dalcolmo, sua gestão reorganizou o corpo de funcionários da sede em Brasília, com a contratação de novos profissionais para fortalecer a equipe, bem como uma empresa especializada para produzir conteúdos e divulgações, reconhecendo a importância das redes sociais para alcançar as faixas etárias mais jovens.

“A SBPT acaba de ultrapassar o marco de trinta mil seguidores no Instagram, demonstrando nosso compromisso e trabalho contínuo em nos conectar com as novas gerações. Tudo isso, foi conquistado por meio do engajamento do público em campanhas de saúde e da constante disponibilização de informações científicas de qualidade”, compartilhou.

A gestão também se concentrou em modernizar a comunicação da sociedade, com a atualização do aplicativo da SBPT, que facilita o acesso a informações e serviços para os sócios, permitindo que consultem eventos, documentos e emitam certificados e boletos de forma prática. “Essa inovação, que só foi possível devido à grande insistência e persistência do nosso diretor de comunicação – Dr. Waldo Mattos – é, de fato, um grande passo para modernizar nossa comunicação com os nossos associados”, elogiou a presidente.

Dentre as demais iniciativas implementadas, Margareth Dalcolmo ressaltou o empenho da SBPT na aprovação de medicamentos pela CONITEC e incorporação de novos diagnósticos e tratamentos pelo SUS. Ela também falou sobre as conquistas na área de transplantes de pulmão e a necessidade de diretrizes claras para viagens aéreas seguras para pacientes dependentes de oxigênio. “Elaboramos normas técnicas que esperamos que sejam chanceladas pela ANAC”, afirmou.

A presidente destacou a criação de uma nova comissão dedicada à imunização, que teve como resultado a publicação de um manual em parceria com a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIM). “Esse manual teve uma enorme recepção e é um passo importante para nossa especialidade”, reiterou.

E também mencionou os esforços para manter a regulamentação que proíbe o comércio de cigarros eletrônicos no país, incluindo a manifestação simbólica que iluminou o Corcovado – que repercutiu mundialmente – e as audiências públicas realizadas no Congresso Nacional, junto às autoridades da Câmara dos Deputados, do Senado e do Ministério da Saúde, bem como representantes de diversas organizações da sociedade civil.

“Enfim, é imprescindível que mantenhamos um diálogo constante com cada uma dessas instâncias, pois cada uma possui suas particularidades e visões. A interação contínua permite que a sociedade de especialistas contribua de maneira efetiva para a formulação de políticas públicas que atendam às necessidades da população. Essa abordagem tripartite é essencial para garantir que todos os pontos de vista sejam considerados e que as soluções propostas sejam abrangentes e eficazes”, destacou Margareth Dalcolmo.

Outro ponto importante abordado foi o aumento na ocupação das vagas de residência médica em pneumologia, que agora ultrapassa 90%. “Estamos vendo um crescimento significativo na formação de novos especialistas”, comemorou a presidente da SBPT.

Nesse sentido, foram estabelecidas novas aproximações com ligas universitárias e a realização de mais uma edição do “Acolhe SBPT” em 2024 – uma verdadeira imersão para residentes em pneumologia, com várias estações de hands-on. “Conseguimos aumentar o número de vagas para o Acolhe 2023 e aumentamos mais um pouco na edição de 2024. E já tenho conhecimento do compromisso da próxima gestão em ofertar ainda mais vagas em 2025. Essas ações são essenciais para garantir que continuemos a formar novos profissionais capacitados e comprometidos com a saúde respiratória no Brasil”, pontuou.

Por fim, Margareth Dalcolmo  expressou sua gratidão à equipe e aos colaboradores pela dedicação ao longo do biênio, afirmando que a sociedade está em boas mãos com a nova diretoria liderada pelo professor Ricardo Amorim Corrêa que assumirá em janeiro de 2025.

“Estou muito feliz com o que construímos juntos. Embora não tenha tido filhos, realizei quase tudo a que me propus: escrevi livros e plantei um lindo pé de bougainville, que vejo da minha janela da Fiocruz, no Rio de Janeiro. Concluo esta rápida prestação de contas com algumas fotos significativas e com a certeza de que ninguém nunca saiu de um cargo tão aliviada quanto eu me sinto agora. Contente com os nossos feitos e confiante de que o futuro da nossa sociedade está em boas mãos. Boa sorte, Ricardo!”, concluiu.

