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13ª reunião do GARD discute prevenção de doenças respiratórias

A 13ª reunião do GARD – Global Alliance Against Chronic Respiratory Diseases – aconteceu na China, em 27 de outubro de 2019.

Na ocasião, foi discutido o documento “Beijing Call To Action For Lung Health Promotion“, uma série de ações necessárias para prevenir as doenças respiratórias mais prevalentes, sobretudo nos países de média e baixa renda.

O GARD tem um produtivo grupo de trabalho constituído por especialistas de países de língua portuguesa (GARD-CPLP): Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Princípe e Timor-Leste.

Para acessar o repertório científico em português, clique aqui.

Na 13ª reunião, os médicos do CPLP tiveram a oportunidade de apresentar produções científicas na área, especialmente sobre poluição atmosférica.

Em pôster, o presidente da SBPT, dr. José Miguel Chatkin, propôs iniciativas que auxiliam no combate à poluição do ar no Brasil. Ele citou a iniciativa do prof. dr. Ubiratan de Paula Santos de busca ativa por publicações acadêmicas sobre o assunto no país.

O estudo “Chronic Obstructive Respiratory Diseases: Prevention and Control”, da autora dra. Marilyn Urrutia, discute a prevalência dos sintomas de asma entre adolescentes de Uruguaiana (RS), buscando entender se a poluição é fator de risco para a ocorrência de doenças crônicas na cidade.

Outra pesquisa brasileira, de autoria de pesquisadores do Hospital das Clínicas (FMUSP), procurou demonstrar a relação entre a inalação de material particulado e os sintomas de asma e rinite em uma cidade próxima à área industrial de cerâmica, com predomínio de sílica.

Foram apresentados, ainda, dados sobre a prevalência de doenças respiratórias em Moçambique e de asma e DPOC em Portugal.

Sobre o GARD

A Global Alliance Against Chronic Respiratory Diseases (GARD), da Organização Mundial da Saúde, é uma reunião de profissionais e instituições que trabalham para melhorar a saúde respiratória.

A aliança é voluntária e envolve organizações nacionais e internacionais, governamentais ou não governamentais, cujo principal objetivo é o de reduzir a carga global das doenças respiratórias crônicas no mundo.

Entre as iniciativas mostradas no Beijing Call To Action estão o fortalecimento da atenção primária e o desenvolvimento de programas nacionais de saúde. Além disso, a carta cita o subsídio para a pesquisa, a prevenção e o advocacy como medidas essenciais.

Para saber mais sobre o GARD, acesse: gard-breathefreely.org.

SBPT participa de evento sobre poluição do GARD-WHO na China

Em 26 e 27 de outubro, membros da SBPT estiveram presentes na 13ª reunião da Global Alliance Against Chronic Respiratory Diseases (GARD) em Beijing, na China.

O objetivo do “Beijing Call To Action For Lung Health” foi reunir lideranças de todo o mundo que atuam contra as doenças respiratórias crônicas causadas pela poluição ambiental.

Além do Presidente da SBPT, Dr. José Miguel Chatkin, estiveram presentes o coordenador da Comissão de Ambientais e Ocupacionais, Dr. Carlos Tietboehl, o membro da Comissão de Asma, Dr. Rafael Stelmach, a pediatra Dra. Marilyn Urrutia Pereira, profª da Universidade Federal do Pampa (RS) e o pneumologista, Dr. Álvaro Cruz (BA).

“Globalmente, 5% dos óbitos são causados por doenças respiratórias crônicas. A DPOC, o câncer de pulmão e a tuberculose são alguns exemplos”, mencionou o Dr. Yang Weizhong, presidente da Associação de Medicina Preventiva da China.

Na ocasião, foi lançado um documento oficial com meios de concretizar ações em prol da saúde respiratória.

Leia o documento aqui

Entre as iniciativas necessárias estão o fortalecimento da Atenção Primária e o desenvolvimento de programas nacionais de saúde.

Além disso, a carta cita o subsídio para a pesquisa, a prevenção e o advocacy como medidas essenciais.

Dia Nacional de Combate ao Fumo: SBPT alerta para os malefícios do cigarro e cigarro eletrônico

O Brasil se mobiliza para o Dia Nacional de Combate ao fumo na quinta-feira (29/08/2019). A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia aproveita para alertar que todas as formas de consumo de tabaco oferecem riscos à saúde.

