{"id":33224,"date":"2025-05-09T22:50:40","date_gmt":"2025-05-09T22:50:40","guid":{"rendered":"https:\/\/sbpt.org.br\/portal\/?p=33224"},"modified":"2025-05-10T00:54:58","modified_gmt":"2025-05-10T00:54:58","slug":"sbpt-acolhe-quarta-edicao-reune-mais-de-120-profissionais-da-pneumologia-para-imersao-pratica-e-humanizada","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/sbpt.org.br\/portal\/sbpt-acolhe-quarta-edicao-reune-mais-de-120-profissionais-da-pneumologia-para-imersao-pratica-e-humanizada\/","title":{"rendered":"SBPT Acolhe: quarta edi\u00e7\u00e3o re\u00fane mais de 120 profissionais da pneumologia para imers\u00e3o pr\u00e1tica e humanizada"},"content":{"rendered":"\n
Nos dias 3 e 4 de maio de 2025, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) realizou, no Rio de Janeiro, a IV edi\u00e7\u00e3o da Oficina de Acolhimento e Nivelamento de Residentes \u2013 o SBPT Acolhe. O evento contou com a participa\u00e7\u00e3o de 61 residentes em pneumologia de diversas regi\u00f5es do pa\u00eds e 59 tutores e facilitadores de grupos de trabalho.<\/p>\n
A organiza\u00e7\u00e3o do evento contou com a dedica\u00e7\u00e3o da Dra. Paula Werneck, que se encarregou da importante tarefa de montar a lista de tutores, e com a participa\u00e7\u00e3o ativa de representantes da nova gera\u00e7\u00e3o de lideran\u00e7as da pneumologia: as m\u00e9dicas Lais Campolina e Beatriz Chaves. Ambas atuaram diretamente na organiza\u00e7\u00e3o do Acolhe, evidenciando o compromisso da SBPT em envolver e formar novas coordenadoras e l\u00edderes nos eventos da sociedade.<\/p>\n Para a residente Juliana Sayuri, da Faculdade de Ci\u00eancias M\u00e9dicas da Unicamp (FCM Unicamp), toda a experi\u00eancia foi muito bem estruturada. \u201c\u00c9 um curso muito completo, com temas relevantes, professores excelentes, bem engajados e atualizados. Achei que contempla bem os conte\u00fados importantes, principalmente para quem est\u00e1 no R1. Teve esta\u00e7\u00f5es em que eu tive mais facilidade, outras em que meu colega se saiu melhor, e algumas em que tive mais dificuldade. Ent\u00e3o, para o objetivo de nivelamento, que \u00e9 a proposta do programa Acolhe, acho que cumpre muito bem o seu papel\u201d, compartilhou.<\/p>\n Marcio Henrique Filho, residente do HC FMUSP, refor\u00e7ou tamb\u00e9m o car\u00e1ter de integra\u00e7\u00e3o. “Acho que a experi\u00eancia est\u00e1 sendo bem enriquecedora para um n\u00edvel que se espera de um R1 de pneumologia. Foram muitas esta\u00e7\u00f5es relevantes para o nosso conhecimento. Mas o que mais agrega \u00e9 o contato com outros residentes de outras institui\u00e7\u00f5es, o que faz a gente ter um network, uma conversa e entender como funcionam os outros servi\u00e7os”, enfatizou.<\/p>\n Para o tutor Renato Prado Abelha, o impacto \u00e9 ainda mais amplo. “J\u00e1 \u00e9 o segundo ano que participo, e como da primeira vez, continuo considerando uma iniciativa sensacional pois permite que residentes de todo o Brasil vivenciem diferentes realidades e interajam com os principais temas da pneumologia. Isso fortalece a sociedade e aproxima os residentes de sua atua\u00e7\u00e3o profissional. Tem que continuar e crescer\u201d, declarou.<\/p>\n Para muitos, o Acolhe foi uma oportunidade de fortalecer valores essenciais \u00e0 pr\u00e1tica m\u00e9dica: coopera\u00e7\u00e3o, empatia, protagonismo e pertencimento. O evento tamb\u00e9m se consolida como uma resposta concreta \u00e0 diversidade da forma\u00e7\u00e3o m\u00e9dica no Brasil.<\/p>\n<\/a>Mais do que um curso de capacita\u00e7\u00e3o, o SBPT Acolhe \u00e9 um projeto estrat\u00e9gico que promove acolhimento, integra\u00e7\u00e3o e nivelamento t\u00e9cnico entre os novos residentes da especialidade. A proposta da oficina \u00e9 preparar esses profissionais para os principais desafios da pr\u00e1tica pneumol\u00f3gica, com foco na excel\u00eancia cl\u00ednica, na seguran\u00e7a do paciente e no fortalecimento da comunidade m\u00e9dica.<\/p>\n
