Fechar

Busca no site:

Nota de pesar – Dr. Altamir Bindá

Com muito pesar, a SBPT expressa suas condolências aos familiares, amigos e pacientes do Dr. Altamir Bindá, pneumologista e médico clínico que faleceu em Manaus (AM), vítima de COVID-19.

O Dr. Bindá foi sócio ativo da SBPT por 38 anos.

Nota do Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas.

 

 

Ministério da Saúde orienta sobre controle da tuberculose na COVID-19

25 de março de 2020

Em ofício, o Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI), do Ministério da Saúde, recomenda aos coordenadores das assistências farmacêuticas estaduais e coordenadores dos programas estaduais de controle da tuberculose que dispensem mensalmente os medicamentos, sempre considerando os estoques.

O órgão sugere, ainda, que se postergue a investigação e o tratamento da ILTB em contatos assintomáticos adultos e adolescentes, reservando as visitas breves aos serviços de saúde para retirada de medicamentos.

Além disso, as pessoas com tuberculose devem ser orientadas às formas de prevenção da infecção COVID-19: permanecer em casa o máximo possível, diminuir a frequência das visitas aos serviços de saúde para consulta de seguimento das pessoas em tratamento da doença ou da infecção latente, dependendo das condições clínicas observadas.

O DCCI recomenda também utilizar estratégias disponíveis localmente para contato com o usuário, como a teleconsulta; reavaliar a realização do tratamento diretamente observado no serviço de saúde para pessoas com tuberculose, considerando a menor exposição possível do usuário e as necessidades do indivíduo.

Veja e baixe a cartilha de orientações sobre procedimentos diagnósticos da tuberculose durante a COVID-19:

Veja e baixe a cartilha sobre apoio social às pessoas com tuberculose durante a COVID-19:

Clique aqui para saber mais.

Assista ao 3º debate interativo da SBPT sobre a COVID-19 e envie a sua pergunta para a próxima edição

Na próxima quinta-feira (23/04), o debate interativo da SBPT vai abordar os procedimentos da Pneumologia em tempos de COVID-19. Envie sua pergunta com antecedência e participe.

Clique aqui para enviar a sua pergunta aos debatedores.

Acesse o debate dia 23/04, às 20h, em webmeeting.com.br, com o código WMBQU e senha E15A3.

Cerca de 1.745 pessoas acessaram o 3º Debate Interativo da SBPT, mais de 200 mensagens foram enviadas. Os participantes tiraram as dúvidas sobre as últimas pesquisas em medicamentos, anticoagulantes, tratamentos de suporte na COVID-19, entre outras.

Assista ao vídeo completo:

 

COVID-19: artigos tratam das impressões da medicina intensiva e eficácia das máscaras

Nesta semana, os resumos selecionados com o apoio da GSK falam sobre as impressões clínicas iniciais em relação a pacientes que precisam de terapia intensiva nos EUA e sobre a eficiência do uso de máscaras.

INITIAL CLINICAL IMPRESSIONS OF THE CRITICAL CARE OF COVID-19 PATIENTS IN SEATTLE, NEW YORK CITY, AND CHICAGO.

Resumo

Neste artigo, os autores descrevem as impressões clínicas iniciais em relação a pacientes que necessitaram de terapia intensiva em decorrência da COVID-19, em três grandes cidades dos Estados Unidos. Estas impressões são descritas em relação à apresentação clínica dos pacientes, análises laboratoriais, estratégias de tratamento e mobilização de recursos.Entre os achados, podemos destacar:

  • A apresentação clínica dos pacientes americanos foi menos típica do que a síndrome gripal aguda clássica previamente descrita na China e Itália.
  • Embora a maioria dos pacientes fosse maior de 60 anos de idade com comorbidades, foi observada uma proporção importante de casos graves envolvendo pacientes mais jovens.
  • A evolução para insuficiência respiratória grave tende a ocorrer de forma rápida, aproximadamente 1 semana após o início dos sintomas da COVID-19. Nessa fase, a contagem de neutrófilos não se mostrou elevada na maioria dos casos e a linfopenia foi comum.
  • Dados de radiologia do tórax demonstram que opacidades irregulares são frequentes, mesmo em pacientes em uso de esteróides, e o acometimento é quase sempre bilateral. A gravidade das lesões se correlaciona com a gravidade da doença. Efusões pleurais são incomuns.
  • Podem ocorrer pequenos aumentos de transaminases e marcadores inflamatórios, lesão renal aguda leve, com pequeno aumento de creatinina, além de miocardite, devido à inflamação grave.

