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Diretoria

Diretoria – Biênio 2018-2020
 
Presidente: Dr. Antônio César Cavallazzi
Vice- Presidente: Dr. Fábio José Fabrício de Barros Souza
Diretor Científico: Dr Márcio Andrade Martins
Diretor Financeiro: Dr Roger Pirath Rodrigues
Secretário: Dr Adílson Medeiros dos Santos
1º Secretário: Dr Jaime Matos Ferreira
Área Cirúrgica: Dr Fábio May da Silva
Área Pediátrica: Dr Norberto Ludwig
Dr Alberto Chterspensque
Dr Ricardo Ximenes  de Melo Malinverni
Dr Concetta Sposito
 
CONSELHO FISCAL SUPLENTE:
 
Dr Edson Roberto Rebello Malinverni
Dr Márcio Mesquita Júdice
Dr José Carlos de Lorenzi Cancellier
 

 

 

 

 

Problemas respiratórios em adultos com doença neuromuscular

American Thoracic Society
Informações ao Paciente – Problemas respiratórios em adultos com doença neuromuscular


ats_05Quando você tem fraqueza neuromuscular, você pode apresentar alguns problemas, em especial com sua respiração. A dificuldade em respirar deverá ocorrer, pela primeira vez, enquanto estiver deitado, ou durante o sono. Tratar esses problemas respiratórios precocemente é importante. Para obter ajuda antes que surjam problemas sérios, você deverá saber o que observar e o que falar com seu médico para obter o tratamento correto.

O que é a fraqueza neuromuscular?

A fraqueza neuromuscular ocorre quando os nervos que controlam o seu corpo não trocam informações com seus músculos corretamente. Ou, você tem uma doença que impede que seus músculos trabalhem adequadamente. Alguns exemplos de doenças que causam fraqueza neuromuscular são: ELA (Esclerose lateral amiotrófica, também conhecida como Doença de Lou Gehrig), distrofias musculares e alterações genéticas.

Como a fraqueza neuromuscular afeta minha respiração?

Muitos músculos são necessários para uma respiração normal. Dentre eles, seus dois diafragmas (músculos entre os seus pulmões e o abdome), os músculos entre suas costelas, e os músculos no seu pescoço e garganta. Com a fraqueza neuromuscular, os músculos podem tornar-se cansados (fatigados), tornando difícil que você inspire e expire normalmente. Essa fraqueza pode fazê-lo respirar mais superficialmente e com respirações curtas enquanto estiver deitado ou dormindo. As respirações superficiais de músculos com fraqueza podem abaixar seu oxigênio e elevar os níveis de gás carbônico no seu sangue, fazendo com que seus músculos fiquem ainda mais fracos.

Seu médico pode checar sua respiração por testes respiratórios chamados de estudos de função pulmonar (veja ATS Patient Series) e mensurar a quantidade de oxigênio e gás carbônicos presentes no seu sangue. Esses testes são feitos rotineiramente, muitas vezes ao longo de anos, com você sentado e também deitado. Caso a fraqueza de sua musculatura respiratória piore (e isso pode acontecer mesmo se você não sentir nenhuma diferença), seu médico discutirá com você as opções de tratamento.

Caso tenha uma doença neuromuscular, quais tipos de problemas durante o sono devo observar?

Caso você tenha fraqueza neuromuscular, você pode notar maior dificuldade respiratória quando está deitado. Isso porque seus músculos respiratórios enfraquecidos são incapazes de movimentar seu tórax o bastante para uma respiração normal. Você pode não sentir que está tendo uma respiração satisfatória. Essa dificuldade é chamada dispneia (ATS Series). Estar acima do peso pode piorar sua dispneia, especialmente quando estiver deitado.

Algumas pessoas com fraqueza neuromuscular podem já ter diagnóstico de apneia obstrutiva do sono-AOS (veja ATS Patient). AOS é uma condição na qual a parte posterior de sua garganta torna-se severamente estreita e colapsa durante o sono. Isso pode acarretar uma parada ou pausa na sua respiração por alguns segundos ou mais. Quando essas pausas ocorrem, seu nível de oxigênio no sangue, com frequência, fica muito baixo. A fraqueza neuromuscular pode piorar essa condição.

Problemas respiratórios durante o sono também podem ser causados por apneia central do sono. Normalmente, nós não temos que pensar para respirar, porque nosso cérebro envia ordens para respirarmos regularmente, estejamos acordados ou dormindo. Com a apneia central do sono, a ordem normal do cérebro para respirarmos é interrompida por um pequeno tempo. Como resultado, pode haver pausas na respiração.

A fraqueza neuromuscular pode acarretar piora nos dois tipos de apneia do sono, privando-o de obter oxigênio suficiente e ás vezes fazendo-o acumular gás carbônico. Os sinais de apneia incluem roncos, respiração ofegante ou asfixia durante o sono, e também acordar frequentemente durante a noite. Durante o dia, a má qualidade do sono pode resultar em cansaço ou sonolência. A apneia do sono também pode causar dor de cabeça matinal, mudanças de humor e problemas de memória.

Mesmo que você não tenha apneia do sono, a fraqueza neuromuscular pode proporcionar baixos níveis de oxigênio, devido à respiração superficial durante o sono REM (também conhecido como “sono dos sonhos”). Quando você está no sono REM, você depende basicamente dos seus diafragmas para movimentar e circular o ar. Se seus diafragmas são fragilizados por uma doença neuromuscular, sua respiração superficial durante o sono pode reduzir os níveis de oxigênio e elevar os níveis de gás carbônico no sangue.

Outro problema respiratório comumente observado com a fraqueza neuromuscular é a hipoventilação noturna. A hipoventilação noturna é uma condição que também pode resultar em baixos níveis de oxigênio no sangue e aumento nos níveis de gás carbônico. Com a hipoventilação noturna, você tem respirações superficiais toda vez que estiver dormindo. Isso pode causar cansaço durante o dia (fadiga diurna) e/ou dor de cabeça matinal. É muito importante diagnosticar e tratara hipoventilação noturna, já que ela pode aumentar a chance de morte caso permaneça sem tratamento. Estudos de função pulmonar são bons preditores que avaliam se você tem risco de desenvolver hipoventilação noturna.

O que pode ser feito para avaliar e tratar a fraqueza neuromuscular?

