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Dia Internacional da Mulher: investindo nas mulheres para acelerar o progresso

Neste Dia Internacional da Mulher, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) celebra as conquistas das mulheres e destaca a importância da igualdade de gênero na construção de um futuro mais justo, saudável e sustentável.

Para 2024, o tema escolhido pela Organização das Nações Unidas – “Investindo nas Mulheres: Acelerar o Progresso” – ressoa profundamente no contexto da saúde, onde as mulheres assumem um importante papel como profissionais, cuidadoras e agentes de mudança.

Segundo a Demografia Médica no Brasil 2023, realizada pela Associação Médica Brasileira (AMB), em parceria com a Faculdade de Medicina da USP, a projeção para 2024 é de que 50,2% do total de médicos no país sejam mulheres. Na pneumologia, as mulheres já são maioria há algum tempo e representam 51,8% do quantitativo de profissionais na especialidade.

O estudo também demonstrou desigualdade de renda entre os gêneros. Conforme dados obtidos por meio de declarações junto à Receita Federal referente ao ano-base de 2020, as médicas brasileiras declaram rendimento médio anual 36,3% inferior que os profissionais do sexo masculino.

Já o relatório da Women in Global Health intitulado “A Situação das Mulheres e a Liderança na Saúde Global” aborda o “Paradoxo XX”: apesar das mulheres corresponderem a 70% dos profissionais da linha de frente na área da saúde, elas representam apenas 25% dos cargos de liderança.

Além disso, metade deste quantitativo advém de trabalhos não remunerados, nos quais mais de 6 milhões de mulheres dedicam seu tempo e expertise como profissionais de saúde comunitária, sem receber a devida retribuição financeira.

Nesse sentido, a SBPT se une à comunidade global neste Dia Internacional da Mulher, reconhecendo a força e o impacto das mulheres na área da saúde respiratória e reafirmando seu compromisso com a construção de um futuro onde elas sejam plenamente valorizadas e recompensadas por suas inestimáveis contribuições.

A luta por reconhecimento e igualdade de oportunidades é fundamental para garantir um sistema de saúde mais justo e eficiente.

Referências

Demografia Médica no Brasil 2023

Lançada a Demografia Médica no Brasil 2023

Women in Global Health – “A Situação das Mulheres e a Liderança na Saúde Global”

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SBPT participa do II Fórum sobre Tabagismo e Cigarro Eletrônico

O Conselho Federal de Medicina (CFM) realizou, na terça-feira (27/02), o II Fórum sobre Tabagismo e Cigarro Eletrônico, na sede da instituição, em Brasília, com objetivo de fomentar o debate sobre os impactos do uso do cigarro eletrônico na saúde pública.

O  evento congregou uma série de palestras e discussões que abordaram desde a trajetória histórica do tabaco e do cigarro eletrônico, ministrada pelo médico e ativista, Dr. Alexandre de Milagres, até a Lesão Pulmonar Induzida pelo Cigarro Eletrônico (Evali), apresentada pela Diretora Financeira da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Maria Enedina Scuarcialupi.

Dentre os demais temas abordados, destacaram-se também os variados malefícios à saúde associados ao uso do cigarro eletrônico, bem como as estratégias para combater a crescente utilização desses dispositivos, especialmente entre jovens e crianças.

O evento contou com a presença maciça de representantes governamentais de diferentes esferas, enfatizando a importância de uma abordagem interdisciplinar e integrada para enfrentar essa questão premente.

“A potência desse fórum, em contexto geral, residiu justamente na capacidade de reunir representantes dos diversos setores governamentais para debater este assunto, que é bastante sério: a possível liberação do comércio desses dispositivos. Então, foi muito importante contarmos com a participação da Anvisa, do Ministério Público, enfim, do Judiciário, que permitiu uma abordagem do tema de forma bastante completa”, destacou Enedina Scuarcialupi.

O evento também reiterou o compromisso do Brasil como signatário da Convenção Quadro de Controle do Tabaco da Organização Mundial da Saúde (OMS), enfatizando a importância de políticas públicas robustas e independentes, imunes aos interesses comerciais da indústria do tabaco.

Em um momento em que os cigarros eletrônicos têm sido objeto de intenso debate público e político, este fórum desempenhou papel crucial ao reunir especialistas e autoridades para promover uma discussão informada e abrangente sobre esse tema tão importante para a saúde e bem-estar da população.