Em conclusão, os autores reiteram que, apesar de serem apenas impressões clínicas iniciais e observações empíricas, são de extrema valia na tentativa de gerenciar melhor os recursos locais de terapia intensiva diante do crescimento dos casos de COVID-19.

Referência:

  1. SOMMER, P .et al. Initial Clinical Impressions Of The Critical Care Of Covid-19 Patients In Seattle, New York City, And Chicago. Anesth Analg. 2020 Mar 25. doi: 1213/ANE.0000000000004830

Clique aqui para ler o artigo na íntegra.


RESPIRATORY VIRUS SHEDDING IN EXHALED BREATH AND EFFICACY OF FACE MASKS

Resumo

Neste estudo, os autores avaliaram a eficácia da máscara cirúrgica em prevenir a dispersão de fômites e aerossóis em adultos e crianças com infecção respiratória por influenza, rinovírus e coronavírus.

  • Amostras de ar exalado foram fornecidas por 246 indivíduos. Desse total, 124 foram randomizados para usar máscara cirúrgica durante a coleta das amostras e 122 para não usar.
  • Entre os 246 indivíduos selecionados, 123 apresentavam infecções por pelo menos um vírus respiratório. A análise concentrou-se naqueles infectados por coronavírus (n=17), vírus influenza (n=43) e rinovírus (n=54), os quais representavam 90% dos casos. As infecções foram confirmadas por RT-PCR.
  • Os pacientes com coronavírus foram os que apresentaram mais tosse durante a coleta das amostras.
  • Máscaras cirúrgicas demonstraram eficácia em reduzir a emissão de coronavírus tanto por fômites quanto por aerossóis.Também mostraram-se eficazes na diminuição da emissão do vírus influenza através de perdigotos.

O estudo sugere que o uso da máscara cirúrgica pode prevenir a transmissão de coronavírus humano e vírus influenza por pacientes sintomáticos.

Referência:

  1. LEUNG, N.H.L .et al. Respiratory Virus Shedding In Exhaled Breath And Efficacy Of Face Masks Nat Med (2020). 2020 APR 03; doi.org/10.1038/s41591-020-0843-2

Clique aqui para ler o artigo na íntegra.


Apoio:

Assista e baixe o vídeo educativo da SBPT sobre a COVID-19

Assista e compartilhe o vídeo educativo da SBPT sobre a COVID-19. A animação fala sobre os cuidados necessários em caso de doenças respiratórias prévias, como asma e DPOC.

Além disso, abordamos a importância da vacinação e do isolamento social para proteger a população de risco.

Clique aqui para baixar o vídeo: CORONAVÍRUS 1 – SBPT.

SPBA realiza a campanha “Proteja Quem Protege” para doação de EPIs aos hospitais

A Sociedade de Pneumologia da Bahia (SPBA) lançou a campanha “Proteja Quem Protege” para doação de equipamentos de proteção de individual (EPIs) para os profissionais da saúde durante pandemia da COVID-19.

Com o objetivo de apoiar o trabalho dos profissionais de saúde que vão atuar no atendimento aos pacientes diagnosticados com coronavírus, a SPBA está arrecadando fundos para compra de EPIs e doando os materiais aos profissionais de saúde do SUS no Estado da Bahia.

Dr. Marcelo Challoub, Diretor Geral Hospital Especializado Octavio Mangabeira (HEOM), Dra. Tatiana Galvão – Coordenação Médica do HEOM e Fernanda Aguiar – Diretoria Científica da SPBA.
Dr. Guilherme Montal, Dra. Paula Tanus e Dr. Antônio Carlos Lemos, Diretor do HUPES – Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Universidade Federal da Bahia).
Dr. Guilherme Montal e Dra. Paula Tanus com a equipe da SAMU.

