Fechar

Busca no site:

Ministério da Saúde abre Consulta Pública sobre a atualização do Protocolo Clínico de DPOC no SUS

A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) convida seus associados e toda a comunidade médica e científica para participarem da Consulta Pública SECTICS/MS nº 35/2025, aberta pelo Ministério da Saúde, que trata da proposta de atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

A consulta foi publicada hoje (29/05) no Diário Oficial da União, e está sendo conduzida pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico- Industrial da Saúde (SECTICS/MS), com base na recomendação do Comitê de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).

A SBPT reforça a importância da contribuição ativa da sociedade civil, especialmente dos profissionais de saúde que atuam no cuidado a pacientes com DPOC. A atualização do PCDT pode representar avanços significativos no diagnóstico, tratamento e manejo da doença, além de ampliar o acesso a terapias mais eficazes no SUS.

Sua participação qualificada pode ajudar a garantir que as decisões sobre políticas públicas de saúde estejam baseadas nas melhores evidências científicas e nas necessidades reais da população brasileira.

Diante do exposto, destacamos que as contribuições devem ser enviadas no prazo de 20 dias, contados a partir do primeiro dia útil após a publicação da consulta pública, ou seja, até 18 de junho de 2025.

Para consultar a proposta completa e enviar sua manifestação, acesse o site oficial da Conitec:
https://www.gov.br/participamaisbrasil/consulta-publica-conitec-sectics-n-35-2025-pcdt-dpoc

Publicação no Diário Oficial da União:
http://www.in.gov.br/web/dou/-/consulta-publica-sectics/ms-n-35-de-27-de-maio-de-2025-632526093

A SBPT acompanhará atentamente o processo de avaliação e reforça seu compromisso com o aprimoramento contínuo do cuidado à saúde respiratória no Brasil.

Em Brasília, SBPT participa de eventos alusivos ao Dia Mundial sem Tabaco

Nesta quarta-feira (28/05) a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) participou de importantes eventos alusivos ao Dia Mundial sem Tabaco 2025, em Brasília.

O presidente da SBPT, Dr. Ricardo de Amorim Corrêa, e a coordenadora da Comissão de Tabagismo, Dra. Maria Enedina Scuarcialupi, começaram o dia na Sessão Solene em Homenagem ao Dia Mundial sem Tabaco, realizada no Plenário Ulysses Guimarães da Câmara dos Deputados. Convocada pelas deputadas Flávia Morais (PDT-GO) e Gisela Simona (União-MT), a solenidade teve como objetivo fortalecer o compromisso do parlamento contra o tabagismo.

Durante o evento, a deputada Flávia Morais destacou os desafios enfrentados para aprovar projetos que restrinjam a publicidade e o uso do tabaco.

“Enfrentamos debates intensos na Comissão de Indústria, onde nosso projeto já havia sido rejeitado, e mesmo assim conseguimos reverter a decisão. Enfrentamos argumentos de que a proibição geraria desemprego nas comunidades produtoras de fumo, e respondemos que é possível fazer uma transição da produção, como já fazemos com soja, leite e outros alimentos”.

Ela enfatizou ainda que “o Brasil é referência mundial no combate ao fumo e não podemos retroceder”, citando iniciativas em andamento como a proibição da exibição de cigarros na TV aberta e o ‘Agosto Branco’ para conscientização sobre o câncer de pulmão.

Em complemento, a deputada Gisela Simona chamou atenção para o avanço dos cigarros eletrônicos entre os jovens. “Esses dispositivos seduzem pela falsa sensação de bem-estar, mascarada por sabores e ausência de odor, mas seus malefícios podem ser ainda maiores que os cigarros tradicionais”, apontou.

Ela afirmou que apresentou o PL 4838/2023 para criminalizar a comercialização, importação e propaganda desses produtos, reforçando que “o que se ganha com oferta de emprego e cobrança de imposto não compensa o dano à saúde pública”.

O presidente da SBPT, Dr. Ricardo Corrêa, alertou para a ameaça que esses novos dispositivos representam.

“O tabagismo é a principal causa de morte evitável no país, com mais de 400 mortes por dia. Reduzimos o índice de fumantes, mas essa conquista está sob risco com os cigarros eletrônicos, que atraem os jovens com uma falsa ideia de segurança”.

Ele reforçou que “não existe forma segura de fumar” e lembrou que países como Bélgica, Reino Unido (em 2025), Austrália (em 2024) e Índia, que haviam regulamentado o uso dos vapes, estão reavaliando suas políticas, reconhecendo os graves danos causados por esses dispositivos, além de sua ineficácia como método de cessação do tabagismo.

A Dra. Enedina Scuarcialupi também reforçou os riscos desses produtos e o impacto sobre os avanços obtidos. “Desde a Lei 9.294/96, o tabagismo caiu significativamente, mas os dispositivos eletrônicos ameaçam esse progresso, principalmente porque atraem os jovens com falsos apelos”.

A pneumologia ressaltou ainda que o tabaco ainda causa “mais de 160 mil mortes anuais e cerca de 50 doenças associadas” e defendeu que os ganhos econômicos jamais devem se sobrepor à vida e à saúde da população. “Essa conta não fecha!”.

A solenidade foi marcada também pelo depoimento emocionante da jornalista Silvia Poppovic, que compartilhou sua experiência como ex-fumante. “Quando comecei a fumar, aos 15 anos, parecia um gesto de liberdade — um empoderamento falso vendido pela indústria do tabaco. Mas o cigarro acabou se tornando uma prisão, e parar foi um dos maiores desafios da minha vida.”

Ela relatou os impactos pessoais do vício, especialmente “a vergonha do cheiro, dos dentes amarelados” e revelou que foi a vaidade que a impulsionou a abandonar o cigarro. “As campanhas precisam tocar o lado emocional e pessoal de quem fuma, para que mais pessoas consigam se libertar”, concluiu.

Após a cerimônia, foi inaugurado o Painel sobre Tabagismo no Espaço Rubens Paiva da Câmara dos Deputados, ocasião em que o Dr. Ricardo Corrêa aproveitou para defender a ampliação do acesso à espirometria e a qualificação dos técnicos na Atenção Primária, além de pleitear a inclusão da EVALI — lesão pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico — na lista de doenças de notificação compulsória, reforçando que “só com dados reais poderemos mensurar o impacto e implementar políticas eficazes”.

Simultaneamente, a Dra. Enedina representou a SBPT no evento da OPAS/OMS e do INCA, com presença do Ministro da Saúde Alexandre Padilha, onde foram destacadas estratégias de controle do tabagismo e entregue o Prêmio Dia Mundial sem Tabaco 2025.

A SBPT mantém seu compromisso na articulação com parlamentares, autoridades sanitárias e a sociedade civil, ampliando a proteção da saúde respiratória e combatendo as novas ameaças da indústria do tabaco.

