Mais de 350 organizações de saúde, representando cerca de 40 milhões de especialistas, incluindo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), assinaram uma carta aos líderes do G20 com recomendações sobre poluição, meio ambiente e a condução para uma recuperação saudável após a pandemia.
A carta, direcionada aos Presidentes da República, Primeiros Ministros e representantes da saúde, propõe a hashtag #HealthyRecovery, e menciona a necessidade de investimentos em saúde pública e prevenção de pandemias.
“Antes da COVID-19, a poluição atmosférica já contribuía para enfraquecer o sistema respiratório e as defesas do organismo. Esse ar poluído provêm da queima do combustível dos veículos, pelo uso doméstico inadequado de energia da combustão de lenha, além de incêndios florestais, queima de resíduos sólidos e práticas da agricultura que utilizam a combustão”, diz o texto.
Os especialistas lembram que sete milhões de pessoas morrem de forma prematura todos os anos por respirarem ar poluído. A poluição pode causar pneumonia, DPOC, câncer de pulmão, doenças cardiovasculares e infarto. Nas gestantes, pode levar à prematuridade, além de baixo peso do recém-nascido e asma na criança, fatores que contribuem para sobrecarregar os sistemas de saúde.
A carta também menciona o desmatamento e as mudanças climáticas como responsáveis por novas ameaças e ressalta que, quando cuidamos da natureza, nossos corpos se tornam mais resilientes às infecções e as pessoas não são induzidas à pobreza por gastarem demais com serviços de saúde.
Os especialistas sugerem, ainda, mudar a relação da humanidade com os combustíveis fósseis e produzir mais energia limpa e renovável para reduzir as emissões de poluentes e melhorar a qualidade do ar até 2050.
Eles convocam os líderes de saúde e ciência a direcionarem recursos de longo e curto prazo em cuidados de saúde, transporte, energia e agricultura ao final do combate à pandemia.