Para a realização da campanha, a SPBA conta com o apoio de um grupo de mulheres das mais diversas profissões.

“Os EPIs são indispensáveis para preservar a saúde dos profissionais que estão na linha de frente na luta contra o coronavírus e não podemos deixar que as equipes médicas fiquem sem eles”, ressaltou a pneumologista Rosana Franco, presidente da SPBA.

Dentre os itens estão máscaras N95, luvas, óculos de proteção, luvas, aventais e gorros.

Resumo da reunião de Diretoria SBPT – 14/03/2020

Em reunião de Diretoria do dia 14/03/2020, foi decidido que todos os eventos presenciais da SBPT seriam suspensos pelos próximos 90 dias, seguindo a orientação do Ministério da Saúde de evitar aglomerações. Esse prazo pode ser estendido de acordo com o desenvolvimento da pandemia pelo país.

Sendo assim, os Cursos Nacionais de Atualização em Pneumologia e Pneumopediatria (XXI CNAP e III CNPed) serão migrados para a plataforma EAD. A Oficina de Acolhimento e Nivelamento de Residentes (SBPT Acolhe) e a Prova de Título de Especialista – categoria especial – foram adiados e ainda não há data provável de realização.

A SBPT está analisando a possibilidade de adequação da carga horária dos Cursos de Habilitação para atender à exigência da AMB de duração mínima de 24h/aula. No caso do Curso de Habilitação em Tabagismo, a Diretoria solicitou ao coordenador da Comissão Científica, Dr. Luiz Fernando Ferreira Pereira, a inclusão de material sobre a EVALI (e-cigarette or vaping product use-associated lung injury) e a atualização das referências bibliográficas.

O Presidente da SBPT, dr. José Miguel Chatkin, incluiu a possibilidade de dividir o pagamento da anuidade de 2020 em duas vezes no cartão de crédito, além do habitual pagamento por boleto.

O Diretor de Ensino da SBPT, dr. Alberto Cukier, informou que a definição da programação científica e a organização da logística do SBPT Acolhe estão em fase de finalização. Futuramente, será decidido se a oficina poderá ser realizada no segundo semestre.

O coordenador da Comissão Científica de DPOC da SBPT, dr. Paulo Zimermann Teixeira, representou a Sociedade no primeiro Master Class Iberoamericano organizado pela SMNyCT.

Em 04/03, a SBPT participou da reunião de defesa da inclusão dos imunobiológicos no Rol da ANS, representada pela dra. Ana Luísa Godoy Fernandes, da Comissão Científica de Asma. Participaram, ainda, a dra. Marcia Pizzichini, representando a AMB/SBPT, dr. Rafael Stelmach e dr. Paulo Pitrez, representando a associação de pacientes crônicos, além de membros da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), operadoras de planos de saúde e consultorias. A próxima etapa do processo é a consulta pública, que deve acontecer até julho.

O Presidente dos Congressos SBPT 2020, dr. Mário Terra, informou que o programa preliminar dos Congressos estará no site em breve. O Curso Intensivo Ultrassonografia Torácica da European Respiratory Society (ERS) foi aprovado para realização durante o SBPT 2020. O curso conta com aulas teóricas online e quatro estações de atividades práticas, sendo duas com modelos mecânicos. O contrato com a ERS prevê possíveis cancelamentos, devido ao atual cenário de pandemia.

Orientações sobre Diagnóstico, Tratamento e Isolamento de Pacientes com COVID-19

O Grupo Força Colaborativa COVID-19 no Brasil, formado por nove associações médicas, lançou um documento com tudo o que se sabe até agora sobre o coronavírus.

A Comissão Científica de Infecções Respiratórias da SBPT, por meio da Dra. Rosemeri Maurici e Dr. Ricardo Martins, colaborou com o conteúdo. 

Além da SBPT, participaram a Associação Brasileira dos Profissionais em Controle de Infecções e Epidemiologia Hospitalar (ABIH), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), Instituto de Medicina Tropical – IMT USP, Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) e Sociedade Brasileira de Nefrologia.

