Autor: Comunicação SBPT
Ligas acadêmicas realizam Curso de Imagem do Tórax para estudantes
As Ligas de Pneumologia e Cirurgia Torácica se uniram para realizar o curso online gratuito de Imagem do Tórax: o que todo estudante precisa saber.
O evento será realizado de 22/06 a 17/07. Serão 19 aulas sobre Radiologia Fisiológica do Tórax, Nódulos, Pneumonias, Pneumotórax, Tosse, entre outros assuntos, com direito a certificado de participação.
Para fazer a inscrição, é necessário seguir o Instagram das Ligas: @pneumobr, compartilhar a postagem oficial e clicar neste link.
Postagem oficial:
Clique aqui para ver as regras de inscrição.
Se a sua conta de Instagram for privada, você deve enviar o print da postagem para o direct da @pneumobr.
Direto ao Ponto SBPT COVID-19 – Por que a sorologia não deu o resultado que se esperava?
12 de junho de 2020.
Confira o 5º episódio do Direto ao Ponto SBPT. A Dra. Carolina Lázari, infectologista e chefe da divisão de Biologia Molecular do Hospital das Clínicas de São Paulo, fala sobre as indicações do teste sorológico e soroconversão em pacientes com COVID-19.
Conteúdo produzido com o apoio da Aché e disponível no Deezer, Spotify, Google e Apple Podcasts.
Clique para ouvir:
European Respiratory Society oferece congresso online de Medicina Respiratória
Entre os dias 1º e 3 de julho, a European Respiratory Society (ERS) vai realizar um congresso dividido em dois módulos: Pneumologia em adultos e Pneumopediatria.
As inscrições estão abertas com desconto para associados. Lembrando que o sócio da SBPT é automaticamente sócio da ERS e tem acesso ao valor reduzido.
Os pneumologistas podem enviar um caso clínico para discussão até o dia 18/06/2020. A apresentação deve estar em formato de vídeo de Power Point de até cinco minutos de duração.
Os casos devem se encaixar nos temas: malformações congênitas, doenças raras e tuberculose ou fibrose cística e bronquiectasias não fibrocísticas.
Para acessar a programação completa e se inscrever, clique aqui.
Por convênio entre sociedades irmãs, os sócios da SBPT têm direito a todo o conteúdo gratuito de cursos e materiais da ERS. Aproveite todas as vantagens!
SBPT oferece curso online sobre Nódulo Pulmonar e Rastreamento do Câncer de Pulmão
A SBPT está com inscrições abertas para o curso sobre Nódulo Pulmonar e Rastreamento do Câncer de Pulmão 2020. O acesso é gratuito e exclusivo para médicos sócios (efetivos, remidos ou residentes).
O curso tem carga horária de 4h e é realizado na íntegra na plataforma EAD SBPT. O aluno tem 60 dias para concluir o curso, com direito a certificado.
O conteúdo ficará disponível na plataforma por um ano, até 08/04/2021.
O aluno que responder à pesquisa de satisfação sobre o curso recebe pontos no Programa AtualizAR, assim como em todas as pesquisas da SBPT.
Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) realiza pesquisa sobre o consumo de álcool durante a pandemia
A Organização Pan-Americana de Saúde, da Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), está conduzindo uma pesquisa sobre o consumo de álcool durante a COVID-19 em 33 países da América Latina e Caribe.
Os dados serão utilizados para um relatório regional e elaboração de um perfil de cada amostra de país.
Podem participar as pessoas acima dos 18 anos moradores de países da América Latina a partir de 15 de março.
O questionário está disponível até 30 de junho.
Clique aqui para acessar a pesquisa.
Participe e divulgue!
09 de junho: Dia Mundial da Imunização
Vacinar a população de risco contra a Influenza A (H1N1, H3N2) e B pode evitar hospitalizações e auxiliar no diagnóstico diferencial de COVID-19, devido à semelhança dos sintomas.
A vacinação previne doenças e evita a necessidade de ir ao hospital, especialmente durante a pandemia.