 

SBPT reitera posicionamento sobre os Dispositivos Eletrônicos para fumar (DEFs)

Com o fim do período de recebimento das contribuições referentes à Consulta Pública nº 1.222/2023, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) segue em fase de avaliação e elaboração do relatório final que será apresentado pela Diretoria Colegiada para a definição de se manter ou modificar a regulamentação do uso dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) no Brasil, vigente desde 2009.

O tabagismo convencional continua a ser um enorme problema de saúde pública no Brasil: causa 480 mortes por dia no país. Também é sabido que a indústria do tabaco/nicotina traz prejuízos para a economia brasileira: a arrecadação de impostos seria de R$12,23 bilhões enquanto os custos diretos e indiretos são da ordem de R$125,15 bilhões. Ou seja, o valor arrecadado com os impostos que incidem sobre o tabaco cobre somente 10% das perdas causadas, não estando incluídos nessa conta os danos ambientais causados pelo fumo. 

Diante da forte pressão da indústria do tabaco e de uma gama de depoimentos pessoais sem qualquer embasamento científico, enviados à Anvisa e postados em redes sociais, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) reitera seu posicionamento a favor da manutenção da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 46/2009, que proíbe a comercialização, importação e propagandas de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar em território nacional.

Para detalhes, clique aqui e leia o documento na íntegra.

 

Combate ao tabagismo no Brasil: estudo revela disparidades regionais e reforça a necessidade de ações adaptadas às realidades locais

Estudo publicado na mais recente edição da revista científica Public Health revela que o tabagismo causou cerca de 480 mortes por dia, no Brasil, em 2019, entre a população com 35 anos ou mais, totalizando 174.483 óbitos. O número representa 14,5% da mortalidade total nesse grupo etário, evidenciando o impacto significativo do tabagismo na saúde pública do país. 

O estudo, que tem como um de seus autores o Dr. Paulo Corrêa, da Comissão Científica de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), analisou a mortalidade atribuível (ou seja causada especificamente) ao tabagismo nas 27 unidades federativas do Brasil, por sexo.

Os resultados demonstram que a mortalidade varia consideravelmente entre as regiões brasileiras, com o Rio Grande do Sul (248,8/100 mil habitantes) e o Amazonas (106,0/100 mil habitantes) apresentando as maiores e menores taxas, respectivamente. Após ajuste por idade, as disparidades regionais se intensificam, com o Acre (271,1/100 mil) e o Distrito Federal (131,1/100 mil) assumindo os extremos.

Além disso, as mortes atribuíveis ao tabagismo ocorreram mais entre os homens:  109.161 óbitos (62,6%) e teve como principal causa de morte a doença isquêmica do coração. Enquanto entre as mulheres, o consumo do tabaco esteve associado a 65.322 mortes (37,4%) e a principal causa de morte foi a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Evidentemente, esse perfil distinto por sexo tem a ver com as maiores taxas de tabagismo entre os homens há três ou quatro décadas.

Segundo Paulo Corrêa, o estudo enfatiza que as políticas públicas de controle do tabagismo precisam considerar essas disparidades. “Essas informações são importantes para orientar políticas públicas e programas de prevenção e controle do tabagismo no Brasil de forma mais assertiva. Embora a política nacional de controle do tabaco tenha apresentado resultados positivos na redução do consumo, é fundamental que os governos municipal, estadual e federal trabalhem conjuntamente no desenvolvimento de soluções adaptadas às realidades locais, bem como às populações vulneráveis, considerando a equidade na distribuição de recursos e serviços de saúde”, enfatiza.

O estudo também mostra a importância de se ter disponível no SUS programas de tratamento com fornecimento de medicações para apoiar e fazer a jornada do fumante de se tornar um ex-tabagista mais amena. “E, obviamente, reforça a necessidade de manter a proibição dos cigarros eletrônicos e de tabaco aquecido no país”, conclui Corrêa.

 

Consulta Pública sobre atualização do Protocolo da Fibrose Cística recebe contribuições até 28 de fevereiro

Com a incorporação do medicamento Trikafta no SUS, em setembro do ano passado, o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Fibrose Cística será atualizado. O novo texto, que está em consulta pública, receberá contribuições até o dia 28 de fevereiro.