SBPT marca presença expressiva no ATS 2025, em São Francisco

A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) teve presença destacada no congresso da American Thoracic Society (ATS) 2025, realizado em São Francisco, nos Estados Unidos. A delegação brasileira contribuiu com uma agenda ampla que incluiu apresentações científicas, ações institucionais estratégicas, participação em debates internacionais e envolvimento direto em iniciativas de formação de jovens pneumologistas.

Ao todo, 103 brasileiros participaram do ATS 2025, com 47 trabalhos científicos aprovados para apresentação no congresso, evidenciando a qualidade e relevância da pesquisa brasileira no cenário internacional, bem como o crescente engajamento da comunidade pneumológica nacional nos principais eventos científicos globais.

Um dos pontos altos foi a presença brasileira no ATS Bootcamp 2025, com protagonismo de residentes e líderes da SBPT.

Três residentes brasileiros – Júlia Zylberberg, Vitor Cunha e Bárbara Souza – foram selecionados para participar do Bootcamp da ATS, um curso intensivo destinado a médicos em início de residência nos Estados Unidos e em países parceiros. A delegação também contou com a presença da Dra. Flávia Fonseca, secretária-geral da SBPT, reforçando a conexão institucional com a ATS.

“Nós tivemos 32 inscritos para a seleção da SBPT ao Bootcamp. E eles três foram os selecionados para representar o Brasil no ATS Bootcamp 2025″, relatou a Dra. Flávia, que acompanhou de perto o desenvolvimento da equipe.

Segundo Júlia, residente do Instituto de Doenças do Tórax da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IDT/UFRJ), o processo seletivo da SBPT contou com formulários e entrevistas. “Mas o que contou bastante foi o nosso engajamento com as atividades da sociedade no ano passado e a fluência em inglês. O quanto a gente participou das atividades da sociedade foi muito valorizado”, explicou.

Já Vitor, residente do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo – IAMSPE, detalhou como foi a experiência no curso. “O curso dura dois dias, é um curso hands-on com mais de 100 residentes. Tivemos contato com os principais procedimentos e com casos clínicos. É algo bem parecido com o SBPT Acolhe, então vimos que não estamos devendo nada para o pessoal da ATS”, compartilhou orgulhoso.

Por fim, Bárbara, residente de pneumologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), destacou sua gratidão à sociedade pela oportunidade e destacou a participação brasileira no Bootcamp. “Foi uma experiência incrível, uma oportunidade maravilhosa. Agradeço à SBPT pela honra. Dos dez residentes internacionais presentes no Bootcamp, três eram do Brasil!”, enalteceu.

Além da participação como alunos, os residentes agora integram oficialmente a Comissão de Jovens Pneumologistas da SBPT, uma iniciativa vinculada ao programa SBPT Acolhe. “Agora temos como missão levar tudo isso para os outros residentes, incentivando a participação nos eventos da SBPT bem como auxiliar nas próximas edições do Acolhe”, concluiu Bárbara.

Na mesma linha, a Dra. Flávia Fonseca, que foi a primeira a participar do Bootcamp da ATS, também destacou o papel do Brasil na troca internacional de experiências educacionais. “Tivemos um momento especial para educadores de vários países, discutindo como promover esse tipo de formação. E o mais interessante foi perceber que aquilo que já fazemos no Brasil foi muito bem recebido por todos”, compartilhou.

Para o presidente da SBPT, Dr. Ricardo de Amorim Corrêa, toda essa mobilização reflete o compromisso da entidade com o futuro da pneumologia no Brasil. “Estamos investindo na próxima geração de pneumologistas — aqueles que vão cuidar de nós, dos pacientes e da própria SBPT”, afirmou com entusiasmo.

Ele também fez um convite direto aos residentes que desejam trilhar esse caminho: “Se você está no primeiro ano de residência, no ano que vem estará no segundo. Candidate-se ao Bootcamp! Acredite: você também tem chance de representar o Brasil”, arrematou.

Conexões institucionais reforçadas

Durante toda a programação, os representantes do Brasil participaram da cerimônia de abertura, do Women’s Leaders Forum, de sessões do ATS Global Health Symposium e da recepção presidencial da ATS — reforçando os laços institucionais e ampliando oportunidades para ações conjuntas.

A agenda da SBPT também envolveu reuniões estratégicas com entidades irmãs, como a ERS (European Respiratory Society) e a TSANZ (Thoracic Society of Australia and New Zealand).

Em uma das reuniões, o presidente da SBPT, Dr. Ricardo de Amorim Corrêa, a secretária-geral Dra. Flávia Fonseca, e o gerente executivo Erick Serra discutiram passos importantes para o desenvolvimento de projetos conjuntos e futuras parcerias internacionais com representantes da Sociedade Respiratória Europeia (ERS) Dra. Silke Ryan e Werner Bill (CEO da ERS) e com a Sociedade Torácica da Austrália e Nova Zelândia (TSANZ) Dra. Natasha Smallwood (presidente da TSANZ) e Vincent So (CEO da sociedade australiana).

A SBPT reafirmou seu protagonismo nas discussões sobre tabagismo, representando o Brasil na sessão internacional “Vaping: Respiratory Impacts and Public Health Challenges in the Americas”, em que a coordenadora da Comissão Científica de Tabagismo da SBPT, Dra. Maria Enedina Scuarcialupi, foi palestrante oficial.

Enedina também marcou presença no prestigiado Women’s Leaders Forum, ao lado da Dra. Flávia Fonseca e de referências internacionais como Meshell Johnson, Yolanda e Sonia Buist. O encontro promoveu discussões sobre liderança feminina na medicina, avanços em saúde pulmonar com perspectiva de gênero e os caminhos da mentoria na carreira científica.

“Foi uma honra representar e aprender com líderes tão inspiradoras no Women’s Forum deste ano. Juntas por mais equidade, ciência e impacto! Saio daqui renovada, inspirada e comprometida em continuar construindo pontes para as próximas gerações de mulheres na ciência. Gratidão a todas que inspiram, lideram e transformam!”, enfatizou.

A SBPT também ocupou lugar de destaque no International Participants Center (IPC), espaço dedicado à interação entre sociedades médicas de diferentes países. O estande brasileiro recebeu visitas importantes como a presidente da ATS, Dra. Irina Petrache, o presidente da Sociedade Filipina e o presidente da Sociedade Internacional de Medicina Respiratória e da Associação Médica Internacional do Metaverso, Dr. Chunxue Bai. Momentos que reforçam o diálogo sobre projetos colaborativos com outras sociedades no cenário global da pneumologia.

No dia 20 de maio, a SBPT finalizou sua atuação na ATS com o tradicional evento “SBPT Highlights ATS” em 2025 foi realizado com o apoio da Boehringer Ingelheim do Brasil. O encontro contou a participação dos Presidente da SBPT Dr Ricardo Corrêa, Dra Eliane Mancuzzo, Dra Karin Storrer e Dr Adalbero Rubin e promoveu reflexões sobre os conhecimentos adquiridos ao longo do congresso e reforçou o compromisso da entidade com a educação médica continuada.