Além disso, no Brasil, é comum o aumento de hospitalizações por pneumonia durante o inverno. Por isso, é importante lembrar também que a pneumonia tem vacina.
A antipneumocócica conjugada 13-valente foi incluída na rede pública no ano passado para pacientes oncológicos, pessoas com HIV/AIDS, indivíduos submetidos a transplante de medula óssea ou de órgãos sólidos. No entanto, pode ser que o médico prescreva a vacina na rede privada para pacientes do grupo de risco de COVID-19, como idosos e portadores de pneumopatias graves.
A vacina antipneumocócica reduz a suscetibilidade e o risco de quadros infecciosos graves na presença de comorbidades, previne a descompensação de doenças crônicas de base causada por infecções e melhora a qualidade e a expectativa de vida desses pacientes.
No Guia de Pneumologia da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) há informações sobre dose e intervalos das vacinas antipneumocócica 13-valente e 23-valente. Veja o Guia aqui.
Discussão Interativa de Casos Clínicos: aula gratuita do Curso Nacional de Atualização em Pneumologia
Em 09/06/2020, às 20h, a SBPT vai realizar a segunda aula gratuita do Curso Nacional de Atualização em Pneumologia (CNAP Online).
A Discussão Interativa de Casos Clínicos vai tratar sobre broncodilatação na DPOC e manejo da descompensação pulmonar na fibrose cística.
Entre em https://cnap.sbpt.org.br/ para enviar perguntas e participar ao vivo.
Debate Interativo SBPT COVID-19: discussão de casos clínicos
Assista na íntegra ao Debate Interativo SBPT: discussão de casos clínicos, transmitido em 04/06/2020.
O debate teve moderação do Dr. José Antonio Baddini Martinez e apresentação da Dra. Roberta Pulchesi Ramos. Os debatedores são o Dr. José Tadeu Colares Monteiro e Dra. Patrícia Werneck Steimback.
Acompanhe todas as informações sobre coronavírus em: sbpt.org.br/portal/coronavirus.
Direto ao Ponto SBPT: corticoide e COVID-19
No podcast Direto ao Ponto SBPT, ouça a entrevista com o Dr. Alfredo Leite, Coordenador da Residência Médica do Hospital Universitário Osvaldo Cruz (PE).
O pneumologista fala sobre os processos inflamatórios e danos teciduais na COVID-19, os efeitos colaterais nestes pacientes e comenta os estudos observacionais sobre o tema.
Conteúdo produzido com o apoio da Aché e disponível no Deezer, Spotify, Google e Apple Podcasts: http://abre.ai/diretoaoponto05dejunho.
COVID-19: resumos de artigos selecionados – parte 15
4 de junho de 2020.
Confira a resenha do artigo sobre coagulopatia em COVID-19, publicado na Blood, e do conteúdo sobre diabetes e COVID-19, disponibilizado na revista Nature. Conteúdo oferecido com o apoio da GSK:
COVID-19 AND ITS IMPLICATIONS FOR THROMBOSIS AND ANTICOAGULATION
Autores:
Connors JM1, Levy JH2
Procedência:
1Escola de Medicina de Harvard, Estados Unidos;
2Universidade Duke Escola de Medicina, Estados Unidos.
Resumo
No presente artigo, os autores revisam dados oriundos principalmente da província de Wuhan, na China, referentes às anormalidades da coagulação que ocorrem em associação com a COVID-19 (coronavirus disease 2019) e tecem sugestões para o manejo de questões clínicas que tendem a surgir em decorrência destas anormalidades. Os autores também analisam dados publicados que relacionam inflamação com alterações da coagulação, acometimento endotelial associado à COVID-19 e dados atualmente disponíveis para orientar questões relativas ao manejo da coagulação no contexto da doença.
As principais assertivas relatadas no artigo são:
- A coagulopatia se manifesta nas fases iniciais da infecção com aumento de fibrinogênio e singular e mínimas alterações no TP, TTPa e contagem de plaquetas.