O documento contém orientações de uso, reúne evidências e estabelece como deve ser feito o monitoramento do tratamento dos pacientes. Também orienta como o novo medicamento se integra ao tratamento já existente na Rede. Clique aqui para ler a versão preliminar na íntegra.

Acreditamos que a consulta pública é um instrumento importante para a democracia, fomentando a participação social e a contribuição científica em propostas de ações governamentais. Por isso, incentivamos fortemente a participação de todos aqueles que puderem contribuir para subsidiar a consulta e enriquecer ainda mais o material.

Para participar, basta preencher o formulário eletrônico disponível no link: https://www.gov.br/participamaisbrasil/consulta-publica-conitec-sectics-n-04-2023-pcdt-fibrose-cistica1 

Live reunirá especialistas para debater a importância do descarte consciente de embalagens, medicamentos e bombinhas

Na quinta-feira (29/02), a presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Dra. Margareth Dalcolmo, a empresária Luiza Helena Trajano, a ex-reitora da Unifesp, Soraya Smaili e a infectologista e ex-secretária de enfrentamento à COVID-19 do Ministério da Saúde, Luana Araújo, realizarão live informativa e educativa sobre a importância de descartar os medicamentos de uso humano, vencidos e não utilizados, de forma responsável e segura. 
 
O Brasil está entre os 10 países que mais consomem medicamentos no mundo e, muitas vezes, esses produtos não são descartados de maneira adequada. O descarte no lixo comum, no vaso sanitário ou no ralo, por exemplo, pode impactar solo e recursos hídricos, comprometendo a vida de animais e vegetais, além de afetar diretamente a qualidade de tudo aquilo que consumimos.
 
Diante disso, além de elucidar o assunto, a ideia é propor um pacto social de descarte consciente de medicamentos no dia 7 de cada mês, como um lembrete para adoção dessa prática em nosso cotidiano.
 
Junte-se a nós e descubra como você pode contribuir para essa causa tão importante!
 
Anote na agenda: 
 
Data: 29 de fevereiro
Horário: 18 horas
Local:  Instagram @ciencianasaudeoficial
 
Sigamos juntos por um mundo mais saudável e sustentável! 

SBPT participa do lançamento do Programa Brasil Saudável – Unir para cuidar

Nesta quarta-feira (07/02) o secretário-geral da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Ricardo Martins participou do lançamento do Programa Brasil Saudável – Unir para Cuidar.

A iniciativa, inédita no mundo, pretende eliminar, até 2030, doenças e infecções como problemas de saúde pública que acometem de forma mais intensa as populações em situação de maior vulnerabilidade social.

A cerimônia aconteceu no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília, e reuniu representantes de diversas pastas e esferas de governo, bem como autoridades internacionais.

Participaram da mesa de abertura, a ministra da Saúde, Nísia Trindade; a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Barbosa de Oliveira Santos; o ministro da Saúde da Indonésia, Budi Gunadi Sadikin; o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde(OMS), Tedros Adhanom; o diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa; o secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas, Eloy Terena; o presidente da Frente Parlamentar de Luta contra a Tuberculose, deputado Antonio Brito; e a representante da sociedade civil, em prol das doenças negligenciadas, Adjane Oliveira.

A ação é uma resposta a reivindicações históricas de movimentos sociais pela construção de políticas públicas que considerem o impacto dos determinantes em saúde e das desigualdades sociais nos processos de adoecimento e morte.

Segundo o Ministério da Saúde, entre 2017 e 2021, as doenças socialmente determinadas foram responsáveis pela morte de cerca de 60 mil pessoas no Brasil.

Além de influenciadas pela fome, pobreza e demais iniquidades sociais, as doenças socialmente determinadas acabam por perpetuar essas situações. É o caso da Tuberculose, Hanseníase, Malária, Tracoma, Oncocercose, Esquistossomose, Doença de Chagas, Hepatites Virais – além da transmissão vertical da Sífilis, Hepatite B e do HIV.

Programa Brasil Saudável – Unir para Cuidar

Alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil Saudável reúne quatorze ministérios no desenvolvimento e aplicação de estratégias para a eliminação de doenças socialmente determinadas por meio de ações articuladas que, além do cuidado integral, promovam também a inclusão social.