Caso você tenha uma doença que curse com fraqueza neuromuscular, seu médico avaliará se a fraqueza está afetando sua respiração, tanto quando acordado, quanto durante o sono. Os exames incluem: estudos de função pulmonar, gasometria arterial, e polissonografia (veja ATS Patient Series). Caso você acredite ter problemas respiratórios durante o sono, você pode ser tratado com uma ventilação não invasiva. Na ventilação não invasiva, o ar (com ou sem oxigênio extra), é levado diretamente para a máscara. Tipos de ventiladores não invasivos notórios são o CPAP (continuous positive airway pressure) e o BPAP (um tipo de CPAP). Esses dispositivos mantem a pressão na sua via aérea superior, mantendo-as abertas quando sua musculatura está fatigada durante o sono. O ar é levado através de uma máscara que se encaixa no seu nariz ou boca. O tamanho da máscara é ajustado para que se encaixe no seu rosto. Esses dispositivos podem ser bastante efetivos no tratamento de problemas respiratórios durante o sono, mas pode levar tempo até que você se acostume a usar a máscara enquanto dorme.

O que eu faço para minimizar meus problemas durante o sono?

Caso você tenha diagnóstico de fraqueza muscular respiratória ou apneia do sono, converse com seu médico e discutam sobre qual o tratamento mais apropriado para você. Como alguns medicamentos podem afetar a respiração durante o sono, não se esqueça de falar com seu médico sobre qualquer medicamento que esteja tomando, incluindo drogas ilícitas e medicamentos não padronizados. Tente perder peso (caso você esteja acima do peso), evite fumar e limite a ingestão de álcool.

 

 

Este material foi traduzido pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia com autorização da American Thoracic Society. Responsáveis pelas traduções : Dra. Valéria Maria Augusto, com colaboração de Lucas Diniz Machado. A ATS Patient Information Series é um serviço público da American Thoracic Society e seu jornal, o AJRCCM. A informação que aparece nesta série é apenas para fins educacionais e não deve ser usado como um substituto para aconselhamento médico. Para mais informações sobre esta série, entre em contato J. Corn em jcorn@thoracic.org.

Fale com a Estadual

SOCIEDADE PARANAENSE DE TISIOLOGIA E DOENÇAS TORÁCICAS
Presidente: Dr. Antônio César Cavallazzi
Secretária Geral: Dr Adílson Medeiros dos Santos
Endereço: Av. Sete de Setembro, 5402 – Conj. 105, 10ª andar – 80240-000 – Batel – Curitiba/PR
Telefone: (41) 3342-8889
contato@pneumopr.org.brwww.pneumopr.org.br

 

 

 

Oximetria de pulso

American Thoracic Society
Informações ao Paciente – Oximetria de pulso


A oximetria de pulso é a maneira de medir quanto oxigênio seu sangue está transportando. Usando um pequeno dispositivo chamado oxímetro de pulso, seu nível de oxigênio sanguíneo pode ser aferido sem a necessidade de puncioná-lo com uma agulha. O nível de oxigênio mensurado com um oxímetro é chamado de nível de saturação de oxigênio (abreviado como O2sat ou SaO2). A SaO2 é a porcentagem de oxigênio que seu sangue está transportando, comparada com o máximo da sua capacidade de transporte. Idealmente, mais de 89% das suas células vermelhas devem estar transportando oxigênio.

Por que é importante ter meu nível de oxigênio sanguíneo aferido?

Caso você tenha uma doença pulmonar, seu nível de oxigênio sanguíneo pode vir a ser menor do que o normal. É importante saber se e quando isso ocorre, pois, quando seu nível de oxigênio é baixo, as células do seu corpo podem ter dificuldade de trabalhar apropriadamente. O oxigênio é o “gás” que faz seu corpo “funcionar”. Se você está com o “gás” baixo, seu corpo trabalha mal. Ter um nível muito baixo de oxigênio sanguíneo pode sobrecarregar seu coração e seu cérebro.

A maioria das pessoas precisa de um nível de saturação de no mínimo 89% para manter suas células saudáveis. Acredita-se que um nível menor do que esse por um curto tempo não cause danos. Entretanto, suas células podem ser agredidas e sofrer danos se a baixa nos níveis de oxigênio ocorrer muitas vezes. Se seu nível de oxigênio é baixo em ar ambiente, você pode ser solicitado a usar oxigênio suplementar (extra). O oxímetro pode ajudar a avaliar quanto de oxigênio você precisa e quando você pode precisar dele. Por exemplo, algumas pessoas precisam mais de oxigênio quando dormem do que quando acordadas. Outras precisam mais de oxigênio durante atividades do que quando em repouso. (Veja ATS Patient Information Series em “Oxygen Therapy for Kids”, e Special Topic Education Material-COPD Statemen-“Why do I need oxygen therapy?”)

Como o oxímetro de pulso funciona?

Um oxímetro de pulso vem como uma pequena unidade a ser colocada no dedo, ou um pequeno dispositivo portátil que conectado a um fio pode ser fixado ou adaptado ao seu dedo ou lóbulo da orelha. Os aparelhos menores são mais baratos e práticos para o uso domiciliar.

Feixes de luz do dispositivo passam através do sangue no seu dedo (ou lóbulo da orelha) para mensurar seu oxigênio. Você não sentirá isso acontecer. Os feixes de luz são “lidos” para calcular a porcentagem do transporte de oxigênio. Este método também proporciona a leitura da sua frequência cardíaca (pulso). Para garantir que o oxímetro está lhe dando uma boa leitura, conte seu pulso por um minuto e compare com o número obtido pelo oxímetro. Se eles são semelhantes, você está tendo um bom sinal.

Eu devo ter um oxímetro de pulso?

A maioria das pessoas não precisa de um oxímetro de pulso. Para outras o oxímetro de pulso é prescrito pela possibilidade de elas terem períodos de baixa oxigenação sanguínea, como, por exemplo, quando estão se exercitando ou viajando a altas altitudes. Ter um oxímetro de pulso nesses casos lhes permitirá monitorar seu nível de oxigênio sanguíneo e saber quando precisam de aumentar o seu fluxo de oxigênio suplementar. Pergunte ao seu médico qual o número da saturação de oxigênio que ele quer que você mantenha.

Oxímetros de pulso estão disponíveis na internet, em farmácias ou empresas de suplementos para cuidados de saúde. Em alguns casos, o plano de saúde cobrirá o custo do oxímetro de pulso.

Qual a diferença entre a informação do oxigênio mostrada pelo oxímetro e a obtida pela gasometria arterial?

Um oxímetro mensura indiretamente a quantidade de oxigênio que é transportada pelo seu sangue. A gasometria arterial mensura diretamente tanto a quantidade de oxigênio transportada pelo seu sangue quanto a de gás carbônico. (dióxido de carbono). Para obter uma gasometria arterial, o sangue é retirado diretamente de sua artéria (usualmente do pulso), o que pode ser doloroso. A oximetria é indolor, mas não tão acurada como a gasometria arterial. Além disso, o oxímetro de pulso não mensura seu nível de dióxido de carbono.

