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Tendências da morbidade e mortalidade da DPOC no Brasil

Em estudo de base populacional publicado no JBP, foram examinadas as tendências de morbidade e mortalidade por DPOC no Brasil de 2000 a 2016.

Os pesquisadores utilizaram os registros da base de dados do Ministério da Saúde de morbidade e mortalidade por Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica em indivíduos com idade ≥ a 40 anos. As taxas foram ajustadas para a idade, considerando o Brasil e suas macrorregiões.

“Os índices tenderam a diminuir no Brasil e nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, enquanto que a morbidade hospitalar apresentou tendência de redução em todas as regiões, embora mais acentuadamente no Sul e Sudeste”, informou uma das autoras do estudo, Dra. Liana Gonçalves-Macedo.

“Discute-se que os achados de redução nas taxas de mortalidade da DPOC em regiões com melhores indicadores socioeconômicos podem sugerir que condições socioeconômicas mais favoráveis estejam relacionadas ao maior controle da morbidade e mortalidade pela doença”, completa a pesquisadora.

Ela lembra que, adicionalmente, há fatores já descritos pela literatura que influenciam no controle da DPOC, como a adesão ao tratamento e as taxas mais baixas de tabagismo.

“Os modelos preditivos poderão auxiliar na tomada de decisões e no planejamento de políticas de saúde voltadas ao tratamento da DPOC”, recomenda a especialista.

Leia “Tendências da morbidade e mortalidade da DPOC no Brasil, de 2000 a 2016” no Jornal Brasileiro de Pneumologia, vol 45, n 6.

 

SBPT divulga os aprovados na Prova de Técnico em Polissonografia

A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia divulgou os alunos aprovados na Prova de Técnico em Polissonografia, realizada no dia 12/10.

Veja a lista dos aprovados.

Clique aqui para acessar o gabarito oficial da prova.

Esta foi a segunda turma do curso, com etapas online e presencial. Fique atento ao site e às redes sociais da SBPT para não perder a próxima edição.

Resoluções da Diretoria SBPT em agosto e setembro

Acompanhe os projetos da Diretoria da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia biênio 2019-2020, discutidos nas reuniões de 03/08 e 21/09.

Nova Comissão Científica da SBPT: “Valorização de Novas Lideranças”

O Diretor Científico, Dr. José Antônio Baddini-Martinez, apresentou as regras para inclusão de novos membros jovens da SBPT na Comissão de Valorização de Novas Lideranças. Entre os benefícios de ingressar no grupo estão a pontuação extra no Programa Atualizar e a preferência em caso de empate de pontos para participar das atividades de formação da Sociedade.

Procedimentos na CBHPM

O Diretor de Defesa Profissional, Dr. Flávio Mendonça, está trabalhando na inclusão de procedimentos de endoscopia respiratória na CBHPM e Rol da ANS. Ele também pretende encaminhar uma revisão dos honorários médicos.

Aprovação de novos medicamentos no Rol da ANS

Os imunobiológicos Mepolizumabe, Benralizumabe e Omalizumabe para asma grave foram aprovados recentemente pela ANS. No entanto, alguns procedimentos submetidos ainda não foram liberados. A SBPT vai verificar se pode reivindicar reanálise mediante recurso.

Protocolo de Abordagem Tabagista

Sete novos procedimentos de abordagem tabagista foram incluídos no Rol da ANS/AMB 2019.

Grupo de trabalho sobre a Telemedicina

A fim de analisar as possibilidades de aplicação, vantagens e desvantagens dos procedimentos tecnológicos da Telemedicina, o grupo de trabalho formado pelos membros da SBPT, Dr. Marcelo Gervilla, Dr. Augusto Manoel de Carvalho Farias, Dr. Gustavo Prado e Dr. Flávio Mendonça formularam um parecer oficial sobre o assunto. O documento foi divulgado no site da SBPT e enviado ao CFM.