- A coagulopatia parece estar mais relacionada à gravidade do quadro clínico e consequente tromboinflamação do que à uma atividade viral intrínseca.
- Dosagem elevada de D-dímero no momento da admissão está relacionada ao aumento da mortalidade em pacientes com COVID-19.
- Elevação progressiva dos níveis de D-dímeros após hospitalização precede a falência múltipla de orgãos e coagulação intravascular disseminada (CIVD) francamente manifesta.
- A despeito da coagulopatia, sangramentos são incomuns.
- Os autores recomendam realização de testes de coagulação e anticoagulação profilática em todos os pacientes que tenham indicação de hospitalização.
- Dr. Jean Connors recomenda tromboprofilaxia com dose aumentada em pacientes admitidos em terapia intensiva.
- Anticoagulação plena está indicada somente em casos de tromboembolismo venoso confirmado ou forte suspeita de embolia pulmonar sem possibilidade de confirmação diagnóstica.
Os autores concluem que um esforço a nível global deve ser realizado para que, à medida que o conhecimento sobre a fisiopatologia da COVID-19 evolui, mudanças no manejo prático dos pacientes também ocorram.
Referência:
CONNORS, JM. Et al. Covid-19 and Its Implications for Thrombosis and Anticoagulation. Blood. 2020 Apr 27. doi:10.1182/blood.2020006000
Clique aqui para ler o artigo na íntegra.
DIABETES AND COVID-19: EVIDENCE, CURRENT STATUS AND UNANSWERED RESEARCH QUESTIONS
Autores:
Gupta R.1, Hussain A2,3., Misra A1,3.
Procedência:
1Fortis CDOC Hospital, Chirag Enclave, New Delhi, India
2Chronic Disease—Diabetes, NORD University, Stjørdal, Norway) and (Medicine, Federal University of Ceara (UFC), Ceara, Brazil
3National Diabetes, Obesity and Cholesterol Foundation, New Delhi, India) and (Diabetes Foundation (India), New Delhi, India)
Resumo
Este artigo de revisão aborda recentes evidências e questões que permanecem controversas em relação a pacientes com diabetes mellitus que adquiriram a COVID-19 (coronavirus disease 2019).
Seguem as principais considerações:
- O diabetes é uma comorbidade frequente em pacientes com COVID-19. Esses pacientes tendem a apresentar pior prognóstico e elevada mortalidade. Comorbidades pré-existentes associadas a doença, como hipertensão arterial sistêmica, doença arterial coronariana e doença renal crônica, pioram ainda mais o prognóstico.
- Ainda não está claro como o diabetes aumenta a gravidade da COVID-19. No entanto, alguns dos seguintes fatores podem ser responsáveis:
- O controle glicêmico deficiente prejudica vários aspectos da resposta imune inata e adaptativa às infecções virais e à potencial infecção bacteriana secundária nos pulmões [1,2].
- Falhas na imunidade, como ação inadequada das células T, redução da atividade das células natural killers (NK) e falhas na ação do sistema complemento, podem reduzir o clearance viral [3].
- O estado pró-inflamatório pré-existente pode acentuar a tempestade de citocinas, que acredita-se ser responsável pela síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), bem como pela disfunção de múltiplos órgãos na COVID-19 [4].
- Existe uma forte associação entre diabetes tipo 2, obesidade e secreção anormal de adipocinas e citocinas como TNF-alfa e interferon, que podem prejudicar ainda mais a imunidade e predispor a infecções graves [5].
- O aumento dos níveis de plasminogênio, possivelmente está associado ao aumento da virulência do SARS CoV-2 (severe acute respiratory syndrome coronavirus 2) [6].
- Em relação ao tratamento do diabetes em pacientes com a COVID-19:
- Parece seguro continuar com os anti-hiperglicêmicos orais usuais na maioria dos pacientes com infecção leve, boas condições gerais e ingestão oral normal.
