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SBPT participa do Curso de Advocacy em Saúde Aplicada ao Controle do Tabagismo, em Portugal

Na terça-feira (05/09), o coordenador da Comissão Científica de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Dr. Paulo Corrêa, ministrou três aulas no curso “Advocacy em Saúde Aplicado ao Controle do Tabagismo”, realizado no Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), em Portugal. O curso foi oferecido como Pré-Congresso no evento promovido pela Associação Portuguesa de Epidemiologia (APE) e Sociedade Espanhola de Epidemiologia (SEE)

Concebido e desenvolvido a seis mãos com colegas que trabalham em Portugal: Sofia Belo Ravara e Hilson Cunha Filho, o curso traça um histórico das táticas e estratégias da Indústria do Tabaco para “desenvolver” e dominar os mercados ao longo do tempo e atingir populações vulneráveis.

A partir desse panorama, foram apresentados os principais conceitos e metodologias utilizadas para a formação de uma coalizão, ou seja, um grupo estruturado e proativo que atua para sensibilizar e mobilizar governos, legisladores e comunicadores, entre outros atores sociais. Afinal, a construção de uma sociedade e de um país mais justos, sustentáveis e democráticos requer que a sociedade civil seja capaz de se organizar e implementar estratégias efetivas de participação na construção de políticas públicas.

“A sociedade civil em Portugal ainda está começando a se organizar e, por isso, a importância de realizarmos esse seminário para ajudar nossos colegas portugueses a fazerem esse importante trabalho na defesa da saúde pública por meio de ações de advocacy”, destacou Corrêa. O curso também contou com uma aluna do Brasil, residente de Saúde Pública da USP Ribeirão Preto.

Advocacy consiste em um conjunto de ações que visam promover a mudança social, influenciando a formulação, aprovação e execução de políticas públicas junto aos poderes Legislativo, Executivo e Judicial e à sociedade, por meio do trabalho em redes, mobilização social e intervenção nos meios de comunicação, entre outros. “É uma ferramenta para fazer avançar as políticas públicas”, resumiu.

O curso então foi desenvolvido para capacitar organizações do terceiro setor, investigadores, ativistas e profissionais (de saúde ou não) que atuam na área social e que buscam transformar a sociedade a partir de políticas públicas nas áreas da saúde, meio ambiente, direitos humanos, crianças e adolescentes, educação, direito do consumidor, trabalho, entre outras. 

Assim como os países diferem no grau de envolvimento da sociedade civil nas construções de políticas públicas de modo geral, no controle do tabagismo não seria diferente. “Especificamente aqui, em Portugal, existe um pacote do governo que foi encaminhado para a Assembleia da República, mas é um pacote inadequado por incluir exceções, pelo tempo para as medidas entrarem em vigor e algumas provisões inadequadas. Então é um pacote que precisa ser objeto de uma ação muito importante da sociedade civil”, analisou o Coordenador da Comissão de Tabagismo da SBPT.  

Para o médico pneumologista, é muito importante que haja uma disseminação de métodos, estratégias, reconhecidamente eficazes, para que se consigam tornar as políticas públicas efetivas. “No Brasil, por exemplo, tentamos transpor para as nossas leis, medidas para o controle do tabagismo que são eficazes, baseadas em evidências, como é o caso do pacote MPower e da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) da Organização Mundial de Saúde (OMS)”, destacou.

Além de Corrêa, Ravara e Cunha Filho, também contribuíram no Curso de Advocacy: Lilia Olefir, da Smoke-Free Partnership, em Bruxelas; Júlia Rey-Brandariz e Mónica Pérez Rios, do Departamento de Saúde Pública e da Universidade de Santiago de Compostela, além de formadores da European Network of Smoking Prevention and Cessation-ENSP, Bruxelas.

 

Setembro Roxo: Ministério da Saúde disponibiliza tecnologia revolucionária para tratamento da Fibrose Cística no SUS

Na tarde desta terça-feira (05/09), a presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Dra. Margareth Dalcolmo, participou da solenidade em alusão ao Dia Nacional de Conscientização e Divulgação da Fibrose Cística, no Ministério da Saúde, em Brasília. 