Simpósio Nacional GBOT – seleção de participantes

A SBPT vai distribuiu 15 pacotes de inscrição e hospedagem para o VIII Simpósio GBOT Pós-Mundial de Pulmão entre os membros da Comissão Científica de Câncer de Pulmão. O critério de seleção será o Programa Atualizar. A Diretoria discutiu sobre o papel do pneumologista no tratamento de doenças pulmonares associadas ao câncer e a importância de auxiliar o oncologista, sem se sobrepor à especialidade.

Jornal Brasileiro de Pneumologia

O Editor-Chefe do JBP, Dr. Bruno Baldi, informou todas mudanças de formato e conteúdo realizadas em 2019. Ele enfatizou que o Jornal tem publicado um editorial assinado por pesquisador internacional em cada número e comentou sobre a perspectiva de aumento do Fator de Impacto em 2020, atualmente avaliado em 1.37.

Congressos SBPT 2020

O evento está em fase de definição da grade científica pelo Presidente dos Congressos SBPT 2020, Dr. Mário Terra, e pelo Diretor Científico, Dr. José Antônio Baddini-Martinez.

Critical Care

A próxima edição do Critical Care Conference, evento organizado em conjunto pela ALAT, ATS e SBPT, vai acontecer durante o Congresso da ALAT, a ser realizado entre 1 e 4 de julho de 2020, em Buenos Aires.

Propaganda irregular da Philip Morris

A SBPT protocolou uma denúncia junto à ANVISA referente às propagandas de cigarro eletrônico que têm aparecido em veículos de grande circulação. A divulgação de produtos relacionados ao tabaco é proibida no Brasil e o dispositivo não é licenciado no país.

Projeto “Debates Clínicos”

Com o patrocínio da GSK e da Geratherm, a SBPT vai organizar eventos de atualização científica em Pneumologia nas cidades de Uberlândia (MG), Ribeirão Preto (SP) e Santa Maria (RS). Essa ação é um projeto piloto, que pretende realizar diversos eventos de pelo país em 2020.

Parceria UpToDate

A SBPT negociou um desconto de 39% para os sócios na anuidade dos serviços da UpToDate. O contrato será estabelecido ainda este ano.

Para mais informações, acesse as notícias periódicas do nosso site e interaja conosco pelos seguintes canais:

Campanha ilumina pulmão gigante no Parque Ibirapuera

A exibição de um pulmão inflável de oito metros de altura faz parte da Campanha RespirAção, que visa conscientizar a população sobre os impactos da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI).

O Parque Ibirapuera será palco do encerramento da Campanha RespirAção nos dias 24 e 25 de outubro, datas em que um dos principais cartões portais da cidade receberá o pulmão inflável gigante, de oito metros de altura, com o objetivo de ilustrar e chamar atenção para o fato de que sentir falta de ar não é normal.

O espaço contará ainda com distribuição de folders com as principais informações da iniciativa, além de bicicletas estacionárias, conectadas a um gerador, nas quais os participantes poderão pedalar e, ao mesmo tempo, colaborar, simbolicamente, “doando ar” para manter o “super” pulmão cheio, que permanecerá iluminado durante os dois dias de exposição.

O projeto itinerante começou nos dias 14 e 15 de setembro, na capital paulista, onde cerca de 2.500 pessoas “doaram” mais de 38 mil litros de ar pedalando nas bicicletas estacionárias instaladas no Parque Ibirapuera.

A segunda parada da ação ocorreu dias 12 e 13 de outubro, em Porto Alegre (RS), e contou com a interação de aproximadamente 800 pessoas, que “contribuíram”, via pedalada, com 35.580 mil litros de ar. A expectativa é de que a meta estimada – de 80 mil litros de ar ao longo das três etapas – seja superada, com folga, chegando aos três dígitos ao término da ação no Ibirapuera.