Qual a acurácia da oxímetro de pulso?

O nível de oxigênio medido por um oxímetro de pulso é razoavelmente acurado. A maioria dos oxímetros dão uma leitura 2% acima ou 2% abaixo da saturação que poderia ser obtida pela gasometria arterial. Por exemplo, se sua saturação de oxigênio for de 92% no oxímetro de pulso, ela pode ser de fato qualquer valor entre 90 e 94%. A leitura do oxímetro pode ser menos acurada se o paciente usar esmaltes, unhas postiças, tiver as mãos frias, ou tiver a circulação deficiente. O oxímetro de pulso pode também ser menos acurado em caso de níveis muito baixos de saturação de oxigênio (abaixo de 80%) ou de pele muito escura.

Quando eu devo usar o oxímetro de pulso?

Se você tiver um oxímetro prescrito pelo seu médico, pergunte a ele quando ele quer que você use o oxímetro para monitorar seu nível de oxigênio sanguíneo. Pergunte também quando você deve mudar o fluxo de seu oxigênio suplementar e com qual leitura você deve procurar atendimento médico.

As situações em que a leitura do oxímetro pode ser útil são:

  • Quando o oxigênio é prescrito pela primeira vez. Isso ajuda seu médico a saber  como os seus níveis de saturação de oxigênio se comportam durante suas atividades diárias, em casa.
  • Durante ou imediatamente após exercícios físicos. Seu corpo, como um carro, precisa de mais oxigênio (gás) quando você está em movimento. Sua saturação de oxigênio pode ser checada durante a atividade para ver se você tem baixo oxigênio, o que não acontece no repouso. Seu médico decidirá junto com você o que fazer caso você tenha problemas durante o exercício.
  • Quando você estiver voando ou viajando a altas altitudes, para saber se seu oxigênio suplementar precisa ser aumentado durante essas situações.

Como eu posso obter leituras melhores do meu oxímetro de pulso?

Seu oxímetro de pulso mensura sua saturação de oxigênio, ou a porcentagem de oxigênio transportado pelo seu sangue. Para obter melhores leituras do seu oxímetro, você precisa ter certeza de que suficiente sangue esteja fluindo para a mão ou para o dedo ao qual o dispositivo está acoplado. A melhor leitura, portanto, é alcançada quando sua mão está aquecida, relaxada, e mantida abaixo do nível do coração. Se você fuma, infelizmente, a leitura no seu oxímetro pode mostrar um nível maior do que a saturação atual. Isso porque o tabagismo aumenta os níveis de monóxido de carbono no seu sangue, e o oxímetro não mostra diferença entre o monóxido de carbono e o oxigênio. Se você fuma, converse com seu médico sobre como ler apropriadamente seus números no oxímetro.

Além das leituras equivocadas descritas acima, algumas vezes você pode obter leituras anormais de seu oxímetro por mal funcionamento do fio do aparelho. Assim sendo, leve seu oxímetro para o consultório do seu médico, ou para a empresa de equipamentos para checagem e ajuste da acurácia.

 

Este material foi traduzido pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia com autorização da American Thoracic Society. Responsáveis pelas traduções : Dra. Valéria Maria Augusto, com colaboração de Lucas Diniz Machado. A ATS Patient Information Series é um serviço público da American Thoracic Society e seu jornal, o AJRCCM. A informação que aparece nesta série é apenas para fins educacionais e não deve ser usado como um substituto para aconselhamento médico. Para mais informações sobre esta série, entre em contato J. Corn em jcorn@thoracic.org.

Diretoria

Diretoria 2013/2015

Presidente: Adriana Velozo Gonçalves
Vice Presidente: Guilherme Jorge Costa
1ª Secretária : Ana Lucia Periera Lima Alves Dias
2ª secretária: Marcela Amorim Alves
1º Tesoureiro:João Augusto Queiroga da Silveira
2º Tesoureiro: Viviane Coutinho da Silveira Pelin

 

 

 

Oxigenoterapia na criança

American Thoracic Society
Informações ao Paciente – Oxigenoterapia em  Crianças


Crianças com doença pulmonar podem apresentar  baixos níveis de oxigênio e parte delas irão necessitar oxigênio suplementar , a fim de trazer os seus níveis teciduais  de oxigênio a um nível saudável.  Crianças com doenças pulmonares tais como a displasia broncopulmonar (DBP) ou fibrose cística (FC) podem necessitar de terapia com  oxigênio. Terapia com oxigênio suplementar  protege os tecidos corporais  dos efeitos deletérios de  baixos níveis de oxigênio , ajudando-os a funcionar melhor, o que lhes permite ter uma vida mais ativa.

Por que algumas crianças precisam de terapia com oxigênio?

O oxigênio é uma necessidade básica para todos os seres humanos. O ar que respiramos contém cerca de 21 por cento de oxigênio ao nível do mar. Esta quantidade é suficiente para as crianças que têm pulmões saudáveis e muitos com doença pulmonar. No entanto, algumas crianças com doença pulmonar são incapazes de captar oxigênio suficiente em seus corpos através da respiração normal. Elas irão necessitar de  oxigênio extra para manter a função normal.

Como posso saber se meu filho precisa de oxigênio?

Um profissional de saúde irá descobrir se seu filho precisa de oxigenoterapia, testando o nível de oxigênio em seu sangue. Este teste é chamado de gasometria de sangue arterial . O sangue é colhido de uma artéria (normalmente no pulso). O nível de oxigênio de seu filho (a saturação de oxigênio ou  SpO2 também pode ser medida com um pequeno dispositivo chamado oxímetro de pulso. Este dispositivo pode ser colocado sem dor no dedo da mão de  seu filho, dedo do pé ou orelha. Com este dispositivo, SpO2pode ser verificada ao longo de um período de tempo, por exemplo, durante o sono ou exercício. O objetivo geral é manter o  oxigênio do seu filho em um nível que atenda a necessidade corporal, geralmente 90% ou acima em determinados casos.

Quantos litros de  oxigênio meu filho deve receber?

O oxigênio é um tratamento médico. Um médico prescreve uma receita com a quantidade de oxigênio necessária com o respectivo  fluxo. Pode ser necessário taxas de fluxo para diferentes atividades, por exemplo, durante o exercício, comer, e dormir. É muito importante que você use o oxigênio exatamente como ele foi receitado. Usando uma quantidade inferior pode levar a uma sobrecarga cerebral  e no coração do seu filho, resultando em fadiga, perda de memória ou alterações na função cardíaca. O excesso de oxigênio também pode ser um problema, por vezes, especialmente para os pulmões.

O meu filho vai precisar de oxigênio durante o sono?