Com o tema “A saúde como direito em defesa da vida”, o evento foi organizado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde (SECTICS) e reuniu gestores, especialistas e representantes da sociedade civil em um ato de reconhecimento e celebração de um marco histórico para todas as pessoas que vivem com a fibrose cística.

Na ocasião, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, assinou a portaria que disponibiliza novo medicamento para tratamento da fibrose cística pelo SUS, que tem o potencial de melhorar a qualidade de vida dos pacientes, reduzir internações hospitalares e até mesmo retirar o paciente da fila de transplantes.  “Essa é uma ação que rompe com os retrocessos dos últimos anos, resgatando o protagonismo da ciência na defesa do direito à saúde”, destacou a ministra.

No início de agosto, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC) já havia dado o sinal verde para a incorporação da terapia tripla, através do medicamento Trikafta (associação de Elexacaftor, Tezacaftor e Ivacaftor).

Enquanto o tratamento padrão é baseado no controle dos sintomas da doença, o novo tratamento atua na causa base, normalizando a produção e eliminação do muco das vias respiratórias, diminuindo a inflamação, melhorando a função pulmonar e diminuindo a exacerbação de infecções recorrentes. 

Agora, com a assinatura da portaria, o medicamento poderá ser disponibilizado para pacientes com 6 anos de idade ou mais que tenham pelo menos uma mutação F508del no gene CFTR, mais comum entre os que vivem com a doença. A estimativa é que cerca de 1,7 mil pessoas sejam beneficiadas.

“São trinta anos de expectativa de vida a mais, com este medicamento. Ou seja, é toda a diferença, é o direito à vida”, destacou o secretário da SECTICS, Carlos Gadelha.

Para Laura Sofia Mendes, o acesso ao tratamento revolucionou a sua vida. “Antes do Trikafta eu me sentia incapaz de fazer qualquer coisa. Sem esperança de viver. Eu vivia internada, não saia com meus amigos e qualquer esforço físico me deixava exausta. Eu já estava, inclusive, na fila do transplante”, contou.

Com uma semana de terapia tripla, a jovem que usava oxigênio 24h por dia, reduziu consideravelmente o uso e começou a se sentir mais disposta. “Hoje eu não uso mais o oxigênio, sai da fila do transplante, saio com meus amigos e posso realizar meus sonhos de estudar, viajar e trabalhar”, se emocionou.

Segundo Margareth Dalcolmo, o Brasil dá um grande passo em termos de saúde pública com a incorporação desse medicamento. “Como especialistas, que tratamos esses pacientes há muito tempo, nos sentimos profundamente gratificados com a ação do Ministério da Saúde. Não era mais possível seguir com a estatística de que apenas 1 em cada 4 brasileiros com fibrose cística chegassem aos 18 anos”, destacou.

Para a presidente da SBPT, o cenário muda completamente com esse tratamento que não apenas provê a vida, mas uma vida absolutamente normal. “As famílias agora podem começar a respirar aliviadas. Essas famílias já vêm sofrendo muito e há muito tempo. Diante da expectativa de ter um filho que precisa de um tratamento para sempre – um  tratamento de alto custo – o Brasil mostrou uma enorme capacidade de negociação e, sobretudo, uma grande sensibilidade para que ninguém seja deixado para trás. Para que ninguém seja privado de uma vida normal”, comemorou.

Com a medida, o Ministério da Saúde elimina a necessidade de judicialização, por ter conseguido valor compatível para compra. “O uso racional de tecnologias é a melhor forma de garantir o direito à saúde e ao tratamento adequado”, arrematou Gadelha.

O prazo para disponibilização do medicamento é de até 180 dias a partir da publicação da portaria no Diário Oficial da União.

Setembro Roxo

Setembro é o mês de conscientização da Fibrose Cística, doença genética rara que afeta mais de 6 mil pessoas no Brasil e mais de 70 mil em todo o mundo. 

Conhecida como Doença do Beijo Salgado ou Mucoviscidose, pode ser identificada logo nos primeiros dias de vida por meio do Teste do Pezinho. Apesar de não ter cura, se identificada precocemente e tratada da maneira adequada, o paciente pode levar uma vida normal.

Presidente da SBPT participa de campanha como Embaixadora da Vacinação

Nesta segunda-feira (04/09), a presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Margareth Dalcolmo, participou de campanha, no Espírito Santo, como Embaixadora da Vacinação.