O principal objetivo da Campanha RespirAção é reforçar que falta de ar não é normal, além de aumentar a conscientização sobre as doenças respiratórias e a busca pelo diagnóstico preciso e de preferência precoce. A falta de ar constitui um dos principais sintomas associados a doenças respiratórias crônicas como a Doença Pulmonar Respiratória Crônica – DPOC (popularmente conhecida como enfisema pulmonar ou bronquite crônica), que possui alta prevalência na população brasileira, e a Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI), uma doença considerada rara que acomete principalmente pacientes acima de 60 anos.

Como esses cenários crônicos geram um impacto negativo não apenas para os acometidos, mas também a seus familiares, cuidadores e aos cofres públicos, é muito importante alertar para sintomas como falta de ar e/ou tosse crônica, condições que exigem investigação de um médico pneumologista para diagnóstico e tratamento precoces.

Campanha RespirAção

Iniciativa da Boehringer Ingelheim, a campanha conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT) e da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do RS (SPTRS), além da Casa Hunter, Associação Brasileira de Apoio à Família com Hipertensão Pulmonar e Doenças
Correlatas (ABRAF), Associação Crônicos do Dia-a-Dia (CDD), Rappi® e Muitos Somos Raros.

A iniciativa reúne três elementos essenciais que estão em evidência na rotina de muitos brasileiros: atividade física, tecnologia e mobilidade. Por meio dessas ações, que também serão ampliadas para as plataformas digitais, o objetivo é aumentar a visibilidade e o engajamento, e mostrar ao grande público o quão impactante são estas duas doenças pulmonares respiratórias: a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), e a Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI), que exigem diagnóstico e tratamento precoces, possibilitando um controle eficaz da progressão destas doenças e uma melhora da qualidade de vida destes pacientes.

Sobre a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)

Causada principalmente pelo tabagismo, inclusive em fumantes passivos, a DPOC é uma doença de grande incidência que diminui o fluxo de ar dos pulmões, podendo dificultar as atividades mais básicas no dia a dia do paciente, como tomar banho, comer, subir escadas ou caminhar curtas distâncias.

Os principais sintomas são falta de ar e tosse produtiva (com secreção e ou catarro). A DPOC atinge cerca de 14,9% da população brasileira com idade superior a 40 anos1. E mesmo sendo a terceira principal causa de morte no mundo 2 , 50% dos pacientes só são diagnosticados quando a doença já se encontra em estágio moderado ou grave.

Segundo o GOLD 4 – Iniciativa Global para Doença Pulmonar Obstrutiva –, existem cinco perguntas básicas que ajudam o profissional de saúde a identificar pacientes que podem ter a doença:
– Possui mais de 40 anos;
– Fumante ou ex-fumante;
– Tosse frequente;
– Expectoração ou “catarro” constante;
– Cansaço ou dificuldade para respirar, como subir escadas ou caminhar.

O Brasil registra, anualmente, mais de 833 mil internações por conta da DPOC, que custam aos cofres públicos aproximadamente R$ 38,7 milhões por ano². Em São Paulo, sete em cada dez pessoas acometidas pela enfermidade respiratória crônica não são diagnosticadas¹. Cerca de 15% das pessoas que já fumaram acabam desenvolvendo a doença5.

Sobre a Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI)

A Fibrose Pulmonar Idiopática, conhecida pela sigla FPI, é uma doença rara, grave e sem cura, que atinge principalmente os idosos acima de 60 anos, e que apresenta sintomas comuns a outras doenças pulmonares, o que dificulta e retarda muito o seu diagnóstico.

O número de pacientes com a condição ainda não é exato, mas estima-se que entre 14 a 437, a cada 100 mil pessoas, nos Estados Unidos, sejam acometidas pela FPI. No Brasil, estima-se de 13 a pouco mais de 18 mil casos.

Por se tratar de doença progressiva, ou seja, provoca gradativamente o endurecimento dos pulmões, que vão perdendo sua capacidade de expansão, prejudicando assim a capacidade respiratória do paciente. O termo “idiopática” significa que a causa da doença ainda é desconhecida, mas existem fatores que contribuem para o seu desenvolvimento, como fumar, exposição à poluição, refluxos gastroesofágicos, infecções virais de repetição e fatores
genéticos.

