{"id":15143,"date":"2020-04-01T13:28:30","date_gmt":"2020-04-01T13:28:30","guid":{"rendered":"https:\/\/sbpt.org.br\/portal\/?p=15143"},"modified":"2020-04-14T15:33:52","modified_gmt":"2020-04-14T15:33:52","slug":"resumo-cientifico-covid-1","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/sbpt.org.br\/portal\/resumo-cientifico-covid-1\/","title":{"rendered":"Principais artigos cient\u00edficos sobre a COVID-19 publicados em fevereiro"},"content":{"rendered":"

Periodicamente, a SBPT vai oferecer um resumo de artigos relevantes sobre a COVID-19. Leia nesta edi\u00e7\u00e3o: “Pneumonia por COVID-19: o que a TC nos ensina?”, publicado no The Lancet, “Caracter\u00edsticas cl\u00ednicas do coronav\u00edrus na China”, do NEJM, e “DPOC associada \u00e0 COVID grave”, do Respiratory Medicine.<\/p>\n

COVID-19 PNEUMONIA: WHAT HAS CT TAUGHT US?1<\/sup><\/strong><\/p>\n

Elaine Y P Lee, Ming-Yen Ng, Pek-Lan Khong.<\/p>\n

The Lancet Infectious Diseases<\/em>, 2020.<\/p>\n

Este artigo foi publicado online, no dia 24 de Fevereiro de 2020, no site da revista The Lancet.<\/em><\/p>\n

Resumo<\/strong><\/p>\n

A Tomografia Computadorizada de T\u00f3rax  (TCT) tem sido uma importante modalidade de exame de imagem no diagn\u00f3stico e manejo de pacientes com pneumonia por coronav\u00edrus (COVID-19). Na recente publica\u00e7\u00e3o de Heshui Shi e colaboradores no The Lancet Infectious Diseases, foram discutidos os  achados do TCT, incluindo a evolu\u00e7\u00e3o temporal das manifesta\u00e7\u00f5es radiol\u00f3gicas da pneumonia, relacionando-as com as manifesta\u00e7\u00f5es cl\u00ednicas. Nessa, que \u00e9 a maior coorte observacional de manifesta\u00e7\u00f5es radiol\u00f3gicas do SARS-COVID19 at\u00e9 o momento,  foi observado que  os achados predominantes foram opacifica\u00e7\u00e3o de vidro fosco, consolida\u00e7\u00f5es  bilaterais e  distribui\u00e7\u00e3o perif\u00e9rica e difusa<\/u>. 2<\/sup><\/p>\n

Observou-se  no estudo de Shi e colaboradores, que um grupo de pacientes assintom\u00e1ticos apresentou altera\u00e7\u00f5es precoces na TCT. Por outro lado, outros estudos t\u00eam mostrado pacientes sintom\u00e1ticos respirat\u00f3rios com resultados do RT-PCR positivo para SARS-CoV-2 na aus\u00eancia de altera\u00e7\u00f5es na TCT, al\u00e9m de alguns sintom\u00e1ticos com achados anormais na TCT e falso negativo inicial na RT-PCR para COVID 19. Conforme a pandemia evolui, se observa a variedade de possibilidades na correla\u00e7\u00e3o clinica, radiol\u00f3gica e laboratorial, o que pode levar a um dilema para o m\u00e9dico na condu\u00e7\u00e3o de pacientes com manifesta\u00e7\u00f5es discordantes. 2<\/sup><\/p>\n

A evolu\u00e7\u00e3o das manifesta\u00e7\u00f5es tomogr\u00e1ficas na TCT ainda n\u00e3o est\u00e1 bem entendida. Shi e colaboradores relataram opacidades unilaterais em vidro fosco em um subgrupo de 15 pacientes assintom\u00e1ticos com pneumonia COVID-19, confirmando relatos aned\u00f3ticos anteriores de que pacientes assintom\u00e1ticos podem ter altera\u00e7\u00f5es tomogr\u00e1ficas  antes do in\u00edcio das manifesta\u00e7\u00f5es cl\u00ednicas<\/u>. Este achado sugere que a TC \u00e9 um exame com alta sensibilidade  para  detec\u00e7\u00e3o precoce da  pneumonia COVID-19 mesmo em indiv\u00edduos assintom\u00e1ticos e poderia ser considerado como uma ferramenta de triagem,  juntamente com o RT-PCR , em  pacientes com  hist\u00f3rico significativo de viagem ou contato pr\u00f3ximo com indiv\u00edduos infectados<\/u>. A TCT pode ser uma ferramenta de triagem particularmente importante na pequena propor\u00e7\u00e3o de pacientes com hist\u00f3ria epidemiol\u00f3gica e manifesta\u00e7\u00f5es cl\u00ednicas compat\u00edveis, e que t\u00eam RT-PCR falso-negativo. Foi mostrado tamb\u00e9m que algumas les\u00f5es presentes em indiv\u00edduos assintom\u00e1ticos progrediram para doen\u00e7a difusa bilateral com consolida\u00e7\u00f5es, em torno da primeira \u00e0 terceira semana ap\u00f3s o in\u00edcio dos sintomas. 2<\/sup><\/p>\n