<\/a>Com uma programa\u00e7\u00e3o intensa, o evento combinou atividades te\u00f3ricas e pr\u00e1ticas, simula\u00e7\u00f5es de procedimentos, discuss\u00f5es de casos cl\u00ednicos e rodas de conversa, sempre conduzidas por pneumologistas experientes e docentes engajados no ensino da especialidade. Dentre os diversos temas, foram abordados pun\u00e7\u00e3o pleural, ventila\u00e7\u00e3o n\u00e3o invasiva, abordagem da dispneia, interpreta\u00e7\u00e3o de exames funcionais, princ\u00edpios de interconsultas e pareceres. Al\u00e9m disso, os participantes puderam interagir com colegas de diferentes institui\u00e7\u00f5es, construindo uma rede de apoio e aprendizado coletivo.<\/p>\n
<\/a>Com uma percep\u00e7\u00e3o semelhante sobre a qualidade do conte\u00fado, o residente Arthur Henrique, do Hospital das Cl\u00ednicas da Faculdade de Medicina da Universidade de S\u00e3o Paulo (HC FMUSP), destacou especialmente o valor das atividades pr\u00e1ticas. \u201cAcho que todas as esta\u00e7\u00f5es foram muito boas, com preceptores bem sol\u00edcitos e did\u00e1ticos. Mas, pela dificuldade maior de ter contato no dia a dia, a que mais me marcou foi a de broncoscopia. Ter a chance de pegar o aparelho com calma, entender melhor o funcionamento, foi algo muito positivo, porque na rotina isso acaba sendo mais corrido e nem sempre conseguimos aproveitar da mesma forma\u201d, pontuou.<\/p>\n
<\/a>J\u00e1 a residente do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP-PE), Livia Dhayany Lima, refor\u00e7ou o impacto transformador da experi\u00eancia. \u201cAchei um evento bem interessante e importante para quem est\u00e1 no R1 de Pneumologia. A troca de conhecimentos, o aprofundamento dos temas e a forma como tudo foi organizado tornaram essa imers\u00e3o realmente marcante. A gente sai daqui diferente, com mais seguran\u00e7a e bagagem. Todas as oficinas foram muito relevantes, mas gostei especialmente das aulas de radiologia e ventila\u00e7\u00e3o mec\u00e2nica. Foi tudo muito completo, um show de bola.\u201d, salientou.<\/p>\n
<\/a>Segundo o presidente da SBPT, Dr. Ricardo de Amorim Corr\u00eaa, o Acolhe \u00e9 um dos projetos mais significativos da entidade. \u201cAqui, falamos sobre conhecimento t\u00e9cnico, mas, principalmente, sobre escuta, sobre empatia, sobre fazer parte de uma comunidade que cuida das pessoas com seriedade e afeto\u201d, afirmou. Sua fala sintetiza o esp\u00edrito do SBPT Acolhe: uma experi\u00eancia transformadora que vai al\u00e9m do conte\u00fado t\u00e9cnico e promove v\u00ednculos reais entre profissionais que compartilham a mesma miss\u00e3o.<\/p>\n
<\/a>N\u00e3o por acaso, um dos destaques da programa\u00e7\u00e3o, foi a esta\u00e7\u00e3o de comunica\u00e7\u00e3o com o paciente, novidade desde a edi\u00e7\u00e3o anterior e que rapidamente se tornou uma das mais significativas da oficina. Conduzida pelos Drs. L\u00edcia Zanol, Gunter Kissmann, Claudia Costa e Pedro Medeiros, a atividade trouxe reflex\u00f5es profundas sobre o papel das habilidades interpessoais na pr\u00e1tica m\u00e9dica. “Desenvolver essa compet\u00eancia junto aos residentes \u00e9 essencial. Junto do conhecimento t\u00e9cnico, o dom\u00ednio da comunica\u00e7\u00e3o far\u00e1 toda a diferen\u00e7a no cuidado di\u00e1rio dos pacientes com doen\u00e7as pulmonares\u201d, destacou L\u00edcia.<\/p>\n