- Inibidores do cotransportador sódio–glicose 2 (SGLT2) podem precisar ser descontinuados devido ao risco de desidratação e cetoacidose euglicêmica. A metformina também pode ser descontinuada se houver vômito ou ingestão oral insuficiente.
- Doses de outros medicamentos anti-hiperglicêmicos, como sulfonilureias e insulina, podem ser alteradas dependendo dos níveis de glicose no sangue. Pacientes hospitalizados, especialmente aqueles que necessitam de tratamento intensivo, precisariam de insulina para melhor controle glicêmico.
Referências bibliográficas:
1. Carey IM, Critchley JA, DeWilde S, Harris T, Hosking FJ, Cook DG. Glycemic control and risk of infections among people with type 1 or type 2 diabetes in a large primary care cohort study. Diabetes Care 2018;41:513–21.
2. Ferlita S, Yegiazaryan A, Noori N, Lal G, Nguyen T, To K, et al. Type 2 diabetes mellitus and altered immune system leading to susceptibility to pathogens, especially mycobacterium tuberculosis. J Clin Med. 2019;8:2219.
3. Nyambuya TM, Dludla PV, Mxinwa V, Nkambule BB. T-cell activation and cardiovascular risk in adults with type 2 diabetes mellitus: A systematic review and meta-analysis. Clin Immunol. 2020;210:108313.
4. Maddaloni E, Buzzetti R. Covid-19 and diabetes mellitus: unveiling the interaction of two pandemics. Diabetes Metab Res Rev. 2020:e33213321.
5. Huttunen R, Syrjänen J. Obesity and the risk and outcome of infection. Int J Obes. 2013;37:333–40.
6. Ji HL, Zhao R, Matalon S, Matthay MA. Elevated Plasmin(ogen) as a common risk factor for COVID-19 susceptibility. Physiol Rev. 2020;100:1065–75.
Referência:
Gupta R, et al. Diabetes and Covid-19: Evidence, Current Status and Unanswered Research Questions. Eur J Clin Nutr. 2020 May 13. doi.10.1038/s41430-020-0652-
Clique aqui para ler o artigo na íntegra.
Apoio:
Orientações da SBPT sobre a reabertura de laboratórios de função pulmonar em época de COVID-19
Brasília, 28 de maio de 2020.
Até o atual momento da pandemia da COVID-19 no Brasil, a SBPT seguiu recomendando que nenhum teste de função pulmonar fosse realizado, exceto em algumas situações especiais bem definidas (ex: pré-operatório complicado de câncer de pulmão, pré-transplante e acompanhamento pós-transplante). Essa recomendação tem sido importante a fim de seguir as normas da OMS de distanciamento social para controle da pandemia e evitar contaminação direta dos nossos pacientes e técnicos pelo vírus através da realização dos exames.
No entanto, atualmente, vários colegas têm solicitado da SBPT discussão sobre quando e como reabrir os laboratórios de função pulmonar. E essa fase é, sem dúvida, a mais complicada para enfrentarmos devido à questão da segurança e menor risco de transmissão possível.
Duas orientações internacionais de grandes sociedades, uma recomendação oficial da ERS (veja aqui a recomendação da ERS¹) e outra, uma sugestão via e-mail da ATS (veja aqui o webinar da ATS²) podem nos ajudar. A recomendação da ERS está muito clara e abrangente para todas as fases da epidemia, por esse motivo fizemos tradução do texto para o português e recomendamos segui-la como principal referência.
Traduzimos também um questionário de triagem para função pulmonar³ para os pacientes antes da realização da função pulmonar proposto pela ATS por acharmos mais completo, acrescentando algumas perguntas do questionário de triagem da ERS (apresentado como anexo 1 na recomendação original), que sugerimos como um questionário oficial da SBPT para esse fim.
Por utilizarmos na prática clínica uma variedade de equipamentos de fornecedores distintos, a SBPT solicitou de vários deles as normas oficiais de desinfecção dos aparelhos e especificações detalhadas sobre os filtros utilizados e todo esse material segue também disponível para consulta em pasta anexada4. É fortemente recomendado utilização de filtros para realização de qualquer exame nessa época.
