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SBPT apoia políticas urgentes de redução da poluição atmosférica

Mais 100 instituições de saúde, incluindo a SBPT e a European Respiratory Society (ERS), manifestaram apoio à declaração conjunta da OMS para implementar medidas ambiciosas de redução da emissão de poluentes atmosféricos.

De acordo com os pneumologistas, o documento serve como um guia para a melhoria efetiva da qualidade do ar por meio de políticas de redução das emissões em todo o mundo.

Leia o documento: World Health Organization (WHO) Global Air Quality Guidelines (AQGs) 202

Segundo Zorana J. Andersen, líder do Comitê de Meio Ambiente e Saúde da ERS e professora de Epidemiologia Ambiental do Departamento de Saúde Pública da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, “a poluição do ar representa um grande risco para a saúde humana por estar relacionada à maioria das doenças pulmonares, cardiovasculares, diabetes, câncer e mortalidade infantil. Há evidências recentes de que a poluição pode afetar a gravidez e o desenvolvimento cognitivo infantil, aumentando o risco de demência e piora da saúde mental, além de elevar os riscos de morte por COVID-19”.

“Mais de 95% da população mundial está exposta a níveis críticos de poluição do ar, todos os dias. A poluição do ar é a quarta causa de doenças e de mortalidade globalmente. Há estimativas de que o custo econômico das doenças relacionadas à poluição foram de US$ 5 trilhões em 2013. Portanto, reduzir a poluição atmosférica não só tem impactos imediatos na saúde e qualidade de vida de todos os cidadãos como também ajuda a reduzir os custos médicos”.

“Além disso, as políticas têm o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e ajudar a mitigar as crises de mudança climática sem precedentes”, complementa a especialista.

A declaração da OMS alerta que não há níveis seguros de poluição atmosférica. Até os níveis mais baixos são prejudiciais para a saúde humana. Com base nessa informação, as instituições de saúde recomendam aos líderes globais:

• Revisar a legislação para baixar os limites aceitáveis de material particulado PM2.5 e NO2 de acordo com o documento WHO AQGs 2021.
• Combinar os valores limites fixos com políticas vinculativas para uma redução contínua dos níveis médios de poluição em todos os lugares, não apenas em pontos críticos de poluição, para conseguir uma redução progressiva da exposição de toda a população.
• Investir, implementar, monitorar e encorajar efetivamente as políticas de ar limpo para proteger a saúde pública e unir esforços em prol da neutralização do clima.

Dominique Hamerlijnck é uma paciente com asma severa hiperresponsiva, moradora dos Países Baixos e membro da European Lung Foundation. Ela explicou como a poluição tem impacto devastador para a vida dela.

“Um dos principais gatilhos para a minha alergia é a poluição. Respirar fica tão difícil que não consigo fazer muita coisa no meu dia a dia a não ser respirar. Eu tomo a dose máxima das medicações, mas não é o suficiente para fazer o que é necessário na minha rotina, como trabalhar ou sair com as pessoas. O esforço para respirar me sobrecarrega e sinto dor torácica constantemente”.

“Não é possível evitar o ar – ele é necessário para a sobrevivência – e nós precisamos de ar limpo para manter as pessoas seguras, saudáveis e ativas na sociedade. Eu espero que a gente consiga respirar ar mais limpo em breve. Eu gostaria de poder sair de casa às vezes e aproveitar o mundo lá fora”.

Para proteger a saúde pública, as pessoas que convivem com doenças crônicas limitantes e o meio ambiente, é necessário que os líderes políticos de todos os níveis se engajem com o documento da OMS e implementem medidas ambiciosas e urgentes de ar limpo sem demora.

Leia o WHO AQG 2021 Join Statement.

Mais informações: ERS.