Confira o vídeo da campanha: 

Clique aqui para baixar e compartilhar o vídeo.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) já alertou que o uso de cigarro eletrônico, vaporizador e cigarro aquecido não é seguro.

O consumo desses produtos já esteve relacionado a agravos de sintomas respiratórios. Estudos recentes mostram, ainda, que o cigarro eletrônico contém partículas finas, conservantes, material particulado fino, traços de metais pesados e até substâncias cancerígenas quando aquecidas.

Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem organizado audiências públicas para discutir sobre a liberação dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs). A última foi no dia 27/08, no Rio de Janeiro.

Representantes da SBPT, junto à Associação Médica Brasileira (AMB) e outras entidades de saúde, se posicionaram contra a liberação desses dispositivos no Brasil e alertaram sobre os riscos à saúde.

É importante lembrar que o cigarro eletrônico e o cigarro aquecido são produzidos pela mesma indústria que faz 7 milhões de vítimas de doenças tabaco-relacionadas por ano no mundo, sendo 156 mil só no Brasil.

Recentemente, o Brasil foi reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como referência mundial no controle do tabagismo, ficando em 2º lugar no ranking de implementação das medidas do MPOWER, entre os países que assinaram a Convenção Quadro de Controle do Tabaco.

De acordo com dados da Vigitel (2017), o país reduziu 40% da prevalência do fumo nos últimos 12 anos. 

Além da proibição de publicidade, da inserção de advertências nos maços, do aumento de impostos e da proibição do fumo em ambientes fechados, uma política de sucesso adotada no Brasil foi o tratamento gratuito para o dependente de nicotina no Sistema Único de Saúde (SUS).

 

A indústria do cigarro argumenta que os dispositivos eletrônicos para fumar poderiam servir de transição para a cessação do tabagismo. Porém, não há evidências de que o cigarro eletrônico seja eficaz para auxiliar o fumante a parar de fumar.


  1. World Health Organization. WHO Report on the Global Tobacco Epidemic, 2019. Offer help to quit tobacco use [Internet]. Geneva, Switzerland; 2019. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/326043/9789241516204-eng.pdf.
  2. Sales1 MPU, A, Araújo2 AJ, B, Chatkin3 JM, C, et al. Atualização na abordagem do tabagismo em pacientes com doenças respiratórias. J Bras Pneumol. 2019;45(3):e20180314. Disponível em: http://www.jornaldepneumologia.com.br/detalhe_artigo.asp?id=3007.

 

SBPT realiza I Simpósio Sobre a Poluição Atmosférica

No Dia Mundial de Combate à Poluição (14 de agosto), a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) promoveu o I Simpósio Sobre a Poluição nos Congressos SBPT 2019.

Na ocasião, a Sociedade lançou a Carta de João Pessoa, um documento para alertar sobre as doenças respiratórias crônicas causadas pela inalação de gases poluentes e para reafirmar o papel da SBPT enquanto agente ativo no combate à poluição.

Leia a carta completa aqui.

Carta de João Pessoa alerta que os indivíduos mais suscetíveis à poluição são os expostos em fase gestacional, na infância, na faixa geriátrica, e também os portadores de doenças crônicas.

A manifestação da SBPT vem em momento oportuno: desde o início do mês, um incêndio de grandes proporções atinge a floresta amazônica brasileira no estado de Rondônia. Agravadas pelo tempo seco, as queimadas tiveram efeito na qualidade do ar em, pelo menos, sete estados brasileiros, que apresentaram níveis maiores de material particulado do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os efeitos podem ser observados no site https://www.airvisual.com/brazil, que mostra a qualidade do ar em tempo real. A fonte foi uma recomendação do presidente do CHEST, Dr. Clayton Cowl, durante o Simpósio de Poluição da SBPT.

Segundo a OMS, 9 em cada 10 pessoas respiram níveis de poluentes inadequados à saúde e 7 milhões morrem a cada ano de doenças causadas pela poluição.

Ainda no Simpósio, o Dr. Cowl falou sobre os efeitos da poluição em locais abertos e fechados. Entre os poluidores externos estão: veículos, geração de energia, atividade industrial e agrícola, aquecimento e forno residencial, queimadas nas florestas, manufatura e distribuição de materiais químicos.