Paralelamente, como iniciaremos uma atividade que seguirá envolvendo certo risco, no intuito de nos respaldarmos de alguma forma, construímos como sugestão um modelo de Termo de Consentimento Informado (TCI – em anexo)5, caso queiram fazer uso em seus laboratórios. Esse termo é comumente utilizado para todo procedimento médico de risco. No caso da COVID-19, o risco é tanto para pacientes quanto para quem realizará o exame, de forma que no modelo do TCI há questões assim relacionadas.
Desde já, recomendamos que essa reabertura de laboratórios de função pulmonar seja feita lentamente, com agenda reduzida, método e treinamento de todo o grupo de trabalho, a fim de irmos todos nos identificando e familiarizando com uma nova rotina de realização dos exames, visando prioritariamente a segurança dos nossos pacientes e de nossos técnicos.
Enfim, o momento para exercício da nossa profissão é crítico. A SBPT estará sempre aberta a qualquer discussão sobre o assunto para auxiliar seus sócios nessa nova empreitada, mas infelizmente não há ainda uma regra normatizada a seguir da nossa parte. Através de nossos experts em várias comissões e departamentos, informamos aquilo que acreditamos ser o melhor para nossos associados e seus pacientes. Não são regras de seguimento obrigatório, até mesmo porque nem temos competência jurídica para tal. Caberá a cada profissional assumir seu caminho, conforme a concordância ou não com as nossas orientações, sua realidade local e, consequentemente, também assumir os riscos envolvidos nessa escolha.
Portanto, essas orientações são provisórias dentro do cenário que temos. Nossos colegas sócios pneumologistas e em especial aqueles com atuação em função pulmonar que quiserem fazer considerações/sugestões/argumentações baseadas em dados científicos ou experiências locais comprovadas, o departamento de função pulmonar estará sempre à disposição.
Abaixo, seguiremos com alguns esclarecimentos de questões específicas sobre a reabertura dos laboratórios de função pulmonar baseados nas recomendações citadas acima.
Questão 1: Quando reabrir os laboratórios de função pulmonar?
Incialmente, como o Brasil é um país de proporção continental, não há como definir um tempo ideal de reabertura simultânea para todos os estados ou cidades. Portanto, considere as notícias recentes do Ministério da Saúde para a sua localização: a prevalência está alta ou baixa?
Uma vez identificado a prevalência local da epidemia, escolher então o plano de ação de acordo com as recomendações da ERS.
No entanto, realçamos que o número de testes realizados para COVID-19 no Brasil é muito reduzido. Em publicação recente do JAMA (DOI:10.1001/jama.2020.7872) os autores ponderam que uma avaliação precisa da COVID-19 para determinada comunidade requer evidências confiáveis sobre a proporção de pessoas sintomáticas testadas, a proporção de casos assintomáticos, a incidência cumulativa, a proporção de pessoas hospitalizadas e a proporção de óbitos. Ou seja, mesmo munidos da maior informação possível dos dados, ainda há um número de casos de infectados que permanece desconhecido para o panorama geral do Brasil. Preocupa ainda mais a porcentagem de assintomáticos que não temos notificação e que podem seguir transmitindo o vírus. Em um estudo recente a porcentagem de assintomáticos foi de 17,9%. (DOI: 10.1021/acsnano.0c02624)
Questão 2: Todos os testes devem ser reiniciados simultaneamente?
NÃO. O recomendado pela ERS e ATS é iniciar apenas com espirometria e medida da capacidade de difusão pulmonar.
Pletismografia, se real necessidade, vai depender da segurança de desinfecção da caixa – dependendo, portanto, de cada marca de aparelho e as orientações oficiais de desinfecção.