Em consenso, os pesquisadores informam o que é preciso para definir um diagnóstico de COVID-19, a importância das condições do teste RT-PCR, sensibilidade do teste e quando pode ser realizado o teste sorológico.

Os autores orientam, ainda, sobre as medidas de precaução e isolamento para pacientes suspeitos ou confirmados, os critérios para a alta hospitalar. 

Em relação ao tratamento, os especialistas afirmam que, até o momento, não há um medicamento disponível que tenha demonstrado eficácia e segurança no tratamento de pacientes com infecção por SARS-CoV-2.

“Deve-se ter cautela ao usar cloroquina ou hidroxicloroquina em associação com azitromicina, pois pode aumentar o risco de complicações cardíacas, provavelmente pelo efeito sinérgico de prolongar o intervalo QT”, assinalam.

Clique aqui para ler o documento completo.

COVID-19: resumo de artigos selecionados em 14/04/2020

Artigos publicados no JAMA Network, ATS Journals e Nature apresentam dados de disseminação do SARS-CoV-2 na Itália, características da Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) causada pela COVID-19 e as hipóteses sobre as respostas do sistema imunológico à doença.

Case-Fatality Rate and Characteristics of Patients Dying in Relation to COVID-19 in Italy

O trabalho apresenta dados sobre a disseminação da COVID-19 na Itália. Somente 3 casos da doença foram contabilizados na primeira quinzena de fevereiro de 2020, com o primeiro caso grave de pneumonia devido ao SARS-CoV-2 (severe acute respiratory syndrome coronavirus 2) sendo registrado em 20 de fevereiro de 2020.

Em 14 dias, houve rápida disseminação da doença, sendo que em 23 de março de 2020, a Itália já era o segundo país em número de casos, e com alta taxa de mortalidade. Até 17 de março de 2020, a taxa de mortalidade na Itália era de 7,2% (1625 mortes/22512 casos), enquanto na China esta taxa era de 2,3%.

Os autores atribuíram essa taxa de mortalidade mais elevada na Itália do que em outros países a três fatores:

1. Idade da população. A mortalidade pela COVID-19 é maior entre os mais idosos. Em 2019, aproximadamente 23% da população italiana tinha mais de 65 anos. A distribuição de casos de COVID-19 em indivíduos acima de 70 anos foi de 37,6% na Itália, enquanto que na China foi de 11,9%. Quando estratificou-se as mortes por faixa etária, os resultados italianos foram semelhantes aos chineses nos grupos de até 69 anos. No grupo de italianos acima de 90 anos de idade (não relatado na China) a taxa de mortalidade foi de 22,7%.

2. Definição de mortes relacionadas à COVID-19. Os dados de taxa de mortalidade por COVID-19 na Itália foram baseados na definição de morte por qualquer causa em pacientes com teste positivo para COVID-19 por PCR, independentemente de comorbidades. Em uma análise detalhada de registros de 355 pacientes verificou-se as seguintes características: idade média de 79,5 anos, 70% homens, e a ocorrência das seguintes doenças: cardiopatia isquêmica (30%), diabetes (35,5%), câncer ativo (20,3%), fibrilação atrial (24,5%), demência (6,8%) e AVC (Acidente Vascular Cerebral) (9,6%). A média de comorbidades foi de 2,7, com apenas 0,8% (n=3) dos pacientes sem doenças prévias.

3. Estratégia de testagem. Após um curto período com testagem universal, a partir de 25 de fevereiro, a Itália passou a testar apenas pacientes com sintomas mais graves e que necessitaram de hospitalização. Houve um alto número de testes positivos (19,3%). Os casos leves, por não serem testados, foram excluídos do total de casos.

Os dados apontam para a necessidade de transparência na política de testagem populacional, além da importância de se analisar as diferentes estratégias para um melhor entendimento da pandemia atual.

Referência:
1. ONDER, G.et al. Case-Fatality Rate and Characteristics of Patients Dying in Relation to COVID-19 in Italy. JAMA 2020 Mar 23. doi: 10.1001/jama.2020.4683

Leia o artigo na íntegra – Case-Fatality Rate and Characteristics of Patients Dying in Relation to COVID-19 in Italy.