Durante o sono, as pessoas abrandam  a sua respiração e não  respiram mais profundamente. Se uma pessoa tem um nível baixo de oxigênio durante a vigília, geralmente terá menor nível durante o sono. Em alguns casos, as crianças que podem não necessitar  de oxigênio extra enquanto acordado podem precisar de oxigênio durante o sono. O profissional de saúde vai ajudar você a descobrir quanto de oxigênio seu filho deve usar à noite.

O meu filho vai precisar de oxigênio durante a atividade física?

Durante qualquer atividade física, a pessoa respira  rápida e profundamente para obter mais oxigênio. Para saber se será necessário oxigênio extra durante a atividade física, o médico pode solicitar um teste de caminhada para  medir a  saturação de oxigênio. As crianças e adolescentes podem ser observadas durante as atividades de lazer e alimentação.

Quantas horas por dia o meu filho vai precisar de oxigênio?

Algumas crianças precisam usar oxigênio suplementar quando eles estão ativos ou durante o sono. No entanto, em alguns casos, uma criança necessita de oxigênio suplementar 24 horas por dia. Às vezes, seu filho pode parecer bem para você. Seu filho pode não parecer estar necessitando oxigênio ou não ter a pele azulada ou estar com os lábios arroxeados. No entanto, isso não significa sempre que o nível de oxigênio do seu corpo é o ideal. É melhor ter o nível de oxigênio de seu filho medido se você não tem certeza de quanto oxigênio é necessário. Às vezes, um oxímetro de pulso domiciliar pode ser util.

O meu filho sempre precisará usar oxigênio?

Muitas crianças que necessitam de oxigênio suplementar para tratar seu problema pulmonar crônica terão que continuar sua terapia de oxigênio por tempo prolongado. Algumas crianças podem precisar fazer uso de  oxigênio suplementar  somente durante uma recidiva da doença ou infecção. Eles podem ser capazes de reduzir ou mesmo parar o seu uso se sua condição melhore. Você nunca deve reduzir ou interromper a terapia de oxigênio do seu filho por conta própria. Fale com o medico do seu filho se você acha que é necessário uma mudança na suplementação de oxigênio do seu filho.

Quais são os diferentes tipos de sistemas de oxigênio?

O oxigênio pode ser entregue a partir de três tipos de fontes: um concentrador de oxigênio, sistema de oxigênio líquido ou oxigênio pressurizado em um cilindro de metal (tanque). A escolha certa para o seu filho depende de quanto é necessário, e das atividades diárias do seu filho. Outras coisas a ter em mente são as restrições de onde você mora e os custos.

O que são concentradores de oxigênio?

Um concentrador produz oxigênio por concentração do oxigênio que se encontra no ar e com  remoção de outros gases. O concentrador é alimentado por eletricidade.

O que é oxigênio líquido?

Oxigênio líquido é feito por gás de oxigênio de super-arrefecimento, mudando-o para uma forma líquida. Quando na forma líquida, o oxigênio ocupa muito menos espaço e pode ser armazenado em um recipiente especial.

O que são cilindros de oxigênio?

O oxigênio é comprimido em um cilindro de metal (chamado também um tanque), sob alta pressão. O oxigênio pode ser armazenado em grandes ou pequenos cilindros.

O que é uma cânula nasal?

A cânula nasal é um tubo que tem duas pontas para serem introduzidas nas narinas. O tubo está ligado ao sistema de oxigênio. Os tamanhos diferentes de cânula nasal estão disponíveis e algumas cânulas  são mais macias do que as outras.

Quais são os dispositivos que conservam  oxigênio?

Dispositivos de conservação  de oxigênio fazem a entrega de oxigênio mais eficiente e reduzem  a quantidade de oxigênio que é desperdiçada. Existem vários tipos de dispositivos conservadores de oxigênio , no entanto, eles não podem ser usados por crianças mais jovens.

Como posso ajudar o meu filho se sentir  confortável com o uso de oxigênio?

Algumas crianças resistem ao uso da cânula nasal ou de uma máscara em seu rosto. Às vezes uma medida  útil é  deixá-los ver  em uma outra criança, ou colocar um em um bicho de pelúcia favorito. Elogie a criança para manter o tubo ou a máscara em seu rosto. Se o nariz do seu filho fica irritado pela cânula nasal, você pode alternar para uma máscara facial. Lembre-se de que há  mais vazamento de oxigênio ao redor da máscara , portanto é necessário um fluxo mínimo de oxigênio de 5 litros. Se você usar um fluxo muito alto com cânula nasal, pode ser mais irritante para o nariz. Se mais do que isso é necessário, você deve mudar para uma máscara facial. Usando um umidificador para ajudar a manter a umidade oxigênio pode ajudar a prevenir a irritação nasal de ar seco.

Que cuidados devo ter enquanto o meu filho usa a terapia de oxigênio?

Se o seu filho está  muito sonolento ou cansado, tem dores de cabeça matinais, ou parece com  falta de ar, você precisa entrar em contato com seu médico. Se seu filho ou bebê parece cansado, menos ativo, está respirando com mais dificuldade, os lábios ou unhas estão azuladas, entre em contato com seu médico.

Eu tenho que preocupar com oxigênio explodir ou queimar?

Oxigênio por si só não vai explodir e não irá  queimar, mas o oxigênio pode tornar uma chama mais quente  e queimar mais forte um principio de incendio. Nunca fume em torno de dispositivos de oxigênio ou uma pessoa usando oxigênio. Mantenha oxigênio pelo menos 2 metros de distância de qualquer chama acesa.  Fixar  todos os cilindros, colocando-os  em um lugar seguro ou, prendendo-o a  uma parede. Lembre-se: o oxigênio é seguro e útil se for utilizado de acordo com as orientações recomendadas.

O que precisamos fazer quando o meu filho viaja?

Seu filho pode viajar mesmo em terapia de oxigênio. No entanto, viajar com oxigênio requer um planejamento cuidadoso com bastante antecedência de sua viagem. Verifique com sua companhia de transporte (avião, trem, ônibus, barco) sobre suas políticas para o curso com o oxigênio. Certifique-se de que você tem a quantidade  de oxigênio suficiente em caso de atrasos ou emergências. Mantenha uma cópia de prescrições de oxigênio e medica do seu filho com você. Você deve manter os números de emergência à mão (médico, empresa de fornecimento de oxigênio e nomes de médicos e hospitais onde você está viajando.

Etapas da ação

  • O oxigênio é um tratamento médico.
  • Use oxigênio exatamente como prescrito
  • Se o seu filho tem algum destes sintomas: falta de ar, dor de cabeça pela manhã, ou parece mais cansado ou sonolento, entre em contato com seu médico.
  • Oxigênio usado corretamente é seguro.
  • Não fume perto de oxigênio, ou mantenha o oxigênio perto de
  • chamas ou outras fontes de calor ou chamas.