Na ocasião, foram enfatizadas a importância da imunização, bem como as prioridades de vacinação para idosos e crianças.

Também estiveram no evento, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde, Ethel Maciel; o secretário de Saúde do Espírito Santo, Miguel Duarte Neto; o Deputado Gilson Daniel; o superintendente do Ministério da Saúde, Luiz Carlos Reblin; e a secretária de Saúde da Serra, Fernanda Coimbra.

 

Inscrições abertas para a quarta turma do Curso de Técnico em Espirometria da SBPT

Nesta segunda-feira (04/09), a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) abriu 35 vagas para a quarta turma do Curso de Técnico em Espirometria, em 2023. As inscrições podem ser realizadas neste link até o dia 25 de setembro ou até que todas as vagas sejam preenchidas.

Voltado para auxiliares de médicos pneumologistas, que sejam maiores de idade e que tenham concluído o ensino médio, o curso será realizado em duas etapas: teórica on-line e prática presencial. 

Cabe destacar que o aluno só poderá participar das aulas práticas presenciais, se  aprovado na avaliação on-line, após conclusão das aulas teóricas.

A etapa prática será realizada no dia 28 de outubro, no Centro de Treinamento da SBPT, em Brasília, no seguinte endereço: SCS, Quadra 1, Bloco K, Sala 203, Edifício Denasa.

Se aprovado na etapa teórica e prática, o candidato poderá requerer certificado de Técnico em Espirometria em até seis meses após o curso, por meio do envio de documentos comprobatórios para a SBPT.

Para isso, além das notas suficientes na avaliação da etapa teórica online e na prova final do curso prático presencial, o candidato precisará comprovar 180 horas/exames realizados (com declaração assinada por um médico pneumologista sócio) e, no mínimo, 60 exames de espirometria realizados.

Para saber mais, acesse o EAD SBPT.

Imunização é tema de nova comissão científica da SBPT

Com o objetivo de promover a educação e a conscientização da comunidade médica e da população sobre a importância da imunização em doenças respiratórias, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) criou uma comissão científica para tratar de ações referentes ao tema.

A vacinação é uma das medidas mais eficazes para prevenir essas doenças, uma vez que estimula o sistema imunológico a produzir defesas contra os patógenos, reduzindo o risco de infecção, doença e morte. Diante das dificuldades enfrentadas durante o pandemia da Covid-19, ações como esta se tornam cada vez mais necessárias.

Coordenada pelo Dr. Clystenes Silva, a comissão de imunização é composta pelos seguintes membros: Dra. Margareth Dalcolmo; Dr. José Tadeu Monteiro; Dra. Rosimeire da Silva; Dr. André Costa; e o Dr. Luiz Vicente Filho.

Dentre as atividades a serem desenvolvidas pela Comissão, cabe destacar o desenvolvimento de materiais educativos – como cartilhas, vídeos e infográficos – sobre a vacinação em doenças respiratórias; a realização de eventos e campanhas de conscientização, como o Dia Mundial da Imunização; e visibilizar o tema de imunização, por meio de uma maior inserção em cursos e congressos.

A SBPT acredita que a educação e a conscientização são essenciais para aumentar a cobertura vacinal em doenças respiratórias. Por isso, a comissão trabalhará continuamente para disseminar informações sobre a importância da vacinação.

SBPT participa de evento do INCA em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Fumo

Na terça-feira (29/08), Dia Nacional de Combate ao Fumo, especialistas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e do Ministério da Saúde discutiram estratégias da indústria do tabaco para atrair crianças, adolescentes e jovens e tornar a população dependente da nicotina. 

Com o objetivo de conhecer e alinhar estratégias contra o tabagismo, o INCA realiza anualmente este debate no dia 29 de agosto, cujo tema é escolhido conjuntamente com as secretarias estaduais e municipais de saúde e de educação, dos 26 estados e do Distrito Federal, e com outros setores do Ministério da Saúde e do Governo Federal que integram a Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco (CQCT/OMS). 