Sintomas como falta de ar e tosse crônica seca são os primeiros a se manifestarem. Entres outros sinais estão: falta de apetite, perda de peso e coloração azulada nos lábios e nas pontas de dedos decorrente da falta de oxigênio no sangue que pode surgir com o decorrer do tempo.

Sobre a Boehringer Ingelheim

A Boehringer Ingelheim é uma das 20 principais farmacêuticas do mundo e possui cerca de 50.000 funcionários globalmente. Atua há mais de 130 anos para trazer soluções inovadoras em suas três áreas de negócios: saúde humana, saúde animal e fabricação de biofármacos.

Em 2018, obteve vendas líquidas de cerca de € 17,5 bilhões e os investimentos em pesquisa e desenvolvimento corresponderam a 18% do faturamento líquido (mais de € 3,2 bilhões).

No Brasil há mais de 60 anos, a BoehringerIngelheim possui escritório em São Paulo e fábricas em Itapecerica da Serra e Paulínia. A empresa recebeu, em 2019, pelo terceiro ano consecutivo, a certificação Top Employers, que a elege como uma das melhores empregadoras do mundo por seu diferencial nas iniciativas de recursos humanos.

Para mais informações, visite www.boehringer-ingelheim.com.br e www.facebook.com/BoehringerIngelheimBrasil.

Serviço:
Ação: Campanha RespirAção
Data: 24 e 25 de outubro (quinta e sexta-feira)
Local: Parque Ibirapuera – Praça Escoteiro Aldo Chioratto
Data e horário da ação: 24 e 25 de outubro, das 9h às 17h, com entrega de folder e
bicicletas estacionárias

Data e horário da iluminação do pulmão: a partir das 18h, do dia 24 de outubro, até às 7h do dia 25 de outubro.


Referências

1. Moreira Graciane, Manzano Beatriz, et al. PLATINO, a nine-year follow-up study of COPD in the city of São Paulo, Brazil: the problem of underdiagnosis. J Bras Pneumol. 2013;40(1):30-37

2. Goss, T. et al. A Descriptive Analysis of Changes in Home Oxygen Use by COPD Patients Enrolledin the Medicare Fee-For-Service Program 2005-2015. In: D93. PAYING FOR CARE IN PULMONARY DISEASES.

3. Tantucci C. Modina D. Lung function decline in COPD. Int J Chron Obstruct Pulmon Dis: 2012;7:95-9.

4. Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease. Global Strategy for Diagnosis, Management, and Prevention of COPD – 2018 [Internet]. Disponível em:https://goldcopd.org/wp-content/uploads/2018/02/WMS-GOLD-2018-Feb-Final-to-print-v2.pdf. Acessado em: 7 de Junho de 2018.

5. Moreira Graciane, Manzano Beatriz, et al. PLATINO, a nine-year follow-up study of COPD in the city of São Paulo, Brazil: the problem of underdiagnosis. J Bras Pneumol. 2013;40(1):30-37

6. Baddini-Martinez J, Pereira CA. Quantos pacientes com fibrose pulmonar idiopática existem no Brasil? J Bras Pneumol. 2015;41(6):560-561 [Acesso em 22/Sep/2016] Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jbpneu/v41n6/pt_1806-3713-jbpneu-41-06-00560.pdf

7. Raghu G, Weycker D, Edelsberg J, Bradford WZ, Oster G. Incidence and prevalence of idiopathic pulmonary fibrosis. Am J Respir Crit Care Med 174 (7), 810 – 816 (2006).

Diferentes intensidades de exercício físico e capacidade funcional na DPOC: revisão sistemática e meta análise

“Diferentes intensidades de exercício físico e capacidade funcional na DPOC: revisão sistemática e meta análise” está disponível no Jornal Brasileiro de Pneumologia, vol. 45, n. 5. Leia aqui.