Como conclus\u00e3o temos que a pneumonia COVID-19 se manifesta com anormalidades na TCT, mesmo em pacientes assintom\u00e1ticos, nos quais observou-se  r\u00e1pida evolu\u00e7\u00e3o das opacidades unilaterais focais para opacidades bilaterais difusas em vidro fosco, progredindo para consolida\u00e7\u00f5es bilaterais  dentro de 1-3 semanas<\/u>. A avalia\u00e7\u00e3o combinada  das caracter\u00edsticas de imagem, manifesta\u00e7\u00f5es cl\u00ednicas e achados laboratoriais podem facilitar o diagn\u00f3stico precoce de pneumonia COVID-19. 1<\/sup><\/p>\n

REFER\u00caNCIAS BIBLIOGR\u00c1FICAS<\/strong><\/p>\n

    \n
  1. Lee EYP1, Ng MY2, Khong PL2. COVID-19 pneumonia: what has CT taught us? Lancet Infect Dis. 2020 Feb 24. pii: S1473-3099(20)30134-1. doi: 10.1016\/S1473-3099(20)30134-1. [Epub ahead of print].<\/li>\n
  2. Shi H, Han X, Jiang N, et al. Radiological findings from 81 patients with COVID-19 pneumonia in Wuhan, China: a descriptive study. Lancet Infect Dis 2020; published online Feb 24. https:\/\/doi.org\/10.1016\/S1473-3099(20)30086-4<\/a><\/li>\n<\/ol>\n

    Clique aqui para acessar o artigo na \u00edntegra.<\/a> <\/p>\n


    \n

    CLINICAL CHARACTERISTICS OF CORONAVIRUS DISEASE 2019 IN CHINA<\/strong><\/p>\n

    W. Guan, Z. Ni, Yu Hu, W. Liang, C. Ou, J. He, L. Liu, H. Shan, C. Lei, D.S.C. Hui, B. Du, L. Li, G. Zeng, K.-Y. Yuen, R. Chen, C. Tang, T. Wang, P. Chen, J. Xiang, S. Li, Jin-lin Wang, Z. Liang, Y. Peng, L. Wei, Y. Liu, Ya-hua Hu, P. Peng, Jian-ming Wang, J. Liu, Z. Chen, G. Li, Z. Zheng, S. Qiu, J. Luo, C. Ye, S. Zhu, and N. Zhong, for the China Medical Treatment Expert Group for Covid-19.<\/p>\n

    New England Journal of Medicine, 2020.<\/em><\/p>\n

    Este artigo foi publicado online, no dia 28 de Fevereiro de 2020, no site do New England Journal of Medicine.<\/em>  <\/em><\/p>\n

    Resumo<\/strong><\/p>\n

    O artigo em quest\u00e3o aborda uma coorte selecionada de pacientes internados e ambulatoriais na China com diagn\u00f3stico de COVID-19, os quais foram registrados na Comiss\u00e3o Nacional de Sa\u00fade do referido pa\u00eds. O per\u00edodo compreendido de coleta dos dados foi entre 11 de dezembro de 2019 e 29 de janeiro de 2020. Somente foram inclu\u00eddos no estudo casos confirmados por meio de RT-PCR em swab nasal e far\u00edngeo. No total, entraram no estudo 1099 pacientes.<\/p>\n

    Levantados dados referentes \u00e0 hist\u00f3ria cl\u00ednica, sintomas e sinais, resultados laboratoriais pertinentes aos casos e imagem de radiologia simples e tomografia computadorizada de t\u00f3rax (TCAR).<\/p>\n

    O desfecho prim\u00e1rio composto foi admiss\u00e3o na UTI, necessidade de ventila\u00e7\u00e3o mec\u00e2nica ou \u00f3bito, tendo sido os secund\u00e1rios a taxa de \u00f3bitos, o tempo entre o in\u00edcio dos sintomas e os desfechos compostos em conjunto ou cada um isoladamente.<\/p>\n

    Os autores chegaram a resultados bastante relevantes e de valia para uso na pr\u00e1tica di\u00e1ria nestes tempos de pandemia pelo coronav\u00edrus.<\/p>\n

    O tempo m\u00e9dio de incuba\u00e7\u00e3o foi de 4 dias (interquartil de 2 a 7), com idade m\u00e9dia de 47 anos (interquartil 35 a 58), sexo masculino em 58,1%. Em termos de sintomas, febre esteve presente em 43,8% na admiss\u00e3o e 88.7% durante o per\u00edodo de interna\u00e7\u00e3o. Tosse foi registrada como segundo sintoma mais frequente em 67,8%<\/u>. N\u00e1usea e v\u00f4mitos em 5%, com diarreia em apenas 3,8%.<\/p>\n

    Em 23,7% da popula\u00e7\u00e3o estudada havia comorbidades, por exemplo hipertens\u00e3o arterial sist\u00eamica e\/ou DPOC. Os casos n\u00e3o graves predominaram com 926 pacientes, comparando-se com 173 considerados graves, sendo estes mais idosos e com  maior associa\u00e7\u00e3o com comorbidades.<\/p>\n