Já no ambiente interno, as fontes de material particulado são a fumaça de cigarro, queima do processo de cozimento à lenha, queima de vela ou fogueira, uso de aquecedores de querosene, difusão de óleos essenciais, janelas e portas abertas para a poluição externa, uso de sprays e aerosóis cosméticos. 

O Dr. Cowl descreveu as características de cada gás poluente: ozônio, óxidos de nitrogênio, dióxido de enxofre. Como solução para diminuir a poluição, ele falou sobre os conversores catalíticos, padrões de combustível com menor liberação de CO2, tecnologias para economia de combustível e redução das emissões de CO2, filtros de diesel e alternativas de transporte mais limpo.

Em seguida, o pneumologista Dr. Álvaro Cruz teve a oportunidade de demonstrar a visão da Aliança Global contra Doenças Respiratórias Crônicas (GARD/WHO) sobre a poluição atmosférica. 

Dr. Álvaro Cruz (BA).

De acordo com os estudos, a poluição do ar pode causar 5,5 milhões de mortes prematuras (2013); 10% de todas as mortes no mundo e 4º principal fator de risco para mortes.

 

 

OMS reconhece avanços do Brasil no combate ao fumo

Segundo informe da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil se tornou o segundo país, depois da Turquia, a implementar integralmente todas as medidas MPOWER no seu mais alto nível de consecução.

O MPOWER, previsto na Convenção-Quadro para Controle do Tabaco (CQCT), da OMS, é um plano para reverter a epidemia do tabagismo. O relatório reúne iniciativas para reduzir o consumo de tabaco e, consequentemente, as despesas com cuidados de saúde.

As políticas de prevenção incluem proibição do consumo de tabaco em espaços públicos fechados, locais de trabalho e transportes públicos; advertências sobre os perigos do tabaco; apoio para que as pessoas possam parar de fumar; medidas de proibição de publicidade, promoção e patrocínio de cigarro e aumento dos impostos sobre o produto.

Segundo a OMS, 36 países introduziram uma ou mais medidas MPOWER em seu mais alto nível de consecução. Além disso, cerca de 5 bilhões de pessoas no mundo são protegidas por, pelo menos, uma política MPOWER. Fonte: Relatório MPOWER 2019 (WHO).

De acordo com Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, ainda faltam serviços de cessação do tabagismo como parte dos esforços para garantir a cobertura universal aos seus cidadãos. Esta é a medida mais sub-implementada atualmente.

Entre esses serviços pode-se citar as linhas telefônicas e aplicativos gratuitos de cessação, aconselhamento na atenção primária à saúde e terapias gratuitas de substituição da nicotina.

Segundo Michael R. Bloomberg, embaixador mundial da OMS para Doenças Não Transmissíveis e Lesões e fundador da Bloomberg Philanthropies, o relatório revela que os esforços dos governos para ajudar as pessoas a deixarem de fumar funcionam quando devidamente implementados.

Números do relatório

Em relação ao último registro, de 2016, 14 países implementaram legislações sobre embalagens com imagens chocantes de advertências sanitárias ao nível das melhores práticas, fazendo desta a política MPOWER com maior crescimento em termos de receptividade.

O maior crescimento em termos de quantidade de pessoas beneficiadas foi na área de aumento de impostos do tabaco. A cobertura populacional desta política quase duplicou: de 8% em 2016 para 14% em 2018. No entanto, embora seja considerado o meio mais eficaz de reduzir o consumo do tabaco, o aumento de impostos continua a ser a política MPOWER com a menor cobertura populacional.

O Brasil foi uma das dez nações que aumentaram impostos para incidir sobre, pelo menos, 75% dos preços de varejo.

Atualmente, estima-se que existam 1,1 bilhão de fumantes. Aproximadamente 80% vivem em países de baixa e média renda.

Fonte: Nações Unidas Brasil.

SBPT convida para Simpósio Sobre Poluição Atmosférica

Em apoio à campanha do Dia Mundial de Combate à Poluição, lembrado em 14 de agosto, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia vai promover o Simpósio Sobre Poluição do Ar durante os Congressos de 2019 em João Pessoa.

A SBPT convida para o evento os profissionais da saúde de áreas relacionadas, como pneumologistas, alergologistas, epidemiologistas, cardiologistas, oncologistas, otorrinolaringologistas, entre outros interessados.

