\u00c9 poss\u00edvel fazer rastreamento de c\u00e2ncer de pulm\u00e3o com TC de baixa dose no SUS? Em artigo original publicado no JBP (vol. 48 n. 5\/2022), os pesquisadores avaliaram 712 pacientes de alto risco para c\u00e2ncer de pulm\u00e3o em acompanhamento ambulatorial por outras doen\u00e7as respirat\u00f3rias, em especial, a DPOC, em um hospital p\u00fablico de Porto Alegre (RS).<\/p>\n
\u201cOs resultados foram bastante encorajadores: a taxa de detec\u00e7\u00e3o de c\u00e2ncer em duas rodadas anuais de rastreamento foi de 1,5%, muito semelhante \u00e0 dos principais estudos norte-americanos e europeus\u201d, relata o Dr. F\u00e1bio Munhoz Svartman, primeiro autor do estudo. \u201cMais importante, dentre os casos de c\u00e2ncer de pulm\u00e3o de c\u00e9lulas n\u00e3o-pequenas detectados no programa, 64% foram diagnosticados em est\u00e1gios precoces (TNM I ou II). Para todos estes pacientes, foi oferecido tratamento com inten\u00e7\u00e3o curativa\u201d, complementa o pneumologista.<\/p>\n
Os crit\u00e9rios de inclus\u00e3o foram: ter idade entre 55 e 80 anos, ser fumante atual ou ex-tabagista (cessa\u00e7\u00e3o do tabagismo \u2264 15 anos) e carga tab\u00e1gica \u2265 30 anos-ma\u00e7o. A m\u00e9dia de idade dos pacientes inclu\u00eddos no programa foi de 63 anos. A maioria era fumante atual (56%) com enfisema (78,5%) e outros achados pleuropulmonares na TC (64%).<\/p>\n
De acordo com os pesquisadores, apesar das dificuldades encontradas, como perdas de seguimento e alta preval\u00eancia de doen\u00e7as granulomatosas no pa\u00eds, a performance do programa foi muito satisfat\u00f3ria.<\/p>\n
\u201cOs resultados incentivam a\u00e7\u00f5es futuras em maior escala, que potencialmente podem replicar em nosso pa\u00eds o benef\u00edcio de redu\u00e7\u00e3o de 20% da mortalidade por c\u00e2ncer de pulm\u00e3o, j\u00e1 demonstrada pelo rastreamento em estudos americanos e europeus\u201d, finaliza Svartman.<\/p>\n