<\/a>\u201cO di\u00e1logo \u00e9 essencial entre n\u00f3s, humanos. E, quando estruturado com t\u00e9cnica, transforma tanto a escuta quanto a entrega da informa\u00e7\u00e3o\u201d, completou Gunter. Pedro refor\u00e7ou que \u201ca comunica\u00e7\u00e3o \u00e9 uma metacompet\u00eancia \u2014 envolve conhecimento, habilidade e atitude. Vivenciamos aqui situa\u00e7\u00f5es riqu\u00edssimas, inclusive abordando momentos delicados como a comunica\u00e7\u00e3o de \u00f3bito inesperado.\u201d J\u00e1 Cl\u00e1udia concluiu: \u201c\u00c9 impactante ver como os residentes demonstram sede por se aprimorar nessa habilidade. O retorno deles nos mostra o quanto essa esta\u00e7\u00e3o \u00e9 necess\u00e1ria\u201d.<\/p>\n
<\/a>Um dos grandes entusiastas do projeto desde suas edi\u00e7\u00f5es iniciais, o Dr. Rog\u00e9rio Rufino \u2013 o mais antigo instrutor do Acolhe no RJ \u2013 tamb\u00e9m compartilhou suas impress\u00f5es sobre o Acolhe. \u201cPoucas sociedades realizam esse modelo pelo enorme trabalho e investimento pessoal e financeiro. Mas, os frutos ainda vir\u00e3o! A SOPTERJ, acompanhando o Instagram da SBPT, manifestou o desejo de realizar um modelo parecido. \u00c9 um reconhecimento importante do empreendedorismo e da qualidade das a\u00e7\u00f5es da SBPT\u201d, declarou. O m\u00e9dico ainda deixou agradecimentos nominais \u00e0 equipe organizadora e \u00e0 gest\u00e3o da sociedade, refor\u00e7ando a relev\u00e2ncia institucional da oficina.<\/p>\n
<\/a>Os tutores Bianca Lucena e Marcos Bethlem emocionaram-se ao compartilhar sua viv\u00eancia. “Experi\u00eancia maravilhosa, troca incr\u00edvel com os alunos. Uma coisa que nos tocou foi ensinar para eles coisas que n\u00f3s gostar\u00edamos de ter aprendido no R1. Ver na cara deles aquele ‘Meu Deus!’ foi emocionante. Eles est\u00e3o aprendendo conceitos que muitos de n\u00f3s s\u00f3 vimos no fim da resid\u00eancia. \u00c9 um pontap\u00e9 muito forte. A teoria voc\u00ea aprende no CNAP, mas aqui voc\u00ea bota a m\u00e3o na massa com os maiores especialistas”, comentaram.<\/p>\n
<\/a>As m\u00e9dicas Fl\u00e1via Fonseca e Juliana Ferreira, diretoras da SBPT e coordenadoras do Acolhe desde a primeira edi\u00e7\u00e3o, relembraram trajet\u00f3ria: “\u00c9 um sonho realizado. O primeiro sopro do projeto veio com a Dra. Irma de Godoy, ent\u00e3o diretora de ensino, em 2018. No ano seguinte, a organiza\u00e7\u00e3o para a nossa oficina come\u00e7ou a tomar forma, ap\u00f3s o bootcamp da ATS. A pandemia adiou o plano, mas nunca deixamos de buscar implementar o projeto. Em 2022 oferecemos a primeira edi\u00e7\u00e3o, e de l\u00e1 pra c\u00e1 s\u00f3 crescemos. Sa\u00edmos de 40 para 60 vagas, adaptamos oficinas e pretendemos ampliar ainda mais. \u00c9 uma realiza\u00e7\u00e3o ver os tutores doando tempo e conhecimento e os residentes engajados, isso nos mostra que estamos no caminho certo. O Acolhe \u00e9 uma experi\u00eancia de aprendizagem e colabora\u00e7\u00e3o genu\u00edna”, relataram.<\/p>\n
<\/a>As impress\u00f5es positivas tamb\u00e9m vieram de outros participantes e tutores. O Dr. Rafael Nascimento descreveu o evento como uma iniciativa necess\u00e1ria e inspiradora. \u201cFiquei muito feliz em ver algo t\u00e3o din\u00e2mico, multidisciplinar e acolhedor. Fazendo jus ao nome do projeto. Que voc\u00eas sirvam de exemplo\u201d.<\/p>\n
<\/a>Diante de diferentes realidades educacionais, o SBPT Acolhe oferece uma oportunidade \u00fanica de nivelamento, garantindo que todos os residentes iniciem sua trajet\u00f3ria com seguran\u00e7a, autonomia e clareza sobre os desafios da pr\u00e1tica pneumol\u00f3gica. Como destacou um dos residentes: \u201cChegamos aqui com muitas d\u00favidas e inseguran\u00e7as. Mas sa\u00edmos com uma dire\u00e7\u00e3o. E, principalmente, com a certeza de que n\u00e3o estamos sozinhos\u201d. O futuro da pneumologia come\u00e7a com o acolhimento. E come\u00e7a aqui!<\/p>\n