A proposta é discutir as consequências de respirar ar poluído: aumento das infecções respiratórias agudas, aumento das internações por crises de asma e DPOC e aumento das mortes por câncer de pulmão em cerca de 10%.

Confira a programação:


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% da população global respira ar poluído.

Além de desencadear doenças respiratórias, a poluição é responsável por mais de um terço das mortes por doenças cardiovasculares e um a cada cinco óbitos por acidentes cerebrovasculares (AVC).

Participe da campanha de combate à poluição compartilhando informações com as hashtags #CombaterAPoluiçãodoAr #DiaMundialDaPoluição. 

Para discutir a poluição do ar com mais profundidade, inscreva-se no XII Congresso Brasileiro de Asma, VIII Congresso Brasileiro de DPOC e Tabagismo e XVIII Congresso Norte e Nordeste de Pneumologia,  no Centro de Convenções de João Pessoa, a partir de 14/08/2019.

Clique aqui para se inscrever.

Dia Mundial Sem Tabaco: JBP publica artigo especial sobre tabagismo e doenças respiratórias

Todos os anos, no dia 31 de maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e os parceiros globais celebram o Dia Mundial Sem Tabaco¹, uma oportunidade para aumentar a conscientização sobre os efeitos nocivos e mortais do uso do tabaco e da exposição ao fumo passivo, e para desencorajar o uso de qualquer forma ou tipo de tabaco.

O foco da campanha de 2019 é o “tabaco e a saúde dos pulmões”. Na ocasião, o Jornal Brasileiro de Pneumologia² publicou um artigo especial para alertar sobre os riscos do tabagismo ativo e passivo na ocorrência de doenças respiratórias, como asma, DPOC, entre outras.

O texto visa orientar os profissionais da saúde para priorizar a oferta do tratamento do tabagismo aos pacientes. “A terapia é custo-efetiva e dobra a chance de sucesso de parar de fumar”.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o cigarro contém mais de sete mil substâncias e pelo menos 69 dessas são cancerígenas. Além disso, o tabagismo é uma das maiores causas de doenças crônicas não infecciosas e de mortes evitáveis. Fumar reduz a expectativa de vida em 10 a 12 anos.

O Brasil reduziu acentuadamente as suas taxas tabagismo nos últimos 35 anos. No entanto, segundo o estudo VIGITEL de 2017, publicado em 2018³, aproximadamente 10,1% dos brasileiros adultos ainda fumam.

A exposição ao tabaco afeta a saúde respiratória de diversas formas, incluindo:

• Aumento do risco de câncer dos pulmões – o tabaco é a maior causa.
• Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC – bronquite e enfisema) – o tabaco é a maior causa.
• Redução do crescimento dos pulmões e redução da função pulmonar das crianças expostas ao tabaco no útero da mãe.
• Aumento de infecções respiratórias e da necessidade de consultas de emergência por problemas respiratórios em crianças que convivem com fumantes.
• Aumento do adoecimento devido à tuberculose.

 

Parar de fumar melhora a autoestima, reduz o risco de diversas doenças, aumenta e expectativa de vida e melhora a saúde respiratória:

• Reduz ou cessa a tosse crônica devido à bronquite do tabaco.
• Reduz a queda progressiva da capacidade respiratória dos pacientes com DPOC.
• Reduz as crises de asma e de DPOC.
• Reduz complicações cardiorrespiratórias nos pós-operatórios.

Se for considerado o gasto anual do Brasil para tratar a DPOC (R$ 16 bilhões) e o câncer de pulmão (R$ 2,3 bilhões), apenas, o valor já supera em mais de R$ 5 bilhões a arrecadação de impostos com a venda de cigarros, estimada em R$ 13 bilhões.

Atenção!

• Todos os tipos de uso do tabaco fazem mal à saúde.
• Mesmo os chamados cigarros eletrônicos, com ou sem nicotina, não liberam apenas vapor de água, mas também material particulado, cancerígenos, irritantes e outras substâncias que podem prejudicar a saúde respiratória. Por esses motivos a comercialização dos cigarros eletrônicos continua proibida no Brasil.

