O periódico The Lancet abordou a ocorrência de doenças respiratórias em crianças que vivem que áreas próximas às queimadas na Amazônia.
Segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial), o estado enfrentou 83% mais episódios de queimadas em 2019, em relação ao ano passado.
O artigo cita a pesquisa realizada pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que constata o aumento de 2.500 hospitalizações de crianças por mês na região em 2019.
A área engloba os estados do Pará, Rondônia, Maranhão e Mato Grosso.
A Fiocruz menciona, ainda, que 60% do material particulado inalado no país é proveniente da queima da floresta amazônica.
Ao The Lancet, o Presidente da SBPT, Dr. José Miguel Chatkin, explicou que a inalação da fumaça da queimada, composta de material particulado, monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio e outros orgânicos voláteis causa inflamações nas vias aéreas. Essas substâncias continuam agindo no organismo meses após a exposição.
Além disso, a qualidade do ar também se mantém baixa por longos períodos, ainda que o fogo tenha cessado, e a poluição do ar afeta milhares de quilômetros da área de queimada.
O pneumologista lembrou que as doenças respiratórias são a principal causa de internação de crianças e que entre 10 e 15% dos brasileiros têm asma ou bronquite crônica.
Artigo completo: “Surge of respiratory illnesses in children due to fires in Brazil’s Amazon region”, de Lise Alves.