COVID-19 Does Not Lead to a “Typical” Acute Respiratory Distress Syndrome

A atual pandemia causada pelo novo coronavírus e seu potencial dano pulmonar tem despertado progressivo interesse em pesquisadores em todo o mundo. Gattinoni et al. estudaram a evolução de pacientes portadores de insuficiência respiratória aguda secundária à COVID-19 (coronavirus disease 2019) e com critérios para Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) admitidos em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Dos resultados e discussões levantados pelos autores, podemos destacar:

• Há discrepância entre a relativa preservação da mecânica pulmonar e a grave hipoxemia existente nos pacientes.

• Os 16 pacientes analisados apresentaram complacência pulmonar em níveis superiores ao habitualmente encontrados na SDRA associada ao efeito shunt característico desta condição.

• Os autores apontam para a possibilidade de transtorno na regulação da perfusão e da vasoconstricção hipóxica como razões para o quadro gasométrico observado. Os pacientes analisados encontravam-se com pulmões, de certa forma, complacentes.

• Em pulmões pouco “recrutáveis”, como no estudo inferido, os autores sugerem empregar o menor nível possível de PEEP (Positive End Expiratory Pressure) na ventilação mecânica invasiva e questionam a validade da ventilação prona como estratégia geral para contorno da hipoxemia, devido aos benefícios moderados desta terapia exibidos neste grupo de pacientes.

Embora o estudo tenha avaliado apenas 16 pacientes, devemos permanecer atentos para as especificidades na apresentação da SDRA produzida por esta nova enfermidade, o que pode favorecer estratégias próprias no manejo ventilatório dos pacientes críticos.

Referência:
1. GATTINONI, L. et al. COVID-19 Does Not Lead to a “Typical” Acute Respiratory Distress Syndrome. J Respir Crit Care Med. 2020 Mar 30. doi: 10.1164/rccm.202003-0817LE
*Incluir box com o link de acesso da matéria na íntegra*
https://www.atsjournals.org/doi/pdf/10.1164/rccm.202003-0817LE

Leia o artigo na íntegra – COVID-19 Does Not Lead to a “Typical” Acute Respiratory Distress Syndrome.


COVID-19 infection: the perspectives on immune responses

Neste artigo, os autores elaboram diversas hipóteses sobre processos imunológicos que podem estar envolvidos na resposta inflamatória apresentada por pacientes com COVID-19. Muitas destas hipóteses estão baseadas no conhecimento acumulado sobre outras infecções respiratórias. Os autores também elaboram raciocínio com respeito a uma das importantes perguntas ainda não respondidas: por que algumas pessoas desenvolvem doenças graves, enquanto outras não?

• Baseados nos dados de Wuhan, China, sabemos que o vírus causador da COVID-19, o SARS-CoV-2 (severe acute respiratory syndrome coronavirus 2), infecta todas as faixas etárias, ocasionalmente excetuando-se crianças e adolescentes, de maneira uniforme; e que cerca de 15% dos casos confirmados progridem para a fase grave da doença, onde fatores clínicos, tais como idade maior que 65 anos e comorbidades, podem estar envolvidos.

• Os autores descrevem que a infecção por SARS-CoV-2 pode ser dividida didaticamente em três estágios:
Estágio I – período de incubação assintomática com ou sem vírus detectável;
Estágio II – período sintomático não grave com presença de vírus;
Estágio III – sintomático respiratório grave com alta carga viral.

• Clinicamente, as respostas imunes induzidas pela infecção por SARS-CoV-2 são bifásicas. Durante os estágios de incubação e nas formas não graves da doença, é necessária uma resposta imune endógena protetora e específica para eliminação do vírus e impedimento da progressão da doença para estágios graves. Para tal, o hospedeiro deve estar com boa saúde geral e com uma predisposição genética adequada que leve à imunidade antiviral específica.

• Quando a resposta protetora é prejudicada, o vírus propaga-se e provoca danos celulares nos órgãos afetados. As células danificadas induzem inflamação nos pulmões – amplamente mediada por macrófagos e granulócitos – que é a principal causa de distúrbios respiratórios com risco de morte neste estágio.