Teste de esforço cardiopulmonar (TECP) – por não ter filtro e risco de contaminação ambiental pela hiperventilação – a recomendação é de não realizar. Se realmente necessário, realizar em sala única e exclusiva com médico e técnico com EPI completo (já que não é possível distância segura do paciente) e desinfecção completa de sala após realização. Tempo entre testes deve ser calculado após essa limpeza completa e troca também de todos os removíveis e limpezas de superfícies (mínimo uma hora). Não é recomendado uso de filtro para TECP, porque pode resultar em um aumento da resistência ao fluxo de ar à medida que a demanda ventilatória do exercício aumenta e levar a um resultado de teste não confiável.
Teste de Broncoprovocação: pela nebulização e tosse – a recomendação é de não realizar – até mesmo porque não há nenhuma situação médica que esse exame especificamente se caracterize como urgente.
Questão 3: O questionário de triagem para definição de baixo ou alto risco de COVID-19 para o paciente e para a comunidade (em anexo) deve ser realizado em todo paciente agendado.
Para o cálculo do risco final do questionário:
Será considerado baixo risco para o paciente: Sem novos sintomas. / História de auto monitoramento. / Nenhum contato conhecido com alguém que estava doente. / Os sintomas de produção de tosse ou escarro são consistentes com o processo de doença crônica conhecido ou subjacente.
O risco para a comunidade será definido pelo serviço de saúde pública local da cidade que o paciente mora, informando que a prevalência local é reduzida.
Será considerado alto risco para o paciente: Sintomas novos ou múltiplos. / O membro da família está/estava doente. / Temperatura foi de 37graus celsius ou mais, mensurada recentemente ou na chegada. / Trabalha ou mora em casa de repouso. / Faz parte do grupo de “Trabalhador essencial” / Reside com agregado multifamiliar.
O risco para a comunidade será definido pelo serviço de saúde pública local da cidade que o paciente mora informando que a prevalência local é alta.
Em situações de alto risco para paciente ou comunidade, não realizar exame algum, exceto situações emergenciais que já eram levadas em consideração previamente. (Vide segurança nível 1 – recomendação ERS em anexo¹)
Questão 4: Para agendar um teste de função pulmonar os pacientes devem ter um teste de COVID-19 negativo antes da visita para o exame?
Numa condição ideal sim, mas no Brasil não teremos disponibilidade de teste para todos os pacientes com indicação de realizar função pulmonar. De forma que orientamos aplicar o questionário acima (calculando o risco final) e realizar uma pré-triagem rigorosa. A maior preocupação de todos é com os casos assintomáticos como relatado acima, de forma que mesmo após triagem o exame deve ser realizado com toda a paramentação necessária e cuidados rigorosos de desinfecção.
Questão 5: Devemos realizar testes de função pulmonar em pacientes suspeitos ou positivo para COVID-19?
NÃO. Esperar até que eles se recuperem (só realizar 30 dias após recuperação) ou tenham um teste negativo para COVID-19.
Questão 6: Qual rotina de desinfecção para COVID-19 deve ser adotada em cada serviço?
A COVID-19 é uma doença recente e ainda há muito desconhecimento sobre o vírus SARS-COV-2, de forma que não existe na literatura até o momento trabalho algum sobre métodos de desinfecção que possa garantir a realização de exames de função pulmonar com isenção completa de risco.
A maior atenção possível deve ser dada para essa questão de desinfecção, sempre levando em consideração o que já temos conhecimento prévio da rotina em procedimentos médicos que envolvem risco maior de contaminação. Dentro do possível, não deixem de discutir com a comissão de controle de infecção de seus respectivos serviços.
Na recomendação da Sociedade Espanhola de Pneumologia6 há uma sugestão mais detalhada de rotina de desinfecção, por esse motivo, também fizemos a tradução desse documento e deixamos em anexo para consulta.
Departamento de Função Pulmonar da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
Referências e documentos:
²Webinar da American Thoracic Society (ATS) sobre a reabertura dos laboratórios de função pulmonar.
³Questionário de triagem para testes de função pulmonar.
4Especificações de marcas de aparelho – desinfecção e filtros.
5Modelo de Termo de Consentimento Informado (TCI) para função pulmonar.