Como e onde tratar o tabagismo

• O tratamento do tabagismo é baseado no apoio comportamental combinado com o uso de medicamentos orais ou de adesivos de nicotina e pode ser feito gratuitamente na rede SUS (centros municipais de saúde) e em diversos convênios médicos.

Se dê uma chance para viver melhor: pare de fumar!

Referências:

¹World No Tobacco Day – World Health Organization.

²Sales MPU, Araújo AJ, Chatkin JM, Godoy I, Pereira LFF, Castellano MVCO et al. Update on the approach to smoking in patients with respiratory diseases. J Bras Pneumol. No prelo 2019.

³Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde. Vigitel Brasil 2017: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico.

SBPT se manifesta contra o retorno da produção de amianto no Brasil

No início de maio, o Senado Federal aprovou a criação de uma Comissão Externa Temporária que defende o retorno da produção de fibras de amianto no Brasil.

Na ocasião, a Associação Médica Brasileira (AMB), a SBPT e demais entidades médicas nacionais emitiram um alerta sobre as doenças graves causadas pela exposição ao amianto.

Leia aqui a carta “Amianto é prejudicial à saúde sim!”.

No conteúdo, os especialistas destacam que a exposição ao amianto pode causar asbestose, câncer de pleura e peritônio (mesotelioma), câncer de pulmão e de laringe.

Desde 2005, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pede urgência no banimento do amianto. Cinquenta e cinco países já acataram a orientação. No Brasil, a substância foi proibida em 2017 por decisão do STF. 

“Estudos comprovam que não há exposição sem riscos. No Brasil, foram registrados 2.400 óbitos por agravos à saúde relacionados ao amianto entre 2000 e 2010, de acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM)”, mostra o documento.

“É um retrocesso discutir a liberação do asbesto. Nenhuma ação em nome da geração de emprego e riqueza vale mais do que a saúde e a vida das pessoas”, finalizam os médicos.


Leia mais:

Dia Mundial Sem Tabaco: Brasil não deve reduzir impostos, alerta a OMS

Na avaliação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização Pan Americana de Saúde (Opas), “aumentar os impostos e preços sobre o tabaco é a maneira mais efetiva, em termos de custo-benefício, para reduzir o fumo, principalmente entre os jovens e pessoas de menor condição econômica”.

A SBPT endossou a posição por meio de entrevista ao portal G1.

Em comunicado emitido ao UOL, os órgãos internacionais explicam que há evidências científicas de que aumentar em 10% o preço do tabaco reduz o consumo do produto em 4% nos países de renda mais elevada e em 5% nos de renda média e baixa.

Dado o progresso feito no Brasil, com mais de 50% de queda da prevalência do fumo, as entidades de saúde defendem que o país continue a implementar políticas de controle de tabaco, como se comprometeu na Convenção Quadro sobre o Controle do Tabaco (OMS), e não reduza os impostos sobre o produto.

Contextualização 

A partir de 2011, graças aos esforços de especialistas em saúde e controle do tabagismo, o governo brasileiro passou a incrementar os impostos sobre o cigarro como uma forma de reduzir o consumo.

No final de março deste ano, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, criou um grupo de trabalho para “avaliar a conveniência e oportunidade de redução da tributação de cigarros fabricados no Brasil”, na tentativa de reduzir o contrabando e diminuir o consumo de produtos estrangeiros de baixa qualidade.

Segundo a OMS, há outros mecanismos de lutar contra o contrabando, como rege o protocolo para eliminar o comércio ilícito de produtos de tabaco, do INCA, ratificado em 2018.

Algumas das estratégias de sucesso no combate do contrabando incluem a criação de um sistema de monitoramento, o controle das cadeias de fornecimento, o aumento da punição e, principalmente, a cooperação internacional nas investigações contra grupos criminosos.

Hoje (24/05/2019), se encerra a Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra (Suíça), onde os ministros de todo o mundo se reúnem para debater a saúde pública. Enquanto o Dia Mundial Sem Tabaco é convocado para o próximo dia 31/05.

Dia Mundial Sem Tabaco 2019 alerta para os danos do cigarro à saúde pulmonar

A campanha do Dia Mundial Sem Tabaco deste ano, lembrada em 31/05/2019, tem o objetivo de alertar quais são os danos causados aos pulmões pela exposição ao tabagismo, seja ativo ou passivo.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a exposição direta ou indireta ao tabaco tem as seguintes consequências:

Câncer de Pulmão

O tabagismo é responsável por mais de dois terços dos casos de câncer de pulmão, mundialmente. A exposição passiva ao tabaco, em casa ou no ambiente de trabalho, também pode causar a doença.

