Na quinta-feira (05\/10), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associa\u00e7\u00e3o M\u00e9dica Brasileira (AMB) condenaram publicamente o governo pelo an\u00fancio do edital para autoriza\u00e7\u00e3o de novos cursos de medicina.<\/p>\n
Al\u00e9m de passar uma ideia equivocada \u00e0 popula\u00e7\u00e3o de que o aumento no n\u00famero de egressos dos cursos de medicina traz boa e segura assist\u00eancia m\u00e9dica aos cidad\u00e3os, as entidades alertaram para a falta de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos e desconhecimento da realidade do ensino m\u00e9dico e da assist\u00eancia.<\/p>\n
Atualmente, o Brasil conta com mais de 560 mil m\u00e9dicos, o que corresponde a 2,7 profissionais por mil habitantes, superando pa\u00edses como Jap\u00e3o e Estados Unidos. Com 389 escolas de medicina em funcionamento, que juntas formam mais de 30 mil profissionais por ano, at\u00e9 2035, o pa\u00eds ter\u00e1 cerca de 1 milh\u00e3o de m\u00e9dicos em atividade.<\/p>\n
H\u00e1 anos, novas escolas e vagas de medicina s\u00e3o criadas sob o pretexto de sanar a falta de m\u00e9dicos em algumas regi\u00f5es brasileiras. No entanto, tal solu\u00e7\u00e3o n\u00e3o tem resolvido efetivamente a escassez em \u00e1reas remotas, uma vez que depois de formados, os profissionais costumam procurar grandes centros urbanos em busca de especializa\u00e7\u00e3o e melhores condi\u00e7\u00f5es de vida.<\/p>\n
Diante do exposto, o CFM e a AMB recomendam que cursos de medicina s\u00f3 sejam autorizados em munic\u00edpios que atendam a crit\u00e9rios espec\u00edficos, como a oferta de leitos p\u00fablicos de interna\u00e7\u00e3o, acesso a equipes de sa\u00fade da fam\u00edlia e a presen\u00e7a de hospitais de ensino. Destacam, inclusive, que muitas escolas m\u00e9dicas existentes n\u00e3o atendem a esses crit\u00e9rios.<\/p>\n
Al\u00e9m disso, lembraram que a avalia\u00e7\u00e3o adequada das escolas m\u00e9dicas requer crit\u00e9rios claros, treinamento adequado para os avaliadores e medidas concretas para cursos mal avaliados. Destacaram, inclusive, que n\u00e3o h\u00e1 recursos nem estrutura para avaliar todas as escolas m\u00e9dicas existentes, muito menos para a expans\u00e3o proposta de novas escolas.<\/p>\n
Em suma, as entidades acreditam que essa decis\u00e3o pode comprometer a forma\u00e7\u00e3o e a qualidade da assist\u00eancia m\u00e9dica no Brasil e pedem ao governo que reconsidere estas a\u00e7\u00f5es e pense na implementa\u00e7\u00e3o de pol\u00edticas p\u00fablicas efetivas que valorizem os m\u00e9dicos e garantam assist\u00eancia m\u00e9dica eficiente e segura para os brasileiros em todo o pa\u00eds.<\/p>\n
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