Caso não tenha assistido, não perca tempo! Clique aqui, faça a sua pipoca e fique por dentro de todas as novidades compartilhadas no ATS 2025!

ATS 2025: Enedina Scuarcialupi representa o Brasil em debate internacional sobre o uso de vapes nas Américas

Durante o Congresso da American Thoracic Society (ATS) 2025, realizado em San Francisco, a coordenadora da Comissão Científica de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Dra. Maria Enedina Scuarcialupi representou o Brasil na 5ª edição do Challenges in the Americas, sessão especial criada e coordenada pelo professor e pneumopediatra Dr. Juan Carlos Celedón, ex-presidente da ATS. O evento reuniu especialistas das Américas para discutir os desafios regionais em saúde respiratória, com foco, neste ano, nas tendências do uso de dispositivos eletrônicos para fumar (vapes) e seus impactos na saúde pública.

Na palestra “The Brazilian perspective on vaping trends and its impact on respiratory health and public health measures”, Enedina trouxe dados sobre o uso do vape no Brasil, além de marcos regulatórios e ações institucionais de enfrentamento ao uso de vapes no país.

Sua exposição trouxe uma linha do tempo sobre o surgimento dos dispositivos eletrônicos para fumar, o reconhecimento internacional das doenças relacionadas ao uso desses produtos — como a EVALI— e os momentos decisivos da política sanitária brasileira, como a publicação da RDC 46/2009 da Anvisa, que proíbe a comercialização e propaganda desses dispositivos, e as reafirmações da manutenção dessa proibição em 2021 e 2024.

Foram apresentados também dados epidemiológicos nacionais extraídos das pesquisas VIGITEL e COVITEL, que apontam maior prevalência do uso de vapes entre pessoas do sexo feminino, residentes em capitais do Sudeste e Centro-Oeste, e com maior escolaridade.

A especialista enfatizou ainda as iniciativas de advocacy e educação realizadas no país, como campanhas em escolas e universidades, operações de fiscalização conduzidas pelo Procon e Anvisa em bares e restaurantes, além da atuação da Polícia Federal em apreensões. Mencionou, inclusive, o alerta recente de pesquisadores de Santa Catarina sobre a presença de anfetaminas em alguns dispositivos apreendidos.

Um dos pontos centrais da apresentação da Dra. Enedina foi a necessidade urgente de ampliar o conhecimento sobre as doenças associadas ao uso do vape no Brasil, com a criação de um sistema de registro que permita identificar e monitorar os casos, contribuindo para políticas públicas mais eficazes na área da saúde respiratória.

O painel também contou com a participação das especialistas Dra. Hasmeena Kathuria (CHEST) e Dra. Laura E. Crotty Alexander (ATS), que apresentaram o panorama dos Estados Unidos, além da Dra. Erika Dianne, do Canadá, e do Dr. Adrian Rendon, da ALAT (América Latina).

A sessão teve intensa participação do público, formado por médicos, pesquisadores e estudantes de diversos países, que interagiram com perguntas e reflexões. 

Como resultado do encontro, as sociedades presentes acordaram a elaboração de um documento conjunto, que reunirá as perspectivas dos países envolvidos sobre os desafios e estratégias para o enfrentamento do uso de vapes nas Américas.

Ao final, uma foto simbólica registrou a união entre ciência, educação e advocacy, refletindo o espírito colaborativo que marcou mais esta edição do Challenges in the Americas. A SBPT parabeniza a Dra. Enedina Scuarcialupi pela brilhante representação do Brasil e por contribuir ativamente com o debate internacional em defesa da saúde respiratória.

 

Novo estudo reforça impacto positivo de leis rigorosas contra o fumo em cidades brasileiras

Uma nova pesquisa publicada no Journal of Development Economics revela que políticas públicas rigorosas de proibição ao fumo podem reduzir significativamente a prevalência do tabagismo entre jovens adultos, ao mesmo tempo em que promovem expressiva economia nos custos com saúde, contribuem para a preservação da força de trabalho e reforçam a proteção da vida.

Conduzida pelas economistas Camila Steffens (ZEW Mannheim, Alemanha / Universidad Carlos III de Madrid, Espanha) e Paula Carvalho Pereda (Universidade de São Paulo – USP), a pesquisa analisou dados de várias cidades brasileiras ao longo de mais de uma década e concluiu que os efeitos mais expressivos são atribuídos à fiscalização efetiva das leis antitabaco.

De acordo com o estudo, a prevalência do tabagismo entre jovens e adultos (15 a 29 anos) caiu 18% nas cidades onde houve proibição abrangente do fumo, com efeito ainda mais pronunciado em locais onde a legislação foi fortemente aplicada e fiscalizada.

Tal redução resulta principalmente da cessação do tabagismo (60% do efeito total), com os 40% restantes atribuídos à prevenção da iniciação ao hábito de fumar. Ou seja, além de ajudar fumantes a parar, a proibição tem forte efeito desencorajador entre não fumantes, especialmente os mais jovens.

Além dos ganhos em saúde, as autoras estimam que essas políticas públicas resultaram em uma economia de US$ 87 milhões em custos com assistência médica nas cidades pesquisadas, o que reforça não apenas o alívio aos cofres públicos e a otimização dos recursos do sistema de saúde, mas também a eficácia das proibições abrangentes em países em desenvolvimento, como o Brasil, especialmente quando acompanhadas de fiscalização ativa, elemento central para a efetividade das políticas.

Para a Dra. Maria Enedina Scuarcialupi, coordenadora da Comissão de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), os achados são um sinal claro de que a combinação entre legislação firme e aplicação efetiva pode salvar vidas e proteger os cofres públicos. “Não basta ter boas leis no papel. É a aplicação consistente, no dia a dia, que garante os resultados. Temos casos bastante exitosos nesse sentido em João Pessoa”, afirma.

Esta é mais uma pesquisa que se soma ao corpo crescente de evidências de que políticas públicas consistentes, integradas e fiscalizadas são fundamentais para reduzir a carga do tabagismo — uma das principais causas evitáveis de morte no mundo.

Para ler o artigo na íntegra, clique aqui.

SBPT marca presença no evento da ASBAG no Senado Federal

Na última sexta-feira (16/05), o coordenador da Comissão de Asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Dr. Emílio Pizzichini, participou do evento “Panorama da Asma Grave”, promovido pela Associação Brasileira de Asma Grave (ASBAG), no Auditório Interlegis do Senado Federal, em Brasília (DF), com transmissão online.

Gratuito e aberto ao público, o encontro reuniu representantes de diversos setores com o objetivo de discutir os desafios e propor soluções para o enfrentamento da asma no Brasil.