• Os pacientes graves com COVID-19 parecem ser afetados pela síndrome de liberação de citocinas (CRS, em inglês). Como a linfocitopenia é frequentemente observada nestes pacientes, a CRS deve ser mediada por outros leucócitos que não as células T. A interleucina-6 tem papel importante nessa fase inflamatória, juntamente com o fator de necrose tumoral (TNF) e a interleucina 1 (IL-1).

• A resposta imune ao dano tecidual causado pelo vírus pode levar à síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), na qual a insuficiência respiratória é caracterizada pelo rápido início de inflamação generalizada nos pulmões.

• Os níveis de citocinas inflamatórias (IL-1, TNF) são altos nos pulmões dos pacientes com COVID-19. Essas citocinas são fortes indutoras da enzima ácido hialurônico sintase 2 (HAS2) no endotélio pulmonar, de células epiteliais alveolares e fibroblastos; estimulando o edema local e a formação de fibrose.

Uma vez que o conhecimento baseado na imunidade geral dos pacientes infectados com SARS-CoV-2 não consegue explicar o amplo espectro de apresentação da doença, os autores do artigo acreditam que é muito importante a caracterização da divisão da resposta imunológica dos infectados em duas fases. A primeira fase baseada na proteção imunológica e a segunda fase caracterizada pelo dano dirigido pela inflamação na evolução grave da doença. Os autores também lançam hipóteses de possíveis futuros tratamentos baseados nos aspectos das respostas imunológicas e inflamatórias observadas nos pacientes.

Referência:
1. SHI, Y.et al. COVID-19 infection: the perspectives on immune responses. Cell Death Differ. 2020 Mar 23. doi: 10.1038/s41418-020-0530-3

Leia o artigo na íntegra – COVID-19 infection: the perspectives on immune responses.


Apoio:

Artigos relevantes sobre a COVID-19 – parte 3

Com o apoio da GSK, a SBPT oferece a 3ª parte da série de resumos científicos relevantes sobre a COVID-19. Os artigos abordam a experiência da China com a subnotificação de casos e os efeitos do isolamento social.

Substantial undocumented infection facilitates the rapid dissemination of novel coronavirus (SARS-CoV2)

Resumo

Artigo publicado pela revista Science em 16 de março descreve uma estimativa da prevalência de novas infecções pelo novo COVID-19 na China que não são registradas, salientando a importância de tais dados para real compreensão do potencial pandêmico da doença. Um modelo matemático desenvolvido por Ruiyun e colaboradores levou em consideração dados comportamentais, de mobilidade e epidemiológicos da doença em  375 cidades chinesas para inferir dados sobre a dinâmica da doença na população da China. Dentre os achados destacam-se:

  • O grupo estima que cerca de 86% das infecções não foram documentadas.
  • Dentre as infecções não documentadas, 55% delas eram contagiosas.
  • 79% das infecções não documentadas tiveram como origem infecções não contabilizadas em dados epidemiológicos.
  • A mediana de latência da infecção e do período infeccioso foram 3,69 e 3,48 dias respectivamente.

Esses achados demonstram o verdadeiro potencial de contágio do COVID-19 quando é levado em consideração casos não documentados de pacientes assintomáticos ou com sintomas leves. Segundo os autores, se o novo vírus corona se comportar de forma semelhante ao H1N1 em 2009, em breve estará presente no mundo todo como o quinto corona vírus endêmico na humanidade.

Referência:

RUIYUN, L. et al. Substantial undocumented infection facilitates the rapid dissemination of novel coronavirus (SARS-CoV2). Science 10.1126/science.abb3221 (2020)

Link na íntegra: https://science.sciencemag.org/content/early/2020/03/24/science.abb3221/tab-pdf.