É bom lembrar, no entanto, que depois de cerca de dez anos sem fumar, a chance de desenvolver essas neoplasias cai pela metade.

Doença respiratória crônica

O fumo é a principal causa de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), constituída por bronquite crônica e enfisema pulmonar. A doença causa excesso de muco nos pulmões, tosse, dor torácica, dificuldade de respirar e cansaço.

O risco de desenvolver DPOC é especialmente alto no caso de pessoas que começaram a fumar cedo, porque o cigarro atrapalha o desenvolvimento dos pulmões.

O tabagismo também piora os sintomas da asma, tornando os asmáticos incapazes de cumprir tarefas simples do dia a dia.

Parar de fumar é a medida mais efetiva para impedir o avanço da DPOC e controlar os sintomas da asma, devolvendo a qualidade de vida para quem tem doenças respiratórias crônicas.

Doenças que se manifestam ao longo da vida

A exposição de gestantes e crianças à fumaça tóxica do tabaco reduz o desenvolvimento dos pulmões e piora a função pulmonar com o tempo. Quem convive com fumantes em idade jovem tem mais chances de ter asma, pneumonia e bronquite e infecções frequentes das vias aéreas inferiores (traqueia, pulmões, brônquios, bronquíolos e alvéolos pulmonares).

Globalmente, por volta de 165.000 crianças morrem antes dos cinco anos de idade por causa de infecções do trato respiratório inferior causadas por exposição ao fumo passivo. 

Tuberculose

Os componentes químicos do cigarro podem fazer com que a tuberculose latente, presente em um quarto da população mundial, evolua para a forma ativa da tuberculose. Os efeitos do tabagismo nos pulmões agravam a tuberculose e aumentam substancialmente a chance de óbito por insuficiência respiratória.

Poluição do ar

O contato com a fumaça do cigarro em locais fechados é uma forma perigosa de poluição do ar indoor. Afinal, o cigarro contém mais de 7.000 substâncias tóxicas, sendo que 69 delas são cancerígenas.

No caso dos dispositivos eletrônicos de fumar (e-cigar, vaporizador, etc.), apesar de a fumaça ser invisível e inodora, ela permanece na atmosfera por cerca de cinco horas. Essa exposição também aumenta o risco de desenvolver câncer de pulmão e doenças respiratórias crônicas, além de causar redução da função pulmonar.

Objetivos da campanha do Dia Mundial Sem Tabaco 2019

A medida mais eficiente para melhorar a saúde dos pulmões é reduzir o consumo de tabaco e a exposição ao fumo passivo. No entanto, a informação sobre as implicações do uso do tabaco em suas diferentes formas ainda é restrita em alguns locais do globo. 

Apesar da grande quantidade de pesquisas e evidências científicas sobre os danos do tabagismo para os pulmões, a importância das políticas de controle do tabagismo para a saúde ainda é subestimada.

Portanto, a campanha do Dia Mundial Sem Tabaco 2019 visa aumentar a atenção para: 

  • Os riscos do tabagismo ativo e do fumo passivo.
  • Os danos do fumo para a saúde pulmonar.
  • A magnitude de doenças e causas de morte em todo o mundo relacionadas ao tabaco, incluindo câncer de pulmão e doenças respiratórias crônicas.
  • As evidências da relação entre o tabagismo e as mortes por tuberculose.
  • As implicações do fumo passivo para a saúde pulmonar em diferentes faixas etárias.
  • A importância de manter a saúde pulmonar para a saúde de todo o organismo, para melhorar a qualidade de vida e aumentar a longevidade.
  • As alternativas existentes para atingir o público de interesse e os governantes, defendendo as políticas de controle do tabagismo e melhorando a saúde pulmonar da população.

O tema “tabagismo e saúde dos pulmões” é transversal e tem implicações em outros processos globais, como os esforços internacionais para controlar doenças não transmissíveis (DNTs), tuberculose e poluição do ar.