A informação que aparece nesta série é apenas para fins educacionais e não deve ser usado como um substituto a um médico ou a um outro profissional  de saúde. Para mais informações sobre esta série  entre em contato com www.thoracic.org. Autores: Marianna Sockrider, MD, DrPH; Lee W. Evey, BS, RRT; Roni Grad, MD; Albin Leong, MD. Tradução por Cassio da Cunha Ibiapina
Professor do Departamento de Pediatria da UFMG, Membro do departamento de Pneumologia Pediatrica da SBPT

Fale com a Estadual

SOCIEDADE PERNAMBUCANA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA
Presidente: Adriana Velozo Gonçalves
Secretária: Ana Lúcia Pereira Lima Alves Dias
Endereço: Rua João Eugênio de Lima , 235  – 51030-360 – Boa Viagem – Recife/PE
Telefone: (81) 3326-7098
pneumopernambuco@gmail.com

 

 

 

Oxigenoterapia

American Thoracic Society
Informações ao Paciente – Oxigenoterapia


Pacientes com doença pulmonar podem ter baixos níveis de oxigênio em seu corpo e, às vezes, precisam usar oxigênio extra (suplementar) para trazer seus níveis de oxigênio a um patamar saudável. Adultos e crianças com doenças pulmonares como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), fibrose pulmonar (FP), ou displasia broncopulmonar (DBP) podem precisar dessa terapia. O oxigênio extra protege seus corpos dos efeitos dos baixos níveis de oxigênio, ajudando-os a ter uma função melhor e permitindo que se mantenham mais ativos.

Por que alguns pacientes precisam de oxigenoterapia?

O oxigênio é uma necessidade básica para todos os seres humanos. O ar que respiramos contém 21% de oxigênio. Essa quantidade é suficiente para pessoas com pulmões saudáveis e para muitas com doença pulmonar. Entretanto, algumas pessoas com doença pulmonar são incapazes de obter oxigênio suficiente através de uma respiração normal e precisam de oxigênio extra para manter as funções vitais normais.

Como eu sei se preciso de oxigênio?

O médico calculará se você precisa de oxigenoterapia testando a concentração de gases no seu corpo. Esse teste é chamado de gasometria arterial e envolve a coleta de uma amostra de sangue de uma artéria (geralmente no pulso). O médico pode também mensurar seu nível de oxigênio (saturação de oxigênio ou SatO2) com um pequeno dispositivo chamado oxímetro de pulso, que pode ser acoplado, sem dor, ao seu dedo ou lóbulo da orelha. Com esse dispositivo, seus níveis de oxigênio podem ser aferidos por longos períodos, como por exemplo, durante o sono ou exercício. A meta geral do tratamento é manter sua oxigenação em nível apropriado às necessidades do seu corpo, ou seja, SatO2  igual a 88% ou acima.

Eu precisarei de oxigênio enquanto durmo?

Durante o sono as pessoas diminuem sua respiração. Pacientes que possuem baixos níveis de oxigênio enquanto estão acordadas, usualmente possuem níveis ainda  menores durante o sono. Em alguns casos, pacientes que não necessitam de oxigênio extra quando acordadas podem precisar de oxigênio extra enquanto dormem. O medico determinará se há necessidade e qual a quantidade de oxigênio você deve usar durante a noite.

Eu precisarei de oxigênio durante as atividades físicas?

Durante qualquer exercício físico, as pessoas usam mais energia e consequentemente precisam de mais oxigênio. Para saber quanto de oxigênio é necessário durante a atividade, você fará um teste de esforço, ou um teste de caminhada enquanto sua saturação de oxigênio é medida. Crianças menores e lactentes podem ser observadas enquanto brincam ou se alimentam.

Por quantas horas por dia eu precisarei de oxigênio?

Em alguns casos, os pacientes só precisam usar o oxigênio extra quando estão em atividade ou enquanto dormem. Entretanto, em muitos casos, o oxigênio deve ser usado 24 horas por dia.

Eu sempre precisarei usar o oxigênio?

A maior parte dos pacientes que necessitam de oxigênio extra para tratar sua doença crônica deverá usá-lo continuamente. Alguns pacientes podem precisar de oxigênio extra durante uma exacerbação da doença ou durante uma infecção, e reduzir ou cessar o uso caso sua condição melhore. Você nunca deve diminuir ou interromper sua oxigenoterapia por conta própria. Fale com seu médico caso você ache que precisa de alguma mudança na sua oxigenoterapia.

Quais são os tipos de sistemas de oxigênio?

O oxigênio pode ser ofertado em três tipos de sistemas: concentrador de oxigênio, sistema líquido ou oxigênio pressurizado em um cilindro de metal. A escolha certa depende de quanto e quando você precisa dele, e de suas atividades diárias. É preciso também levar em consideração onde você mora, custos e restrições de segurança.

O que são os concentradores de oxigênio?

Os concentradores utilizam o oxigênio já presente no ar e concentram-no, removendo os outros gases. São alimentados por eletricidade.

O que é o oxigênio líquido?

O oxigênio líquido é feito por um super resfriamento do gás oxigênio, que o transforma em líquido. Na forma líquida, o oxigênio ocupa menor volume e pode ser armazenado em recipientes especiais.

O que são cilindros de oxigênio?

O oxigênio é comprimido dentro de um cilindro de metal sob alta pressão, podendo ser armazenado tanto em grandes quanto em pequenos cilindros.

O que é uma cânula nasal?

Uma cânula nasal é um tubo com dois prolongamentos, conectado a um dispositivo de oxigênio para o suprimento de oxigênio através do nariz.

O que são dispositivos de conservação de oxigênio?

Os dispositivos de conservação de oxigênio fazem o suprimento de oxigênio ser mais eficiente, reduzindo o desperdício de gás. Há três tipos de dispositivos de conservação de oxigênio: dispositivo sob demanda, cânula reservatório e oxigênio transtraqueal.

O que é o dispositivo sob demanda?

O dispositivo sob demanda de oxigênio entrega uma pequena quantidade de oxigênio quando o paciente inicia a inalação (inspiração). O dispositivo de entrega é conectado à fonte de oxigênio pela cânula nasal. Crianças menores usualmente não utilizam esse dispositivo.

O que são a cânulas reservatórios?

Uma cânula reservatório funciona armazenando oxigênio em uma pequena câmara durante a expiração. Quando o paciente está pronto para inspirar, elas liberam o oxigênio armazenado. Isso permite aos pacientes usar menor ajuste de fluxo enquanto recebem a mesma quantidade de oxigênio.