“A partir da meta análise apresentada sobre o consumo máximo de oxigênio, não houve diferenças entre o HIIT e outra intervenção, como o exercício contínuo, por exemplo”, concluiu o principal autor, Prof. Dr. Juliano Rodrigues Adolfo.

“Tanto o HIIT como o exercício contínuo atuam de maneira semelhante em relação a respostas funcionais e cardiovasculares”, inferiu o autor. Leia a meta análise completa.

Ainda de acordo com ele, “o emprego da meta análise aumenta o poder de evidência sobre a influência do HIIT sobre variáveis funcionais e cardiovasculares”, ainda que poucos ensaios randomizados controlados tenham sido encontrados, já que grande parte dos estudos realizados envolvendo HIIT e pacientes com DPOC são do tipo quase experimental.

No entanto, os estudos incluídos na meta análise apresentam alto risco de viés, principalmente quanto ao sigilo da alocação, cegamento dos avaliadores dos desfechos e análise por intenção de tratar.

“A falta dessas características metodológicas pode influenciar diretamente os resultados dos estudos relacionando o HIIT com outras intervenções na DPOC”, completa o especialista.

SBPT denuncia propaganda irregular de cigarro aquecido

Em 15 de outubro de 2019, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia encaminhou uma carta à Ouvidoria da Anvisa para alertar sobre a propaganda irregular da Philip Morris International no jornal Folha de S. Paulo¹.

O conteúdo estimula o consumo de cigarro com tabaco aquecido, cujo nome comercial é IQOS.

Além de violar a Legislação Brasileira (Lei 10.167, de 27 de dezembro de 2000), a propaganda mostra um dispositivo eletrônico de fumar, produto que pode causar graves doenças pulmonares.

Leia a carta completa enviada à Anvisa.

O Centro de Controle de Doenças (CDC) já registrou surto de mais de dois mil casos de graves doenças pulmonares e 24 mortes notificadas até 10 de outubro de 2019.

No Brasil, há suspeita de quatro casos. A maioria das vítimas é jovem e utilizou dispositivos eletrônicos para aquecer tabaco ou vaporizar nicotina.


¹Folha de São Paulo, 17/9/2019, Caderno Poder, página 11.

Posição da SBPT sobre a modalidade de teleconsulta médica na área das doenças respiratórias

A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) ressalta que o atendimento de doenças respiratórias tem particularidades em relação à forma de apresentação, risco de agravamento e morte e necessidade de equipamentos auxiliares para assertividade nas decisões médicas.

O nosso posicionamento é que o atendimento de primeira consulta, assim como quaisquer outros que sobrevenham por intercorrências médicas ou descompensações das doenças de base, deverão ser presenciais, dada a necessidade de avaliação mais pormenorizada e subsidiada pelo exame físico.

Consultas de retorno para mostrar exames, assim como entrevistas para monitoramento diários de sintomas, status tabágico, conciliação farmacológica e técnicas de uso de dispositivos inalatórios, quando realizadas em condições de estabilidade clínica do paciente e para manutenção de tratamento, poderão ser feitas através do suporte de sistemas complementares de comunicação não presencial, ou seja, por teleconsulta.

A SBPT reconhece que existe pressão por parte das operadoras de saúde em canalizar pacientes de pronto atendimento para teleconsulta, evitando a passagem do doente em serviços de emergência com custos elevados para fonte pagadora. Sintomas respiratórios agudos constituem uma das razões mais frequentes de procura e podem ser decorrentes de infecção viral ou o início de um quadro respiratório grave. Por esse motivo, nos manifestamos fortemente contrários à teleconsulta para os pacientes com sintomas respiratórios agudos, porque o exame físico detalhado e a avaliação mínima de parâmetros clínicos e respiratórios são essenciais nesses casos.

