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Programa de rastreamento do câncer de pulmão reduz a mortalidade pela doença

Hoje (27/11) é Dia Nacional de Combate ao Câncer. Em referência à data, a SBPT comenta sobre o estudo NELSON¹, que comprovou a eficiência do programa de rastreamento na redução da mortalidade no último Congresso Mundial de Câncer de Pulmão (WCLC 2018).

O protocolo apontou que um programa estruturado de rastreamento, com base na realização de tomografia de tórax de baixa dose de radiação (TCBD), diminui a mortalidade por câncer de pulmão. A redução é de 26% entre os homens e chega a entre 39 e 61%, no caso das mulheres.

Metodologia

Por meio da análise da volumetria dos nódulos e do tempo de duplicação do volume com o uso de software dedicado², o NELSON trouxe resultados mais específicos, resultando em menos achados “falsos-positivos” (queda considerável de 96% para 50-60%) e menos “falsos-negativos”.

A proposta do estudo é assumir um valor de corte mais alto para que um nódulo seja denominado como “achado positivo” ao primeiro exame – volume de 500mm3 ou tamanho próximo a 10mm de diâmetro (assumindo hipoteticamente que a lesão nodular é uma esfera perfeita) ou, ainda, dobra de volume em menos de 400 dias, no caso de nódulos inferiores a 500mm3 (chamados de “indeterminados”).

Periodicidade da TCBD

Outro diferencial do NELSON foi a avaliação do desempenho diagnóstico de intervalos crescentes de repetição da tomografia (1 ano, 2 anos e 2 anos e meio), enquanto no NLST a periodicidade é anual. Com isso, os autores propuseram uma racionalização do uso dos recursos (menos exames, menos estrutura necessária, menores custos), e a tentativa de se identificar o melhor intervalo razoável de seguimento, que aparentemente se situaria em algo próximo a 2 anos.

A metodologia mais sofisticada se comparada à do estudo norte-americano NLST³ contribui para expor menos pacientes sem a doença aos riscos indesejados de procedimentos desnecessariamente indicados. Além disso, mais uma vez, devemos direcionar um olhar mais cuidadoso e atento ao câncer de pulmão entre as mulheres, aparentemente as maiores beneficiárias desta estratégia.

Informações: Comissão de Câncer de Pulmão da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).


¹De Koning H. et al “Effects of volume CT lung cancer screening. Mortality results of the NELSON randomized, controlled population-based screening trial” WCLC 2018; Abstract PL02.05.
²Syngo Lungcare software package (Version Somaris).
³National Lung Screening Trial Research Team, Aberle DR, Adams AM, Berg CD, Black WC, Clapp JD, Fagerstrom RM, Gareen IF, Gatsonis C, Marcus PM, Sicks JD. Reduced lung-cancer mortality with low-dose computed tomographic screening. N Engl J Med 2011;365:395-409.


Mais informações sobre o câncer de pulmão – Artigo de revisão publicado no JBP: Araujo1 LH, 2 , A , Baldotto1 C, 2 , B , et al. Câncer de pulmão no Brasil. J Bras Pneumol. 2018;44(1):55-64.