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Apenas 12,3% dos asmáticos brasileiros estão com a doença bem controlada

Em 2 de maio é o Dia Mundial da Asma e a Global Initiative For Asthma (GINA) propõe a disseminação de informações sobre a doença, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas e prevenir a mortalidade.

De acordo com um inquérito nacional brasileiro de 2015, apenas 12,3% dos pacientes diagnosticados com asma têm a doença controlada. Cerca de 51,2% têm asma não controlada e 36,4% têm asma parcialmente controlada.¹

Com a doença sem controle, o paciente corre mais riscos. De acordo com o DATASUS, em 2022, foram 83.155 internações pela doença e 524 óbitos registrados no Brasil. Em fevereiro de 2023, 7.197 pessoas foram internadas por asma e houve 20 óbitos no país.

A asma é uma doença heterogênea caracterizada por uma inflamação crônica das vias aéreas, cujos principais sintomas são tosse, sensação de chiado no peito, fôlego “curto” e falta de ar. Por ser heterogênea, os especialistas definem a doença conforme os “fenótipos clínicos e endótipos da asma”, características fisiopatológicas, demográficas, etc., que norteiam o tipo de tratamento para cada caso.²

A mais comum é a asma alérgica, que pode ser desencadeada por inalação de alérgenos, como poeira, ácaros, mofo e também a asma causada por agentes irritantes, fumaça, produtos de limpeza, perfume, entre outros. Dentre outras causas, podemos citar as infecções respiratórias virais, mudança de tempo, stress e poluição ambiental, além da asma com manifestação tardia e da asma associada à obesidade, por exemplo. Por isso, é muito importante consultar um médico especialista.³

No Brasil, a prevalência de sintomas de asma entre adolescentes está entre as mais altas do mundo. A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE)4, de 2012, revelou que 23% dos alunos do 9º ano de escolas públicas e privadas de todos os estados brasileiros tinham sintomas de asma. Destes, apenas 12% haviam recebido diagnóstico médico da doença.

“No Brasil, os avanços na extensão dos cuidados e acesso a medicações, como a disponibilização de formoterol/budesonida para asma moderada/grave (Portaria nº 1.318, de 23 de julho de 2002) e a inclusão de beclometasona, salbutamol e ipratropio na farmácia popular (Portaria nº 3.219, de 20 de outubro de 2010), levaram a uma significativa queda nas internações por asma”, informa a Dra. Lilian Ballini, pneumologista coordenadora da Comissão Científica de Asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).

“Mudanças significativas foram publicadas pelo novo PCDT para asma do Ministério da Saúde (Portaria conjunta nº 14, de 24 de agosto de 2021). Em relação à asma leve, a indicação de formoterol/budesonida de demanda, substituindo o salbutamol de demanda, pode reduzir as crises em até 60%, levando à diminuição da morbidade, da procura por serviços de urgência e das internações. Para asma grave, a inclusão de biológicos (omalizumabe e mepolizumabe) foi um grande avanço para o tratamento dos pacientes mais graves, proporcionando melhor controle da doença, menos exacerbações e melhor qualidade de vida”, complementa a especialista.5

Segundo ela, os atuais desafios do cenário de asma no Brasil são a educação continuada para especialistas e profissionais de saúde da atenção básica, a disponibilização das medicações citadas no PCDT (formoterol/budesonida) na farmácia popular, a adesão ao tratamento e a capacitação de profissionais para identificar e tratar a asma grave.

Na terça-feira (02/05), Dia Mundial da Asma, às 19h, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) promoverá uma live no Instagram para debater sobre a situação do asmático no Brasil, em parceria com a Fundação ProAR e a Associação Brasileira de Asma Grave (ASBAG). Participe e faça a sua pergunta:

PneumoLive SBPT – Situação do Asmático no Brasil.

Dia: 02/05.

Horário: 19h.

Participe no Instagram: @pneumosbpt.

Referências

1 – Cançado JED, Penha M, Gupta S, Li VW, Julian GS, Moreira ES. Respira project: Humanistic and economic burden of asthma in Brazil. J Asthma. 2019;56(3):244-251. https://doi.org/10.1080/02770903.2018.1445267

2 – Global Initiative for Asthma. Global Strategy for Asthma Management and Prevention. Disponível em: https://ginasthma.org/reports/

3 – Pizzichini MMM, Carvalho-Pinto RM, Cançado JED, Rubin AS, Cerci Neto A, Cardoso AP, et al. 2020 Brazilian Thoracic Association recommendations for the management of asthma. J Bras Pneumol. 2020;46(1):e20190307

4 – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE): 2012. Rio de Janeiro: IBGE; 2013. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv64436.pdf