A abertura foi marcada pelo depoimento comovente de Raissa Cipriano, mãe de uma criança com asma grave e diretora da ASBAG, que trouxe uma perspectiva humana e real sobre os obstáculos enfrentados por muitas famílias. Ela compartilhou a jornada de sua filha Geovana, diagnosticada com asma grave ainda na infância, enfrentando múltiplas internações e dificuldades no acesso a tratamentos adequados.

“Eu não preparei uma apresentação formal, mas quero falar como mãe, porque a asma grave não é só uma doença, é uma realidade que transforma vidas e famílias. Minha filha passou por hospitalizações constantes, crises que poderiam ter sido evitadas com diagnóstico precoce e tratamento adequado. A asma grave afeta profundamente a qualidade de vida, e só conseguimos controlar a doença com muita luta, conhecimento e suporte. Precisamos que políticas públicas garantam acesso a diagnóstico, tratamento especializado e medicamentos modernos, para que outras famílias não passem pelo mesmo sofrimento”, compartilhou.

Na sequência, o Dr. Emílio Pizzichini apresentou um panorama sobre a prevalência da asma no Brasil e no mundo, classificando-a como uma “epidemia moderna”, com estimativas globais de até 300 milhões de casos até 2050. No Brasil, os números podem ultrapassar 10 milhões de pessoas, sendo o subdiagnóstico um dos principais entraves. “Existe muita gente com asma que nem sabe que tem. Isso é um dos grandes desafios que precisamos enfrentar”, alertou.

O especialista também compartilhou dados de estudos realizados em Florianópolis com adolescentes, entre 2001 e 2012, que evidenciam aumento nos sintomas e no diagnóstico da asma — tendência que ele atribui ao maior reconhecimento da doença por profissionais de saúde e familiares: “Saímos da ideia de que a criança só tem bronquite para assumir que ela tem asma — e isso é um avanço no diagnóstico”, afirmou.

Sobre a asma grave, o Dr. Pizzichini destacou que cerca de 3% dos asmáticos brasileiros se enquadram nesse perfil, o que representa aproximadamente 300 mil pessoas. Contudo, menos de 8 mil recebem medicamentos biológicos, o que revela uma lacuna significativa no acesso ao tratamento adequado. “Quando falamos de asma grave, falamos de um comprometimento real da qualidade de vida, comparável ao de doenças como a DPOC grave ou a insuficiência cardíaca”, frisou.

Em seguida, o Dr. Marcelo Nunes Cardoso propôs uma experiência empática ao convidar o público a prender a respiração por alguns segundos, simulando a sensação de falta de ar vivida por pacientes com asma grave. “É isso que um paciente com asma grave sente, todos os dias. Precisamos olhar para esse sofrimento com empatia”, salientou e alertou para a ausência de protocolos clínicos, a baixa capacitação na Atenção Primária, a desigualdade no acesso ao tratamento e a falta de planejamento de longo prazo. 

Como exemplo de superação desses desafios, apresentou a experiência bem-sucedida do município de Itapetininga (SP), onde foi implantada uma linha de cuidado para a asma grave. “Capacitamos médicos e equipes da Atenção Primária, formamos agentes comunitários para o acompanhamento domiciliar dos pacientes e criamos fluxos assistenciais integrados, com participação ativa dos farmacêuticos na orientação sobre os medicamentos”, relatou.

Cardoso também compartilhou a estruturação de protocolos locais para uso de imunobiológicos, garantindo o armazenamento adequado e a aplicação segura dessas terapias. “Em dois anos e meio, não perdemos uma única dose — o que é impressionante, considerando a complexidade e o custo dessas medicações”, comemorou.

O município também participa do projeto nacional de telespirometria, desenvolvido pelo Ministério da Saúde em parceria com a UFMG, que possibilita a realização de espirometria em localidades sem pneumologistas. “Com treinamento local e laudos a distância, conseguimos ampliar o acesso com qualidade.”, explicou.

Outro destaque foi a criação de um centro de atendimento a pacientes com asma grave em um ambulatório estadual, fora do ambiente universitário. “Mostramos que é possível montar um serviço de excelência mesmo em contextos mais limitados, desde que haja organização e apoio da gestão”, concluiu.

Dando seguimento, a pneumologista Dra. Ângela Ronda complementou as discussões com uma análise das barreiras à incorporação de novas tecnologias no SUS. 

Ela relembrou o histórico da asma nos processos da CONITEC e do PCDT, destacando lacunas como a ausência, no primeiro protocolo (2013), de dispositivos em spray adaptados para crianças pequenas. “Isso mostra a importância de diálogo entre quem elabora os documentos e quem está na linha de frente da assistência”, destacou. E apontou entraves entre a recomendação e a efetiva implementação. “Tivemos uma incorporação de imunobiológico que demorou dois anos para chegar aos pacientes. Essa demora é uma barreira crítica.”, complementou.

Ela também alertou que a atualização do PCDT com os imunobiológicos recomendados em 2023 ainda não foi publicada, apesar do prazo legal de 180 dias. E enfatizou que a publicação oficial é apenas o início. “O acesso real exige estrutura adequada, capacitação das equipes e logística para a aplicação das medicações, especialmente na Atenção Primária”, explicou.

Para a Dra. Ângela, uma política nacional de asma, com diretrizes claras, recursos definidos e integração dos serviços, é urgente. “Hoje, muito do que fazemos é um trabalho de formiguinha. Precisamos de uma estratégia horizontal que leve essa estrutura e esse conhecimento a todos os territórios”, concluiu.

O encerramento do evento ficou a cargo do Dr. Rômulo Marques, diretor financeiro da Federação Brasileira das Associações de Doenças Raras (FebraRaras), que trouxe uma reflexão sobre o papel das Organizações da Sociedade Civil (OSCs). “O tempo é pulmão. Pulmão é função. E função é vida. Saio daqui com essa consciência reforçada”,declamou.

Ressaltando a importância vital da função pulmonar, ele lembrou passagens bíblicas para ilustrar o valor da respiração e destacou a importância do advocacy e da escuta ativa dos pacientes. “São as associações que esclarecem, mobilizam e representam demandas reais. Nosso conselho deliberativo é formado por pessoas que vivem essa realidade em seus estados”, lembrou.

Rômulo também compartilhou sua vivência pessoal como pai de um jovem com hemofilia. “Enquanto ele ajusta a vida dele, posso estar aqui. Mas muitos não têm essa condição. Precisam enfrentar a doença e se profissionalizar para defender seus próprios direitos. Lutam duas vezes”, refletiu.

Por fim, defendeu o fortalecimento do marco regulatório das OSCs (Lei 13.019/2014) como instrumento de avanço institucional. “São mecanismos como os termos de colaboração e os chamamentos públicos que reconhecem nosso papel. Mas a velocidade da política pública ainda precisa acompanhar a urgência dos pacientes”, arrematou.