Em seguida, Ricardo Amorim Corrêa, presidente eleito da SBPT para o biênio de 2025-2026, compartilhou um pouco de sua trajetória e dedicação à vida associativa e à medicina, começando cedo nessa caminhada.

“Desde 1990, quando iniciei minha trajetória de vida associativa, nunca mais deixei de participar. Com pouco tempo já fui parar como presidente da Sociedade de Minas. E acho que agora é o momento de contar um pouco dessa história. Minha vontade de ser médico veio lá de criança, quando com sete anos já prometi pra minha mãe que seria médico, depois de ver um doutor em ação ao nos visitar em casa. E de lá pra cá, fiz medicina e conheci grandes médicos, cardiologistas, gastroenterologistas, e me envolvi mesmo com a pneumologia por acaso, quando conheci o pessoal do Júlio Kubitschek. Desde então, nunca mais tive dúvida, e é essa paixão pela pneumologia que eu quero levar pra frente, seja no meu trabalho como médico ou como presidente eleito da SBPT”, comemorou.

Ele destacou ainda que os desafios e as metas da sua gestão incluem fortalecer a defesa do ato médico, expandir a telespirometria e reforçar a ligação com a atenção primária à saúde, áreas em que a SBPT já vem atuando. Para ele, essas ações são fundamentais para ampliar o alcance e a qualidade da assistência respiratória no Brasil.

“Nós temos vários desafios pela frente. A defesa do ato médico é uma delas, precisa de vigilância constante, e o nosso assessor de relações institucionais – vaga que pretendo criar para acompanhar toda a articulação da SBPT perante o Ministério da Saúde e demais instituições em defesa das políticas públicas – poderá contribuir bastante nessa área. Outra questão importante é a nossa ligação com a atenção primária, que já está consolidada, especialmente com o projeto de telespirometria. Desde 2022, estamos reunindo esse grupo a cada 15 dias, com representantes do Ministério, e discutimos como viabilizar o programa em mais regiões pelo país, de forma regionalizada e adaptada a cada necessidade”, explicou.

Para o presidente eleito, o compromisso com a educação continuada também é um objetivo: “Já combinamos com o Ministério da Saúde de replicar o curso para atenção primária em todos os eventos da SBPT, levando em consideração as especificidades de cada região. Além de tentar ampliar o número de vagas para o Acolhe, esse projeto tão importante, que ensina os residentes por meio da mão na massa mesmo, as estações de hands-on”, acrescentou.

Ao concluir, Amorim Corrêa recitou Guimarães Rosa, quando disse: “O real não está na saída nem na chegada, ele se dispõe para nós no meio da travessia. É essa travessia que começamos agora e que, daqui a dois anos, vai nos levar a um porto seguro, com grandes realizações. Muito obrigado”.

Definições da Assembleia

Além da prestação de contas apresentada pela presidente, a Assembleia Geral da SBPT anunciou resultados de eleições e definições para o congresso 2028.

A chapa Novo Rumo, coordenada pela Dra. Maria Enedina Scuarcialupi (PB), foi anunciada como a vencedora das eleições da Comissão Científica de Tabagismo para o biênio 2025-2026. A nova comissão também é composta pelo Dr. Luiz Fernando Pereira (MG), como substituto imediato, além dos Drs. Leonardo Pessoa (RJ), Maria Vera de Oliveira Castelhano (SP) e Ramiro Dourado (DF).

O Jornal Brasileiro de Pneumologia (JBP) também ganhou uma nova vice-diretora, a Dra. Denise Rossato, eleita por unanimidade pelos membros da diretoria. 

Na ocasião ainda foi eleita por aclamação dos sócios presentes na Assembleia a diretoria que atuará no biênio 2027-2028. Presidida pelo Dr. Marcelo Fouad Rabahi (GO), a futura diretoria terá como Secretário-Geral: Marcelo Palmeira Rodrigues (DF); como diretora Financeira: Adriana Velozo Gonçalves (PE); como Diretor de Ensino: Frederico Leon A. Fernandes (SP); como Diretor de Defesa Profissional: Gediel Cordeiro Júnior (MG), como Diretora de Assuntos Científicos: Leda Maria Rabelo (PR) e como Diretora de Comunicação: Mônica Flores Rick (RJ).