O que é o oxigênio transtraqueal?

O oxigênio transtraqueal é dispensado através de um fino tudo inserido no pescoço até a traqueia (garganta). Os pacientes continuam aptos a falar com o tubo no local. O oxigênio transtraqueal exige orientação e uso adequados.

Que cuidados devo ter enquanto estou com o oxigênio?

Tanto pouco quanto muito oxigênio podem ser um problema. Se você tem sintomas de sonolência, dor de cabeça matinal, fadiga ou falta de ar, você precisa falar com seu médico. Se sua criança ou lactente parece cansada, menos ativa, respira com dificuldade ou tem os lábios ou leitos ungueais azuis, chame o pediatra.

Tenho que me preocupar com explosão ou combustão do oxigênio?

  • O oxigênio não explode ou queima sozinho, mas ele aumentará a chama e a fará queimar mais vigorosamente.
  • Nunca fume enquanto usa o oxigênio. Seu nariz, cabelo e roupas podem pegar fogo.
  • Mantenha o oxigênio distante no mínimo dois metros de qualquer chama.
  • Estabilize todos os cilindros, colocando-os em áreas seguras ou fixando-os em uma parede.
  • Lembre-se: oxigênio é seguro e terapêutico,se utilizado como foi instruído.

O que eu devo fazer quando viajar?

Você pode manter um estilo de vida, o que inclui viajar, mesmo que você esteja no oxigênio. Entretanto, viajar com oxigênio requer planejamento cuidadoso e com antecedência. Confira com sua companhia de transporte (aérea, ferroviária, rodoviária, marítima) as politicas para viagens com oxigênio. Entre em contato com sua companhia de oxigênio para coordenar o fornecimento de oxigênio em cada fase da sua viagem. Garanta que você tenha oxigênio suficiente em caso de atrasos ou emergências. Mantenha uma cópia da prescrição de sua medicação e oxigênio com você. Finalmente, você deve ter em mãos números de emergência (médico, companhia de suporte de oxigênio, nomes e locais de médicos e hospitais).

 

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Este material foi traduzido pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia com autorização da American Thoracic Society. Responsáveis pelas traduções : Dra. Valéria Maria Augusto, com colaboração de Lucas Diniz Machado. A ATS Patient Information Series é um serviço público da American Thoracic Society e seu jornal, o AJRCCM. A informação que aparece nesta série é apenas para fins educacionais e não deve ser usado como um substituto para aconselhamento médico. Para mais informações sobre esta série, entre em contato J. Corn em jcorn@thoracic.org.

Doença Pulmonar Intersticial na criança

American Thoracic Society
Informações ao Paciente – O que é Doença Intersticial Pulmonar da criança?


 

Doença intersticial pulmonar da criança é um grupo de doenças pulmonares raras vistas em lactentes, crianças e adolescentes.
Há muitos tipos diferentes de doenças intersticiais. Os diferentes tipos podem ter os mesmos sintomas.  Os sintomas, no entanto, podem variar em gravidade. Adultos podem ter doença intersticial pulmonar também, mas os tipos são diferentes dos que ocorrem nas crianças.

Muitas doenças envolvem o tecido intersticial do pulmão.

A palavra “intersticial” refere-se a tecidos que circundam os sacos aéreos (alvéolos) no pulmão e nas vias aéreas (os tubos da respiração). Doenças intersticiais podem fazer com que a função pulmonar e os níveis de oxigênio do seu filho fiquem baixos. Algumas das condições que são chamadas de doenças intersticiais podem envolver também outras partes do pulmão.

Sintomas das doenças intersticiais podem começar em diferentes idades. Alguns tipos afetam bebês , enquanto outros afetam as crianças mais velhas. Algumas crianças parecem muito saudáveis até que desenvolvam a doença. Em alguns casos, há história de crianças na família com doença pulmonar.

Que tipos de doenças intersticiais pulmonares são vistos em crianças?

Há muitos tipos de doenças intersticiais pulmonares, mas poucos afetam as crianças. Não se sabe quantas crianças têm doenças intersticiais, mas elas são consideradas condições raras.

Alguns tipos são causados por outras doenças, enquanto outros têm causas desconhecidas. As pessoas podem herdar alguns tipos de doenças intersticiais (como problemas de surfactante) através da transmissão de genes pela família.

Surfactante é um fluido produzido nos pulmões que mantém os sacos aéreos abertos. Alguns tipos de doenças intersticiais são como as formas da doença nos adultos, enquanto alguns não são vistos em adultos.

  • Exemplos de tipos de doenças intersticiais
  • Bronquiolite obliterante
  • Bronquiolite crônica
  • Doenças pulmonares associadas ao tecido conjuntivo
  • Pneumonia de organização criptogênica
  • Desordens do desenvolvimento, como displasia alveolar capilar
  • Pneumonite de hipersensibilidade
  • Anomalias do crescimento pulmonar
  • Hiperplasia de células neuroendócrinas da infância, também conhecida como taquipneia persistente da infância
  • Glicogenose intersticial pulmonar
  • Mutações que causam disfunções do surfactante

Quais são os sinais e sintomas comuns das doenças intersticiais pulmonares?

Uma vez que existem muitos tipos de doenças intersticiais, seu filho pode ter todos ou alguns destes sinais e sintomas:

  • Respiração rápida (taquipneia)
  • Dificuldade do ar entrar e sair a cada respiração
  • Respirar com retrações (uso dos músculos entre as costelas e no pescoço quando respiram)
  • Tosse crônica ou tosse que vai e vem muitas vezes
  • Ruídos pulmonares anormais audíveis com estetoscópio, assim como sibilos ou crepitações
  • Respiração curta ou dificuldade respiratória ao exercício.
  • Tosse com sangue (hemoptise)
  • Episódios frequentes de bronquiolite ou pneumonia
  • Insuficiência respiratória
  • Dificuldade de ganho de peso ou crescimento
  • Baqueteamento digital – Alargamento anormal das pontas dos dedos das mãos ou dos pés
  • Níveis baixos de oxigênio (chamado hipoxemia em repouso, durante o sono ou com exercício).
  • Sombras anormais vistas nos pulmões em radiografias de tórax ou em tomografias computadorizadas do tórax.
  • Testes de função pulmonar anormais

Há inúmeras doenças pulmonares mais comuns que podem causar estes mesmos sintomas. Os testes devem ser feitos para certificar-se de que os sintomas não são de outras condições como fibrose cística, defeitos Cardíacos, asma ou uma imunodeficiência.

Como as doenças intersticiais pulmonares são diagnosticadas?