Em razão do crescimento do consumo do cigarro eletrônico em todo o país, o tema escolhido para 2023 foi “Sabores e aromas em produtos derivados de tabaco: uma estratégia para tornar a população dependente de nicotina”. O objetivo é alertar a população sobre como o consumo desses produtos representa um risco por aumentar a experimentação entre crianças, adolescentes e jovens; ser mais um fator agravante na manutenção da dependência; e causar ainda mais prejuízos ao organismo de quem os consome.

Diante disso, o evento abordou duas das principais estratégias da indústria para chamar a atenção deste público e incentivar a iniciação do consumo de produtos de tabaco: o uso de sabores e aromas e os baixos preços destes produtos, especialmente do cigarro.

A primeira apresentação do evento foi realizada pela chefe da Divisão de Programas de Controle do Tabagismo e outros Fatores de Risco de Câncer, do Ministério da Saúde, Maria José Giongo, que destacou a importância de políticas de prevenção, tratamento da dependência e educação pública para informar sobre os riscos associados ao tabaco. “Ações como estas, visam proteger as gerações presentes e futuras das devastadoras consequências sanitárias, sociais, ambientais e econômicas geradas pelo consumo e exposição à fumaça do tabaco”, afirmou Giongo.

Em seguida, a coordenadora de Prevenção e Vigilância do INCA, Márcia Sarpa, alertou que o tabagismo é um grave problema de saúde pública, reconhecida como uma doença epidêmica que causa dependência física, psicológica e comportamental. “A maior parte dos fumantes se torna dependente da nicotina ainda na adolescência, razão pela qual o tabagismo pode ser considerado como uma doença pediátrica”, explicou.

Segundo Sarpa, a epidemia global do tabaco mata 8 milhões de pessoas por ano, sendo 1,3 milhão de pessoas não fumantes que morrem devido ao tabagismo passivo, à fumaça do tabaco nos ambientes. “O tabagismo é a principal causa de morte evitável em todo mundo. Sendo responsável por mortes de doenças crônicas não transmissíveis e diversos tipos de câncer como câncer de pulmão, de boca, laringe, faringe, esôfago, entre outros”, pontuou.  

Em sua apresentação, o coordenador da Comissão Científica de Tabagismo da SBPT, Paulo Corrêa, traçou um histórico, baseado em estudos e documentos secretos da indústria do tabaco, de algumas ações e narrativas construídas para manter e atrair usuários. Saborizar o tabaco, por exemplo, não é uma estratégia tão nova assim. “Documentos secretos da indústria do tabaco mostram que já nos anos 20, as indústrias de tabaco já adicionavam mentol nos cigarros, para diminuir a aspereza da fumaça e para o tornarem mais atraentes, mais toleráveis, para os usuários”, afirmou.

Corrêa explicou ainda que os aditivos são os ingredientes adicionados a produtos de tabaco que servem para modificar o sabor, regular a combustão, umedecer, preservar ou agir como solventes para outros aditivos. “E esses sabores não são só sabores, mas substâncias químicas que promovem sabor”, alertou. “Eles incluem mentol, açúcares e aditivos de gosto (alcaçuz, chocolate, cacau e baunilha), bem como aditivos para ajudar a dobrar e embrulhar o tabaco no papel de cigarro; e até mesmo para aumentar a flexibilidade dos filtros de acetato de celulose; entre outros”, destacou.

Outra estratégia usada pela indústria do tabaco, destacada por Corrêa, é a narrativa de que os cigarros de palha, o tabaco vendido separadamente para o usuário enrolar o próprio cigarro, por exemplo, são naturais e por isso menos nocivos. “No entanto, eles têm mais aditivos que o cigarro industrializado”, alertou.

Uma retórica muito parecida para amenizar os males do tabagismo, é utilizada pela indústria para induzir o uso do cigarro eletrônico: a de que o dispositivo não faz tanto mal assim e ainda pode auxiliar as pessoas que desejam parar de fumar cigarros tradicionais. 

Durante o evento, O INCA também divulgou o estudo inédito “The cigarette market in Brazil: new evidence on illicit practices from the 2019 National Health Survey“, apresentado pelo pesquisador da Divisão de Pesquisa Populacional do INCA, André Szklo. Produzido em parceria com a Universidade de Illinois, em Chicago, nos Estados Unidos, o estudo foi publicado na Tobacco Control, uma das principais revistas sobre controle do tabaco no mundo. 

“O Brasil tem sido líder mundial no combate à epidemia do tabaco. Apesar disso, os últimos resultados não são animadores. Esse estudo pode apoiar as discussões atuais da reforma tributária no sentido de reforçar a necessidade de o País ter um imposto seletivo para os produtos derivados do tabaco”, destaca o autor do artigo, André Szklo. 

Segundo o estudo, cerca de 40% dos cigarros consumidos no território nacional ainda pertencem a marcas que entram ilegalmente no Brasil. Desde 2016, observa-se queda na proporção de consumo desses produtos nos estados brasileiros, mas o percentual ainda é elevado. Além disso, mais de 25% das marcas ilegais que circulam no País são vendidas a um valor igual, ou levemente superior, ao preço mínimo estabelecido em lei, para os cigarros legalizados com valor estagnado, em 5 reais o maço, desde 2016. O preço médio do cigarro adquirido pelos fumantes brasileiros é de R$5,68. Nos estados que fazem fronteira com o Paraguai, por exemplo, o valor é de R$4,96. 

“Por isso, o Brasil deve promover aumentos regulares acima da inflação nas alíquotas que incidem sobre o imposto sobre cigarros e no preço mínimo para atingir os objetivos de saúde e de política fiscal. Além disso, é necessário garantir também a implementação do Protocolo para Eliminar o Comércio Ilícito de Produtos de Tabaco, já ratificado pelo Estado Brasileiro”, concluiu Szklo. 

 

Para assistir o debate, clique aqui.

 

SBPT participa de audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir o Programa Nacional de Controle do Tabagismo

Nesta quarta-feira (30/08), a presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Dra. Margareth Dalcolmo, participou de audiência pública, na Câmara dos Deputados, para discutir o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT). 

Motivada pelo Dia Nacional de Combate ao Fumo, que acontece todo 29 de agosto – a audiência reuniu especialistas, autoridades governamentais e membros da sociedade civil para compreender o cenário brasileiro e discutir estratégias abrangentes para combater o tabagismo e promover a saúde pública no país.

Na abertura, o deputado Dr. Zacharias Calil (União-GO), que propôs o debate, destacou a necessidade do engajamento de todos os setores da sociedade na luta contra o tabagismo. “É necessário que os governos e instituições de saúde, organizações não governamentais e a população em geral se unam em prol de um objetivo comum: que é a promoção da saúde e o combate ao tabagismo”, afirmou o parlamentar.

Em seguida, a Chefe da Divisão de Programas de Controle do Tabagismo e outros Fatores de Risco de Câncer, do Ministério da Saúde, Maria José Giongo, apresentou o PNCT e enriqueceu o debate com  dados e análises sobre os efeitos devastadores do tabagismo na saúde pública, enfatizando a importância de políticas de prevenção, tratamento da dependência e educação pública para informar sobre os riscos associados ao tabaco.

Segundo Giongo, mais de vinte milhões de pessoas no Brasil fazem uso de produtos derivados do tabaco. “Além de ser a porta de entrada para outras drogas, é a segunda droga mais consumida entre os jovens. O tabagismo é ainda fator de risco para doenças cardíacas, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), dentre outras. Assim, mata cerca de 443 pessoas por dia”, advertiu.

No fim, a balança pesa para o Sistema Único de Saúde, uma vez que os custos e os danos produzidos pelo cigarro ultrapassam 125 bilhões. “Hoje, o que arrecadamos com impostos do tabaco só cobre 10% das perdas do país em razão do tabagismo”, apontou.

Diante dos dados apresentados, a presidente da SBPT, Dra. Margareth Dalcolmo, destacou a necessidade de se considerar uma linha de cuidado na integralidade, com a incorporação de novos medicamentos para cessar o tabagismo, o amplo diagnóstico para DPOC e a luta contra o cigarro eletrônico. 

Além disso, alertou sobre os perigos da nova estratégia da indústria do tabaco: os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs). “A SBPT tem tido um papel fundamental nesse sentido, por meio da nossa Comissão de Tabagismo que é super atuante e tem participado da Conicq (Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco) o tempo todo”, destacou a presidente da SBPT.

A pneumologista lembrou ainda que embora a venda dos cigarros eletrônicos seja proibida, é possível comprar o produto em qualquer lugar. “E, com isso, temos atendido cada vez mais adolescentes de 12 ou 13 anos com danos nos pulmões similares aos observados em um idoso de 80 anos, fumante de cigarros há muito tempo”, enfatizou.

Apesar de ter havido uma redução de 35% para 9,1% no número de fumantes no país, Margareth Dalcolmo defende que “essa permissividade da venda dos cigarros eletrônicos, sem a menor fiscalização, contribui para criar e alimentar de maneira perversa as novas legiões de dependentes de nicotina, que vão apresentar DPOC em idade muito mais tenra do que aquela que estamos habituados a tratar”, apontou.

Também participaram da audiência pública, a Coordenadora Estadual do Programa Nacional de Controle do Tabagismo de São Paulo e membro da Associação de Crônicos do Dia a Dia (CDD), Sandra Marques; a Diretora-Geral da ONG Aliança de Controle do Tabagismo (ACT Promoção da Saúde), Mônica Andreis; o Oficial Nacional de Controle de Tabaco e Impostos Saudáveis, da Coordenação de Determinantes da Saúde, Doenças Crônicas não Transmissíveis e Saúde Mental (OPAS/OMS) no Brasil, Diogo Alves; a Coordenadora de Determinantes da Saúde, Doenças Crônicas não Transmissíveis e Saúde Mental da OPAS/OMS, Elisa Pietro; e o Diretor-Executivo da Associação de Crônicos do dia-a-dia e Fundador da ONG Amigos Múltiplos pela Esclerose, Gustavo San Martin.

Ao final do evento, o deputado Zacharias Calil agradeceu a participação de todos os presentes e enfatizou a importância de considerar todas as perspectivas na elaboração de políticas que afetam a saúde e o bem-estar da população.  “São grandes os desafios para criação de políticas públicas capazes de reduzir esses números. No entanto, acredito que por meio de ações conjuntas e políticas públicas efetivas poderemos reduzir significativamente o consumo de tabaco e seus impactos negativos na saúde da nação”, arrematou.

Em nota, a Academia Nacional de Medicina manifestou apoio à iniciativa da SBPT de apresentar ao Ministério da Saúde, com a anuência de estados e municípios, através de suas representações no CONASS e CONASEMS, a proposta mais lógica de propiciar o acesso a diagnósticos, na rede básica, para doenças de alta prevalência no país, como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), e prover os medicamentos de uso contínuo, através das farmácias populares.

A SBPT segue empenhada na luta contra o tabagismo, articulando em todas as instâncias e ocupando todos os espaços possíveis para alertar sobre os perigos da liberação do comércio de cigarro eletrônico no país e, também, garantir o fornecimento de medicamentos para o tratamento do tabagismo pelo SUS.

Fapesp divulga oportunidade de pós doutorado em Pneumologia

Esta é uma oportunidade única de se juntar a um projeto inovador na renomada Disciplina de Pneumologia da Faculdade de Medicina da USP, em parceria com o Hospital das Clínicas (HCFMUSP), para investigar os efeitos tardios da COVID-19 em uma coorte de pacientes sobreviventes.

Neste projeto multidisciplinar, serão avaliados os efeitos físicos, psicológicos e cognitivos em pacientes que sobreviveram à internação por COVID-19 em Hospital Universitário Terciário. Com a análise de 66 indivíduos, divididos entre voluntários saudáveis e pacientes com COVID longa, a abordagem focará em uma avaliação abrangente desses efeitos, em faixas etárias distintas (18-40 anos, 41-60 anos, >60 anos).

A vaga está aberta a brasileiros e estrangeiros. Os candidatos devem ter título de doutor há menos de 7 anos e experiência em medidas funcionais de músculos respiratórios, uma vez que o projeto irá incorporar três novas técnicas de avaliação dos músculos respiratórios: strain diafragmático; Doppler tecidual diafragmático; e pressão de boca pós-estímulo magnético do frênico. 

O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 9.047,40 mensais. Além disso, será disponibilizada uma reserva técnica equivalente a 10% do valor anual da bolsa, para auxiliar em despesas imprevistas relacionadas à atividade de pesquisa.

As inscrições podem ser realizadas até 15/09/2023.

Para mais informações e instruções de candidatura, clique aqui.

CFM se manifesta sobre pedidos de cópias de prontuários médicos 

Diante do elevado número de solicitações de cópias de prontuários médicos, por parte de delegacias de polícia, Defensoria Pública e Ministério Público, o Conselho Federal de Medicina (CFM) se manifestou sobre a legitimidade da requisição e a liberação desses pedidos, por parte das instituições hospitalares. 

Em despacho, o CFM defende que, nos termos do Art. 89 do Código de Ética Médica (Resolução CFM no 2.217/2018), prontuários médicos só podem ser compartilhados com a devida autorização judicial, ou do próprio particular interessado. 

Clique aqui e leia o despacho na íntegra.

Academia Nacional de Medicina apoia iniciativa da SBPT sobre o acesso a medicamentos para asma e DPOC

Na sexta-feira (25/08), a Academia Nacional de Medicina compartilhou nota de apoio à iniciativa da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) de apresentar ao Ministério da Saúde, com a anuência de estados e municípios, através de suas representações no CONASS e CONASEMS, a proposta mais lógica de propiciar o acesso a diagnósticos, na rede básica, para doenças de alta prevalência no país, como asma e  doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), e prover os medicamentos de uso contínuo, através das farmácias populares.

A instituição reconhece que há na população brasileira cerca de 20 milhões de asmáticos, entre crianças e adolescentes (12%) e adultos (5%), com mortalidade de 2.500 pessoas a cada ano, ou 5 a 7 por dia e que, a esses, se somam 7 milhões de portadores de DPOC de padrão enfisematoso na maioria das vezes causado pelo vício de fumar. 

Além dos inúmeros estudos que embasam a necessidade de se diagnosticar precocemente essas doenças e, assim, propiciar o tratamento adequado, há todo um processo para que as medicações sejam incorporadas ao SUS, pela aprovação da CONITEC.

Estudo recente sobre um período de cinco anos no Brasil, desenvolvido pelo sistema FIRJAN/SESI, revela dados que exigem medidas de saúde pública pragmáticas. Apenas 12% dos casos desse conjunto de doenças são diagnosticados e menos de 20% seguem com o tratamento prescrito, por diferentes razões, e as principais são o retardo diagnóstico e a dificuldade de acesso a medicamentos eficazes. Estes, se usados corretamente, teriam imenso impacto sobre a morbidade, absenteísmo ao trabalho e hospitalizações. 

De 2017 a 2022, mais de 510 mil pessoas foram hospitalizadas por DPOC, gerando um gasto superior a 500 milhões de reais no período, e uma morte a cada 11 internados. O custo na seguridade social agrava a situação visto que se calcula em mais de 4 bilhões de reais o gasto com afastamentos motivados por DPOC, com 20 mil brasileiros recebendo benefícios previdenciários por essas doenças, representando 9% de taxa de absenteísmo estimada. 

 

Clique aqui para acessar a nota

SBPT participa do Pneumoceará 2023

Na última sexta-feira (25/08), o coordenador da Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Dr. José Tadeu Colares, representou a sociedade na abertura do Pneumoceará 2023, com a palestra Pneumonia Adquirida na Comunidade.

Palestra do Dr. José Tadeu Colares.

O evento aconteceu na universidade Unichristus, em Fortaleza, e reuniu mais de 300 inscritos e 61 profissionais da saúde, entre palestrantes e moderadores, compostos por pneumologistas, pneumopediatras, cirurgiões torácicos, radiologistas, oncologistas, infectologistas, patologistas, radioterapeutas, fisioterapeutas, enfermeiros e terapeutas ocupacionais, além de estudantes de graduação de 4 ligas acadêmicas de pneumologia.

Além das palestras, o evento contou com a apresentação de 76 trabalhos em formato de e-pôsteres sobre os mais variados temas da especialidade.

A SBPT também participou com um estande no congresso.

Estande da SBPT no congresso.

 

Para mais informações sobre o evento, acesse: https://pneumoceara.com.br/ 

 

 

 

SBPT defende tributação adicional para tabaco, álcool, agrotóxicos e alimentos ultraprocessados em audiência pública no Senado

Representantes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e de diversos movimentos sociais participaram, nesta quarta-feira (23/08), de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, no Senado, para advogar em favor da tributação de tabaco, álcool, agrotóxicos e alimentos ultraprocessados.