Coordenado pelo Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente – CIEDDS, com a participação dos movimentos sociais e das organizações da sociedade civil, o programa possui as seguintes diretrizes:

  1. O enfrentamento da fome e da pobreza para mitigar vulnerabilidades condicionantes ou decorrentes das doenças ou das infecções determinadas socialmente ou a elas associadas;
  2. A redução das iniquidades e ampliação dos direitos humanos e da proteção social com ênfase nas ações de atenção a grupos populacionais específicos em territórios prioritários;
  3. A intensificação da qualificação e da capacidade de comunicação dos trabalhadores, dos movimentos sociais e das organizações da sociedade civil sobre as vulnerabilidades condicionantes ou decorrentes das doenças e das infecções determinadas socialmente;
  4. O incentivo à ciência, à tecnologia e à inovação;
  5. Ampliação de ações de infraestrutura e de saneamento básico e ambiental.

SBPT e Ministério da Saúde discutem projeto educacional para profissionais da APS

Nesta terça-feira (06/02), a presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Dra. Margareth Dalcolmo, o secretário-geral, Ricardo Martins, e o gerente executivo, Erick Serra reuniram-se com o Secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Dr. Nésio Fernandes e respectiva equipe técnica.

O encontro teve como objetivo alavancar projeto voltado para a promoção do diagnóstico correto de Asma e DPOC, por meio do treinamento de técnicos em espirometria, provimento de espirometria e educação continuada para médicos da Atenção Básica.

Na ocasião também foi discutida a importância do acesso aos medicamentos para o tratamento das respectivas enfermidades nas farmácias do SUS.

SBPT segue em defesa da inclusão de medicamentos para asma e DPOC em farmácias do SUS

Nesta segunda-feira (05/02), a presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Dra. Margareth Dalcolmo, e o secretário- geral, Ricardo Martins, reuniram-se com o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Hisham Hamida, para dar continuidade às tratativas relacionadas à inclusão de medicamentos para tratamento de asma e DPOC no programa Farmácia Popular e nas farmácias do SUS.

A SBPT acredita que além de acarretar custo pouco expressivo para estados e municípios, a adoção de tal medida irá proporcionar ganho considerável para a adesão do tratamento por parte dos pacientes acometidos por essas doenças respiratórias, de significativa prevalência, ao facilitar o acesso a medicamentos que reduzem substancialmente as complicações clínicas delas decorrentes.

Dia da Mulher Médica: desafios, conquistas e inspiração

Hoje celebramos o Dia da Mulher Médica. Uma data para refletir a trajetória de conquistas e desafios historicamente enfrentados pelas mulheres para exercer a Medicina e inspirar gerações futuras a seguirem avançando na construção de um cenário cada vez mais inclusivo e equitativo para todos os profissionais de saúde. 

Projeções da Demografia Médica 2023, publicada pela Associação Médica Brasileira (AMB), indicam que pela primeira vez na história, a medicina no país se tornará uma profissão predominantemente feminina, com as mulheres compondo maioria entre os profissionais brasileiros. Em 2023, as mulheres já representavam 49,3% dos profissionais médicos no país e as projeções indicam que esse percentual poderá atingir 50,2% em 2024. 

Um avanço notável, considerando que, na década de 1920, as mulheres representavam 21,5% dos médicos, chegando a apenas 13% nos anos 1960.

Tal ascensão também tem chegado às lideranças das grandes sociedades médicas, historicamente dirigidas por homens. Em 2024, pelo menos nove das 54 sociedades de especialidades afiliadas à AMB possuem mulheres na presidência. 

“Temos conseguido sim ocupar mais espaços. Atingimos um nível de qualificação na área médica, que nos permite desempenhar ações e tarefas de liderança, tanto na área privada, na saúde suplementar, quanto na área pública, na área da pesquisa. Todas nós temos essa dupla jornada entre produzir pesquisa e trabalhar na área assistencial ou mesmo na área gerencial, então não há dúvida de que houve uma modificação de padrão”, destaca a presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Dra.Margareth Dalcolmo.

Apesar de representarem grande percentual na força de trabalho das mais diversas frentes da área médica, a presidente lembra que, no final do dia, todas essas profissionais ainda voltam para suas casas para o chamado terceiro turno.