THE EFFECT OF HUMAN MOBILITY AND CONTROL MEASURES ON THE COVID-19 EPIDEMIC IN CHINA

Resumo

O surto de COVID-19 se espalhou rapidamente através da China e o. mundo Foram tomadas medidas de restrição de circulação e isolamento de pessoas com o intuito de mitigar a propagação da epidemia. Moritz U. G. Kraemer e colaboradores publicaram no periódico Science dados de movimentação de pessoas da cidade de Wuhan, China utilizando dados de um provedor de buscas online chinês, analisando o histórico de viagens dos pacientes com diagnóstico positivo de COVID-19. A ideia era entender a dinâmica da infecção e avaliar o impacto de medidas de restrição circulatória e isolamento. Os principais achados foram:

  • Correlação forte entre o número de casos detectados fora de Wuhan até 10/02/2020 e o movimento a partir de Wuhan.
  • Após a implantação do isolamento houve drástica redução do surgimento de casos novos de COVID-19.

Os autores demonstraram que o isolamento e restrição de circulação das pessoas são úteis quando se tem uma região central de disseminação da enfermidade, como foi Wuhan na China, contudo essas medidas são menos efetivas quando a doença já se encontra espalhada.

Referência:

KRAEMER, M. et al. THE EFFECT OF HUMAN MOBILITY AND CONTROL MEASURES ON THE COVID-19 EPIDEMIC IN CHINA. Science, 2020; DOI.: 10.1126/science.abb4218

Link na íntegra: https://science.sciencemag.org/content/early/2020/03/25/science.abb4218/tab-pdf.


Apoio:

 

 

 

 

COVID-19: orientações da SBPT sobre o tratamento de crianças

Como já se publicou em diversas fontes, a COVID-19 é uma doença causada pelo coronavírus, um vírus de RNA simples, de uma família composta de alfa e beta CoV, que são os que infectam mamíferos. São vírus comuns aos animais como morcegos, camelos e alguns animais domésticos, mas podem infectar os homens. Neste caso, a transmissão ocorre homem a homem. 

Desde o início dos anos 2000 surgiram casos de uma grave síndrome respiratória aguda, nas quais vírus dessa família foram os implicados. Foram chamados MERS-CoV (do Oriente Médio), SARS-CoV (na China, posteriormente). Nesta epidemia que se iniciou em dezembro de 2019, o vírus identificado foi chamado SARSCoV-2 (pandemia a partir de Wuhan na China), um beta CoV. 

O SARS-CoV-2 causa uma síndrome respiratória aguda e grave, com febre, tosse seca, dispneia e queda da saturação, mas a doença pode ser leve ou mesmo assintomática em 80% dos casos. Sua transmissibilidade ainda é pouco conhecida sendo provável que ocorra por gotículas e fômites, diretamente ou sobre objetos, ficando viável em várias superfícies por até 8 horas. Alguns estudos recentes têm mostrado que pode ficar viável no ar por uma hora.

As crianças são pouco afetadas pela doença em todo o mundo. A maioria delas apresenta uma doença que pode ser assintomática ou leve. A maior proporção relatada de pacientes com doença grave, nessa faixa etária, foi de 10,6% em menores de 1 ano, seguido de 7,3% em crianças entre 1-5 anos. 

O período de incubação se prolonga por 3-14 dias, com média de 5 dias. Os sintomas habituais apresentados pelos adultos, de tosse, febre, dispneia e fadiga, podem sem bem frustros. Podem ocorrer também sintomas nasais como coriza e obstrução nasal e sintomas abdominais como distensão abdominal, náuseas, diarreia e vômitos. Entretanto, todos esses, são sintomas muito comuns em pediatria de forma geral; por isso, precisa haver história prévia de contato com paciente portador ou suspeito do SARS-CoV-2 ou viagem recente ao exterior nos últimos 14 dias para que seja considerado caso suspeito. 

Nos pacientes com quadros críticos, isso ocorreu após o décimo dia de doença, com quadro de hipóxia, insuficiência respiratória e disfunção de múltiplos órgãos e sistemas em alguns casos. Nas síndromes descritas previamente, SARS-CoV e MERS-CoV, esses casos também ocorreram. Então, os profissionais que assistem crianças precisam ficar atentos. 