Doenças intersticiais pulmonares podem ser difíceis de se detectar e ainda mais difíceis de se diagnosticar. Devido a isto, se o seu filho tem sintomas de doença intersticial pulmonar, ele deve ser visto por um pneumologista pediátrico.

Não há um único teste para diagnosticar chILD, uma vez que cada tipo de doença é diferente. O pneumologista vai escolher que testes pedir com base nos sintomas do seu filho.

Alguns tipos de doenças intersticiais apresentam padrões sugestivos na tomografia computadorizada (TC) de tórax ou em testes de função pulmonar. Outros, como deficiências de proteínas do surfactante, necessitam de exames de sangue em busca de genes anormais. Muitas vezes, o diagnóstico de doença intersticial é feito através de bióspia pulmonar. A bióspia requer a retirada de um pequeno pedaço de tecido pulmonar para exame em laboratório. Durante uma biópsia pulmonar, seu filho deve receber um sedativo para não sentir nada. Um cirurgião remove um pequeno pedaço de pulmão através de uma pequena incisão entre as costelas. Um patologista examina o tecido e procura por padrões de alterações teciduais que coincidam com o tipo de doença intersticial de seu filho.

Como as doenças intersticiais pulmonares são tratadas?

Uma vez que são doenças raras, a pesquisas sobre tratamento destas doenças têm sido limitadas. Atualmente, o tratamento baseia-se principalmente no que o médico imagina ser o melhor e o que tem funcionado em outros casos. O tratamento também varia de acordo com o tipo de doença intersticial.

Não há cura para nenhum dos tipos até o momento.

Muitas crianças vão necessitar de oxigênio extra durante a atividade, o sono, ou o tempo todo. Para saber mais, veja a Série Informações ao Paciente com o título “Oxigenioterapia em Crianças”. Se o seu filho apresenta muita dificuldade para respirar, um ventilador mecânico (máquina para respirar) pode ser necessário.  Algumas crianças precisam de tratamento que auxiliem no clearance (eliminação) das secreções das vias aéreas, como tapotagem ou uso de coletes que ajudam a eliminar o muco pulmonar.

Algumas crianças com doença intersticial recebem corticosteróide por comprimido, inalador ou via intravenosa (IV).

Outros medicamentos que suprimem o sistema imunológico e tratam a inflamação, como hidroxicloroquina, também podem ser tentados. Broncodilatadores inalatórios podem relaxar os músculos das vias aéreas quando ocorrem espasmos das vias respiratórias (broncoespasmo).

Pneumonite por hipersensibilidade é um tipo de doença intersticial. Esta condição pode ser causada por exposição a certos pássaros (como pombos ou outras aves) ou mofos. Se a doença é causada por pássaros ou mofo, a retirada de seu filho destas exposições pode controlar a doença intersticial. Em algumas crianças, o transplante pulmonar é o melhor tratamento para a doença grave.

O que vai acontecer com meu filho com doença intersticial?

Como e quando a doença progride varia para cada tipo de doença intersticial.  Alguns casos são muito graves e levam à morte precoce. Outros são crônicos (de longa duração) e pode permanecer o mesmo ou piorar ao longo dos anos.

Alguns tipos podem melhorar com o decorrer do tempo. Não há cura para nenhum tipo de doença intersticial pulmonar até o momento.

 

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TRADUÇÃO: Mônica de Cássia Firmida, membro do Departamento de Pneumologia Pediátrica da SBPT, Professora Assistente de Pneumologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM)/UERJ.
A Série Informações aos Pacientes da ATS é um serviço público da American Thoracic Society e seu periódico, o AJRCCM.  As informações apresentadas nestas séries são apenas para fins educativos e não devem seu usadas como um substituto para as recomendações médicas  ao cuidador. Para mais informações sobre esta série, entre em contato com J.Corn at jcorn@thoracic.org.

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Falta de ar

American Thoraci Society
Informações para Pacientes – Falta de ar


A falta de ar é caracterizada pelo desconforto ou dificuldade para respirar. O termo médico para falta de ar é dispneia. As pessoas descrevem a sensação de diferentes maneiras. Elas podem usar as palavras “respiração curta”, “aperto no meu peito”, “não tenho ar suficiente”, etc. A falta de ar pode ser desconfortável e algumas vezes assustadora, mas estar com falta de ar não causa danos aos seus pulmões. Converse com seu médico sobre sua falta de ar e então ele poderá diagnosticar a causa e ajudá-lo a buscar o melhor tratamento.

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Quais as causas da falta de ar?

  • A falta de ar pode ser causada por muitos motivos, incluindo
  • doença pulmonar
  • doença cardíaca
  • anemia (baixo número de células vermelhas)
  • baixo condicionamento físico (estar “fora de forma”)

A falta de ar pode ocorrer subitamente, sem uma razão conhecida, ou acontecer com atividades como estender a cama ou carregar objetos pesados. Algumas pessoas com problemas respiratórios podem sentir falta de ar fazendo atividades normais, como levantar-se da cadeira ou andar até outro cômodo.

A falta de ar pode ser tratada?

A falta de ar normalmente pode ser controlada com medicação, técnicas respiratórias, exercícios e em algumas vezes com oxigênio suplementar (extra). O primeiro passo para o controle é encontrar o que está causando o problema. Uma vez que seu médico avaliou sua falta de ar,  determinou a provável causa e recomendou a melhor estratégia de tratamento, você poderá se tornar um parceiro nos seus próprios cuidados, seguindo alguns passos simples:

Passo n. 1 – Use sua medicação como foi prescrita. Muitas doenças pulmonares não podem ser controladas sem medicação. Isso significa que você precisa usar sua medicação exatamente como foi prescrita pelo seu médico. Alguns medicamentos devem ser utilizados diariamente, quer você se sinta bem ou não. Você precisará aprender como usar seus inaladores apropriadamente para obter o máximo proveito de cada medicação. Oxigênio suplementar também é um medicamento, e pode ser útil para ajudar na sua falta de ar se os seus níveis de oxigênio foram baixos (mas isso não o beneficiará se seus níveis forem usualmente normais).

Passo n. 2 – Aprenda as técnicas respiratórias. Existem técnicas respiratórias especiais que você pode utilizar, dependendo da causa da sua falta de ar. Por exemplo, caso você tenha DPOC, você pode ser instruído a respirar com os lábios semi cerrados, quando estiver com falta de ar. Isso o ajudará a diminuir sua frequência respiratória a um nível mais confortável, tornando-a mais profunda e satisfatória. Caso você possua outro tipo de limitação respiratória, essa técnica também pode ajudá-lo.

