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Pneumologistas alertam para os riscos do cigarro eletrônico

Com mais aditivos ou essências adicionadas, os cigarros eletrônicos (vaporizadores) são um perigoso atrativo para as as crianças, os adolescentes e os adultos jovens, alerta a SBPT.

Nos Estados Unidos, foram registrados 2.172 casos de jovens que desenvolveram quadros respiratórios e 42 mortes foram confirmadas pelo Centers For Disease Control and Prevention (CDC) – dados de novembro/2019.

Quando as variadas substâncias químicas dos vapes são aquecidas, o fumante traga uma mistura de álcoois e aldeídos tóxicos, junto com a nicotina.  As essências são proibidas para uso inalatório e geralmente permitidas apenas para alimentos e cosméticos, conforme o Generally Recognized ASafe (GRAS), órgão do Food and Drug Administration (FDA).

A maioria dos cigarros eletrônicos utiliza propilenoglicol (gelo seco) para a entrega da nicotina, enquanto os cigarros aquecidos utilizam glicerol. O aerossol destes dispositivos libera partículas finas (de baixo peso molecular) que representam riscos para danos respiratórios e vasculares.

Nos casos registrados nos EUA, os usuários inalaram óleo aquecido com THC, princípio ativo da maconha, e desenvolveram um quadro agudo semelhante à pneumonia lipoide.

No Brasil, a SBPT defende a permanência da resolução RDC 46/2009, da Anvisa, que proíbe a produção, distribuição e comercialização de todo e qualquer produto classificado como “dispositivo eletrônico para fumar (DEF)”, contendo ou não nicotina e tabaco. A ciência já demonstrou que não há segurança no consumo desses produtos. Tampouco se conhece sua origem e processo de produção.

É comprovado que o fumante, seja de cigarro convencional ou eletrônico, está exposto a um agravo de sintomas respiratórios1, como asma grave e pneumonias. 

Além disso, os dispositivos atingem temperaturas entre 300 a 400ºC, o que leva a uma combustão incompleta das substâncias, com liberação de carbonilas altamente tóxicas para o organismo. A inalação desses componentes químicos pode gerar quadros de asma, por exemplo.

Já existem dados sobre os efeitos de curto prazo do uso do cigarro eletrônico: diminuição da função pulmonar, maior risco de eventos cardiovasculares, como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e aumento do risco de crise anginosa, além de danos ao sistema imunológico. Há relatos, ainda, de maior incidência de convulsões entre os adolescentes usuários.

Atualmente, os Estados Unidos enfrentam uma epidemia de consumo de cigarro eletrônico. Por isso, o CDC emitiu um alerta sobre doenças pulmonares severas associadas ao uso do e-cig2. Um modelo, Juul, com formato semelhante a um pen-drive, contém sais de nicotina, com altíssimo potencial de instalação de dependência.

Na opinião dos pneumologistas da SBPT, proibir é uma forma de regular e proteger as crianças e adolescentes brasileiros. Por isso, a norma em vigor da Anvisa, que proíbe os dispositivos eletrônicos de fumar (DEFs), se mostra mais eficaz, quando comparada à estratégia de liberação adotada por alguns estados dos EUA.

Os especialistas recomendam denunciar a venda ilegal desses produtos por meio do site da Ouvidoria da Anvisa (http://portal.anvisa.gov.br/fale-com-a-ouvidoria).


Referências

1 Sales1 MPU, A, Araújo2 AJ, B, Chatkin3 JM, C, et al. Atualização na abordagem do tabagismo em pacientes com doenças respiratórias. J Bras Pneumol. 2019;45(3):e20180314. Disponível em: http://www.jornaldepneumologia.com.br/detalhe_artigo.asp?id=3007.

2CDC. Health Alert Network. Severe Pulmonary Disease Associated with Using E-Cigarette Products. Acesso em: https://emergency.cdc.gov/han/han00421.asp.

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