É nossa posição também que a utilização de dispositivos digitais, tais como espirometria, oximetria, poligrafia, polissonografia e câmera, deve ser realizada por meio de equipamentos registrados na ANVISA e validados, do ponto de vista de acurácia, de acordo com normativas de atualização incorporadas aos diversos consensos publicados pela SBPT. Além disso, é mandatório que a análise de imagens radiológicas não seja feita em smartphones, mas sim por meio de acesso ao sistema de nuvem que contenha os arquivos em resolução adequada para visualização pormenorizada dos achados.

Entendemos a questão atual da telemedicina (teleconsulta) como uma ferramenta interativa digital que pode ampliar a comunicação entre médicos e entre médico e paciente, com melhoria do controle e cuidados, especialmente em doenças crônicas, como asma e DPOC. Entretanto, a teleconsulta precisa ser normatizada e regulamentada obedecendo ao Código de Ética Médica e alinhada com a lei geral de proteção de dados. Os médicos deverão ser esclarecidos sobre a necessidade de gravar os atendimentos juntamente com o prontuário médico. Os pacientes deverão ser corresponsáveis pela guarda e zelo de arquivos digitais gerados, uma vez que ambos, médicos e pacientes, deverão proteger o conteúdo do uso indevido.

A SBPT entende que é factível a teleconsulta entre médico generalista e pneumologista para o atendimento em localidades remotas, onde não exista especialista. A Sociedade se manifesta favorável ao desenvolvimento e implementação das novas tecnologias digitais no controle, cuidado, prevenção e tratamento das doenças respiratórias, como também na gestão de recursos e atendimento aos pacientes do setor público e privado, com remuneração adequada e justa, ressalvando os conceitos acima explicitados.

A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia acredita que as condições propostas neste documento poderão ser revistas ao longo do tempo, considerando a evolução tecnológica e mudanças culturais, e ressalta o conceito de que as Entidades Médicas, tais como a AMB e os Conselhos Normativos, devam ser protagonistas constantes neste processo.


Este documento foi elaborado pelo Grupo de Trabalho da Telemedicina da SBPT, composta por: Dr. Flávio Mendonça Andrade da Silva (Coordenador), Dr. Marcelo Gervilla Gregório, Dr. Gustavo F. Prado, Dr. Augusto Manoel de Farias e Dr. José Eduardo Delfini Cançado.

A Diretoria da SBPT aprovou em reunião e registrou em Ata correspondente na data de 12 de outubro de 2019.

Brasília – DF, 12 de outubro de 2019
Dr. José Miguel Chatkin
Presidente SBPT 2019-2020

Campo Grande (MS) tem atualização em Pneumologia em 24/10

O X Congresso de Pneumologia e Tisiologia do Centro-Oeste acontece de 24 a 26 de outubro, em Campo Grande (MS). Sócio da SBPT tem desconto na inscrição.

O evento é realizado pela Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Mato Grosso do Sul (SPTMS).

Confira a programação:

Clique aqui para se inscrever.

JBP publica artigo sobre doença intersticial pulmonar familiar

Há sugestões que até 20% das PIF possam ser de cunho familiar. A edição do Jornal Brasileiro de Pneumologia volume 45, n. 5, traz o artigo “Fibrose pulmonar familiar: um espectro heterogêneo de apresentações“.

Na pesquisa de Hortense et al¹, recém publicada no JBP, foram descritas as características clínicas de 35 casos índice de FPF, avaliados entre 2014 e 2017 no Brasil.

Fibrose Pulmonar Familiar

A fibrose pulmonar familiar (FPF) é definida como a ocorrência de pelo menos dois casos de algum tipo de pneumonia intersticial fibrosante (PIF) em membros de uma mesma família biológica.

A mediana da idade do diagnóstico foi elevada (66 anos) e não houve predomínio de sexo. História de tabagismo e exposição ambiental, em especial a aves, foi muito comum (45% e 80% dos casos).