Passo n. 3 – Desenvolva sua resistência. Você pode ter que abandonar ou evitar certas atividades devido a falta de ar. Entretanto, se você não se exercitar, seus músculos se tornarão fracos e menos eficientes em usar o oxigênio que é enviado aos mesmos e  a outras áreas do seu corpo. Esta falta de condicionamento ou o “estar fora de forma” pode resultar em piora da falta de ar, sendo então importante exercitar-se em um nível seguro para você.

Passo n. 4 – No seu ritmo. Por ter falta de ar, você mesmo pode encontrar-se apressado para terminar atividades e tarefas. Acelerar para realizá-las pode piorar a falta de ar. No seu ritmo, faça as atividades em estágios. Se você sentir-se “mais forte” pela manhã, faça as tarefas mais pesadas como tomar banho ou sair de casa (fazer compras, visitas, etc) durante as manhãs. Se você tem falta de ar durante as refeições, prepare alimentos tenros e fáceis de mastigar. Prender a respiração enquanto você mastiga pode piorar a falta de ar.

Passo n. 5 – Não tente prender sua respiração. Prender a respiração pode tornar-se um hábito que você faz sem pensar, particularmente durante atividades como levantar algo ou andar. Ao invés de segurar sua respiração, tente expirar enquanto você realiza a parte mais pesada de qualquer atividade, como levantar-se. Tente também uma expiração duas ou três vezes mais longa do que sua inspiração, mas nunca force o ar para fora. Ou seja, evite esforços expiratórios. Deixe o ar “rolar” para fora dos seus pulmões. Quando andar, tente inspirar enquanto dá um passo, e expirar em dois ou três passos. Você pode andar mais lentamente, mas você anda mais, porque sente menos falta de ar.

Passo n. 6 – Sente na frente do ventilador. Assentar-se em frente ou próximo a um ventilador pode amenizar a falta de ar. Posicione o ventilador na direção do seu rosto. Use-o após exercitar-se ou, outras vezes, quando a falta de ar não melhorar como você na esperaria que ocorresse.

Passo n. 7 – Pergunte sobre outras medicações. Pergunte ao seu médico se existem outros medicamentos, outros recursos respiratórios que possam diminuir sua falta de ar. Às vezes, medicamentos usados para tratar ansiedade podem reduzir a dor ou serem úteis para reduzir a falta de ar. Pessoas com doença pulmonar ou cardíaca avançada que continuam com falta de ar severa, não obstante estarem em tratamento otimizado com a medicação padrão, podem receber pequenas doses de morfina. Esta droga pode ser muito útil em algumas pessoas (não todas) que têm dificuldades em controlar sua falta de ar com os passos de 1 a 5.

Como eu devo me exercitar?

Exercícios parecem ser a última coisa que você pensaria que poderiam ajudá-lo na sua falta de ar! Entretanto, sua respiração piora se você não se mantiver em atividade. Você pode aprender como exercitar-se com segurança tanto em um programa de reabilitação pulmonar quanto em um programa auto dirigido de caminhada. Se você participa de um programa auto dirigido de caminhada, você deve seguir esses passos, desde que seu médico autorize:

  • Caminhar por um total de 10 minutos (com quantas pausas você necessitar) 5 dias por semana.
  • Em duas semanas, você deve anotar quantas pausas precisou fazer naqueles 10 minutos.
  • Em seguida, aumentar o tempo que você caminha para um total de 15 minutos, com uma meta de 30 minutos de exercícios, 5 dias por semana. Isto pode levar meses até ser alcançado.

Seu médico deve referenciá-lo para um programa de reabilitação pulmonar na sua região. Estes programas incluem uma combinação de exercícios monitorados e sessões educativas supervisionadas, especialmente desenvolvidas para pessoas com doença pulmonar. Existem profissionais de saúde treinados que entendem como a falta de ar o limita e dificulta a realização do exercícios. O treinador o ajudará gradualmente a aumentar a força muscular e a ganhar resistência ao longo das semanas. Eles não trabalham com você unicamente para aumentar a força em seus braços e pernas, mas eles o ajudarão a atingir suas metas para caminhada, subir escadas e outras atividades cotidianas. Eles também discutem com você a forma de obter os melhores benefícios de seus inaladores, ensinam técnicas de conservação de energia e como fazer coisas no seu ritmo, além de trabalhar com você a forma lidar com a tensão de ter uma limitação respiratória e o que fazer se sua falta de ar piorar.

O que é um plano de ação?

Às vezes as pessoas com problemas respiratórios podem desenvolver um episódio súbito de falta de ar (chamado de “evento respiratório”). Seu médico ou seu fisioterapeuta trabalhará com você para desenvolver uma série de passos que você pode adotar, conhecidos como Plano de Ação, para guiá-lo durante um episódio de falta de ar. Seu plano de ação irá instruí-lo sobre quando usar respiração com lábios semi cerrados, medicação inalatória de resgate, e perguntas que você deve fazer a si próprio sobre sua condição, como por exemplo, se está com expectoração ou catarro com volume ou coloração diferente do normal, se parou de surgir catarro repentinamente, se está com febre. O Plano de Ação também o auxiliará sobre quando ligar para seu médico e quando dirigir-se ao pronto atendimento de emergência.

O que eu devo falar com meu médico sobre minha falta de ar?

Dar detalhes da sua falta de ar para o seu médico é importante para o mesmo entender o que está acontecendo com você e como isto afeta sua vida. Diga ao seu médico: quando a falta de ar começou (por exemplo, de repente, 2 dias atrás); o que melhora sua falta de ar (como por exemplo, uso de broncodilatador) ou piora a falta de ar ( por exemplo, tomar banho, ou andar pelo quarto); e aquilo que geralmente traz modificações no catarro ou muco quando acompanhado de aumento da falta de ar (aumento ou redução do mesmo, coloração ou espessura).
O que eu devo fazer se minha falta de ar mudou?

Contacte seu médico se você:

  • repentinamente apresentar falta de ar persistente
  • desenvolver dor ou pressão no peito com sua falta de ar
  • não sentir alívio após o uso da medicação inalatória
  • apresentar febre ou mudança na quantidade, cor ou viscosidade do catarro
  • notar que a sensação de falta de ar não acabou após 30 minutos de repouso.

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Este material foi traduzido pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia com autorização da American Thoracic Society. Responsáveis pelas traduções : Dra. Valéria Maria Augusto, com colaboração de Lucas Diniz Machado. A ATS Patient Information Series é um serviço público da American Thoracic Society e seu jornal, o AJRCCM. A informação que aparece nesta série é apenas para fins educacionais e não deve ser usado como um substituto para aconselhamento médico. Para mais informações sobre esta série, entre em contato com a secretaria da SBPT em sbpt@sbpt.org.br.