A campanha do Dia Mundial Sem Tabaco é uma oportunidade de engajar todos os setores da sociedade e, além disso, capacitar os países para fortalecerem a implementação do plano de medidas para conter a epidemia do tabagismo – MPOWER – firmado na Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da OMS (WHO FCTC).


Leia mais: World No Tobacco Day – WHO.

Imagem: Freepik.

Índice compara preços de cigarro ao redor do mundo

O Centro de Apoio ao Tabagista (CAT) divulgou uma lista que compara os preços da marca de cigarro mais vendida atualmente entre as capitais mundiais.

Índice Anual toma como referência a marca Marlboro, por ser a mais vendida internacionalmente. O Rio de Janeiro aparece como o 22º lugar mais barato, onde o maço é vendido a R$ 8,00.

Veja o gráfico ampliado e segmentado abaixo:O Brasil tem um dos preços mais baixos de maços de Marlboro e aparece em 78º lugar na lista. O Índice inclui 100 países. A maioria deles assinou e ratificou a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), primeiro tratado internacional vinculante sobre saúde pública da Organização Mundial da Saúde (OMS). Até julho de 2017, 168 países assinaram a CQCT e 181 a ratificaram.  De acordo com a OMS, a precificação baixa gera prejuízos para o controle do tabaco no país, porque facilita o acesso ao produto, sobretudo para os jovens e a população mais pobre.  Os países mais desenvolvidos, como os da Oceania, se destacam entre os mais rigorosos: Austrália (1°) e Nova Zelândia (2°). O Marlboro australiano chega a custar 10 vezes mais do que o brasileiro. O texto lembra, ainda, que morrem quase 500 pessoas por dia por doenças relacionadas ao uso do tabaco. Os dados mostram que há um aumento recente da experimentação por adolescentes. Além disso, o custo do tabagismo para a saúde supera em mais de quatro vezes o que é arrecadado com o produto.


Fonte: Centro de Apoio ao Tabagista (CAT) – Dr. Alexandre Milagres – centrodeapoioaotabagista@cigarro.med.br

Jornal Brasileiro de Pneumologia tem edição dedicada à Tuberculose

Em alusão ao Dia Mundial de Combate à Tuberculose, lembrado em 24 de março, o Jornal Brasileiro de Pneumologia (JBP) lança uma edição completa sobre a TB.

O Dia Mundial de Combate à Tuberculose, em 24 de março, é uma ocasião de mobilização de todos os setores da sociedade na busca do controle desta enfermidade.

A meta da Organização Mundial da Saúde é o fim da epidemia global até 2030, com redução de 90% na mortalidade e 80% na incidência da doença. Para tal, foi estruturada uma estratégia baseada em três pilares:

1) cuidado e prevenção integrados e centrados no paciente;
2) desenvolvimento de políticas arrojadas e sistemas de apoio e
3) intensificação da pesquisa e inovação.

Assim, o Jornal Brasileiro de Pneumologia traz, nesta data, um número dedicado à Tuberculose (JBP V. 45, N. 2 – Março/Abril), buscando oferecer uma visão geral e atualizada sobre vários aspectos do controle da TB no Brasil e no mundo.

Há uma revisão de indicadores epidemiológicos em município brasileiro; a apresentação de estudos com resultados do Xpert MTB/RIF, e do ensaio Genotype MTBDRplus para detecção de resistência; além da apresentação de estudo sobre o uso da pirazinamida no esquema de tratamento, e de um artigo de revisão com foco na atualização do manejo da Tuberculose Latente. Um editorial discute ainda a abordagem atual dos casos graves de Tuberculose. Ademais, há uma revisão sistemática sobre a pesquisa na área da Tuberculose na América Latina.

Portanto, este número dedicado à Tuberculose, e que abrange os pilares identificados pela Organização Mundial da Saúde, apresenta um conteúdo que deverá ser úil para todos os envolvidos no controle da Tuberculose no Brasil e no mundo.


Autoras:

Fernanda Carvalho de Queiroz Mello1,a,

  1. Instituto de Doenças do Tórax, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
    http://orcid.org/0000-0003-3250-6738

Denise Rossato Silva2,3,b

  1. Programa de Pós-Graduação em Ciências Pneumológicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre (RS), Brasil.
  2. Serviço de Pneumologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre (RS), Brasil. http://orcid.org/0000-0003-0230-2734