“Nós saímos para trabalhar, nós temos família, e ao chegar em nossas casas, nós ainda temos os trabalhos domésticos, muitas vezes, a resolver. Lembrando que mulheres hoje são chefes de família em muitas situações. A exigência que recai sobre nós nesse sentido, respondendo à nossa própria exigência de produzir conhecimento, trabalhar como médico, trabalhar em pesquisa, ensino e todas as áreas das quais nós somos muito atraídas por elas, é, sem dúvida, um grande desafio”, reitera.

Enquanto algumas sociedades estreiam o comando de mulheres em suas respectivas presidências, a SBPT já celebra três presidentes em sua história. Além da Dra. Margareth Dalcolmo, presidente em exercício, a sociedade já contou com outras duas renomadas médicas no cargo: a Dra. Irma de Godoy, que presidiu em 2021 e 2022 e a Dra. Jussara Fiterman, que foi a primeira presidente mulher da sociedade, eleita para o biênio 2009 e 2010.

Dra. Jussara Fiterman – Gestão SBPT 2009/2010

 

“Entendi logo que isto era uma grande responsabilidade. Sabia que outras viriam e que, com certeza, iriam brilhar. Mas, para isso, era preciso marcar essa trajetória inicial de forma serena e ao mesmo tempo irrefutável. Eu tinha uma história concreta na sociedade e já havia passado por muitas etapas de aprendizado. Então, me senti segura para montar um grupo com predominância feminina: eu, do Rio Grande do Sul, uma colega do Rio de Janeiro na diretoria científica, uma colega de São Paulo, para a diretoria de ensino e duas colegas de Brasília para finanças e segunda secretária”, compartilha Jussara Fiterman. 

Apesar dos avanços, ela acredita que ainda existem desafios a serem superados, especialmente relacionados a discrepâncias salariais. No entanto, ressalta que, do ponto de vista prático, não vê diferença entre homens e mulheres na medicina. “Hoje, as mulheres não apenas desempenham papéis fundamentais na prática clínica, mas também lideram em áreas como pesquisa e tecnologia médica”, conclui.

Assim como sua antecessora, Ilma de Godoy também já havia ocupado algumas funções na sociedade, antes de se candidatar à presidência. “A Dra. Jussara agregou valores femininos importantes à sociedade. A partir disso, compreendi que o mais importante era a diversidade. De sexo, de raça, de nacionalidade, de religião. Ela é fundamental para o funcionamento e para o sucesso de qualquer grupo ou comunidade. Cada ser humano é único, com habilidades diferentes, experiências diferentes, pontos de vista diferentes e quando tudo isso é agregado, ele pode operar milagres. Culturalmente, as mulheres vivem experiências diferentes e, portanto, desenvolvem habilidades diferentes. Então, ao ocuparmos esses postos de comando, podemos trazer novos conceitos, olhares e vivências”, relata Irma de Godoy.

Mesmo com as diferenças salariais, o trabalho doméstico exercido após uma longa jornada de trabalho e até mesmo o etarismo, que recai com muito mais força sobre as mulheres, os obstáculos têm sido vencidos e os espaços ocupados.

“Acho que um recado que eu daria, às mais jovens, às nossas residentes que enfrentam os mesmos desafios que nós enfrentamos é que não se valham apenas de uma questão de gênero. Nós merecemos ocupar o espaço que hoje nós ocupamos porque temos competência para isso. Do ponto de vista de competição, estamos perfeitamente iguais, em condições equânimes e exigimos condições equânimes de competir, de ganhar, de sermos remuneradas, de sermos reconhecidas em qualidade e em igualdade, em absoluta equidade com todos os outros colegas, independentemente de gênero. Então o meu conselho é não façam do gênero um argumento, façam do gênero uma inspiração”, arremata Margareth Dalcolmo.

 

 

Do luto à luta contra o Câncer de Pulmão: desafios e perspectivas

Na segunda-feira (29/01), a atriz Jandira Martini, eternizada como a querida Zoraide na novela O Clone, faleceu após longo tratamento contra um câncer no pulmão.

Assim como a talentosa atriz, anualmente, mais de 32.000 pessoas enfrentam a doença no Brasil e cerca de 2,2 milhões de novos casos de câncer de pulmão são diagnosticados em todo o mundo.

