Em artigo original publicado no Jornal Brasileiro de Pneumologia, vol. 48, n.1 (jan/fev), os pesquisadores buscaram identificar características preditivas associadas à evolução da sarcoidose.
Os autores analisaram uma coorte de 200 pacientes portadores da doença, com idade média de 49,4 anos, sendo 160 com doença não fibrótica e 40 com doença fibrótica. A partir das variáveis mais significativas, os autores propuseram um sistema de escore e estadiamento.
“A sarcoidose é uma doença granulomatosa multissistêmica com expressão clínica e evolução heterogêneas. A identificação de características basais associadas à evolução pode auxiliar no manejo da doença e na predição do prognóstico”, explica a Dra. Marina Dornfeld Cunha Castro, pneumologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e uma das autoras do estudo.
A evolução da sarcoidose foi classificada como autolimitada — involução espontânea em até 2 anos após o diagnóstico ou estabilidade por pelo menos 1 ano após um curso de terapia; e persistente — resistência ao tratamento, recaída após interrupção do tratamento, tratamento de manutenção considerado necessário ou evidência de doença crônica estável 2 anos após o diagnóstico.
“Neste estudo multicêntrico brasileiro, observamos que o diagnóstico tardio (após 12 meses de início de sintomas), o comprometimento pulmonar parenquimatoso (estádios II e III), a presença de dispneia, a redução da CVF e o comprometimento sistêmico relevante foram fatores prognósticos associados à doença persistente no subgrupo de sarcoidose pulmonar não fibrótica”, informa a autora.