Os dados laboratoriais mostram hemograma com leucopenia associada com linfopenia acentuada, mas com aumento de proteína C reativa e VHS. As enzimas hepáticas e musculares podem estar aumentadas. Casos graves podem apresentar níveis elevados de D-dímero, com fenômenos compatíveis com CIVD. As coletas de PCR específico para o vírus, em nosso meio, têm sido feitas de secreções da nasofaringe, mas podem estar positivas em sangue e fezes.

Pacientes suspeitos devem realizar radiografia de tórax que pode mostrar de reticulado perihilar até condensações periféricas, o que é a característica dessa infecção. Na suspeita radiológica e clínica de COVID-19, realizar a tomografia, cujos achados são mais leves que dos adultos se restringindo apenas à velamento em vidro fosco, com poucas condensações periféricas.

São critérios de gravidade para a doença:

1) FR > 70 (<1 ano) e > 50 para maiores, sem febre.

2) Saturação periférica de oxigênio <92%

3) Sinais de dispneia (batimento de aletas nasais, tiragem intercostal, subcostal e de fúrcula), cianose, palidez acentuada, apneia;

4) Alteração do estado de consciência ou convulsão;

5) Recusa alimentar ou desidratação por falta de aceitação oral;

6) Febre persistente;

7) Graves alterações dos exames laboratoriais descritos acima, com sinais de acidose metabólica inexplicada, aumento do LDH e das enzimas miocárdicas.

Ainda não existe tratamento específico para a doença, devendo se atentar para as medidas de isolamento de partículas aéreas e de contato. As recomendações de saúde gerais devem ser implementadas, como hidratação e suporte de oxigênio e ventilatório. De forma geral, os métodos ventilatórios produtores de partículas em aerossol, como ventilação não-invasiva, não devem ser incentivados.

Algumas drogas podem ter efeito na redução da replicação viral, tais como a Cloroquina e Azitromicina, mas ainda faltam estudos em crianças e estudos clínicos mais robustos para defini-las como tratamento da SARS-CoV-2. O seu uso inconsequente ou para prevenção são fortemente desencorajados, já que podem alterar a sensibilidade do vírus ou facilitar a resistência bacteriana, sem considerar os efeitos colaterais da Cloroquina.

Bibliografia:

  1. Global Surveillance for human infection with coronavirus disease (COVID-19). WHO/2019-nCoV/SurveillanceGuidance/2020.6
  2. The Epidemiological Characteristics of an Outbreak of 2019 Novel Coronavirus Diseases (COVID-19) in China. Zhonghua Liu Xing Bing Xue Za Zhi, 2020; 41 (2), 145-151.
  3. Shen k, Yang Y, Tianyou W et al. Diagnosis, treatment, and prevention of 2019 novel coronavirus infection in children: experts’ consensus statement. World Journal of Pediatrics; doi.org/10.1007/s12519-020-00343-7
  4. A A. Cortegiani, G. Ingoglia, M. Ippolito, et al., A systematic review on the efficacy and safety of chloroquine for the treatment of COVID-19, Journal of Critical Care, https://doi.org/10.1016/j.jcrc.2020.03.005
  5. Dong Y, Mo X, Hu Y, et al. Epidemiological characteristics of 2143 pediatric patients with 2019 coronavirus disease in China. Pediatrics. 2020; doi: 10.1542/peds.2020-0702.

Brasília, 13 de abril de 2020.

Comissão Científica de Pneumologia Pediátrica da SBPT.

Baixe o documento completo em PDF.

Assista ao 2º debate da SBPT sobre a COVID-19 e envie sua pergunta para a próxima edição

Nesta quinta-feira (16/04), às 20h, a SBPT vai realizar mais um debate interativo ao vivo online, com o apoio da Chiesi. Os pneumologistas vão abordar tratamento de suporte, medicamentos, estudos clínicos e indicadores de evolução da COVID-19.

Acesse o link para enviar a sua pergunta com antecedência: http://abre.ai/debateinterativo.

Para entrar no debate, acesse webmeeting.com.br e digite o código WJI7X e a senha 95C76

No último debate, ocorrido em 09/04, cerca de 710 profissionais da saúde acompanharam as discussões e mais de 170 mensagens foram trocadas. Assista ao vídeo completo: