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COVID-19: resumos de artigos selecionados – parte 10

Os artigos resenhados em 04/05 tratam de consensos sobre intubação e extubação traqueal e sobre o aumento da expressão gênica de ECA-2 em vias aéreas inferiores associada às formas graves de COVID-19 em pacientes com DPOC.

As publicações são do Anaesthesia 2020 e European Respiratory Journal. Conteúdo oferecido com o apoio da GSK.

CONSENSUS GUIDELINES FOR MANAGING THE AIRWAY IN PATIENTS WITH COVID-19.

Resumo

Os autores discorrem sobre considerações específicas a diversos ambientes dos serviços de saúde que atendem enfermos com COVID-19 (coronavirus disease 2019), em especial sobre intubação e extubação traqueal. As principais estratégias que os diversos serviços ao redor do mundo têm adotado são:

  1. Limitar a equipe assistencial a três pessoas no momento da intubação do paciente: o médico que fará a intubação, seu assistente e um segundo auxiliar para manejo dos fármacos e monitoramento do paciente.
  2. Todos devem estar completamente protegidos junto a todo o equipamento de intubação e um carrinho especial exclusivo para pacientes com COVID-19. Idealmente, intubar o paciente em uma sala com pressão negativa, com troca de ar maior que 12 vezes por hora.
  3. Preparar todo o material para intubação previamente e fora da sala onde o procedimento será realizado, evitando-se ao máximo o trânsito de pessoas.
  4. A pessoa mais preparada/experiente deve ser a primeira a tentar o procedimento de intubação, para minimizar tentativas sem sucesso, usando pré-oxigenação por 3 a 5 minutos, sendo a videolaringoscopia fortemente desejável (se disponível), e a utilização de um filtro de vias aéreas entre a boca e o circuito.
  5. Não utilizar máscara para pré ventilação, nem nebulização ou dispositivos de oxigênio de alto fluxo, visando evitar aerossois e disseminação do vírus no ambiente; evitar ao máximo as desconexões do circuito; coletar amostra para detecção do COVID-19 em aspirado traqueal profundo, se o caso é suspeito (não confirmado).
  6. Limpar a sala 20 minutos após a intubação, reduzindo o risco de infecção para o pessoal de limpeza.

Tratam-se de recomendações específicas que dizem respeito à segurança não somente do paciente com suspeita ou confirmação por COVID-19, mas também de todo o pessoal da equipe de saúde que o assiste. O momento da intubação orotraqueal requer planejamento e treinamento prévios não somente da equipe assistente, bem como do serviço de saúde em geral.

Referência:

  1. COOK, TM. Et al. Consensus Guidelines For Managing The Airway In Patients With Covid-19. Anaesthesia 2020 Mar 27. doi: 10.1111/anae.15054

Clique aqui para ler o artigo na íntegra.


ACE-2 Expression in the Small Airway Epithelia of Smokers and COPD Patients: Implications for COVID-19

Resumo

O vírus SARS-CoV-2 (severe acute respiratory syndrome coronavirus 2) usa a enzima conversora da angiotensina 2 (ECA-2) como receptor de entrada na célula do hospedeiro. Neste estudo, os autores buscaram verificar se a expressão da ECA-2 está aumentada nas células epiteliais brônquicas do trato respiratório inferior de pacientes com DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica).

  • População estudada: indivíduos com diagnóstico clínico, espirométrico e tomográfico de DPOC, tabagistas ativos ou não, além de indivíduos saudáveis tabagistas ativos ou não.
  • A metodologia baseou-se em broncoscopia com coleta de células do epitélio de vias aéreas inferiores (6ª a 8ª divisões brônquicas) com análise da expressão gênica de ECA-2.
  • A expressão gênica de ECA-2 no epitélio de pacientes com DPOC foi maior do que aquela encontrada em pacientes sem
    • Foi observada uma relação inversa entre a expressão gênica de ECA-2 e VEF1 (volume expiratório forçado no primeiro segundo).
  • Foi observada diferença significativa entre indivíduos fumantes e os que nunca fumaram.
    • Houve maior expressão gênica de ECA-2 no epitélio dos tabagistas.

Tabagistas ativos e pacientes com DPOC apresentaram aumento da expressão gênica de ECA-2 em vias aéreas inferiores, o que pode explicar, em parte, a maior susceptibilidade deste perfil de indivíduos à forma grave da COVID-19 (coronavirus disease 2019). Esta informação torna-se muito importante no contexto atual, pois embasa a orientação sobre o abandono do tabagismo e condução mais criteriosa da população tabagista, caso esta seja acometida pelo vírus SARS-CoV-2.

Referência:

  1. LEUNG, JM. et al. ACE-2 Expression in the Small Airway Epithelia of Smokers and COPD Patients: Implications for COVID-19. Eur Respir J. 2020 Apr 8. doi: 10.1183/13993003.00688-2020.

Clique aqui para ler o artigo na íntegra.


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