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Dia do Pulmão: como cuidar da sua saúde respiratória

Dia Mundial do Pulmão

Em 25 de setembro é comemorado o Dia do Pulmão, data proposta pelo Fórum Internacional de Sociedades Respiratórias (FIRS) para promover a saúde pulmonar globalmente.

No contexto de pandemia, cuidar dos pulmões é mais importante do que nunca. Mas, como mantê-los saudáveis para evitar doenças respiratórias?

O Dia do Pulmão 2021 foca nas seguintes medidas de prevenção: não fumar; proteger seus pulmões por meio da vacinação; respirar ar limpo e praticar exercícios físicos regularmente.

Diga “não” ao tabaco

O tabagismo causa 8 milhões de mortes todos os anos e representa uma das principais causas de doenças pulmonares.

A fumaça do cigarro contém mais de 4 mil substâncias tóxicas e muitas delas causam câncer.

Portanto, parar de fumar é a melhor maneira de cuidar da saúde, não apenas dos pulmões, mas do corpo como um todo.

Largar o cigarro tem potencial de reverter o dano aos pulmões causado pelo tabagismo, mas não totalmente. Quanto mais cedo a pessoa parar de fumar, maior é a chance de prevenir doenças pulmonares crônicas, que são irreversíveis uma vez que se desenvolvem.

Os benefícios da cessação são imediatos. Depois de apenas 20 minutos sem fumar, os batimentos cardíacos voltam ao normal. Em 12h, os níveis de monóxido de carbono no sangue diminuem. Entre 2 a 12 semanas depois, a circulação sanguínea e a função pulmonar melhoram.

De 1 a 9 meses depois, a tosse e a falta de fôlego diminuem. Entre 5 a 15 anos depois, o risco de infarto é igual ao de alguém que nunca fumou. Em 10 anos, o risco de óbito por câncer de pulmão cai pela metade. Dentro de 15 anos, o risco de ter doenças cardíacas é igual ao de um não fumante.

Materiais que podem ajudar quem está tentando parar:

Diga não ao vape

O vaporizador utiliza um sistema eletrônico para a inalação de nicotina, canabinóides (natural ou formas sintéticas da maconha) e outros compostos e drogas.

As evidências científicas apontam que a nicotina inalada por meio de cigarros eletrônicos danifica o tecido pulmonar e pode reduzir a capacidade natural de resistência às infecções e ao câncer.

Leia conteúdos sobre o assunto (em inglês):

Proteja seus pulmões por meio da vacinação

As vacinas salvam milhares de vidas todos os anos. A imunização é eficaz para preparar e “treinar” o sistema imunitário para reconhecer e combater vírus e bactérias. Assim, se o corpo for exposto a microrganismos indesejados, estará pronto para destruí-los e evitar o adoecimento.

Vacinar-se é essencial para prevenir infecções

Pneumonia causada pelo pneumococo, Covid-19, influenza e coqueluche são exemplos de doenças infecciosas que podem ser prevenidas com a vacinação.

Vacinar-se também impede que essas infecções se alastrem e contaminem outras pessoas.

Pacientes com doenças pulmonares e doenças crônicas são mais vulneráveis às infecções respiratórias. Por isso, a imunização é tão importante na prevenção dessas infecções.

Leia mais sobre as vacinas (em inglês):

E mesmo vacinado, continue a usar máscara. Proteja você e os outros, seja consciente, a Pandemia ainda não acabou.
Respire ar puro

A poluição atmosférica mata cerca de 7 milhões de pessoas todos os anos. Os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que 9 entre 10 pessoas respiram altos níveis de poluentes globalmente.

A poluição do ar tem um impacto negativo para a saúde de todos sem distinção, desde a gestação até a velhice.

Cuide dos seus pulmões: defenda políticas que contribuam para a melhora da qualidade do ar.

Materiais que podem ajudar (em inglês):

Pratique exercício físico regularmente

Fazer atividade física melhora a qualidade de vida de pessoas saudáveis e de pacientes com doenças pulmonares. As pessoas costumam associar a p´ratica de atividade física ao emagrecimento, à saúde do coração e redução do risco de diabetes, por exemplo, mas exercitar-se também beneficia os pulmões.

Quando nos exercitamos, o coração bate mais forte e o pulmão é mais recrutado, porque os músculos precisam de energia para trabalhar. Os pulmões aumentam a atividade para entregar mais oxigênio, enquanto expelem maior quantidade de dióxido de carbono. Adicionalmente, a caixa torácica se expande, prevenindo a compressão das vias aéres inferiores.

É recomendado procurar um médico, educador físico ou fisioterapeuta antes de alterar a intensidade dos exercícios, com o objetivo de se assegurar de que seus planos estejam alinhados com a sua capacidade física. Os programas de atividade física levam em conta o tempo que cada organismo leva para se adaptar às mudanças.

Materiais que podem ajudar (em inglês):

Para contribuir com o Dia Mundial do Pulmão, compartilhe essas informações e utilize a tag #WorldLungDay nas mídias sociais!

Fonte: International Forum of Respiratory Societies (FIRS).

Como manter a saúde do sistema respiratório após os 65 anos de idade?

O mês de outubro é inaugurado com o Dia Mundial do Idoso (1º/10). A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia recomenda hábitos que preservam o bom funcionamento dos pulmões com o passar dos anos

O processo de envelhecimento do corpo humano é permeado por diversos fatores, como o acúmulo de resíduos do metabolismo nas células, o excesso de radicais livres resultantes da respiração celular, o baixo índice de renovação das células, o processamento mais vagaroso das proteínas, além de instabilidades genéticas, como alterações e danos no DNA e uma maior suscetibilidade a infecções e tumores, por causa da redução na resposta imune.

No caso do sistema respiratório humano, os pulmões atingem a máxima função aos 20/25 anos de idade, em média. Depois disso, é possível observar pela espirometria que a função do órgão tende a declinar lentamente. Entre os 35 e 40 anos, o volume de expiração reduz entre 25 e 30 ml anualmente. Aos 70 anos, a perda desse volume chega a 60 ml por ano.

Normalmente, essas alterações funcionais próprias do envelhecimento saudável não causam sintomas perceptíveis, mas os problemas podem surgir quando agressões externas – fumaça do cigarro, poluição e agentes infecciosos – aceleram essa perda de função pulmonar e contribuem para o desenvolvimento de doenças respiratórias, como Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), fibrose pulmonar, câncer de pulmão ou síndrome de disfunção de múltiplos órgãos, por exemplo.

Predisposição genética + exposição a poluentes, cigarro e infecções aceleram o envelhecimento. Foto: European Resp Journal.

Globalmente, o número de novos casos de DPOC a cada ano em indivíduos com menos de 45 anos é de 200 a cada 10 mil pessoas. Acima dos 65 anos, esse índice sobe para 1.200. Depois dos 75 anos de idade, os diagnósticos de Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI) também aumentam de 4 para 17 a cada 10 mil pacientes.

Deve-se salientar que a tendência de aumento da propensão a doenças respiratórias ao longo dos anos não se deve apenas ao envelhecimento, mas também aos efeitos cumulativos das exposições inalatórias durante a nossa vida (poluição, tabaco e agentes infecciosos).

De acordo com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, atualmente, 9,22% da população brasileira têm mais de 65 anos. Em 2060, essa porcentagem será de 25,5%. Por isso, entender as causas do aumento das doenças pulmonares entre a população senil e adotar hábitos saudáveis cada vez mais cedo contribuem para aumentar a longevidade e a qualidade de vida do idoso.

Veja dicas para preservar a função dos pulmões por mais tempo:

1 – Mantenha uma rotina diária de exercícios físicos, como dança, hidroginástica, pilates e esportes.

2 – Adote uma alimentação saudável, com a inclusão de verduras, frutas e outros alimentos com efeito antioxidante. Lembre-se de que a suplementação de vitaminas não se compara a uma boa alimentação.

3 – Não fume. As substâncias químicas do cigarro aumentam o stress oxidativo das células, causam alterações genéticas e disfunções celulares, como o encurtamento dos telômeros, estruturas responsáveis por impedir o desgaste do material genético. O desequilíbrio molecular e celular agrava o quadro das doenças pulmonares, como enfisema e bronquite crônica (DPOC), câncer de pulmão e fibrose pulmonar idiopática.

4 – Tenha em mente que falta de ar (dispneia), tosse ou cansaço não são normais da idade. Procure um pneumologista.


Referências

ASCHER, Kori et al. Lung Disease of the Elderly: cellular mechanisms. Clin Geriatr Med, 2017. http://dx.doi.org/10.1016/j.cger.2017.07.001.

BUDINGER, Scott et al. Blue Journal Conference: Aging and Susceptibility to Lung Disease. Am J Respir Crit Care Med Vol 191, Iss 3, pp 261–269, Feb 1, 2015. https://doi.org/10.1164/rccm.201410-1876PP

MEINERS, Silke; EICKELBERG, Oliver; KÖNIGSHOFF, Melaine. Hallmarks of the ageing lung. European Respiratory Journal 2015 45: 807-827. https://doi.org/10.1183/09031936.00186914

SHARMA, Gushan; GOODWIN, James. Effect of aging on respiratory system physiology and immunology. Clinical Interventions in Aging 2006:1(3) 253–260, 2006.

TEIXEIRA, Adherbal Víctor Rodrigues et al. O Sistema Respiratório e o Envelhecimento. Universidade Federal de Goiás, 2018.