 

SBPT participa de Ato Solene na Câmara dos Deputados pelo Dia Mundial da Asma

Na terça-feira (13/05), a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) participou do Ato Solene em alusão ao Dia Mundial da Asma, realizado no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). Proposto pelo deputado federal Dr. Zacharias Calil, o evento buscou ampliar a visibilidade dos desafios enfrentados por pacientes e profissionais da área, com ênfase nos casos graves da doença.

Na ocasião, o presidente da SBPT, Dr. Ricardo de Amorim Corrêa, destacou em sua apresentação as necessidades ainda não atendidas da asma grave na saúde pública brasileira. “A asma ainda é subdiagnosticada e subtratada no Brasil. Apesar dos avanços, muitos pacientes continuam enfrentando crises recorrentes e hospitalizações por falta de acesso adequado ao tratamento”, afirmou.

Corrêa também destacou a importância de fortalecer a atenção primária e a gestão municipal para reduzir internações desnecessárias, ampliar o acesso a medicamentos adequados e humanizar o atendimento. “Pacientes enfrentam longas jornadas para conseguir medicamentos simples. Propomos que a combinação de corticosteroide inalatório e broncodilatador de longa ação seja o tratamento base, desde os estágios iniciais, como recomendado pelas evidências internacionais. Essa abordagem reduz exacerbações e melhora o controle da doença”, sugeriu.

E chamou atenção para o uso indiscriminado de corticosteroides orais no país. “Apesar da exigência legal de prescrição, muitos pacientes ainda conseguem comprar corticosteroides sem receita, o que representa um risco grave à saúde pública. O uso inadequado pode causar perda de massa muscular, osteoporose, hipertensão e até infarto. É fundamental resgatar o rigor na exigência da receita médica para evitar essas complicações”, advertiu.

O presidente da SBPT apontou ainda a necessidade de revisar os formatos de apresentação dos medicamentos disponíveis no SUS, que muitas vezes não atendem à complexidade dos casos enfrentados na rede pública. Também falou sobre o acesso aos imunobiológicos, indicados para casos graves de asma. “Os protocolos estão bem estabelecidos no PCDT, mas a chegada desses medicamentos aos pacientes precisa ser agilizada. Eles representam uma alternativa eficaz para quem não responde aos tratamentos convencionais”, explicou.

Encerrando sua participação, Ricardo Corrêa alertou que a burocracia ainda dificulta a oferta de medicamentos já incorporados ao SUS e reforçou que o controle da asma exige políticas públicas eficazes, investimento na capacitação de profissionais e uma articulação integrada entre os diferentes níveis de governo. “Precisamos de uma resposta coordenada entre governo federal, estados e municípios, com escuta ativa aos pacientes e uso inteligente dos recursos. O compromisso com a saúde pública inclui não apenas garantir tratamento, mas também dignidade para quem vive com essa condição”, concluiu.

Em consonância com o exposto acima, o Dr. Emilio Pizzichini, coordenador da Comissão de Asma da SBPT, compartilhou sua experiência pessoal como paciente asmático desde a infância e chamou atenção para a necessidade de acesso a tratamentos modernos e contínuos.

“Eu nasci com asma. Meu irmão, minha irmã, meu filho, meu sobrinho — todos têm asma. A diferença é que tive diagnóstico precoce. A asma sumiu na infância, como acontece em alguns meninos, mas voltou aos 61 anos. Eu mesmo fiz o diagnóstico no meu consultório, com espirometria. Desde então, comecei o tratamento com a combinação adequada de corticoide inalatório e broncodilatador de longa ação. Estou há cinco anos sem uma única crise.”, relatou.

Segundo Pizzichini, a maioria das pessoas com asma tem a forma leve da doença, que pode ser bem controlada com a combinação terapêutica correta. No entanto, muitos pacientes seguem utilizando apenas corticoides isolados, o que gera riscos e maior morbidade. “O Ministério da Saúde fez algo importante há anos ao introduzir o corticoide inalatório, o que reduziu as hospitalizações por asma em 67%. Mas ainda falta oferecer a combinação que eu uso, disponível com uma dose diária. Assim, evitaríamos internações e melhoraríamos a qualidade de vida dos pacientes”, reiterou.

Ele também criticou a necessidade de consultas frequentes apenas para renovar receitas, defendendo um modelo mais racional como o praticado no Canadá, cuja receita é renovada anualmente.

Além dos representantes da SBPT, o evento reuniu parlamentares, profissionais da saúde, representantes da sociedade civil e associações de pacientes. Durante as falas, ficou evidente o consenso sobre a urgência de medidas estruturantes para garantir acesso a tratamentos eficazes e ampliar a resolutividade da atenção básica.

O Dr. Herberto Schong, representando a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, foi enfático ao afirmar que o tratamento ideal pode ser simples e acessível — desde que devidamente pactuado e financiado pelos entes públicos. “Com uma associação terapêutica de baixo custo, conseguimos controlar a maioria dos casos. Mas é fundamental garantir que esses medicamentos estejam disponíveis na atenção básica e que o financiamento esteja pactuado com os estados. Só assim teremos uma política de saúde pública eficaz”, ressaltou.

Já o Dr. José Roberto Negra, presidente da Associação Brasileira de Asmáticos, reiterou a complexidade do caminho percorrido pelos pacientes para obter medicamentos básicos, como bombinhas e inaladores. Segundo ele, o excesso de burocracia e a ausência de protocolos unificados agravam o sofrimento dos usuários do sistema público de saúde. “Estamos falando de medicamentos simples, seguros e eficazes que poderiam ser entregues diretamente na atenção primária. A jornada do paciente, hoje, é marcada por filas, renovações constantes de receita e perda de acesso por detalhes administrativos. Isso é inaceitável”, alertou Negra.

Uma jornada que Raissa Cipriano, mãe de uma criança com asma grave e diretora da Associação Brasileira de Asma Grave (ASBAG), conhece bem. Em depoimento emocionado, ela relatou o longo caminho até o diagnóstico e controle da doença da filha, marcado por 32 internações — muitas em UTI — e o uso prolongado de antibióticos e corticoides antes do diagnóstico correto.

“Mais do que dados, eu queria que vocês entendessem que existem muitas ‘Geovanas’. Minha filha levou mais de três anos para ser diagnosticada e mais dois para alcançar o controle da doença. Precisamos de protocolos que reconheçam o bebê ‘chiador’ e evitem esse sofrimento. A informação salva vidas”, declarou.

Ela ainda reforçou que a negligência no manejo da asma grave traz impactos profundos não apenas à saúde da criança, mas também à dinâmica familiar e à estrutura do SUS. Para Raissa, o despreparo para reconhecer os sinais precoces, inclusive entre pediatras, contribui para o agravamento da doença.

Embora o deputado federal Dr. Zacharias Calil, idealizador do Ato Solene, não tenha comparecido ao evento, sua iniciativa foi reconhecida por todos os participantes como um passo essencial para colocar a asma grave na agenda política. As contribuições reunidas durante a cerimônia reforçam o potencial de articulação entre sociedade civil, especialistas e o Congresso Nacional na construção de políticas públicas mais eficazes.

SBPT participa de evento nacional sobre imunizações promovido pela SBIm

Nos dias 8 e 9 de maio, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) participou do Encontro Intensivo de Vacinologia, promovido pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Representando a Comissão Científica de Imunizações da SBPT estiveram presentes a coordenadora, Profa. Dra. Rosemeri Maurici, e o Prof. Clystenes Soares.

Com carga horária de 15 horas-aula, o evento reuniu representantes de 18 sociedades médicas e abordou temas fundamentais para o fortalecimento das políticas de imunização no Brasil, como a produção de vacinas, plataformas tecnológicas, calendários vacinais, indicações específicas e o panorama epidemiológico das doenças imunopreveníveis.

Um dos destaques do encontro foi a apresentação e discussão sobre a implantação e divulgação do Grupo de Trabalho Intersetorial de Vacinação do Adulto e do Idoso (GTIVAI), reforçando a importância da atuação conjunta entre especialidades médicas para ampliar o alcance da vacinação nessa população.

A participação da SBPT reafirma seu compromisso com a promoção da imunização como uma das principais estratégias de prevenção em saúde respiratória.

CNAP e CNAPED 2025 reúnem Cerca de 800 especialistas no Rio de Janeiro

Entre os dias 1º e 3 de maio de 2025, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) promoveu, no Windsor Barra Hotel, no Rio de Janeiro, o XXIV Curso Nacional de Atualização em Pneumologia (CNAP) e o VI Curso Nacional de Atualização em Pneumologia Pediátrica (CNAPED). Os eventos reuniram cerca de 800 profissionais da saúde de diferentes regiões do país, incluindo pneumologistas, pediatras, residentes, professores e médicos da atenção primária, em uma programação científica abrangente, atualizada e com foco na qualificação contínua da prática clínica.

Dividida em módulos temáticos, a programação do CNAP abordou desde doenças prevalentes, como asma e DPOC, até condições mais complexas, como fibrose cística, doenças intersticiais e doenças raras. Também houve espaço para temas como ventilação mecânica, distúrbios do sono, função pulmonar, doenças ambientais e ocupacionais, além de atualizações em oncologia, infecções respiratórias e tuberculose. O CNAPED, por sua vez, adotou uma abordagem prática e interativa voltada ao atendimento pediátrico. Oficinas, simulações e discussões clínicas refletiram a realidade dos profissionais que atuam com crianças em diferentes contextos do país.

A cerimônia de abertura do CNAP contou com a participação do presidente da SBPT, Dr. Ricardo de Amorim Corrêa, que destacou a importância da atualização médica e da troca de experiências. “A riqueza deste encontro está na troca e na atualização que podemos levar para nossas práticas clínicas diárias”, destacou. Ao lado dele, também discursaram a Dra. Fernanda Carvalho de Queiroz Mello, diretora científica da SBPT, e o Dr. Carlos Leonardo Carvalho Pessôa, da SOPTERJ, que reforçaram o papel da colaboração entre sociedades regionais e nacionais no fortalecimento da pneumologia brasileira.

Um dos destaques desta edição foi o II Curso de Asma e DPOC para a Atenção Primária, realizado no dia 3 de maio. Com foco em médicos generalistas, principalmente do estado do Rio de Janeiro, o curso buscou promover uma interação direta entre especialistas e profissionais da linha de frente, priorizando soluções práticas para os principais gargalos no atendimento respiratório.

Ricardo Amorim celebrou a iniciativa, destacando o número expressivo de inscritos e o fortalecimento do programa de capacitação prática da sociedade. “Tivemos 648 inscritos nos dois cursos principais, mais 127 no curso de atenção primária e a presença marcante do SBPT ACOLHE, nosso acolhimento ao residente de Pneumologia. Estamos formando a nova e futura geração de pneumologistas que vai assumir os cuidados com os pacientes e também com a SBPT”, afirmou.

A superintendente de Atenção Primária do Estado do Rio de Janeiro, Dra. Alene Armada, reforçou o impacto dessa integração com os municípios, afirmando que a troca com os especialistas agrega valor à assistência prestada na ponta e fortalece a resolutividade do SUS. “Essa interação entre especialistas e médicos da atenção primária vai se traduzir em mais resolutividade e qualidade para a vida dos pacientes. Diagnóstico precoce, rastreio e estratificação de risco são fundamentais”, avaliou.

Na ocasião, o coordenador da Comissão Científica de Asma da SBPT, Dr. Emilio Pizzichini, aproveitou o momento para refletir sobre o cenário atual da doença no Brasil, bem como a comemoração do Dia Mundial da Asma, celebrado em 6 de maio. “A asma é uma condição extremamente prevalente no país e ainda enfrentamos obstáculos no acesso à medicação inalatória. Além disso, precisamos reduzir o uso indiscriminado de corticoides orais. O caminho é a educação — do paciente e dos profissionais”, enfatizou.

A tuberculose também apareceu como foco de duas importantes apresentações no CNAP. O Dr. Marcelo Fouad abordou a importância da triagem em candidatos a transplante, lembrando que o risco de infecção por tuberculose é significativamente elevado nesses pacientes. “Essa é uma infecção que precisa ser investigada já na triagem para o transplante — seja de rim, fígado, pulmão ou coração. Com exames adequados e tratamento da infecção latente, conseguimos reduzir em até 65% o risco de tuberculose após o transplante”, alertou.

Já a Dra. Margareth Dalcolmo, uma das maiores referências nacionais no tema, ampliou a discussão ao apresentar as novas diretrizes brasileiras para profilaxia da tuberculose em pacientes que utilizam imunobiológicos. “Estamos diante de um cenário delicado, com milhares
de pessoas usando imunobiológicos no Brasil. Neste evento, compartilhei as recomendações atualizadas para essa população. Os conteúdos aqui oferecidos são do mais alto nível. É fundamental que todos estejam atentos a esse tema urgente”, frisou.

O sentimento de pertencimento e valorização profissional também esteve presente durante todo o evento entre os participantes. Para o pneumologista Dr. Mauricio Leme, “o CNAP é um evento excelente para quem quer se atualizar. A programação contempla os temas mais relevantes da especialidade, e o melhor: tudo em uma única sala. É um prazer fazer parte dessa sociedade. Muito orgulho”, elogiou.

No campo da pneumologia pediátrica, a coordenadora do Departamento de Pneumologia Pediátrica da SBPT, Dra. Magali Santos Lumertz, celebrou a qualidade dos debates promovidos no CNAPED. “A troca de experiências clínicas, o foco em simulações e o engajamento dos profissionais mostraram o quanto iniciativas como essa são essenciais para qualificar o cuidado respiratório infantil.”, compartilhou.

Ao final dos três dias de programação, a diretora de comunicação da SBPT, Dra. Fernanda Batista resumiu o sentimento geral dos congressistas. “O curso foi incrível, reuniu muita gente bacana, uma programação show e foi um momento de muita troca de energia e alegria no Rio de Janeiro”, concluiu.

Mais do que um espaço para atualização técnica, o CNAP e o CNAPED 2025 reforçaram seu papel como ambientes de conexão, formação e inspiração. E é assim, entre ciência e prática, que a pneumologia brasileira segue respirando um futuro mais integrado, preparado e promissor.

Para acessar fotos do evento clique aqui e para baixar o seu certificado de participação acesse a Central de Certificados da SBPT.

Com o encerramento desta edição, a SBPT já se prepara para os próximos eventos, incluindo o XIV Congresso Brasileiro de Asma, XI Congressos Brasileiros de DPOC e Tabagismo e o VIII Congresso de Pneumologia da Bahia, que acontecem de 20 a 23 de agosto de 2025, no Centro de Convenções de Salvador/BA. Uma nova oportunidade de se atualizar, reencontrar colegas e fortalecer ainda mais os laços da nossa comunidade científica.

Para mais informações, acesse: https://sbpt.org.br/sbpt2025/.

SBPT participará de Ato Solene na Câmara dos Deputados pelo Dia Mundial da Asma

Nesta terça-feira (13/05), às 11h30, representantes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) participarão do Ato Solene em alusão ao Dia Mundial da Asma, que será realizado no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). 

A iniciativa é do deputado federal Dr. Zacharias Calil, com o objetivo de ampliar a conscientização sobre os desafios da asma no Brasil, especialmente nos casos mais graves da doença.

Na ocasião, o presidente da SBPT, Dr. Ricardo de Amorim Corrêa, fará uma apresentação especial com o tema “Necessidades não atendidas da asma grave na saúde pública”. A exposição abordará a importância do diagnóstico precoce, do acesso a terapias avançadas, e da capacitação dos profissionais de saúde na atenção primária.

O evento contará com a presença de autoridades, profissionais de saúde, parlamentares e representantes da sociedade civil, e será um momento estratégico para discutir políticas públicas que garantam melhor assistência aos pacientes com asma, especialmente aqueles com formas graves e de difícil controle.

Além do  presidente da SBPT, o coordenador da Comissão Científica de Asma da sociedade, Dr. Emilio Pizzichini também participará da solenidade.

A SBPT reforça seu compromisso com a promoção da saúde respiratória e considera fundamental sua participação nesse espaço de diálogo institucional, reafirmando seu papel técnico e científico na construção de soluções eficazes para o manejo da asma no Brasil.

A cerimônia ocorrerá das 11h30 às 13h30, e a presença da SBPT reforça a importância do engajamento entre a sociedade médica e o poder legislativo para transformar a realidade de milhares de brasileiros que convivem com a asma.

SBPT Acolhe: quarta edição reúne mais de 120 profissionais da pneumologia para imersão prática e humanizada

Nos dias 3 e 4 de maio de 2025, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) realizou, no Rio de Janeiro, a IV edição da Oficina de Acolhimento e Nivelamento de Residentes – o SBPT Acolhe. O evento contou com a participação de 61 residentes em pneumologia de diversas regiões do país e 59 tutores e facilitadores de grupos de trabalho.

Mais do que um curso de capacitação, o SBPT Acolhe é um projeto estratégico que promove acolhimento, integração e nivelamento técnico entre os novos residentes da especialidade. A proposta da oficina é preparar esses profissionais para os principais desafios da prática pneumológica, com foco na excelência clínica, na segurança do paciente e no fortalecimento da comunidade médica.

A organização do evento contou com a dedicação da Dra. Paula Werneck, que se encarregou da importante tarefa de montar a lista de tutores, e com a participação ativa de representantes da nova geração de lideranças da pneumologia: as médicas Lais Campolina e Beatriz Chaves. Ambas atuaram diretamente na organização do Acolhe, evidenciando o compromisso da SBPT em envolver e formar novas coordenadoras e líderes nos eventos da sociedade.

Com uma programação intensa, o evento combinou atividades teóricas e práticas, simulações de procedimentos, discussões de casos clínicos e rodas de conversa, sempre conduzidas por pneumologistas experientes e docentes engajados no ensino da especialidade. Dentre os diversos temas, foram abordados punção pleural, ventilação não invasiva, abordagem da dispneia, interpretação de exames funcionais, princípios de interconsultas e pareceres. Além disso, os participantes puderam interagir com colegas de diferentes instituições, construindo uma rede de apoio e aprendizado coletivo.

Para a residente Juliana Sayuri, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (FCM Unicamp), toda a experiência foi muito bem estruturada. “É um curso muito completo, com temas relevantes, professores excelentes, bem engajados e atualizados. Achei que contempla bem os conteúdos importantes, principalmente para quem está no R1. Teve estações em que eu tive mais facilidade, outras em que meu colega se saiu melhor, e algumas em que tive mais dificuldade. Então, para o objetivo de nivelamento, que é a proposta do programa Acolhe, acho que cumpre muito bem o seu papel”, compartilhou.

Com uma percepção semelhante sobre a qualidade do conteúdo, o residente Arthur Henrique, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC FMUSP), destacou especialmente o valor das atividades práticas. “Acho que todas as estações foram muito boas, com preceptores bem solícitos e didáticos. Mas, pela dificuldade maior de ter contato no dia a dia, a que mais me marcou foi a de broncoscopia. Ter a chance de pegar o aparelho com calma, entender melhor o funcionamento, foi algo muito positivo, porque na rotina isso acaba sendo mais corrido e nem sempre conseguimos aproveitar da mesma forma”, pontuou.

Já a residente do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP-PE), Livia Dhayany Lima, reforçou o impacto transformador da experiência. “Achei um evento bem interessante e importante para quem está no R1 de Pneumologia. A troca de conhecimentos, o aprofundamento dos temas e a forma como tudo foi organizado tornaram essa imersão realmente marcante. A gente sai daqui diferente, com mais segurança e bagagem. Todas as oficinas foram muito relevantes, mas gostei especialmente das aulas de radiologia e ventilação mecânica. Foi tudo muito completo, um show de bola.”, salientou.

Segundo o presidente da SBPT, Dr. Ricardo de Amorim Corrêa, o Acolhe é um dos projetos mais significativos da entidade. “Aqui, falamos sobre conhecimento técnico, mas, principalmente, sobre escuta, sobre empatia, sobre fazer parte de uma comunidade que cuida das pessoas com seriedade e afeto”, afirmou. Sua fala sintetiza o espírito do SBPT Acolhe: uma experiência transformadora que vai além do conteúdo técnico e promove vínculos reais entre profissionais que compartilham a mesma missão.

Não por acaso, um dos destaques da programação, foi a estação de comunicação com o paciente, novidade desde a edição anterior e que rapidamente se tornou uma das mais significativas da oficina. Conduzida pelos Drs. Lícia Zanol, Gunter Kissmann, Claudia Costa e Pedro Medeiros, a atividade trouxe reflexões profundas sobre o papel das habilidades interpessoais na prática médica. “Desenvolver essa competência junto aos residentes é essencial. Junto do conhecimento técnico, o domínio da comunicação fará toda a diferença no cuidado diário dos pacientes com doenças pulmonares”, destacou Lícia.

“O diálogo é essencial entre nós, humanos. E, quando estruturado com técnica, transforma tanto a escuta quanto a entrega da informação”, completou Gunter. Pedro reforçou que “a comunicação é uma metacompetência — envolve conhecimento, habilidade e atitude. Vivenciamos aqui situações riquíssimas, inclusive abordando momentos delicados como a comunicação de óbito inesperado.” Já Cláudia concluiu: “É impactante ver como os residentes demonstram sede por se aprimorar nessa habilidade. O retorno deles nos mostra o quanto essa estação é necessária”.

Marcio Henrique Filho, residente do HC FMUSP, reforçou também o caráter de integração. “Acho que a experiência está sendo bem enriquecedora para um nível que se espera de um R1 de pneumologia. Foram muitas estações relevantes para o nosso conhecimento. Mas o que mais agrega é o contato com outros residentes de outras instituições, o que faz a gente ter um network, uma conversa e entender como funcionam os outros serviços”, enfatizou.

Um dos grandes entusiastas do projeto desde suas edições iniciais, o Dr. Rogério Rufino – o mais antigo instrutor do Acolhe no RJ – também compartilhou suas impressões sobre o Acolhe. “Poucas sociedades realizam esse modelo pelo enorme trabalho e investimento pessoal e financeiro. Mas, os frutos ainda virão! A SOPTERJ, acompanhando o Instagram da SBPT, manifestou o desejo de realizar um modelo parecido. É um reconhecimento importante do empreendedorismo e da qualidade das ações da SBPT”, declarou. O médico ainda deixou agradecimentos nominais à equipe organizadora e à gestão da sociedade, reforçando a relevância institucional da oficina.

Os tutores Bianca Lucena e Marcos Bethlem emocionaram-se ao compartilhar sua vivência. “Experiência maravilhosa, troca incrível com os alunos. Uma coisa que nos tocou foi ensinar para eles coisas que nós gostaríamos de ter aprendido no R1. Ver na cara deles aquele ‘Meu Deus!’ foi emocionante. Eles estão aprendendo conceitos que muitos de nós só vimos no fim da residência. É um pontapé muito forte. A teoria você aprende no CNAP, mas aqui você bota a mão na massa com os maiores especialistas”, comentaram.

Para o tutor Renato Prado Abelha, o impacto é ainda mais amplo. “Já é o segundo ano que participo, e como da primeira vez, continuo considerando uma iniciativa sensacional pois permite que residentes de todo o Brasil vivenciem diferentes realidades e interajam com os principais temas da pneumologia. Isso fortalece a sociedade e aproxima os residentes de sua atuação profissional. Tem que continuar e crescer”, declarou.

As médicas Flávia Fonseca e Juliana Ferreira, diretoras da SBPT e coordenadoras do Acolhe desde a primeira edição, relembraram trajetória: “É um sonho realizado. O primeiro sopro do projeto veio com a Dra. Irma de Godoy, então diretora de ensino, em 2018. No ano seguinte, a organização para a nossa oficina começou a tomar forma, após o bootcamp da ATS. A pandemia adiou o plano, mas nunca deixamos de buscar implementar o projeto. Em 2022 oferecemos a primeira edição, e de lá pra cá só crescemos. Saímos de 40 para 60 vagas, adaptamos oficinas e pretendemos ampliar ainda mais. É uma realização ver os tutores doando tempo e conhecimento e os residentes engajados, isso nos mostra que estamos no caminho certo. O Acolhe é uma experiência de aprendizagem e colaboração genuína”, relataram.

As impressões positivas também vieram de outros participantes e tutores. O Dr. Rafael Nascimento descreveu o evento como uma iniciativa necessária e inspiradora. “Fiquei muito feliz em ver algo tão dinâmico, multidisciplinar e acolhedor. Fazendo jus ao nome do projeto. Que vocês sirvam de exemplo”.

Para muitos, o Acolhe foi uma oportunidade de fortalecer valores essenciais à prática médica: cooperação, empatia, protagonismo e pertencimento. O evento também se consolida como uma resposta concreta à diversidade da formação médica no Brasil.

Diante de diferentes realidades educacionais, o SBPT Acolhe oferece uma oportunidade única de nivelamento, garantindo que todos os residentes iniciem sua trajetória com segurança, autonomia e clareza sobre os desafios da prática pneumológica. Como destacou um dos residentes: “Chegamos aqui com muitas dúvidas e inseguranças. Mas saímos com uma direção. E, principalmente, com a certeza de que não estamos sozinhos”. O futuro da pneumologia começa com o acolhimento. E começa aqui!

Para acessar fotos do evento clique aqui e para baixar o seu certificado de participação acesse a Central de Certificados da SBPT.

Para quem não participou ou já está com saudade desse clima de troca e aprendizado, já deixamos o convite para o próximo grande encontro da pneumologia brasileira deste ano: o XIV Congresso Brasileiro de Asma, XI Congressos Brasileiros de DPOC e Tabagismo e o VIII Congresso de Pneumologia da Bahia, que acontecem de 20 a 23 de agosto de 2025, no Centro de Convenções de Salvador/BA. Uma nova oportunidade de se atualizar, reencontrar colegas e fortalecer ainda mais os laços da nossa comunidade científica.

Para mais informações, acesse: https://sbpt.org.br/sbpt2025/.

Conitec aprova envio da atualização do PCDT de DPOC para consulta pública

Nesta sexta-feira (09/05), a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) realizou sua 140ª Reunião Ordinária. Entre os temas apreciados, destacou-se a atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). A Comissão deliberou, com parecer favorável, pelo encaminhamento do documento à consulta pública.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Ricardo de Amorim Corrêa, essa atualização é muito importante por incorporar uma das mudanças mais aguardadas: a inclusão da terapia tripla como opção de tratamento, que passou a fazer parte do SUS a partir de setembro de 2024.

“Essa inclusão representa um avanço importante na oferta de cuidados mais eficazes para os pacientes com DPOC, permitindo uma abordagem terapêutica mais completa e alinhada às evidências científicas atuais. A terapia tripla, que combina broncodilatadores de longa ação com corticosteroides inalados, tem mostrado melhorias na controle dos sintomas, na redução de exacerbações e na qualidade de vida dos pacientes”, destacou.

Esperamos compartilhar, em breve, a abertura da consulta pública e respectivos prazos para envio de contribuições.