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Dia Mundial da Trombose: qual é o papel do pneumologista na prevenção e tratamento da doença?

Em 13 de outubro é o Dia Mundial da Conscientização sobre a Trombose Venosa Profunda (TEV), doença caracterizada pela formação de coágulo sanguíneo em uma ou mais veias, geralmente nas pernas.

O pneumologista é parte fundamental da campanha de compreensão sobre a TEV, visto que esse coágulo pode se soltar e chegar até os pulmões de forma rápida, causando tromboembolia pulmonar (TEP).

“A TEP é a obstrução de um ou mais ramos arteriais pulmonares por um coágulo sanguíneo, impedindo a passagem de sangue de forma adequada”, explica a Dra. Veronica Moreira Amado, coordenadora da Comissão Científica de Circulação Pulmonar da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).

De acordo com ela, os fatores de risco para desenvolver trombose venosa são: condições que levem à imobilidade; traumas maiores, com lesão tecidual; cirurgias com duração superior a 30 minutos, em especial as cirurgias ortopédicas; hospitalizações prolongadas, principalmente em pessoas com múltiplas comorbidades e mais idosas; insuficiência cardíaca; Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC); doença inflamatória intestinal; contraceptivos orais, implantáveis ou injetáveis, e reposição hormonal com estrogênio; além de condições congênitas ou adquiridas que aumentam a tendência à formação de coágulos  pelo corpo.

Evidências recentes mostraram que o vírus SARS-CoV-2 gera um processo inflamatório importante, com agressão às células que revestem os vasos sanguíneos, predispondo os pacientes com COVID-19 a eventos trombóticos generalizados.

No contexto da trombose venosa, os sintomas são dor e inchaço no local, rigidez muscular, sensação de queimação e vermelhidão, em uma das pernas, habitualmente de forma assimétrica. Quando o coágulo atinge os pulmões, os sintomas mais comuns são falta de ar, dor torácica, que piora com a respiração mais profunda de início súbito e caráter agudo. São sintomas menos comuns a tosse seca, eliminar sangue ao tossir e síncope.

“Todo clínico deve ser capaz de diagnosticar e tratar um paciente com tromboembolismo pulmonar. No entanto, existem casos mais desafiadores na sua condução, que devem ser orientados por um especialista. É importante que o pneumologista acompanhe o paciente no cuidado hospitalar e ambulatorialmente, após a alta”, ressalta a Dra. Veronica.

O diagnóstico tardio, a não definição diagnóstica, o retardo ou a falta de tratamento adequado são fatores que elevam o risco de mortalidade por TEP. A extensão do trombo, a presença de comorbidades e a condição clínica do paciente também são aspectos determinantes para o desfecho do evento tromboembólico agudo.

Ainda, há situações em que o coágulo não se desfaz completamente, ficando uma espécie de cicatriz dentro dos vasos arteriais pulmonares acometidos, o que caracteriza um tromboembolismo crônico. “Nessa circunstância, o paciente precisa ser avaliado por um especialista para definir as repercussões dessa obstrução nos vasos pulmonares e, também, sobre o coração”, explica a pneumologista.

O tratamento do tromboembolismo pulmonar implica na prescrição de medicações anticoagulantes, o que permite a dissolução do trombo e dificulta a formação de novos coágulos.

 

Referências

Direto ao Ponto SBPT – Evidências da Anticoagulação em COVID-19. 28 mai. 2020. Acesso em: https://anchor.fm/sbpt/episodes/Direto-Ao-Ponto—A-Anticoagulao-em-COVID-19-eemc4l/a-a2apj8b

Encontros Virtuais SBPT – Quais são as evidências da anticoagulação em COVID-19? 11 mar. 2020. Acesso em: https://youtu.be/SGelStS1VmY

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