Apesar dos avanços no tratamento, o diagnóstico tardio continua sendo um obstáculo significativo, comprometendo as perspectivas de recuperação.

Diante disso, além da implementação de políticas públicas mais rigorosas para o controle do tabagismo, da exposição ocupacional a carcinógenos e da emissão de poluentes na atmosfera, é essencial expandir o acesso a tratamentos inovadores e a meios de diagnóstico precoce mais avançados – juntamente ao rastreio em fumantes, com protocolos de tomografia de tórax de baixa radiação – para os pacientes assistidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

Nesse cenário, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) tem desempenhado importante papel ao colaborar tecnicamente nas deliberações sobre a incorporação de novas tecnologias em saúde para o SUS.

Tal comprometimento resultou em desdobramentos bem-vindos, como a recomendação de incorporação do rt-PCR na identificação de mutações do gene do EGFR em adenocarcinomas de pulmão (Consulta Pública 51/2023), teste molecular indispensável na pesquisa de preditores de resposta às terapias alvo-dirigidas para esses tumores, e na abertura da Consulta Pública nº 2, de janeiro de 2024, que aborda a recomendação da Conitec sobre a inclusão da ecobroncoscopia e ecoendoscopia para pacientes diagnosticados com câncer de pulmão de células não-pequenas (CPCNP).

Representantes das comissões científicas de câncer e endoscopia respiratória da SBPT participaram como consultores externos e contribuíram para o subsídio de informações técnicas e esclarecimento das dúvidas dos membros da CONITEC para que decidissem pela incorporação ou não dessa nova tecnologia.

Após a apresentação da síntese das evidências, das análises de custo-efetividade, da modelagem de impactos orçamentários e das discussões com especialistas, a decisão foi favorável à recomendação da incorporação dessas tecnologias para o estadiamento dos pacientes com diagnóstico de CPCNP.

A Consulta Pública segue aberta até 12 de fevereiro para que os interessados possam contribuir.

E, parafraseando a doce Zoraide, “Inshalá” teremos acesso a mais esse método diagnóstico pelo SUS!

Dia Mundial de Combate ao Câncer

No próximo domingo (04/02) comemora-se o Dia Mundial de Combate ao Câncer. Neste ano, a Union for International Cancer Control (UICC) propôs o tema “Close the Care Gap” (“Reduzir a Desigualdade na Assistência”) como um chamado à ação para superar as desigualdades no cuidado aos pacientes com câncer.

Um movimento global que reitera o compromisso há muito assumido pela SBPT: o de lutar continuamente por uma assistência cada vez mais igualitária em nosso país.

 

SBPT anuncia resultado da seleção de bolsista para o ATS Boot Camp 2024!

Nesta quarta-feira (31/01), a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) divulgou o resultado da seleção de bolsista para o ATS Boot Camp 2024. Ao todo, 32 inscritos concorreram à bolsa. 

A aluna do Curso de Especialização em Pneumologia e Tisiologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Beatriz Silva Chaves, foi a candidata contemplada com a bolsa da SBPT para o ATS Resident Boot Camp 2024. 

O processo seletivo considerou o envio de artigos científicos para o Congresso, a proficiência em inglês e a participação em eventos da SBPT. Dado o alto nível dos participantes, a participação nos eventos da sociedade foi o critério de desempate.

No ano passado, Beatriz participou dos eventos DIP, CNAP, SBPT Acolhe e o Congresso de 2023. Neste último, além de participar do almoço com residentes, enviou 5 artigos que foram publicados nos anais do Jornal Brasileiro de Pneumologia (JBP). 

Nos dias 17 e 18 de maio, a especialista em formação terá a oportunidade de participar do curso prático promovido pela American Thoracic Society (ATS), em San Diego, na Califórnia, e auxiliará a SBPT na condução de projetos semelhantes no Brasil até maio de 2026.

Parabéns, Beatriz! Estamos confiantes de que a sua participação no evento contribuirá significativamente para o seu crescimento profissional e para o avanço da pneumologia em nosso país. 

A SBPT agradece o interesse dos demais candidatos à bolsa e incentiva a participação de todos nos eventos da sociedade para 2024.