Advocacy sobre a reforma tributária no gabinete do Senador Flávio Arns.

Em julho, a Câmara dos Deputados aprovou o texto da reforma tributária (PEC 45/2019) que traz uma tributação adicional com um imposto seletivo para itens classificados como prejudiciais à saúde. Como a lista pode ser revista pelo Senado e, depois, ainda será preciso regulamentar a reforma por meio de uma lei, a comitiva aproveitou o momento para visitar parlamentares e advogar em favor da causa.

“Vivemos o congelamento do preço mínimo dos cigarros no país desde 01/05/2016. E, como as políticas de preços e impostos são fundamentais para desencorajar o consumo, temos uma enorme oportunidade com a reforma tributária para se criar impostos sobre produtos que fazem mal para as pessoas e para o meio ambiente”, destacou o Dr. Paulo Corrêa, coordenador da Comissão de Tabagismo da SBPT.

Além de poder contribuir para diminuição do consumo, o aumento dos impostos também deverá contribuir para minimizar o déficit com os gastos do SUS referente ao tratamento de doenças ocasionadas pelo uso desses produtos. “A dependência química da nicotina só pode ser combatida com um conjunto de ações econômicas, políticas e sociais”, lembrou Corrêa. 

Segundo pesquisa Datafolha, encomendada pela ACT Promoção da Saúde, 94%dos brasileiros apoiam o aumento de impostos para produtos nocivos à saúde, como cigarros, bebidas alcoólicas e alimentos ultraprocessados, e ao meio ambiente, tema recorrente nas discussões em torno da reforma tributária. 

A maioria da população (57%) também é contrária aos incentivos fiscais a setores que produzem esses produtos. A pesquisa mostra ainda que 73% dos entrevistados é favorável que o valor arrecadado seja designado para o SUS.

Além disso, um importante estudo mostrou que a indústria do tabaco traz prejuízos para a economia brasileira: a arrecadação de impostos seria de R$12,23 bilhões, enquanto os custos diretos e indiretos são da ordem de R$125,15 bilhões. Ou seja, “o valor arrecadado com os impostos que incidem sobre o tabaco representa somente 10% das perdas do país devido ao tabagismo”, enfatizou o coordenador da Comissão de Tabagismo da SBPT.  

Promovendo a saúde na reforma tributária

Representantes da SBPT e outros movimentos sociais no Congresso Nacional.

A reforma tributária sobre consumo visa, primordialmente, à unificação e consequente simplificação do sistema de impostos. Ela também define alíquotas distintas para vários setores. E é aqui que entram as reivindicações da comunidade em defesa da promoção da saúde, pois é possível favorecer aquilo que faz bem à saúde e desestimular o que é nocivo.

Nesse sentido, a SBPT, ACTbr e outras organizações defendem, resumidamente, os seguintes pontos no Senado:

1) Manutenção do imposto seletivo, que é um imposto extra sobre produtos nocivos à saúde e ao meio ambiente, tal qual foi aprovado na Câmara dos Deputados (posteriormente esse imposto deveria incidir sobre tabaco, bebidas alcoólicas e alimentos ultraprocessados).

2) Manutenção da Cesta Básica Nacional de Alimentos com alíquota zero criada pela Câmara dos Deputados.

3) Garantir que somente alimentos essenciais à saúde humana tenham alíquota reduzida em 60% (ultraprocessados não podem estar nesse rol).

4) Vedação de subsídios para os produtos nocivos à saúde e ao meio ambiente que serão alvo do imposto seletivo. 

5) Vinculação dos recursos arrecadados com o imposto seletivo para o SUS.

 

Fonte:

Instituto de Efetividade Clínica e Sanitária. A importância de aumentar os impostos do tabaco no Brasil. Palacios A et al., 2020. www.iecs.org.ar/tabaco 

https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/orientacao-tributaria/regimes-e-controles-especiais/cigarros-preco-minimo 

https://actbr.org.br/sobre-a-act-promocao-da-saude 

https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2023/08/94-dos-brasileiros-apoiam-aumento-de-impostos-para-produtos-nocivos-a-saude-diz-datafolha.shtml