Achados

Os padrões tomográficos encontrados foram bastante heterogêneos, incluindo pneumonia intersticial não específica (26%) e pneumonia de hipersensibilidade crônica (2%). O padrão tomográfico de pneumonia intersticial usual só foi detectado em 17% dos casos. Somente 4% dos pacientes mostraram evidências sugestivas de telomeropatias.

De seis pacientes em que foram realizadas biópsias pulmonares, a pneumonite de hipersensibilidade crônica foi diagnosticada em quatro.

Conclusões

De acordo com o Dr. José Antônio Baddini-Martinez, um dos autores do estudo, “é importante investigar antecedentes familiares nos pacientes com suspeita de doença intersticial pulmonar”.

“Além disso, familiares de pacientes com FPF devem ter cuidado especial de não se expor a agentes possivelmente nocivos à respiração, em especial tabagismo e criação de aves”, explica.

“Finalmente, os pneumologistas devem estar cientes que FPF pode englobar uma heterogeneidade de apresentações radiológicas e histológicas. Infelizmente, as dúvidas relacionadas com a melhor condução clínica nesses casos ainda são substanciais”.


¹Hortense AB, Santos MKD, Wada D, Fabro AT, Lima M, Rodrigues S, Calado RT, Baddini-Martinez J. Familial pulmonary fibrosis: a heterogeneous spectrum of presentations. J Bras Pneumol. 2019 Jun 10;45(5):e20180079. doi: 10.1590/1806-3713/e20180079.

Sociedade Goiana de Pneumologia realiza encontro de atualização

A Sociedade Goiana de Pneumologia e Tisiologia (SGPT) vai realizar um encontro em Goiânia de atualização e discussão sobre asma, DPOC, circulação pulmonar, insuficiência cardíaca, nódulo pulmonar e infecções.

O evento acontece no sábado, 9 de novembro de 2019, das 8h30 às 13h30, na Vila Cavalcare.

Confira os detalhes no banner abaixo:

Artigo do JBP aborda o consumo de narguilé entre estudantes de Medicina

A edição atual do Jornal Brasileiro de Pneumologia (vol. 45, n. 5) traz um artigo sobre o consumo de narguilé entre estudantes de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO).

De acordo com os dados obtidos por meio de 141 questionários respondidos por estudantes do 1º e 6º ano do curso, a prevalência de experimentação do narguilé alcançou quase 60% entre os alunos do 1º ano. Um terço deles afirmou tê-lo usado nos últimos seis meses e 28% nos últimos 30 dias.

Segundo a principal autora do estudo, Roseliane de Souza Araújo, o consumo de tabaco por dispositivos diferentes do cigarro convencional é cada vez mais comum.

Além da frequência de uso, os pesquisadores investigaram dados demográficos, de idade, gênero, etnia, etc. e alguns hábitos, como prática de esportes.

A equipe também avaliou o conhecimento dos alunos sobre os malefícios do tabaco, os fatores psicossociais envolvidos e se eles tinham intenção de parar.

Por fim, os estudiosos assinalam que o conhecimento sobre os riscos do fumo não interfere no uso. O artigo mostra, ainda, que o tabagismo de cigarro convencional e o uso de bebida alcoólica estão associados ao uso de narguilé – são preditores independentes do consumo desse produto.

Acesse o artigo e saiba mais.

Leia o editorial sobre o assunto.

FMUSP tem inscrições abertas para o Programa de Residência Médica 2020

A Faculdade de Medicina da USP abriu inscrições para o Programa de Residência Médica 2020, com 4 vagas para Pneumologia. O prazo para se inscrever é 21/10/2019, às 16h.

O pré-requisito para cursar Pneumologia é ter concluído a Residência em Clínica Médica.

A prova objetiva de múltipla escolha e a prova dissertativa serão realizadas no dia 15/11. A seleção inclui, ainda, análise de currículo e entrevistas. A lista de candidatos aprovados sai em 31/01/2020.

Clique aqui para acessar o edital com informações completas.