A Assembleia também definiu a cidade do Rio de Janeiro para sediar o 43º Congresso Brasileiro de Pneumologia e Tisiologia, além do 19º Congresso Brasileiro de Endoscopia Respiratória e do 15º Congresso Luso-Brasileiro de Pneumologia, todos programados para 2028.

O evento contará com a presidência do professor titular de pneumologia e diretor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Dr. Rogério Lopes Rufino Alves, que trará sua experiência e conhecimento para guiar os debates e as atividades do congresso.

Mensagens para Casa

No sábado (12/10), o Congresso foi finalizado com sessões de “mensagens para casa”, momento em que se destacaram as discussões mais importantes, provenientes das aulas e palestras realizadas sobre temas como Câncer, DPOC, Asma, Tuberculose, entre outros.

O Dr. Frederico Assis Figueiredo Campos foi o abre-alas das despedidas, compartilhando uma visão ampla e informal sobre insights e dados que coletou durante o congresso. Ele destacou que seu objetivo não era fazer uma revisão completa – “até porque seria impossível”, mas dividir o que viu de mais interessante.

“Olha só, uma coisa que achei muito interessante foi uma estatística do Brasil: temos 13 milhões de internações anuais no país, e 122 mil dessas são por DPOC. É muita coisa, né? Cerca de 300 internações por dia. E a mortalidade? Cerca de 4% das mortes por DPOC – é a terceira ou quarta maior causa de mortalidade no mundo”, apontou.

Outro ponto que chamou atenção do pneumologista foi a possibilidade da DPOC começar ainda no útero: “A mãe que fuma, que vive em muita poluição ou tem infecções respiratórias na gravidez – tudo isso interfere. O bebê nasce com o pulmão pequenininho, e quando cresce, se não faz exercício desde cedo, vai ter uma capacidade respiratória mais baixa, porque nosso pulmão já nasce pequeno. Quem já nasce com ele menor, já começa em desvantagem”, compartilhou.

Para fechar, enfatizou que a luta contra o tabagismo é um fator-chave na prevenção da DPOC. “A gente tem que voltar com o conceito do ‘Gold Zero’, sabe? Para tentar reduzir esses fatores de risco e ajudar mais pessoas a evitar a DPOC”, concluiu.

Na sequência, o Dr. Thiago Bartholo compartilhou reflexões importantes sobre a diferença entre os mecanismos inflamatórios da asma e da DPOC, salientando que, apesar de algumas semelhanças, essas condições possuem processos inflamatórios únicos que afetam de forma distinta a fisiologia dos pacientes. Ele destacou, ainda, o impacto preocupante dos cigarros eletrônicos, que liberam substâncias tóxicas, como formaldeído e acroleína, contribuindo para a toxicidade pulmonar e exacerbações em pacientes com asma e DPOC.

“DPOC e asma têm sim mecanismos inflamatórios que, em algumas situações, se sobrepõem, mas são doenças distintas, cada uma com sua cascata inflamatória gerada por códigos genéticos e epigenéticos próprios. E tem um ponto crucial aqui: a febre do cigarro eletrônico. Como discutimos, ele libera solventes que, ao se decompor, geram substâncias tóxicas – formol, acroleína, propileno glicol – que irritam as vias aéreas e causam exacerbações, especialmente em usuários crônicos. Isso só reforça a necessidade de combatermos o uso do cigarro eletrônico”, resumiu.

Por fim, a Dra. Glaucia Heiden trouxe aos congressistas uma reflexão sobre a importância da participação ativa de todos os profissionais de saúde nos debates e avanços relacionados ao câncer de pulmão, que continua sendo uma das principais causas de mortalidade global. Ela enfatizou o papel essencial dos especialistas em saúde pública e pesquisa no enfrentamento a esta enfermidade, ressaltando que este tipo de tumor é o que mais mata e, por isso, precisa de constante atenção e ação coordenada.

“A gente precisa se empoderar desse tema, né? É o tumor que mais mata, é um dos mais prevalentes, então tem muita coisa para fazer ainda, especialmente para nós que somos pneumologistas. Parece meio óbvio, mas está na nossa frente. Precisamos seguir mostrando isso em cada espaço disponível, em cada aula. O rastreamento, por exemplo, foi abordado em uma aula de pré-congresso, se não me engano, mas ainda está mais concentrado em alguns grupos. Ele precisa chegar a todos nós, tem que ter uma base profissional sólida em todas as áreas. Vamos juntos nisso”, arrematou.

 

 

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