    Achados de imagem s\u00e3o extremamente importantes na abordagem inicial, sendo fundamental a TCAR pela identifica\u00e7\u00e3o de infiltrado em vidro fosco (56,4%) e opacidades focais bilaterais (51,8%)<\/u>.<\/p>\n

    Laboratorialmente, linfopenia foi o achado mais encontrado (83,2%)<\/u> com a magnitude de sua altera\u00e7\u00e3o proporcional \u00e0 gravidade, al\u00e9m de trombocitopenia e leucopenia em 36,2% e 33,7% respectivamente. Eleva\u00e7\u00e3o da prote\u00edna C reativa foi detectada na maioria dos pacientes<\/u>, al\u00e9m do D-D\u00edmero, transaminases e creatino kinase em propor\u00e7\u00f5es vari\u00e1veis na amostragem do estudo.<\/p>\n

    O desfecho prim\u00e1rio composto ocorreu em 67 pacientes (6,1%), 2,3% necessitaram ventila\u00e7\u00e3o mec\u00e2nica e 1,4% evoluiu para \u00f3bito.<\/p>\n

    O tempo m\u00e9dio de interna\u00e7\u00e3o foi de 12 dias. Tiveram diagn\u00f3stico de pneumonia 91,1%, destes cursaram com SDRA 3,4% e choque em 1,1%.<\/p>\n

    Os autores finalizam o estudo alertando que febre ou altera\u00e7\u00f5es radiol\u00f3gicas podem n\u00e3o ocorrer, fato respons\u00e1vel em alguns casos por dificultar e retardar o correto diagn\u00f3stico. <\/strong><\/p>\n

    REFER\u00caNCIAS BIBLIOGR\u00c1FICAS<\/strong><\/p>\n

      \n
    1. Guan WJ, Ni ZY, Hu Y, Liang WH, Ou CQ, He JX, et al.; China Medical Treatment Expert Group for Covid-19. Clinical Characteristics of Coronavirus Disease 2019 in China. N Engl J Med. 2020 Feb 28. doi: 10.1056\/NEJMoa2002032. [Epub ahead of print].<\/li>\n<\/ol>\n

       <\/strong>Clique aqui para ler o artigo na \u00edntegra<\/a>.<\/p>\n


      \n

      CHRONIC OBSTRUCTIVE PULMONARY DISEASE IS ASSOCIATED WITH SEVERE CORONAVIRUS DISEASE 2019 (COVID-19).<\/strong><\/p>\n

      Lippi G, Henry BM.<\/p>\n

      Respiratory Medicine, 2020.<\/em><\/p>\n

      Este artigo foi publicado online, no dia 24 de mar\u00e7o de 2020 no site da revista Respiratory Medicine<\/em>.<\/em><\/p>\n

      Resumo<\/strong><\/p>\n

      Neste artigo, os autores realizaram uma metan\u00e1lise para avaliar se a DPOC est\u00e1 associada a maior chance de infec\u00e7\u00e3o grave por COVID-19. Foram avaliados sete estudos totalizando 1.592 pacientes com COVID-19. Destes, 314 (19,7%) apresentavam a forma grave da doen\u00e7a. No grupo de pacientes graves, a mediana de idade entre os estudos variou de 49 a 66 anos; e no grupo n\u00e3o grave de 37 a 52 anos. Quando os dados dos estudos individuais foram agrupados, foi observado que a DPOC estava significativamente associada ao COVID-19 grave, com raz\u00e3o de chances de 5,69 (intervalo de confian\u00e7a de 95%: 2,49 – 13,00)<\/u>. Os autores n\u00e3o descreveram o n\u00famero de pacientes com DPOC, seus dados cl\u00ednicos, nem tratamentos que estavam utilizando. Portanto, n\u00e3o podemos inferir nenhuma outra avalia\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

      Como conclus\u00e3o desta metan\u00e1lise foi demonstrado que a DPOC est\u00e1 associada a um risco cinco vezes maior de infec\u00e7\u00e3o grave por COVID-19 em compara\u00e7\u00e3o \u00e0s pessoas sem DPOC<\/u>. A implica\u00e7\u00e3o cl\u00ednica que os autores descrevem \u00e9 que os pacientes com hist\u00f3rico de DPOC devem adotar medidas mais restritivas para minimizar a exposi\u00e7\u00e3o potencial ao SARS-CoV-2.<\/p>\n

      REFER\u00caNCIA BIBLIOGR\u00c1FICA<\/strong><\/p>\n

        \n
      1. Lippi G, Henry BM. Chronic obstructive pulmonary disease is associated with severe coronavirus disease 2019 (COVID-19). Respir Med. 2020; published online Mar 24. https:\/\/doi.org\/10.1016\/j.rmed.2020.105941.<\/li>\n<\/ol>\n

        Clique aqui para ler o artigo na \u00edntegra.<\/a><\/p>\n


        \n

        Apoio:<\/p>\n

        \"\"<\/a><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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